Aprendendo a Mentir escrita por Starsky


Capítulo 36
Capítulo 35 — Jasper Wood tem uma rosa, Scorpius Malfoy tem outra.


Notas iniciais do capítulo

Eu estava TÃO ansiosa para terminar esse capítulo! MAS TÃO ANSIOSA! Que ele ficou gigante, e ainda precisa de mais outro para acabar a festa do Slug kkkkkk. É uma trilogia, maaaaas! Vale à pena!
GEEEENTE! Aprendendo a Mentir recebeu mais uma LINDÍSSIMAAAAA recomendação! O capítulo de hoje é dedicado com muito (muito muito mesmo!) amor e carinho à Isadora G Potter (u/22008/) que me INUNDOU de amor em comentários e na recomendação. Esse capítulo é dedicado a você, maravilhosa ♥ ♥ ♥

Apenas um último comentário... Eu AMO Madeline Nott hahahahhah



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Capítulo 35: Jasper Wood tem uma rosa, Scorpius Malfoy tem outra.

Rose

 

Alice estava com um vestido que era seu, agradecendo repetidas e repetidas vezes que Rose era um anjo, que ela estava se sentindo linda e que isso e isso e aquilo. No entanto, Rose parou de lhe dar moral no instante que viu Hugo ficar mudo, quando elas desceram as escadas do dormitório para o Salão Comunal da Grifinória. Alice estava entretida falando sobre Albus se esforçando para se aproximar e de como estava dificultando de propósito as coisas para ele, mas os olhos do Weasley não saíram dela.

Foi a primeira vez que Rose viu seu irmão completamente estático e corado.

— Vamos? — Ele pigarreou e saiu andando na frente com suas roupas folgadas.

— Hugo! Você nem disse nada sobre como estamos! É educado elogiar as garotas que vai acompanhar — provocou Alice, quase saltitando para o lado dele enquanto ria.

— Educado é não atrasar. Estamos atrasados...

Rose cruzou os braços abaixo dos seios, encarando a cena dos dois. Seria errado passar a perna em Albus para tentar ajudar seu irmão? Não que ele tivesse pedido ajuda para nada, mas estava bem claro como se sentia.

"Não se estresse com o que não precisa, Rose" pensou consigo mesma "você já tem problemas demais para dar conta dos que são dos outros num vestido rodado".

O vestido foi proposital. Pediu que a mãe enviasse por correio especialmente depois dos últimos acontecimentos de Hosgmeade. Queria chamar atenção! E quando esse era o intuito de Rose Weasley, a tendência era que conseguisse. 

Seus ombros estavam expostos, o vestido azul ia de um braço a outro, deixando o colo à mostra com um cordão fino que seu pai lhe deu de aniversário. Prendeu os cabelos num "arrumado displicente" muito bem pensado para que os outros achassem que foi feito de qualquer forma. Mas o principal era a cintura bem demarcada e a saia de tecido suave do vestido, que ficava ainda mais chamativa quando ela se balançava. Tudo foi bem articulado. Queria matar seus dois homens do coração.

Mas apesar de todas as escolhas mecânicas, Rose ainda era humana. Bom, bruxa! Um frio na barriga lhe percorreu enquanto os três desciam para a festa. Com tio Harry e tia Ginny lá, seria complicado ficar perto de Scorpius sem chamar atenção. E o que tio Harry sabia, sua mãe descobria. Ele nunca foi bom em manter segredos de Hermione Granger-Weasley.

Porém, Rose era preparada. Pensou e arquitetou tudo com muito preparo. Certamente ia encontrar Scorpius com Albus a tiracolo, então faria do primo sua desculpa para aproximação. Se falasse primeiro na festa com Scorpius, asseguraria que o Malfoy não se chateasse quando ela e Jasper estivessem conversando. Acertou também com o professor Slug para ele apresentar pessoas importantes ao rapaz Malfoy. Queria que estivesse bem rodeado de pessoas e se sentisse importante! Aí, quando Rose decidisse o que fazer com sua vida amorosa depois de conversar com Jasper, poderia ir atrás dele…

É, provavelmente iria. Não via Jasper há tanto tempo! Ele não devia causar mais o mesmo efeito.

Ou pelo menos ela torcia que não causasse.

— Albus ficou a semana toda de provas me perguntando se podia me ajudar em algo — dizia Alice, gesticulando grandiosamente. — Claro, eu mantive a tranquilidade, peguei dicas com a Rose, não foi, Rose? E me esquivei dele de todas as formas. Orgulhe-se de mim, Hugo.

— Impressionante. — Ele nem mesmo forçou um sorriso. Estava bufando sem um pingo de saco para escutar aquilo. — A stalker ganhou um stalker.

— Exato!

— Eu não disse isso como um elogio — murmurou mais para si mesmo que para ela.

Alice nem pareceu ter ouvido, mas Rose certamente tinha. Scorpius iria matá-la por isso...

— Sabe, Ally — começou já com um apelido para tentar chegar perto do coração mole de Alice Longbottom — do jeito que você está bonita e tão chamativa aos olhos de Albus, talvez hoje nem seja um dia para dar bola a ele ainda. — Definitivamente Scorpius ia matá-la. Mas poxa, era por seu irmão! Ao menos naquela noite ia tentar ser minimamente decente, fraternalmente falando. — O que acha de entrar de mãos dadas com Hugo? Só por provocação?

Os dois pararam de andar quase instantaneamente, virando os rostos confusos para Rose. Ele ia agradecer depois, tinha certeza!

— Como assim, Rose? — Os grandes olhos de Alice até ficaram meio paralisados.

— Simples! Você e Hugo entram de mãos dadas… — Ela caminhou até os dois e uniu suas mãos. Alice e Hugo se entreolharam mais longamente. — E quando Albus olhar a situação, ele vai ficar louco. Não há nada como um homem enciumado.

Hugo Granger-Weasley começou a ficar vermelho. Tinha muito mais sardas que Rose, o que o deixava mais engraçadinho quando corava (ao menos na opinião dela).

— Isso não é uma boa ideia — respondeu Hugo, retirando a mão de uma vez antes de pigarrear. — Não é legal brincar com sentimentos assim.

— Eu achei genial! — Alice se emplumou, sorrindo ainda mais. De repente, agarrava o braço de Hugo com as duas mãos, apoiando-se nele como se fossem uma dama e seu cavalheiro. — Vamos, querido, você gosta de conspirações tanto quanto eu. Vai ser divertido ver a cara do Albus.

— E se isso fizer ele se afastar?

Eles tornaram a andar, Rose rindo do outro lado de Alice.

— Vai perturbar o juízo de Albus. Deixe que ele se roa pelos anos que fez você se roer, Ally — incentivou com os olhos na outra grifinória, que apenas assentia com a cabeça, concordando com tudo. — Vocês passam a noite juntos e deixam o Albus chupando dedo.

As duas praticamente acordavam tudo com trocas de olhares no meio do caminho. Hugo tentava não mostrar, mas parecia que estava gostando da mão de Alice segurando seu braço. Em certo ponto, ele até a ajeitou melhor no braço para que tivesse mais apoio e os dois ficassem bem.

— Eu tenho pena do garoto que se meter com você, Rose Weasley. — Alice riu quando chegaram ao andar da festa. — Você é genialmente maligna para essas coisas de manipulação.

No fundo, só um garoto vinha à sua mente. Ela não o manipulou a gostar de si em momento algum. Não fez charme, não usou maquiagem em momentos propositais para chamar sua atenção, não fez planos para se encontrarem “por acidente” e nem o encantou para esconder seus defeitos. Não ter manipulado ele era o que fazia o peito de Rose acelerar um pouco mais ao pensar em tudo isso.

Ela deu de ombros, sorrindo incondicionalmente.

— Eu também tenho pena. Um dia, quem sabe, chega o momento que vou aposentar meus planos.

— Duvido muito — respondeu Hugo rapidamente com um revirar de olhos.

Tanto Rose quanto Alice riram uma para a outra, cúmplices. Abriram a porta do salão, sentindo o barulho da festa espalhar-se para fora também. Estava tudo belo e com uma claridade que Rose Weasley adorava em todos os Natais do Professor Slughorn. A sensação de ser uma convidada especial a fazia encher seu próprio peito de orgulho! Ser escolhida era algo que a deixava extasiada e radiante. E foi assim que ela entrou na festa. 

Em um segundo, imaginava que se tratava de si aquele sentimento. Porém, como se fosse atraída por um imã, seus olhos atravessaram o salão. Parecia que tinham lançado Accio em seus olhos de propósito. A atenção cruzou a festa e o viu.

Scorpius estava longe, ao lado de Albus, na frente da mesa de ponches e frios. Estava… Incrível! Alto, bonito, charmoso e arrumado com as vestes negras e os cabelos tão organizadamente desorganizados. Por Morgana, ele tinha a menor noção do quanto estava lindo? Rose mordeu o próprio lábio inferior, mas foi inevitável sorrir quando os olhares deles se cruzaram, como se não houvesse dezenas de pessoas entre os dois. Como se fossem andar um na direção do outro e se abraçar. Como se fossem se beijar, ignorando o quão longe estavam. Como se fossem um do outro.

Ele sorriu de volta. O peito dela acelerou um pouco, quente e aconchegado à sensação de estarem tão longe e tão próximos ao mesmo tempo.

Assim era difícil não ser dele de volta.

Rose começou a andar na sua direção, feliz que tinha se encontrado primeiro com ele e que a parte inicial do seu plano estava indo bem. Tudo ia ser perfeito naquela noite!

Não fosse por ela dar errada logo no início.

— Rose?

Não deu para saber se seu corpo primeiro congelou ou se ele simplesmente revirou todos os órgãos por dentro como se fosse batido e chacoalhado de uma só vez. Ela parou num passo incompleto ao ouvir aquela voz. Parecia que tinha escutado ontem mesmo. Que nunca tinha parado de ouvi-la. 

Ouvi-lo…

De repente, toda ideia de que não seria afetada desmoronou. Virou o rosto e lá estava ele, aproximando-se com suas pernas longas e sorriso imenso, caminhando até ela com ar de quem era dono do mundo.

— Jasper. — A voz de Rose saiu num misto de riso e arfar nervoso. Ela ficou com a boca entreaberta na procura de palavras, e nenhuma outra saía!

Os cabelos negros dele estavam mais curtos, tendo uma barba suave também demarcando mais o maxilar. Os olhos escuros encaravam os dela, e a sua pele destacava a camisa branca conforme ele se aproximava mais lindo que nunca, mais forte também. Parecia um príncipe, alguém com porte de realeza e sabedoria, mas de um sorriso abrasivo e receptivo.

Por que não pediu para ele não ir?! Por que?!

— Como senti saudades! — exclamou Jasper antes de envolver sua cintura sutilmente, trazendo-a para perto e abraçando o corpo de Rose por inteiro. Era como se pudesse dominá-la naquele único movimento, puxá-la da realidade para si. Tudo girou! O perfume dele subiu, e o mundo tinha virado de cabeça para baixo. — Ah, Rose… Como consegui ficar sem você por tanto tempo?

Há seis meses, Rose daria o mundo para escutar essas palavras. Há seis meses, ela o teria abraçado de volta. Há seis meses, ela não temeria os olhos de Scorpius Malfoy sobre eles.

— Ah, Jasper! Nossa, realmente muito tempo! — Ergueu as sobrancelhas um tanto admirada, soltando-se dele e fitando seu rosto. — Você está…

— Você está tão linda. — Jasper sorriu com os olhos também, levando a mão dela à boca para pousar um beijo entre os dedos. — Sempre foi, claro, mas hoje! Uau. Acho que é a saudade.

Engoliu a seco e lançou os olhos por cima do ombro dele, na direção de Scorpius. Ele conversava com Albus e ria. Talvez não tivesse visto. Talvez não tivesse ligado.

— É, sim, claro. — Sentiu-se ficando vermelha e meio sem jeito. Tinha certeza de que ia saber o que sentia e o que pensava assim que encontrasse com Jasper, mas parecia que estava em meio a uma encruzilhada. De um lado, ele e as lembranças, do outro Scorpius e… Tudo. — A última vez que nos vimos foi quando? Parece uma vida atrás.

Jasper deu um riso suave, encarando-a diretamente nos olhos.

— Já faz um ano. Nos encontramos em Londres para as compras de Natal. Você estava com a sua mãe, lembra?

Sim. Foi no Natal do ano anterior. Rose apertou os olhos ao constatar que estava distraída e que, em condições normais, não esqueceria daquele dia. Tinham se agarrado entre dois corredores a Floreios e Borrões, enquanto sua mãe comprava algum livro que a garota realmente não fez questão de saber qual era. Os beijos de Jasper significavam tudo para ela naquela época, mesmo que não estivessem mais namorando naquele Natal.

— Lógico que lembro! — Rose deu um riso bobo. — Foi só um lapso temporal agora. Semana de provas, você sabe como é. Ainda estou com os olhos meio trocados por causa das leituras com História da Magia.

Jasper assentiu sem tirar os olhos dos seus, respirando fundo como se tivesse um ar orgulhoso.

— Como sempre, você se esforçando mais que todo mundo. Não me surpreenderia se ainda tivesse carregado sua turma toda nas costas. — Ele levou a mão ao rosto de Rose, que piscou rapidamente sem saber como reagir ao carinho recebido por seu polegar. — Não se preocupe, eu também estou meio lento e distraído. Mal consegui dormir nos últimos dias pensando nessa noite. Quer dizer… Ginny Potter está aqui.

A cara nervosa dela subitamente fechou com as sobrancelhas pressionadas e com uma careta desagradada.

— Minha tia Ginny? Ela não te deixou dormir?

Jasper só soltou uma gargalhada, levando a outra mão ao rosto de Rose e se aproximando até beijar a testa dela.

— Claro que não, amor! Eu só queria ver você desmanchar a cara de surpresa. — Soltou-a e ofereceu o braço esquerdo para ela. — Vem comigo falar com o professor Slug? Depois quero ouvir tudo sobre a sua semana de provas.

Chamava-a assim de propósito. Sempre foi. Desde o momento em que se interessou por Rose pela primeira vez, “amor” se tornou sua forma oficial de chamá-la, por vezes como um segredo em seu ouvido. Foram juntos cumprimentar o professor Slughorn, ela segurando em seu braço esquerdo enquanto ele a levava e contava sobre sua estadia em Mallorca que havia falado na carta. O Professor de Poções não parecia poder ficar mais feliz com a presença de seu ex-aluno! Bateu no ombro de Jasper, parabenizou-o pelo último jogo contra o Chudley Cannons.

— Seu pai não deve estar nada feliz comigo — disse Jasper em um riso alegre para a Rose, que apenas assentiu com a cabeça. — Como ele e sua mãe estão? Sabe, estou de férias até a segunda semana de Janeiro. Podemos combinar um chá, nós quatro, antes de você voltar para cá. O que acha?

Slughorn bateu na pança, quase gargalhando.

— Mas que beleza! Parece que estou revendo vocês dois começando a conversar nas minhas reuniões de dois anos atrás. Sabe, Jasper, você deveria ver como Rose está cada vez mais excelente em todas as práticas de Poções. Logo logo vou acabar cedendo minha cadeira para ela.

Rose abriu a boca para responder, mas Jasper foi mais rápido.

— Ela é sempre excelente, Professor. Mas Poções e Hogwarts não estão nos sonhos, certo, amor? — Rose que apenas assentiu com a cabeça e ergueu as sobrancelhas. — Quem sabe eu não consigo arrastá-la comigo para viajar o mundo.

— Sim, claro. Você e seu sonho de conhecer o mundo, não é, Rose? Acho que são mesmo um par perfeito, vocês dois.

Novamente, quis responder. Novamente, Jasper a interrompeu.

— Só mais um ano e meio, e a formatura chega.

— Um ano e meio para segurar as pontas como primeira da turma, eihn? Scorpius Malfoy quase conseguiu passá-la, foi por pouco. — Slughorn sorriu ainda maior, mas Rose sentiu as pernas bambearem de repente. Jasper inserido em uma conversa sobre Scorpius! Pelas barbas de Dumbledore! —  Não fosse por um erro numa finalização de uma poção, ele e você estariam empatados em todas as médias. É um ótimo rapaz, Jasper, você precisa parar para conversar com ele um pouco. — Então, meneou com a cabeça um pouco. — É um tanto tímido, mas acredito que isso se dê pela aproximação hostil que os outros colegas tinham com ele.

— Scorpius Malfoy é o garoto que seguia Albus para cima e para baixo, não era? — Jasper pestanejou um pouco, como se tentasse formular em sua mente o rosto de Scorpius. — Que é até do seu ano, Rose.

— Sim — respondeu rápida, erguendo o queixo um pouco por não querer mais ser interrompida por nenhum dos dois. — Scorpius Malfoy teve uma melhora significativa esse ano. Acho que ele se deu conta de que é sonserino e resolveu entrar na competição.

— Ele tem muito a agradecer a você também, Rose — disse o Professor. — Desde que me sugeriu chamá-lo ao Clube do Slug, sinto algo de diferente no garoto. Não apenas venceu o quadrisolo deste ano como conseguiu sair sem nenhum arranhão depois de uma partida violenta!

Ela sentiu a mão de Jasper a envolver mais no ombro, descendo pelo braço lentamente. Imaginou se ele sentia algo na forma que sua voz soou, se havia de fato algo ali.

Não, era impossível ele descobrir. Simplesmente não tinha a menor chance.

— Deve estar gostando mesmo do rapaz, Professor. 

— É, acho que posso dizer exatamente isso, meu rapaz. — Slughorn sorriu de um jeito meio desacreditado, como se aquilo fosse uma novidade para si também. Só que, em menos de um segundo depois, estava erguendo a mão para além de Jasper e Rose. O sorriso desacreditado tornou-se saudoso. — Malfoy! Venha aqui!

Rose sentiu o ar fugir de si mais rápido que ela caiu de vassoura no dia do jogo da Sonserina vs Lufa-Lufa. Todo o corpo arrepiou. Scorpius estava vindo! E vindo encontrar ela e Jasper!

— Olá, professor. Chamou?

A voz era de Scorpius. O perfume também, destacado no cheiro de amaciante que ele tinha sempre tão engomadinho e corretinho. Foi como um misto de sensações conflitantes: a vontade de virar e vê-lo, de sorrir e se animar, o êxtase no encontro… E o pânico. A indecisão. A inquietude. A vergonha. A vontade de não se entregar completamente ao sentimento que desenvolveu por ele.

Por Scorpius Malfoy…

Jasper moveu o corpo e acabou por virá-la também. Os olhos azuis de Scorpius a encontraram, assim como o seu sorriso mais suave. Parecia mais alto, ou talvez apenas não estivesse se encolhendo entre os ombros. Era difícil dizer até mesmo se ela mesma não estava se diminuindo por estar entre Scorpius e Jasper. Encarou-o, medindo seu rosto devagar como se o fizesse pela primeira vez na vida. Scorp tinha esse brilho diferente, uma inocência com aspereza de quem nunca falava tudo o que tinha em mente. Simplesmente ficou ali, olhando-o sem saber por quanto tempo. Um segundo, dois segundos, vinte minutos, cinquenta anos? Poderia ficar presa naquele momento por tudo isso ou mais… Não fosse pela pela pessoa que apareceu justamente segurando o braço de Scorpius.

Lá estava ela, acompanhando-o como um bicho comensal oportunista desgraçado!

— Madeline Nott! — exclamou Professor Slughorn para o enjoo de Rose. — Está esplêndida, minha jovem. Vocês dois ficam muito bonitos juntos! O Sr. Galloway comentou comigo que recebeu cartas para o estágio da senhorita muito bem recomendadas pelo Professor Akilah.

A Loucaline Nott sorriu ardilosa, segurando ainda mais forte no braço de Scorpius. Os olhos dela e de Rose se cruzaram antes que a sonserina encarasse Jasper. Ele nem mesmo vacilou a expressão, pétreo como se Madeline fosse nada.

— O senhor que conseguiu o contato para mim, professor. Eu só tenho a agradecer. — Ela tornou a encarar Slughorn, apoiando a cabeça no braço de Scorpius. Ridícula! — Scorp aqui está só andando comigo para não deixar uma donzela sozinha.

Scorpius soltou um riso bondoso demais para o gosto de Rose. Ela sabia muito bem que gosto amargo era aquele na sua boca: ciúmes. 

— Maddie que é boa demais comigo. Eu estava vindo aqui sozinho, quando ela sugeriu me fazer companhia. — Virou o rosto para Rose novamente e acenou de leve com a cabeça. — Boa noite.

— Boa noite, Malfoy — disse ela calmamente. — Você está elegante.

— E você está linda, Rose.

Não Weasley. Rose. Esses pequenos detalhes a faziam ficar nervosa. Um nervoso bom que só mesmo Slughorn para interromper:

— Jasper, Scorpius! Não sei se já se conheciam antes. Jasper se formou há dois anos apenas.

Os dois se encararam e por um instante. Um aperto de mãos, e Rose Weasley achou que fosse passar mal.

— Ah, o “Sombra do Albus”, não é? — Jasper sorriu com os dentes quase brilhantes, a mão ainda segurando na de Scorp. — Veio como acompanhante dele?

— Ah, ele é meu acompanhante. Entrei para o Clube esse ano. — Scorpius sorriu, mas Rose sabia que não estava feliz. — Já faz um tempo que ninguém me chama de “Sombra do Albus”. Isso é realmente nostálgico.

É. Ele não estava mesmo nada feliz.

— Você está verde ou é impressão minha, Weasley? — A voz de Madeline chamou sua atenção, e finalmente eles soltaram as mãos. Aquilo fez Rose revirar os olhos. — Combina com seu cabelo enferrujado, quem diria?!

— Combina com a minha vontade de vomitar na sua cara.

— Combina com a decoração! Vocês já viram como está tudo bonito? — Scorpius apontou para cima um tanto apaziguador, o que fez Jasper rir. — Eu estava conversando com o Nate, Professor, e ele comentou justamente o quanto estava bom o clima.

Só mesmo ele para tentar acalmar as coisas daquele jeito. Rose balançou lentamente a cabeça, acrescentando para ajudá-lo:

— Claro. Um piano enfeitiçado sempre faz uma diferença positiva em qualquer ambiente.

— Nate Parkinson? — Jasper perguntou um tanto incrédulo. — Eu achei que a essa altura ele já teria saído do Clube do Slug.

Madeline soltou um meio riso irônico, negando rápido para balançar seus cabelos negros.

— Não soube, Jasper querido? Nate é uma das pessoas mais legais de Hogwarts. Onde ele está, todos seguem e a graça vem junto.

— Acredito que ele está desatualizado — completou Scorpius, fitando-a — já que é bem mais velho que a gente.

O queixo de Rose caiu. Scorpius estava sendo sarcástico bem na sua frente, querendo dar indiretas sem que Jasper desse conta. Ela precisou colocar a mão na frente da boca para não mostrar a vontade de rir que teve por aquilo. Quem era aquele cara indignado e o que ele fez com seu Scorpius?

— Ah, os valores… As coisas mudam mesmo, não é, Rose? — Jasper a fitou, mas ela só deu de ombros, ainda querendo rir.

— Não posso dizer muito sobre valores, mas se Nate Parkinson aguenta meu primo, ele já ganha muitos pontos por tamanha paciência.

Jasper pareceu confuso por um momento, foi tempo suficiente para Slughorn intervir com um pigarro.

— Nathaniel e James Sirius Potter foram uma novidade que muitos professores consideraram… Inusitada! — Ele assentiu com a cabeça para si mesmo, passando a mão na barriga. — Mas muito benéfica para ambos. Foram excelentes nas provas, e eu acredito que estão gastando o tempo que brigavam estudando juntos.

Rose soltou um resmungo.

— Não consigo nem contar quantos pontos já não perdemos porque James Sirius brigava tanto! Ao menos nisso a situação da Grifinória melhorou.

— Eles são um belo casal — afirmou Scorpius suavemente. — Um sonserino e um grifinório nem são uma combinação tão problemática assim.

Slughorn riu longamente por isso.

— Não conte a ninguém, mas em minha época de escola, eu namorei com uma ou duas grifinórias!

Madeline e Scorpius riram, mas Jasper e Rose permaneceram quietos.

— Ah, professor! Pois eu acho que Nate e James são uma exceção à regra — falou a Madeline, fitando Rose de soslaio. — Eu mesma já beijei minha conta de girinórios para nunca mais. E ainda dizem que nós sonserinos que somos traiçoeiros!

Rose até abriu a boca para falar, mas foi Jasper quem respondeu num tom completamente desgostoso:

— Traiçoeiros eu não sei, mas têm uma linguinha afiada, não têm?

— O que foi? — Madeline se virou para ele. — Bateu saudade?

— Bateu o surto? — Ele respondeu rápido.

— Parece mais que bateu o tédio com essa sua companhia.

Madeline apontou com a cabeça para Rose, que ergueu ambas as sobrancelhas e bufou de uma vez. Ah, ela estava pedindo! Ela queria puxar briga!

— Eu realmente estou entediada e louca para bater em alguém — respondeu já quase dando um passo para frente.

Bateu a hora de ir embora! — Scorpius exclamou um tanto bem-humorado demais. — Maddie, quer dançar? — Nem mesmo esperou pela resposta dela, apenas saiu andando com ela segurando seu braço. — Mais tarde conversamos, Professor?!

Slughorn parecia que estava assistindo a uma peça de teatro, nem mesmo piscava para aquilo.

— É claro, mais tarde! Dansem! Divirtam-se!

Rose mordeu o próprio lábio inferior, sentindo o corpo fervilhar ao ver Scorpius se distanciar com Madeline Nott agarrada ao seu braço. Os dois foram para perto de onde o piano tocava e um casal de convidados de Slug dançava olhando profundamente um para o outro. Não acreditava que Scorpius Malfoy tinha ido encontrá-la com a Loucaline apenas por provocação. Pior! Chamou-a para dançar!

Eis que a mão de Jasper encontrou a sua, cessando todo e qualquer pensamento.

— Vamos dar um oi para os seus tios também? — A oferta era tentadora, mas não tanto quanto a vontade de vigiar se Madeline não faria algo que certamente se arrependeria mais tarde! — Nos vemos também mais tarde, Professor?

— Claro, claro. Quero apresentá-lo ainda essa noite a um grande amigo japonês.

Jasper assentiu e começou a andar, puxando-a.

Pela primeira vez em muito tempo, Rose sentiu-se inchar por tantas coisas que queria dizer, mas não disse. Ficou olhando para Scorpius desaparecer com Madeline por entre outras pessoas enquanto se aproximava da mesa de seus tios.

Rose precisou fechar os olhos e suspirar para focar novamente no presente, não nas ideias que surgiam umas atrás das outras por saber que Scorpius e Madeline estavam andando juntos. Jasper estava ali por ela. Aos menos naquele momento, ia tentar estar ali por ele também. Depois, precisava conversar com Scorpius…

— Foi uma conversa bem acalorada. — Rose riu um pouco mais leve.

— Madeline e Scorpius Malfoy! Eu nunca imaginei que cobras gostassem tanto de ficar unidas assim. Pode não ser mais "Sombra do Albus", mas o garoto continua uma baita cobra branca, não acha?

A forma como ele falou "cobra branca" foi tão parecida com o tom que Rose usava meses antes, que ela até mesmo se assustou. Era assim que chamava Scorpius antes.

— Ela é louca, mas Scorpius é uma boa pessoa — disse com um suspiro breve.

— Vocês são amigos?

A pergunta veio de repente. Rose não tinha se preparado para ela, ainda que a resposta estivesse na ponta da sua língua.

— Ele é uma ótima pessoa. Mas não sei se somos amigos. — “Só amigos” certamente não eram...

Jasper franziu o cenho e deu um meio riso, soltando um "é, claro" que não pareceu tão claro assim.

— Sonserinos… Ótimas pessoas...

— Espera, Jasper. — Rose parou de andar de uma vez com um meio sorriso no rosto. — O que acha de pegar algo pra gente tomar? Tá meio quente aqui, não está? Eu queria falar com meus tios antes, saber novidades de casa, coisas chatas que você não vai se interessar.

Ele franziu um pouco o cenho, mas assentiu.

— Sim, claro. Tudo por você, amor. — Aproximou-se dela e beijou sua testa com cuidado. Desceu um pouco o rosto e em seguida beijou a bochecha dela, espantando-a por um momento. Rose sentiu seu rosto ficar vermelho. Ele com certeza viu! Até sorriu, tornando a fitar seus olhos. — Já vou na mesa deles te encontrar. Quero aproveitar para conversar com Elois McLaggen. A irmã mais velha dela entrou como apanhadora do Magpies.

Jasper era lindo e divertido, era seu príncipe! Mas ele acenar e se despedir foi um alívio que Rose não achou que teria até então.

Sentia-se vivendo uma vida dupla por nem mesmo ter conversado direito com Scorpius quando ele se aproximou. Foi inevitável pensar se ele estava magoado, se tinha ficado incomodado depois de tudo. Mas poxa, ela avisou que Jasper iria! Ela queria que ele soubesse, que fizesse algo! E a única coisa que Scorpius fez foi ficar com a Loucaline a tiracolo.

Rose saiu andando em direção à mesa dos tios. Pisava tão forte com seus saltinhos barulhentos, que o toc toc que faziam no chão era capaz de perfurá-lo junto aos seus pensamentos. Se Madeline Nott ousasse querer roubar Scorpius igual tentou fazer com Jasper, Rose não sabia do que era capaz. Ou melhor, sabia. Arrancou um tufo de cabelo da sonserina da outra vez. Agora podia muito bem bater com o piano na cabeça dela até que não conseguisse mais criar fios de cabelo.

Os Potter estavam sentados sozinhos numa mesa grande! Tia Ginny, como sempre, abraçou-a com o corpo inteiro. Tio Harry era seu padrinho, ele sempre acabava falando que ia dar a ela um presente melhor de Natal todo ano. Perguntou notícias do seus pais, e eles falaram o que Rose já esperava:

— Mione está afundada no trabalho. Dezembro é sempre complicado para o Ministério com todos as metas a cumprir, além dos balanços de fim de ano. A mesma coisa para Ron! As festas e os feriados animam muito a loja. Ele provavelmente está trabalhando até uma hora dessas.

Nada de novo sob a luz do sol. Rose divertia-se enquanto eles falavam mais e mais sobre os preparos de vovó Molly para a reunião que teriam nA Toca, como em todos os anos. Acabava sempre opinando demais e brigando com a avó por um detalhe ou outro. Mesmo assim, tinha certeza de que era a neta favorita!

A maior fofoca que tia Ginny trazia era que Teddy ia finalmente reencontrar Victoire, filha de tia Fleur e tio Gui. Tio Harry estava particularmente animado com isso porque sempre achou o término deles muito estranho. E mesmo com tantas histórias a contar, tantas ideias a debater, Rose procurava com o olhar Scorpius Malfoy.

Talvez tia Ginny tenha percebido, talvez tenha sido apenas coincidência. Não saberia. Apenas ouviu-a falando:

— Aquele não é Scorpius Malfoy?

 Apontou com a mão para um pouco mais longe. Havia mais pessoas dançando. Era quase mágico e nojento ao mesmo tempo. Ele segurava Madeline Nott em sua cintura com uma mão, mas logo a girava com a outra, balançando devagar com o ritmo que o piano tocava sozinho.

Não sabia que ele dançava. Via-o tão seguro de si nos movimentos que até mesmo sentiu o coração apertar por já ter duvidado do porte de Scorpius. Era firme e gentil, lento e sem exageros. Na verdade, parecia algo até mesmo romântico na sua forma de balançar tão cuidadosa que o fazia flutuar com Madeline.

Rose imaginou-se ali, no lugar dela. Sentiu a garganta secar por isso. Era como sentir falta de algo que nunca aconteceu. Sentir arrependimento por mentiras que ela nem mesmo tinha contado ainda. Contaria mil mentiras para estar no lugar de Madeline Nott naquele momento...

— Rose, posso te fazer uma pergunta? — Tia Ginny se aproximou dela, enquanto alguém cutucou tio Harry, chamando sua atenção. — Scorpius  está envolvido com aquela moça? É a filha de Theodore Nott, não é?

Rose apenas deu um sorriso amarelo.

— Não, titia. Acredite! Seria um absurdo se eles dois estivessem juntos.

Um absurdo que levaria a um desastre assinado em vermelho por Rose Granger-Weasley.

— Ele é um rapaz muito agradável. Albus sempre contou ótimas histórias dos dois, e agora tanto Lily quanto James parecem ter se aproximado dele. — Ginny Potter sorriu mais gentil. — Ele mandou muitas cartas para Lily, quando ela esteve em casa. Foi muito bom para ela. Harry e eu pensamos em chamá-lo para nos visitar no recesso, levar os meninos para a praia com o namorado de James também. Acho que seria uma boa para eles.

Rose assentiu com a cabeça quase instintivamente.

— Ele gostaria. Odeia ficar cuidando do jardim de casa nos feriados. — Não pensou na pose, não pensou no que tia Ginny poderia dizer a seu pai. Apenas falou. Fechou a boca e pigarreou, tratando de se corrigir para não causar nenhum constrangimento futuro: — Roxanne que me disse isso. Eles se aproximaram muito nesse ano.

Bastou fechar a boca para que um corpo caísse bem ao seu lado, sentado com ar de exaustão e olhos esbugalhados em revolta. Era Roxanne, completamente acabada!

— Já está falando mal de mim? — resmungou e estendeu a mão para pegar um petisco na mesa. — Onde você estava, Grindy? Eu já rodei essa festa trinta vezes e não te vi.

Como dizer a ela o que aconteceu sem apanhar?

— Eu encontrei com o Jasper Wood.

Os olhares das duas se encontraram, como se quase se comunicassem por pensamento. E o que Roxie expressava em seu rosto e em seus pensamentos certamente não deveria ser vocalizado na frente de tia Ginny.

— Eu não sabia que Jasper Wood estava aqui — falou a mãe de Albus, interessada. —  Vocês ainda se falam, Rose?

Ela sabia, todos da família sabiam, que Rose e Jasper namoraram. Não era segredo nem mesmo que seu pai gostava dele! E muito!

Mas Roxanne não estava mesmo gostando da ideia.

— É, Grindy! Como foi conversar com ele depois de todo esse tempo?

Rose a censurou com o olhar, mas Roxie não recuou. Era a única que nem mesmo hesitava às suas ameaças.

— Jasper está charmoso, como sempre. Até Madeline Nott foi nos cumprimentar. — Apontou para longe, onde ela estava rindo com Scorpius. — Aquela mesma Madeline que está dançando com o Malfoy.

As sobrancelhas de Roxanne franziram quase de imediato ao ver a cena.

— É um grandiosíssimo idiota. Não era com ela que ele deveria estar dançando — resmungou de uma vez, erguendo-se da cadeira e ajeitando o vestido. — Eu vou resolver isso. Espera aqui por mim, Grindy!

Tanto Rose quanto Ginny Potter observaram enquanto Roxanne andava em direção a ele, xingando coisas para si mesma.

— Roxanne vai separar os dois? Por que?

Rose imaginou uma possibilidade, mas ela certamente chamaria atenção demais. Não, ela não ia trazer Scorpius para…

— Espero que seja para que ele dance com a Lily, tia. — Olhou para Ginny com as sobrancelhas bem erguidas para tentar ser convincente. Se Scorpius a chamasse para dançar, Rose aceitaria. Seus tios veriam. Seus pais saberiam. Teria que justificar para Jasper. Teria que decidir entre ele e Jasper! — Lily e Scorpius são ótimos amigos. Com certeza é para dançar com ela.

A Sra. Potter pareceu acreditar, concordando com a cabeça antes de se voltar para o Sr. Potter e cochichar algo que Rose não entendeu.

Ela apenas mordeu o próprio lábio e tornou a fitar a cena de Scorpius guiando o corpo de Madeline Nott. Se fosse ela ali, os dois estariam se encarando sem parar. Se tivesse o toque dele em sua cintura, seu cheiro mais perto e mais forte, seu sorriso claro iluminando tudo… 

Não admitiria em voz alta, mas invejou mais do que nunca Madeline Nott.


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Notas finais do capítulo

Madeline Nott vs Rose Weasley... A treta incansável! Rose não reconhece ainda o que o Jasper fez com a Maddie, mas eu tô MUITO ansiosa para o momento que descobrir direitinho muhahaha. A queda do cavalo vai ser ótima!
JASPER WOOD FINALMENTE APARECEU! Eu não vou nem comentar muita coisa sobre ele porque quero ver quais foram as impressões que tiveram dele! Todas hahahha!
Nosso próximo capítulo é o último que se passa no Natal do Slug pela visão do Scorpius ♥ espero que estejam tão ansiosos por ele quanto eu!
Beijinhos infinitos no coração! ♥ ♥ ♥ vocês são LINDOOOOS!



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