O senhor do tempo escrita por calivillas


Capítulo 22
Você tem muito que aprender




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Ao regressar para o quarto, Alex encontrou Jessica deitada sobre o catre, onde antes estava Nix.

— O que houve? – indagou, preocupado.

— Eu só estou muito cansada – respondeu, pois, apesar de ser verdade era uma boa desculpa para ficar longe dele.

— Às vezes, me esqueço quem você é – ele declarou, um tanto aborrecido.

— Pois é isso mesmo. Essa mera mortal aqui, precisa de um pouco de sono – informou, virando-se para o outro lado, em poucos segundo, ouvia-se sua respiração pesada, mergulhada em um sono profundo.

Sem ter o que fazer, Alex se estirou em um outro divã e, também, adormeceu.

Alex acordou sobressaltado, a pressentir uma presença ali, nos seus aposentos, pulou de pé com sua espada em punho, para encarar Diana bem na sua frente.

Aqueles encontros eram sempre estranhos para ele, já que não conseguia ver naquela mulher a sua mãe, apesar de terem o mesmo rosto, a mesma cor de cabelos, faltava algo nos penetrantes olhos verdes, que a atual Diana possuía.

— Senhora! – exclamou, atônito pela presença inesperada. Diana olhou para Jessica dormindo, como um aviso para não a acordar.

— Precisamos libertar o príncipe Enlil daqui, ainda hoje – falou em voz baixa. O coração de Alex palpitou de felicidade.

— Mas, como faremos isso? – questionou, no mesmo tom de voz.

— Há um lugar, atrás do palácio, onde o muro dá para a encosta, é a única saída – ela revelou.

— Ele terá que voar! – Alex conjecturou.

— Ele é o Senhor dos Ventos e pode voar.

— Sim, ele é. – Muitas vezes, Alex esquecia disso.

— E quando será?

— Antes do crepúsculo, no primeiro dia do solstício, que é hoje. Prepare-se e esteja pronto para o meu aviso. Mais uma coisa — falou, nas suas mãos uma fina e leve espada prateada apareceu. — Esse é um presente para a sua amiga.

— Jessica? Ela não sabe usar uma espada – Alex responder se divertido com a ideia, mas mudou de expressão, ao ver o semblante sério de Diana. 

— Eu darei a ela, junto com um curso intensivo – afirmou, antes de Diana desaparecer.

— Vamos, acorde, Jessica! – Alex a chamou, em voz alta, porém olhos dela se recusavam a abrir. – Abra os olhos!

— Por favor, Alex, eu só quero dormir mais um pouquinho! – suplicava, chorosa, mas ele foi impiedoso.

— Não, já é hora de acordar. Temos que treinar! – Aquelas palavras chamaram a atenção dela, que se voltou para ele, tentando manter abertos os olhos inchados de sono.

— Treinar o quê? – quis saber, em dúvida se escutou direito.

— Treinar a usar a espada. Precisa aprender, pelo menos, empunhá-la direito – Alex revelou.

Surpreendida com a notícia, Jessica se sentou, em um pulo.

— Como aprender a usar uma espada?

— Diana deixou uma para você, será bom durante a batalha de hoje – Alex esclareceu.

— Você só pode estar brincando?! Vocês já nasceram com uma espada na mão, aprendem a usar antes de andar e você quer que aprenda em algumas horas! – ela afirmou, exaltada, ficando de pé, com as mãos na cintura, olhando nos olhos de Alex, desafiadora.

— É, exatamente, isso! – Alex retrucou, com a voz firme, sustentando o olhar.

— Eu não sei se consigo! – Ela se deu por vencida.

— Vai conseguir, ao menos podemos tentar – incentivou, acrescentando. – Coma algo, pois precisará de energia. — Apontou para mesa, onde servos depositaram frutas, pão, queijos e uma jarra de hidromel e vinho, enquanto ela dormia.

— Antes, preciso dar um pulinho na casa de banhos – confessou, o deixando sozinho.

— Olha, não é tão difícil, Jessica. Segure assim – Alex a envolveu com seus braços, com a mãos dele sobre a delas no punho da espada, a ensinando a segurar corretamente. Jessica, não sabia se estava mais nervosa por estar segurando e aprendendo a usar uma arma ou pela proximidade do corpo dele, sentindo a sua respiração no seu pescoço, era um tanto perturbador, não ajudando em nada a sua concentração. – Boa empunhadura! – Ele a incentivava, balançando os braços juntos, mostrando o movimento correto, quase como uma dança, ela se sentia cada vez mais incapaz. – Agora, assim, balance o corpo, dobre os joelhos.

— Isso não é para mim! – Rebelou-se, irritada, jogando a espada de lado. – Nunca fui uma atleta, nunca ne interessei por esporte, não posso me tornar uma guerreira de uma hora para outro.

— Tente, um pouco mais, quem sabe, um dia isso poderá ser útil a você – Alex a estimulou.

— Para que, me defender de um assalto?! Alex, acho que você já se esqueceu que, no nosso tempo, se usam armas de fogo, que, definitivamente, são mais rápidas do que aquilo!

— Mas, por enquanto, não estamos no nosso tempo – replicou, irritado. – Então, aprenda e para de agir como uma garotinha mimada!

Jessica ficou sem palavras, imaginando que, talvez, ele estivesse certo, então pegou a espada de volta, e retomaram aos treinos. Ela tentou até parecer que seus braços se desprenderia do corpo, já não a obedecendo.

— Por enquanto, já chega. Descanse um pouco – disse percebendo o cansaço dela. — Está começando a anoitecer! – Tenso, Alex observou da janela o céu tornando se púrpura o sol já descia para a linha do horizonte.

— O que faremos? – ela quis saber, aflita com a expectativa.

— Temos que esperar por Diana, precisamos levar Enlil até a amurada junto a encosta.

— O que ele fará? Como ele descerá a encosta? – Jessica indagou, curiosa.

— Ele não descerá. Ele voará. – Alex respondeu como se fosse algo óbvio.

— Como assim voará? Ele vai usar algum traje especial, uma asa delta ou algo parecido? – Jessica quis saber, Alex a fitou como se não entendesse a pergunta. – Você está dizendo que ele vai voara, mesmo? – Não podia acreditar nessa possibilidade.

— Vai – respondeu, lacônico.

— Não posso acreditar! Ele voa! Seu pai voa de verdade! – exclamou, estridente.

— Fale baixo, Jessica! Alguém pode ouvir e descobrir o nosso plano – protestou.

— Isso é fisicamente impossível! – recusou, surpreendida.

— Você já disse isso, muitas e muitas vezes – Alex afirmou, impaciente. – Desde que nos conhecemos, você não para de repetir isso. Será que ainda não percebeu que seu conhecido do universo é muito limitado, que fica presa nas possibilidades conhecidas, que os mortais chamam de ciência. Você tem muito que aprender, Jessica.


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