O senhor do tempo escrita por calivillas


Capítulo 17
Já está começando




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— Não temos mais nada para fazer quanto a isso. Só podemos esperar que sua mãe faça o trabalho dela agora. E espero que não demore muito. Essas lutas já estão me cansando – Jessica afirmou, com um tom de irritação.

— É porque você não luta. Quando voltarmos eu a ensinarei.

— E eu ensinarei física quântica para você, Alex – Jessica rebateu, com ironia.

Diana foi agiu e competente derrotando seu oponente rapidamente, para a alegria de Jessica. O escravo encheu mais uma vez a taça dela de vinho, ela bebia se sentido entendida, pois nunca foi muito ligada a esporte, mesmo aqueles praticados por seres há muito tempo dito deuses. Mais adiante, os olhares dela e de Dionísio se cruzaram, ele ergueu a taça para Jessica, com um sorriso lascivo, ela gostou disso, devolveu-lhe o brinde, com um sorriso de cumplicidade.

— Você está flertando com Dionísio? – Alex inquiriu, atônito com o que viu.

— Não! – mentiu, com convicção.

— Acho melhor você não se meter com ele – Alex advertiu e acrescentou: – Agora, serão Enlil e Diana. Se você estiver certa, Jessica. Podemos ter esperança.

 — Talvez, isso possa melhorar a situação do seu pai – Jessica confidenciou, pensativa.

— Como assim?

— Eu o observei, desde que nos conhecemos.

— E daí? —  Alex não conseguia mais segurar a curiosidade.

— Ele parece um tanto deprimido, tipo “jogou a toalha”.

— Você acha? — Alex olhou para o pai, pelo canto do olho, tentando ver os sinais que Jessica apontava.

— A forma como foi aprisionado, sem luta. Você mesmo disse que ele é um guerreiro extraordinário, cheio de poder, um dos mais antigos. Talvez, ele precise de uma sacudida para mudar essa atitude tão passiva.

— Espero, príncipe Enlil, que não afrouxe por eu ser uma mulher. – Diana o provocou, no meio da arena, já ronta para a luta.

— Pode estar certa que não o farei, senhora. Já conheci muitas mulheres fortes e perigosas na minha longa vida – Enlil respondeu, com calma.

— Espero que possa demonstrar que eu sou uma delas – ela o instigou.

Alex remexeu na cadeira, incomodado.

— Sei que é difícil ver papai e mamãe brigando na frente das crianças, Alex. Mas aguente firme – Jessica sussurrou no ouvido dele, brincando, com a língua um pouco solta pelo excesso de vinho, depois riu alto, atraindo os olhares para sua direção, Alex lhe deu um olhar de reprovação, mas sua atenção se voltou para o centro da pequena arena, onde o combate havia começado.

— Seu pai tem que ganhar! – Jessica desejou.

— Por quê?

— Só assim ele terá o respeito dela. Diana não achará que ele perdeu de propósito, porque ela é uma mulher.

— Mesmo, um pouco bêbada, você continua bem esperta, Jessica! Durante a luta, Enlil não parecia muito empenhado em ganhar, isso deixaria Diana mais furiosa. Ela atacava e ele só se defendia.

— Ele está entregando o jogo! – Jessica exclamou, aborrecida.

— Não, está não! Espere! – Alex afirmou, confiante.

— Diana avançava raivosa, golpe e mais golpe da sua espada, que eram aparados com certa dificuldade por Enlil.

— Ele vai perder! — Jessica estava desesperada, mas em um movimento muito rápido, quase imperceptível de Enlil fez com que a espada da guerreira voasse longe.

— Eu não disse! Sabia que ele faria isso! – Alex exclamou, exultante, no mesmo momento em que Enlil se inclinava diante de Diana, em sinal de respeito, e ela o encarava com um misto de espantado e admiração. Seus olhos se cruzaram por alguns segundos. Jessica foi a única a reparar e cutucou Alex, lhe dando um sorrisinho maroto.

— Olhe para eles! Já está começando – disse, para um certo alívio de Alex.

Assim, terminaram as lutas. Enlil foi declarado o vencedor para a decepção da maioria, era a hora da ceia.

A distinção entre classes era bem nítida, por isso, Jessica e Alex se separaram. Ele era convidado para ceia principal junto com seus pares. Jessica foi levada para outra sala, mais simples, onde uns grupos ecléticos do segundo escalão se reuniam para a refeição. Ela permaneceu calada a maior parte do tempo, pois não sabia sobre nada do que se falava ali, fofocas e fatos da vida cotidiana local. Foi quando duas belas mulheres jovens a acercaram, uma de cada lado.

— Gostaríamos de saber se poderíamos passar a noite com o jovem guerreiro do oriente? – uma delas perguntou a Jessica, pegando uva e a colocando a boca.

— Como assim? Vocês estão querendo saber se podem transar com Aleph? Foi isso que eu entendi? – Jessica estava perplexa com a pergunta.

— Isso – falou a outra jovem, dando de ombros, tomando um gole de vinho.

— Eu não tenho nada com isso pergunte a ele – respondeu, irritada.

— Nós só estamos perguntando a você por consideração, já que estão juntos.

— Não estamos juntos dessa maneira que vocês pensam. Só estamos viajando juntos. Somos apenas companheiros de viagem.

— Nós pensamos que vocês fossem íntimos, já que vocês vivem cochichando pelos cantos, parece se dar tão bem – uma das mulheres explicou.

— Vocês dois nunca dormiram juntos? – a outra mulher perguntou curiosa.

— Não, nós nunca transamos, se é o que quer saber – Jessica respondia de má vontade.

— Então, você pertence ao grupo da senhora Diana.

— Uma virgem viajando com imortal! Como consegue? — Uma das garotas perguntou, atônita.

— Não! Olhe não tenho que discutir essas intimidades com vocês duas – Jessica disse, irritada.

— Isso é bom e ruim para você – uma das mulheres revelou.

— Como assim?

— Dormir com um dos imortais é maravilhoso, uma experiência magnífica, incrível, isso é bom. – Uma das mulheres revelou, entusiasmada. — Mas, depois, nenhum homem mortal te agradará ou será igual a eles, isso é muito ruim – finalizou, em outro tom.

Jessica percebeu que elas eram viciadas em transar com imortais.

— Olhe, pergunte a Aleph. Talvez, ele aceite a proposta de vocês – Jessica se levantou e saiu em direção aos seus aposentos. Estava aborrecida, não aguentava mais aquela gente.

— Jessica – ela se assustou ao ouvir seu nome, enquanto andava por um corredor, se voltou para o lado do som. Enlil estava parado logo atrás dela.

— Eu pensei que o senhor estava ceando com os outros.

— E estou. Voltarei para lá em breve. Contudo, eu pretendia falar com você sozinha, ainda não tive está oportunidade.

— O que o senhor deixa saber de mim? – Jessica perguntou, um tanto preocupada.

— Quem são vocês?

— Apenas viajantes

— Viajantes muito estranhos, uma humana e um imortal, juntos, vindo de algum lugar desconhecido. Isso não parece muito lógico – Enlil a encarou, Jessica se encolheu diante daqueles olhos escuros e profundos, que pareciam penetrar sua alma.

— É só isso mesmo. Nem sempre os fatos são lógicos nem tudo acontece como esperamos, como aprendi nos últimos tempos.

— Eu já sei disso, há muito tempo. Então, por que o jovem Aleph me chamou de pai durante a luta?

— Ele deve ter se confundido. Talvez, senhor o lembrasse do pai dele. Eu não sei.

— Talvez. Preciso regressar agora para dos outros. Conversaremos em outra oportunidade, Jessica. – Ele se inclinou e desapareceu. Jessica respirou fundo e foi para o seu quarto.


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