Não Diga que Me Ama escrita por Sabrina Azzar


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, peço mil desculpas por não ter postado o capítulo novo no sábado, mas eu estive fora o fim de semana todo. Sorry =(
Boa leitura a todos! ;D



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Peeta

“Estou carregando esse fardo pesado

Eu não sei o que fazer

A única coisa que sei é que

Eu estou apaixonado por você. Ah

Voar nas asas de uma águia

Não importa o quão alto

Eu estarei pensando em você”

Hanson – “Thinking Of You”

 

Estava cada vez mais difícil esconder o que eu sentia por Katniss, ela pegava no ar quando algo me desagradava e eu não sabia como fazer aquilo parar, não sabia mais como esconder que estava apaixonado pela morena de olhos castanhos.

Katniss era minha amiga, amiga da minha irmã... Eu não sei como fui deixar isso acontecer, me apaixonar justo por ela, a garota que tinha medo de amar. Mas eu não podia culpá-la por querer se manter afastada do amor, afinal ela perdeu duas das pessoas que mais amava no mundo, não tinha culpa por achar que a vida levaria dela toda e qualquer pessoa que ela pudesse amar.

Só que eu também não podia ficar me culpando por ter me apaixonado, afinal ela era incrível. Como alguém podia não se apaixonar? Ela era linda, com seus cabelos castanhos cheios de cachos indefinidos, seus olhos cor de tempestade que faziam com que eu me perdesse toda vez que os olhasse, sua voz doce e melodiosa que invadia os meus tímpanos como se fosse uma canção... Tudo nela me encantava e depois que a vi pela primeira vez o meu mundo desacelerou, tudo começou a se mover devagar, menos o meu coração, esse vivia acelerado, disparando toda vez que eu a via.

Como é que eu podia lutar contra aquilo? Como é que eu podia fingir que tudo estava bem, sendo que dentro do meu coração havia uma grande bagunça? Eu tinha vontade de gritar, revelar para o mundo todo que o meu coração pertencia á Katniss Everdeen, a garota que chegou discretamente, sem fazer alarde, que foi ocupando seu espaço pouco a pouco em meu coração e que agora me tinha totalmente em suas mãos.

— Peeta? — uma voz masculina e muito conhecida por mim me puxou de volta á realidade. — Tudo bem cara?

— Claro Finnick, estava só... Quer saber? Esquece! Você queria falar comigo?

— Acabou a aula — olhei em volta e vi que não tinha mais ninguém na sala de aula além de nós dois e fiquei me perguntando por quanto tempo eu havia saído da realidade.

— Ah... Valeu — sorri agradecido e peguei a mochila no chão, joguei-a sobre um dos ombros e saí da sala com Finnick em meu encalço.

— Ei... Tá tudo bem mesmo?

— Claro que está, porque não estaria?

— Sei lá, você parece desligado — o loiro estava realmente preocupado, mas eu não contaria sobre Katniss, mesmo que confiasse nele.

— Estou ótimo — sorri. — Vou nessa, até amanhã! — Finnick assentiu não muito convencido e saiu para o lado oposto do meu.

Continuei andando até a porta lateral do colégio e vi que Katniss estava perto da escada conversando com Annie, as duas estavam conversando sobre algum assunto engraçado, pois a morena não parava de rir. Sorri e fui até onde elas estavam.

— Ei meninas! — cheguei beijando a bochecha de Katniss que deu um pulo de susto, afinal ela estava de costas para mim. — Assustada? — perguntei sorrindo ladeado e ela revirou os olhos, torcendo os lábios.

— Estava distraída — assenti sorrindo e passei meu braço pelos seus ombros.

— Vamos?

— Foi mal Peeta, eu vou para a casa da Annie, ela vai me ajudar com os exercícios da aula de música — a morena falou com certo receio, prendendo o lábio inferior entre os dentes enquanto me encarava, perguntando “tudo bem para você?” com o olhar. Retirei rapidamente meu braço do seu pescoço e cocei a nuca decepcionado.

— Ah tudo bem... A gente se vê mais tarde então — beijei sua bochecha, depois a da loira e me despedi, saindo sozinho para o caminho que levava até a minha casa.

Droga! Eu estava com ciúmes e aquilo não fazia o menor sentido, Annie era uma garota e minha amiga também... Além de apaixonado eu também estava louco? Pior é que se eu parasse para pensar fazia todo o sentido, como já dizia Friedrich Nietzsche: “Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.”

 

Sinceramente? Eu não estava raciocinando direito, meus pensamentos estavam confusos e eu vivia discutindo comigo mesmo por razões que eu mesmo desconhecia. Talvez fosse assim se apaixonar, sentir que não é capaz de nada e ao mesmo tempo capaz de tudo, sentir-se bêbado sem ter colocado uma gota de álcool na boca, sentir a realidade sendo distorcida por sentimentos desordenados.

— Ok, chega disso! Já está ficando ridículo! — sussurrei para mim mesmo e puxei a mochila para frente, abri um dos bolsos, retirando meu celular e fones de ouvido, em seguida coloquei para tocar uma música qualquer no volume máximo.

Quando cheguei em casa, subi direto para o meu quarto, joguei a mochila em um canto e retirei a camiseta preta que vestia, estava um calor infernal e eu precisava de um banho depois daquela caminhada embaixo do sol. Atirei a camiseta e o restante da minha roupa no cesto e abri o registro do chuveiro deixando a água fria escorrer pelos meus cabelos e corpo, levando consigo meu suor e os malditos pensamentos estranhos que sempre me arrastavam até a morena de olhos cor de tempestade.

Apanhei o sabonete do suporte e comecei a passar pelo corpo com a expectativa de que ele pudesse lavar junto a minha insensatez, porque eu sabia que estava seguindo por um caminho perigoso, um que poderia futuramente me machucar. Fiz uma concha com uma das mãos e botei um pouco do shampoo, em seguida espalhei pelos cabelos, esfregando com as duas mãos, sentindo o sabão escorrer pelo meu rosto enquanto eu os enxaguava, posteriormente passei o creme e já tinha terminado o meu banho.

Desliguei o chuveiro e puxei a toalha que estava pendurada, enrolei-a na cintura e saí do box, permanecendo no banheiro para ajeitar os cabelos em frente ao espelho, eu não gostava de secá-los, preferia que ficassem molhados já que eu era uma pessoa muito calorenta. Em seguida fui para o quarto e peguei uma cueca na gaveta, coloquei-a e depois me atirei na cama a fim de descansar um pouco antes de buscar Prim no colégio.

Senti meu celular vibrando em baixo do travesseiro e acordei assustado, puxei o aparelho e vi que não fazia muito tempo desde que cheguei do trabalho. Cato, o dono da pizzaria o qual trabalhava a noite, como entregador estava tirando o meu coro, me fazendo ficar até mais tarde, sendo que eu teria de acordar cedo no dia seguinte para ir ao colégio.

Oi, está acordado?

 

Era um SMS de Katniss. Cocei os olhos a fim de enxergar melhor e respondi a mensagem.

Estou sim, o que aconteceu?

 

Ela me respondeu segundos depois:

Posso te ligar?

 

Claro!

 

Alguns minutos depois da minha resposta o celular vibrou avisando que Katniss estava me ligando e eu atendi logo de primeira, pois estava realmente preocupado.

— Oi Kat, o que aconteceu?

Não estou conseguindo dormir — a voz sussurrada da morena indicava que ela havia chorado e eu já tinha uma noção do que se tratava.

— Sua mãe ou sua irmã?

— Minha irmã... Eu tive um pesadelo com ela e agora não consigo mais voltar a dormir aquilo realmente me machucava, eu me sentia impotente por saber que não havia nada que eu pudesse fazer em relação aos pesadelos e crises de choro de Katniss. Ás vezes eu conseguia fazê-la sorrir, mas eu queria poder fazer aquilo parar, não era justo ela ter que lidar com a morte da mãe e da irmã e ainda ter esses malditos pesadelos para lhe tirarem o sono. Eu queria poder fazer alguma coisa.

— Quer que eu vá até aí?

Não precisa... Na verdade nem sei por que te liguei, você deve ter chegado da pizzaria á pouco tempo e amanhã temos que acordar cedo e eu aqui sem te deixar dormir.

— Kat, não faz isso... Você sabe que pode contar comigo a hora que for.

— Obrigada Peeta, mas...

— Mas nada Kat — interrompi-a. — Vamos ficar conversando até você pegar no sono.

Eram mais ou menos quatro da manhã quando desligamos o telefone, e eu fiquei satisfeito por ter conseguido fazê-la dormir. Pelo menos isso eu podia fazer. Coloquei o celular para carregar perto da cama e voltei a dormir, pois dentro de duas horas eu teria que levantar para levar Prim ao colégio, voltar para casa, me arrumar e passar na Katniss para irmos juntos á aula.

Eu precisava verdadeiramente de algumas horas de sono.

— Peeta, me ajuda! Por favor! — a voz de Katniss ecoava pela escuridão, mas eu não conseguia encontrá-la.

 

— Katniss, cadê você?

 

— Por favor, Peeta! — a voz da morena ficava cada vez mais longe e chorosa e eu não conseguia de jeito algum enxergar alguma coisa. O desespero começou a tomar conta de mim, mas eu não conseguia mexer as minhas pernas, eu não conseguia sair do lugar.

 

— Katniss!

 

— Peeta, me ajuda... — eu quase não conseguia mais ouvir a sua voz. Estava ficando cada vez mais distante.

 

— Katniss, por favor, me diz onde você está! — não ouve resposta. — Katniss!

 

Peeta, estamos atrasados! — era a voz de Prim berrando enquanto batia incessantemente na porta.

Havia sido um sonho... Um pesadelo!

— Desculpa Prim, eu já estou descendo. Você já está pronta? — balbuciei bocejando, enquanto me sentava na cama.

Já estou pronta, só esperando você.

— Eu desço em cinco minutos — ouvi seus passos se afastarem e levantei desanimado, coçando a barriga com uma das mãos enquanto ia até o banheiro para escovar os dentes. Voltei para o quarto para vestir uma roupa e acabei colocando uma bermuda qualquer, uma camiseta e um par de chinelos. Eu estava péssimo!

Ainda bocejando eu desci as escadas e encontrei Prim sentada no sofá, lendo um dos livros novos que eu havia lhe dado de presente. Essa pirralha me enchia tanto de orgulho que mal cabia no peito. Enquanto outras garotas da idade dela ficavam se engraçando com garotos ou mexendo no celular como se fosse a própria vida, a minha irmã vivia com a cara enfiada nos livros. Eu a amava mais que a mim mesmo e não saberia o que fazer se um dia eu a perdesse.

— Vamos? — Prim levantou o rosto para me olhar e arqueou as sobrancelhas, me encarando divertida.

— Caramba Peeta, você está péssimo! — fechou o livro para guardá-lo na mochila e depois se levantou, vindo em minha direção.

— Valeu por me avisar pirralha, não sei o que faria sem você — brinquei e ela gargalhou, em seguida ficou na ponta dos pés para beijar a minha bochecha e eu a ergui com um dos braços para que ela alcançasse.

— De nada maninho — sorri e fui até a cozinha, apanhei uma maçã da fruteira e saí junto da minha irmã para o seu colégio.

Apertei a campainha da casa de Katniss e esperei, pouco tempo depois a porta foi aberta por seu pai.

— Bom dia Peeta — cumprimentou.

— Bom dia senhor Haymitch, como vai?

— Estou bem, obrigado. Você quer entrar? Katniss está terminando de se arrumar, perdeu a hora hoje — falou cedendo passagem para que eu pudesse entrar.

— Ela está bem? — já dentro da casa, coloquei a mochila no sofá e me sentei, sendo acompanhado por ele.

— Acho que ela apenas não dormiu muito bem — Haymitch era um senhor de mais ou menos cinquenta anos, mas com a aparência muito judiada, devido a perda de sua esposa e filha. Todos sabiam o quanto era difícil para ele, por mais que ele tentasse mostrar que estava bem. Katniss tinha herdado sua força e determinação, mas também o péssimo jeito de não saber mentir.

— Pesadelos. Não é mesmo?

— Acho que é genético — ele tentou sorrir, mas se via claramente que a felicidade não alcançava seus olhos.

E de repente eu me peguei pensando na possibilidade de Katniss nunca conseguir superar essa perda e consequentemente nunca abrir o seu coração para o amor.

Para o meu amor.


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Notas finais do capítulo

E então, pessoal? O que estão achando? Me contem nos comentários, não sejam fantasminhas =D
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Beijinhus e até os reviews ;D



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