O senhor do tempo escrita por calivillas


Capítulo 23
A fuga




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Os servos entraram para acender as tochas e candeeiros, uma refeição fresca foi trazida para os aposentos, onde estavam Alex e Jessica, demonstrando que não eram bem-vindos junto aos outros.

Diana surgiu em seguida, não estava vestida para uma batalha, pois não usava os paramentos de uma guerreira, mais sua túnica era simples e prática no intuito de deixar seus movimentos livres.

— Precisamos agir um pouco antes da ceia, quando todos estão dispersos e animados com a vitória dessa madrugada. Temos que retirá-lo de dentro do palácio, por uma das portas secundárias.

— Como faremos isso? – Jessica quis saber, muito aflita.

— Iremos aos aposentos de Enlil e o tiraremos de lá – Diana revelou, com objetividade.

— Só isso? Iremos até lá e sairemos calmamente pela porta? – Alex questionou, com ironia.

— Você tem uma ideia melhor? – ela o inquiriu, o espreitando com o olhar em fenda, demonstrando que não havia gostado nada da petulância dele.

— Para falar a verdade, não consigo pensar em nada melhor – Alex confessou, depois de refletir por alguns segundos, dando-se por vencido.

— Já que você não tem uma ideia melhor, podemos ir agora? – Diana interrogou, com um tom de irritação, Alex sacudiu a cabeça afirmativamente.

— Garota, tem sua espada? – Dirigiu-se a Jessica, que assentiu a mostrando na sua mão. – Tome, oráculo! – disse, enchendo uma taça de vinho e entregando a ela – Diga-nos se seremos vitoriosos? — ordenou.

— Oráculo? – Alex repetiu, incrédulo.

— Depois, eu explico para você – concluiu Jessica, repetindo a cena de beber e olhar dentro da taça.

— Sim, seremos – declarou, tentando parecer o mais convincente possível.

— Precisamos ir! – Diana deu um sorriso de satisfação.

— Fique sempre junto de mim – Alex a advertiu, Diana revirou os olhos.

— Homens nunca tão créditos as mulheres, sempre achando que são fracas, indefesas e dependentes deles – Diana proclamou, contrariada.

Alex começou a abrir a boca para contradizer, mas Jessica o cutucou, sutilmente para se calar.

— Podemos ir, agora? – ele sugeriu, assim em alguns segundos os três estavam nos aposentos de Enlil.

— O que fazem aqui? — inquiriu o homem, surpreendido.

— Viemos salvá-lo – Diana anunciou.

— Vocês estão loucos? Não há como me tirar daqui, estou preso por mágia – Enlil contrapôs. – Por que estão fazendo isso?

— Porque acredito que o salvando, poderá ajudar a evitar a destruição da nossa raça – Diana confessou, havia um calor diferente na voz dela e um brilho no seu olhar.

— Ela está apaixonada – Jessica sussurrou para Alex.

— Mas, senhora, não posso deixá-la que se arrisque por mim – A vida havia voltando aos olhos dele, notava-se um chama ardendo no seu coração.

— E ele também – cochichou Jessica para Alex.

— Eu sei que essa conversa está muito legal, mas podemos nos apressar – Alex interrompeu, incomodado com aquela cena romântica entre os seus pais.

— Agora, já sei porque você não tem irmãos — Jessica gracejou, em voz baixa, Alex lhe devolveu um olhar irado.

— Já é tarde para mim, pois um mensageiro do mundo inferior já chegou aqui para me escoltar – Enlil anunciou.

— Como você sabe? – Alex questionou, descrente.

— Quando se vive tanto tempo naquele lugar, percebesse a sua presença – Enlil esclareceu.

— Então, não temos tempo a perder! Precisamos sair daqui agora! – Alex avisou, com urgência.

— Está ficando frio – Jessica observou, esfregando o braço com a mão livre. Então lembrou-se que já sentirá aquela sensação antes, olhou alarmada para Alex, que entendeu o aviso.

Como Enlil não podia se transportar para a parte externo do palácio, saíram caminhando pelos corredores.

— Você pode pressentir onde está o mensageiro do mundo inferior? – Alex perguntou a Enlil.

— Sim, ele vem por ali.

— Então iremos por aqui — disse Alex.

— Mas, eles vão perceber logo que Enlil sumiu – Jessica observou, enquanto corriam na direção oposta.

— Pelo menos, ganharemos tempo, para tentarmos chegar no lado de fora.

Às pressas, passaram por salas, corredores e servos alarmados com a correria, mas estava fácil demais, até conseguirem chegar na parte de trás do palácio, que se estendia por um grande terraço em pedra até ser limitado por um parapeito e, mais adiante, o vazio da encosta, o local da fuga. Os olhos se demoraram a se acostumar com ao breu.

— Eu sabia que a encontraria aqui, irmã. — A voz saiu da escuridão, de onde ele surgiu, cercado por outros, parados, entrepondo o objetivo deles.

— Apolo! Como soube? — Diana indagou, desnorteada.

— Esqueceu que somos gêmeos e estamos conectados, por isso eu, simplesmente, sabia. O que não entendo é por que você está ajudando o nosso inimigo? – inquiriu, confuso.

— Porque ele pode ser a única chance de salvar nosso povo do mal que se aproxima. Eu sei, sonhei com isso – Diana revelou, Apolo titubeou, pois, sabia que ela era uma vidente poderosa.

— Nosso futuro está na espada — Apolo proclamou.

— Não, só a nossa união poderá impedir o nosso fim – Diana declarou, convicta, querendo sensibilizar o irmão.

— Logo, você, irmã, foi enfeitiçada pelas magias do Oriente. Tudo que ele fala é mentira. Anan é nosso prisioneiro, todas as terras pertencerão a nós.

Ao receber a notícia sobre a captura do seu pai, Enlil balançou, seus olhos ficaram mais escuros e sua espada surgiu flamejante, era a hora de lutar. Ele avançou sobre Apolo, com um grito aterrador, suas espadas se cruzaram, os outros avançaram. Na escuridão da noite sem lua, ouvia-se gritos e os sons do choque do metal, mal se distinguiam os vultos que combatiam, sem saber o que fazer Jessica se encolheu em um canto esperando. A luta levou os oponentes para mais perto da amurada, apesar de conseguirem com muito esforço conter os adversários, Diana, Enlil e Alex sabiam que não levariam muito tempo para os outros se juntarem aos demais combatentes.

— Renda-se, Diana! Nosso pai será piedoso com você! – Apolo gritava para a irmã, contudo ela não o respondeu, preocupada em lutar.

— Você precisa ir, Enlil! – ela disse, pois estavam encurralados com a amurada junto a ao precipício.

— Não sem você!

— Fuja, Enlil! Eu os detenho! – Diana gritou, quando outros se juntaram aos seus oponentes.

— Venha me dê a sua mão! — ele pediu, ela o olhou indecisa, por um segundo, foram separados durante a luta.

— Vá! – Diana gritou.

— Eu te encontrarei novamente, Diana! Mesmo que demore mil anos! —  Enlil prometeu e sem saída, pulou para o vazio e desapareceu em uma rachada de vento, sob os olhos arregalados de Jessica.

Quando Enlil desapareceu no ar, Alex e Diana abaixaram as armas, não tinham mais como lutar.


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