Não Diga que Me Ama escrita por Sabrina Azzar


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

E hoje é dia de postagem! Uhulllllll
Obrigada a todos que estão acompanhando a fic e tbm a todas que comentaram =)
É muito importante pra mim cada palavrinha de vcs...
Boa leitura e espero que gostem!



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Katniss

 “Então, quando eu estiver pronta para ser mais confiante

E meus cortes se tiverem curado com o tempo

O conforto se pousará sobre o meu ombro

E enterrarei o meu futuro para trás

Vou sempre manter você comigo

Você estará sempre na minha mente

Mas há um brilho nas sombras

Nunca saberei a menos que eu tente”

 

Gabrielle Aplin – “Home”

 

Haviam se passado algumas semanas desde que as aulas começaram e eu estava me saindo muito bem nas aulas de música. Annie havia me emprestado um de seus violões e eu estava conseguindo reproduzir os meus primeiros acordes, sozinha. Peeta estava orgulhoso e aquilo era muito importante para mim, a opinião dele era.

Eu queria ter o meu próprio violão, mas no momento eu não podia pedir ao meu pai que comprasse um, eu sabia que ele tinha algumas contas atrasadas e também que se eu pedisse algo a ele teríamos mais contas em atraso. Eu podia ficar usando o vilão emprestado da Annie por enquanto, o mais importante era eu estar praticando.

— Katniss, posso fazer uma pergunta?

— Claro Annie — respondi empolgada, colocando o vilão ao meu lado, no chão do quarto de casa.

— Você canta? — encarei-a confusa e ela sorriu um pouco tímida. — É que sua voz é bonita e suave, acho que ficaria linda se você cantasse.

— Eu canto... No chuveiro! — gargalhei e ela me acompanhou. — Mas é sério, eu não gosto muito da minha voz, acho que não canto bem.

— Posso ouvir? — fiz uma careta, mas acabei cedendo ao pedido da minha amiga. Não faria mau algum cantar alguma coisa, só uma dor de cabeça nela.

— Ok — sorri. — Mas você toca — a loira assentiu empolgada e eu lhe entreguei o violão. — Conhece Home, da Gabrielle Aplin?

— Conheço sim — Annie começou a dedilhar as cordas do violão e logo o ritmo da música começou a se formar.

Deixei que a melodia suave da canção preenchesse o ambiente e no momento certo soltei a minha voz, aos poucos.

Sou uma fênix na água

Um peixe que aprendeu a voar

E sempre fui uma filha

Mas as penas são feitas para voar

Então estou desejando, desejando ainda mais

Que a animação venha

É só que eu preferiria estar causando o caos

A deitar-me sobre a ponta afiada desta faca

 

Com cada pequeno desastre

Deixarei as águas se acalmarem

Leve-me a algum lugar real

Porque dizem que lar é onde o coração se grava em pedra

É onde você vai quando está sozinho

É onde você vai para descansar seus ossos

Não é só onde você encosta sua cabeça

Não é só onde você faz a sua cama

Contanto que estejamos juntos, importa aonde vamos?

 

Lar

Lar

 

Annie sorriu para mim, assentindo com a cabeça para que eu continuasse e quando voltei a soltar a minha voz, a dela se juntou á minha, completando a música e a melodia.

 

Então, quando eu estiver pronta para ser mais confiante

E meus cortes se tiverem curado com o tempo

O conforto se pousará sobre o meu ombro

E enterrarei o meu futuro para trás

Vou sempre manter você comigo

Você estará sempre na minha mente

Mas há um brilho nas sombras

Nunca saberei a menos que eu tente

 

Com cada pequeno desastre

Deixarei as águas se acalmarem

Leve-me a algum lugar real

Porque dizem que lar é onde o coração se grava em pedra

É onde você vai quando está sozinho

É onde você vai para descansar seus ossos

Não é só onde você encosta sua cabeça

Não é só onde você faz a sua cama

Contanto que estejamos juntos, importa aonde vamos?

 

Lar, lar

Lar, lar

 

Quando a música acabou e foi cessada a melodia, nós sorrimos uma para a outra, orgulhosas do resultado de uma “brincadeira” e nos abraçamos forte, como se estivéssemos selando um pacto.

Um pacto de amizade, confiança e mudança.

Eu ficava pensando em como era incrível essa ligação que nós tínhamos; a cumplicidade que tínhamos uma com a outra parecia coisa de outro mundo. Conhecíamo-nos há tão pouco tempo, mas parecia que nos conhecíamos á uma vida.

E essa era uma amizade que eu levaria para o resto dela.

Eu estava no banho quando meu celular tocou, a música agitada tocava incessantemente então me enrolei na toalha correndo e saí toda molhada, deixando um rastro de água atrás de mim. Quando cheguei ao quarto, vi que era Peeta me ligando e atendi logo.

— Peeta?

Não queria me atender não? — perguntou rindo e eu revirei os olhos, sabendo que ele não podia ver.

— Larga a mão de ser chato, eu estava no banho.

Ótimo! Coloque uma roupa, vamos sair! — ordenou e eu arqueei as sobrancelhas, surpresa.

— Como é que é?

Isso mesmo que você ouviu, nós vamos sair. Passo na sua casa em vinte minutos.

— Posso pelo menos saber aonde nós vamos? — perguntei rendida, olhando para a poça de água que se formava abaixo dos meus pés.

Ah... Não, não pode — riu. — Tenho que desligar, lembre-se: vinte minutos! — e então desligou. Droga! Eu simplesmente odiava quando ele fazia isso.

Voltei para o banho correndo e terminei de lavar os cabelos, desliguei o registro do chuveiro e voltei a me enrolar na toalha. Fui até o quarto sem ter a mínima noção do que vestir afinal eu não sabia para onde iria, mas acabei optando por uma blusinha preta juntamente com uma saia da mesma cor, mas com flores brancas e cor de rosa, um salto preto e uma bolsa com detalhes em dourado. Coloquei alguns acessórios que combinavam e fiz uma maquiagem forte na região dos olhos, usando preto e dourado, na boca optei por algo mais claro, como cor de rosa. Eu havia gostado do resultado, apesar de não ter tido muito tempo para me aprofundar no visual.

Ainda faltavam cinco minutos e o meu cabelo estava todo molhado, então corri até o guarda-roupa e peguei o secador, fiz tudo o mais rápido que pude, puxando um pouco dos fios de cima para trás e prendendo-os, deixando solta a minha franja que chegava até o queixo.

Olhei no relógio do celular e vi que Peeta estava atrasado, eu não entendia como ele conseguia se atrasar mais do que eu.

Você está atrasado! Haha

 

Mandei uma mensagem que foi respondida, alguns segundos depois.

Droga! Pensei que você não ia perceber... =(

 

Gargalhei indo até a sala de estar, onde meu pai assistia a um jogo de futebol e depositei um beijo estalado em sua bochecha.

— Nossa como está bonita... Posso saber aonde você vai?

— Vou sair com o Peeta — respondi contente e ele sorriu sincero.

— Ele é um bom rapaz — disse por fim e eu acabei tendo que esclarecer as coisas, pois sabia muito bem o que se passava na cabeça de meu pai.

— E meu melhor amigo — deixei claro e ele assentiu, com cara de quem estava sendo irônico. — Pai...

— O que é? Não posso dizer aquilo que está obvio? — uma buzina de carro foi soada duas vezes em frente a minha casa. Encarei meu pai, confusa, mas ele apenas deu de ombros então fui até a porta e quando a abri havia um taxi, bem ali na frente.

— Peeta está? — o motorista perguntou e eu ri.

— Só um minuto, por favor — peguei o celular e mandei uma mensagem para o digníssimo, senhor do atraso:

Caramba Peeta, até o taxista chega antes de você! Haha

Minutos depois ele respondeu:

Claro, ele está de carro!

 

Gargalhei, sendo observada pelo motorista e respondi a primeira coisa que me veio á cabeça:

 

Tá vendo muito Teen Wolf né?

 

Sempre! ;)

 

Pouco tempo depois da sua resposta, ele e Prim apareceram na esquina da minha casa, os dois de mãos dadas e sorridentes.

— Até que enfim! — dramatizei levando as mãos para cima.

— Foi culpa do Peeta — Prim respondeu dando um soquinho no braço do irmão. — Ele trocou de roupa umas mil vezes.

— Fofoqueira... — brincou cantando, revirando os olhos e ela gargalhou.

— Podemos ir gente? O moço já está esperando á um tempão — entramos no carro dando risadas e Prim me contou que estávamos indo ao circo. E que ela nunca tinha ido a algum.

À medida que o carro se aproximava de seu destino, as luzes coloridas ficavam cada vez mais fortes e a multidão cada vez mais visível. As placas coloridas com fotos de palhaços, mágicos e malabaristas ficavam cada vez maiores e a ansiedade de Prim também, porque a pequena não parava de esticar o pescoço para poder enxergar melhor e os seus apertos em minha mão ficavam cada vez mais fortes. Eu ainda não conseguia acreditar que ela nunca havia ido a um circo.

— Katniss me conta mais, como é lá dentro? — os pequenos olhos azuis da morena estavam brilhando de empolgação e eu tive vontade de chorar.

— É tudo muito lindo e colorido, com luzes piscando e aquelas grandes lonas acima de nossas cabeças — sorri. — Os truques de mágica são incríveis e os palhaços são super engraçados...

Enquanto eu descrevia o cenário, Prim fechava os olhos para poder imaginar como seria estar lá dentro. Tentei detalhar o máximo que pude, mas nada se comparava a magia que acontecia embaixo das enormes lonas negras.

Quando o táxi parou, nós descemos e Peeta deu o dinheiro da corrida ao moço com cabelos alaranjados e olhos azuis, que agradeceu e logo em seguida deu partida com seu carro. Prim segurou firme em minha mão e com a livre agarrou a do irmão, que sorriu para mim, agradecendo a minha presença em um momento tão importante.

Eu apenas sorri de volta e nós fomos juntos até a bilheteria.

— Três meias, por favor — pediu Peeta á moça, entregando-lhe o dinheiro e ela lhe entregou três papéis na cor verde. — Nossas entradas! — bPeetaçou os bilhetes em frente ao rosto da irmã que de um pulinho de alegria. Eu estava feliz por eles terem me incluído em um momento tão intimo e especial da Prim.

Pegamos a enorme file que levava a entrada e cerca de dez minutos depois nós estávamos passando pelo pequeno portão de grade que dava acesso à praça de alimentação.

— Você quer comer o que?

— Não quero nada Peeta — a pequena respondeu receosa. Eu entendia completamente o que ela estava fazendo.

— Pode pegar o que quiser hoje o dia é seu! — falou sorridente enquanto se abaixava para ficar no tamanho dela. — Pegue o que quiser... De verdade — um pequeno sorriso se formou em seu rosto, em seguida ela olhou em volta para ver quais eram as suas opções.

— Quero um algodão doce — apontou para um senhor que manuseava uma maquina. Fomos juntos até lá e compramos o que ela queria. Eu optei por um pacote de batatas e uma lata de refrigerante, Peeta escolheu um cachorro quente.

As pessoas começaram a entrar na parte em que ficam os assentos e nós as seguimos, para podermos pegar um lugar bom, em que Prim pudesse ver tudo o que tinha direito. Enquanto entrávamos no local, embaixo das grandes lonas, luzes coloridas piscavam no grande picadeiro ali montado e feixes de luz branca refletiam estrelas florescentes no teto. A pequena Prim observava tudo encantada, com os olhos brilhando na medida em que subíamos nas arquibancadas.

— Tem um lugar bem ali em cima — apontou Peeta para uma fileira em que havia cinco cadeiras vazias. O lugar não era dos melhores, mas tínhamos uma boa visão do picadeiro.

Sentamo-nos com Prim entre nós e a pequena agarrou nossas mãos, com um sorriso que ia de uma orelha á outra, enquanto seus lindos olhinhos miravam á frente, esperando algo incrível acontecer.

“Senhoras e Senhoras, o espetáculo vai começar!”

 

Uma voz masculina soou pelos alto-fPeetates e as luzes se apagaram, um rufo de tambores preencheu o silêncio e um feixe de luz branca foi apontado para o meio do picadeiro. As delicadas mãos da pequena tremiam devido á expectativa e eu retirei uma mecha de seu cabelo que caia na testa, com a mão que estava desocupada. Eu não queria que ela perdesse nada.

Um pequeno garotinho apareceu no picadeiro, bem em cima da luz branca, com grandes sapatos vermelhos, um chapéu colorido e calça listrada com suspensórios. O rosto estava pintado de branco, com um grande sorriso vermelho e o famoso nariz de palhaço. Ele retirou do bolso da calça um apito preto e o colocou na boca, em seguida começou a assoprar rápido, como se estivesse tentando dizer alguma coisa.

E então do nada veio outro palhacinho correndo, um pouco maior, e lhe deu um chute no traseiro, gritando com um apito na boca e gesticulando com o outro que se levantou irritado do chão, empurrando-o com as duas mãos.

Os dois brigavam, gritando um com o outro, mas com o apito e Prim gargalhava toda vez que um derrubava o outro ou lhe passava uma rasteira enquanto corriam. Seus olhos não se desgrudavam do picadeiro nem por um segundo.

Outras atrações se mostraram perfeitas no decorrer do espetáculo, com malabaristas, trapezistas e motociclistas num globo gigante de metal, o famoso Globo da Morte, até que chegou a parte dos mágicos. Prim ficou impressionada com os truques, principalmente o de serrar a mulher ao meio que até ficou em pé para poder enxergar melhor.

Olhei para o lado em que Peeta estava e percebi que ele estava me olhando, sorri de forma sincera e agradecida e ele retribuiu o gesto, passando para a cadeira de Prim que estava vazia.

— Ela está pirando — sussurrei perto do seu ouvido, pois a música estava muito alta.

— Está sim — respondeu desviando o olhar para olhá-la e depois voltou a me encarar. — Obrigado por ter vindo conosco — o loiro pegou a minha mão e a segurou sobre a sua. — É muito importante para ela você estar aqui.

— Peeta... — sussurrei sem saber o que fazer. Aquele gesto estava íntimo demais, só que ele não respondeu, apenas entrelaçou seus dedos aos meus e sorriu; em seguida se virou para frente para apreciar o show.

Fiquei olhando para as nossas mãos e me perguntei o que aquele pequeno gesto significava, o único problema é que eu não tinha a resposta.


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Notas finais do capítulo

Para quem ainda não esta no grupo do face e quiser participar: https://www.facebook.com/groups/104053936648027/?ref=bookmarks
Sempre tem spoilers e tbm novidades sobre o meu livro q sera lançado em agosto pela Editora Angel
Beijinhus e até mais! ;*



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