O senhor do tempo escrita por calivillas


Capítulo 4
Olímpios Club




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— Você vai ficar aí a noite toda? – Alex perguntou, ao vê-la sentada na cama, pensativa.

— O que você quer que faça? Pule de alegria? Dance de felicidade? Hoje, eu fui atacada por uma onda improvável, desmaiei em uma escuridão misteriosa, agora, sou prisioneira para minha segurança e meu pai está agindo como se nada estivesse acontecendo – Jessica não escondeu sua irritação, e Alex a olhava, impassível.

— Pular, eu não sei, mas podemos ir dançar – completou, depois que ela acabou de desabafar.

— Dançar? Sua mãe falou para não sair sozinho! – Jessica não acreditava naquilo, aquele cara era maluco.

— Você ouviu aquilo? Eu não faço tudo que os meus pais me mandam. Vamos! – Ele a puxou pelo braço.

Mesmo sendo levada por Alex, Jessica não pode deixar de notar quando passavam por salas e corredores imensos decorados com extremo bom gosto, em uma mistura de móveis modernos com peças de antiguidades, que poderiam estar em um museu, até que, finalmente, chegaram ao seu destino, a garage da casa, onde havia vários carros desde do tradicional sedã até os mais rápidos carros esportivos. Na verdade, havia uma coleção de carros esportivos, um carro daqueles deveria valer mais que o pai de Jessica receberia em 10 anos de trabalho.

— Acho melhor irmos de carro – Alex conclui, escolhendo um Porsche prateado.

— Aonde nós vamos? – quis saber, desconfiada, enquanto entravam no carro.

— Visitar um amigo – ele informou, dando a partida no carro, abrindo o portão da garage para ganhar a rua.

— Isso aqui é o Olímpios?! – Jessica indagou, surpreendida, quando paravam em frente da boate mais exclusiva da cidade.

— Sim, eu sei. Vamos! — Alex a convidou, enquanto entregava as chaves do seu carro para um manobrista

Na porta da boate, havia uma fila enorme de pessoas de todos os tipos, querendo entrar no lugar naquele lugar famoso, frequentado pelas pessoas mais importantes e bonitas da cidade, que pretendiam ver e ser vistas, contudo, musculosos seguranças faziam o controle e uma estranha e bela criatura andrógina loura de cabelos compridos, escolhia quem passava pela porta de entrada. Alex furou a fila e foi direto falar com ele.

— Andrey, como vai? Posso entrar? – indagou, com um sorriso encantador.

— Alex! Claro, querido! – Os segurança abriram o cordão de isolamento para ele passar, mas quando Jessica foi atrás dele, uma mão a impediu.

— Você não, mocinha!

— Calma, ela está comigo, Andrey – Alex explicou.

— Jura! –Andrey exclamou, sua expressão era um misto de surpresa e desprezo, olhando Jessica de alto a baixo, a deixando passar.

— Não se preocupe com Andrey – Alex se desculpou para Jessica. – Ele não está acostumado com pessoas como você.

— Pessoas como eu? – perguntou, se sentindo um pouco humilhada.

— Sim, pessoas normais – concluiu, mas Jessica não entendeu.

A boate em tons branco e preto, estava completamente lotada. Nesse momento, Jessica percebeu o que Alex quis dizer com normais, era uma variedade de pessoas exóticas, vestindo-se de maneira pouco usual, havia mulheres e homens belíssimos que se remexiam ao som da música alta, em pequenos palcos elevados, quase nus, como anjos subversores e uma mulher dançava com uma cobra albina, remexendo os seus corpos, sensualmente, para o delírio das delirantes pessoas ao nível do chão, que dançavam ao som contagiante da música techno e, de vez em quando, algum sortudo era puxando para cima para dançarem juntos aquelas belas figuras quase irreais. Todos pareciam foram de si, como se hipnotizados, contagiados pela música eletrônica empolgante e a fantástica iluminação hipnotizante.

— Não entendo por que você precisa tanto vir aqui? – Jessica perguntou, olhando para todos os lados, abismada, estava curiosa, pois além de nunca ter entrado em nenhum lugar como aquele antes, foi ali que Alex queria ir na primeira vez que se encontraram, quando ele se escondeu no seu carro.

— O dono é um velho amigo da família e muito bem relacionado, talvez, saiba ou se lembre de algo, que possa nos ajudar a descobrir o que está acontecendo.

— Ajudar em que? – Então Jessica se desconcentrou, quando uma linda mulher acenou a ver Alex, mandando lhe um beijo soprado de forma sensual.

— Alex, não é aquela modelo internacional famosa? Puxa! Ela é muito mais bonita pessoalmente! – Jessica observou admirada, porque nunca conhecera ninguém assim tão famoso — Ela parecia ser bastante íntima de você, Alex.

— Sim, é ela mesmo – Alex respondeu, sem dar muita importância, se dirigindo para o bar, puxando Jessica, distraída com o ambiente a sua volta.

Uma mulher muito pálida, de cabelos vermelhos armados e desfiados para cima e cheio de purpurina prateada, com os braços completamente coberto por tatuagens e piercings no nariz, preparava e servia as bebidas.

— Egle, onde está seu mestre? – Alex indagou a ela.

— Na mesa de som. Ele é o DJ de hoje. Se quiser, vá falar com ele, Alex! — Ela apontou com o queixo.

— Mestre?! — Jessica interrogou, contudo, ninguém lhe deu atenção, por fim olhou em direção a mesa de som, que ficava exatamente no meio da pista de dança, parecia uma nave espacial cheia de brilho e cor, a música era alucinante e as pessoas dançavam enlouquecidamente ao redor dela, comandadas por um homem com boné e óculos escuros com um macacão prateado, que combinava mais com os anos 80.

— Fique aqui, Jessica! Egle, fique de olho nela! – Alex ordenou e foi em direção à mesa de som.

Quando ele se afastou, Jessica começou a falar o mais baixo que a música permitia.

— Você tem que me ajudar! Eu estou sendo mantida prisioneira por esse cara e a mãe dele. Por favor, me ajude a fugir daqui! – Enquanto Jessica suplicava, enquanto Egle trabalhava misturando o conteúdo de várias garrafas, sacudindo uma coqueteleira, a olhando com um sorriso zombeteiro nos lábios, depois de pronta, colocou a bebida de uma linda cor vermelha em um copo alto e a depositou bem na frente da garota.

— Tome! Isso vai ajudar você a relaxar um pouco – Egle ofereceu gentilmente.

— Não, eu não bebo – Jessica rebateu.

— Não seja boba, é fraquinho. Prove! – Egle insistiu, com um sorriso encantador.

Jessica provou um pouquinho, não querendo parecer grosseira.

— Nossa! É muito boa, obrigada!

Alex lutou contra o mar de pessoas alucinadas pela música, animadas e pulantes, que tentavam abraçá-lo, beijá-lo, apalpá-lo ou, simplesmente, queriam dançar com ele até, afinal, chegar à mesa de som.

— Alex! Você por aqui! – O homem no comando exclamou, animado.

— DJ, você está mandando muito bem! – Alex elogiou ao ver a multidão delirante aos seus pés.

— Obrigado! – o homem agradeceu e continuou falando, sem parar seu trabalho, mixando e mudando as músicas, sob os gritos de animação da galera. – Mas acho que você não veio até aqui, hoje, para dançar?

— Então, você já sabe o que aconteceu comigo?

— Você sabe que sou muito bem informado. Por isso, não esperava você por aqui hoje e, ainda mais, sozinho, sem seguranças do seu pai. Isso foi muito imprudente da sua parte.

— Foi mal! Mas, eu precisava saber se você havia ouvido algo sobre o que está acontecendo. Quem está me atacando?

— Na verdade, eu não sei de nada. Embora circule por aí que é alguém bem poderoso e antigo, uma força dos primeiros tempos.

— Então, seria alguém das terras do meu pai?

— Provavelmente, embora, ainda não saiba de nada ao certo. Mas, ficarei atento e mandarei notícias a qualquer novidade.

— Obrigado, DJ.

— De nada. Mas, agora, vá embora. Não quero encrenca com seus pais, além de ser muito perigoso, você andar sozinho por aí.

— Já estou indo. Até mais.

— Até mais, Alex

E Alex enfrentou, novamente, enfrentou a multidão dançante e voltou para o bar, em busca de Jessica.

— Egle, onde está Jessica? – Alex perguntou, assim que regressou para o bar, depois de um certo tempo, olhando em volta.

Egle apontou com o queixo para a pista de dança, com um sorriso sardônico, Alex olhou na direção indicada por ela e lá estava Jessica, dançando, descontroladamente, pulando com os braços para o alto, com os cabelos despenteados e rosto vermelho e o copo vazio na mão.

— O que você fez para ela, ménade? – Alex questionou, surpreso com a atitude de Jessica.

— Só dei a ela uma coisinha para relaxar. Ela estava muito tensa e está muito melhor agora.

Alex olhou para Egle com um olhar de fogo, que lhe deu um sorrisinho sarcástico de volta, e foi para o meio da pista de dança, tirando a garota dos braços de um rapaz moreno e forte, que se desculpou.

— Não sabia que ela estava com você, Alex. Você sabe que eu adoro ninfas bêbadas, elas são tão divertidas – O rapaz se explicou.

— Ela não é uma ninfa, e só uma mortal bêbada – Alex retrucou, irritado, depois puxou Jessica para fora da pista. – Vamos sair daqui, Jessica!

— Alexxx! Isso aqui estáaaa muiito legaal! – Jessica respondeu, com a voz arrastada, resistindo a sair dali.

— Vamos, Jessica! – Alex insistiu.

— Nãooo! Eu queroo dançar! — Ela soltou a mão dele e continuou pulando

— Precisamos ir agora! – disse, a segurou pela cintura e a puxou para fora com certa dificuldade.

Na calçada em frente ao club, pediu o seu carro para o manobrista, que olhou para Jessica com de um jeito divertido, já que ela estava completamente bêbada, pendurada no ombro de Alex, que a sustentava pela cintura.

— O Porsche prateado? – O manobrista se voltou para eles, confirmando.

— Sim – Alex respondeu impaciente.

— Vocêê é um chaatoo, Alexxx! Nãoo quero ir emboraaa! Queroo continuar a dançar – Continuou com a voz empastada, mal conseguindo ficar de pé.

— Por quanto tempo vou ter que aturar isso? – Alex estava impaciente, o manobrista demorando com o carro. Subitamente, a rua ficou fria, vazia e escura.

— Essa não! Não agora! – Alex gemeu alto, lembrando-se do que acontecera anteriormente, quando aquela escuridão apareceu.

Uma névoa escura e densa os envolveu.

— Alex, meu mestre mandou buscá-lo! – Era a mesma voz da noite anterior, na mão livre de Alex, uma espada reluzente apareceu, ela tinha um estranho brilho azulado, que quebrava um pouco breu, mas Jessica ocupava o seu outro braço e parecia que começava a sufocar outra vez e desmaiou.

— Droga! – Alex gritou – Lamento, amigo, mas não posso ficar para lutar com você – ele respondeu a voz e desapareceu, levando Jessica consigo.


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