Make Your Choice escrita por Elvish Song, SraFantasma


Capítulo 18
Proposta


Notas iniciais do capítulo

Por favor, não nos apedrejem! Sim, nós sumimos, e não temos boas desculpas para isso... Só podemos implorar pelo seu perdão, e torcer para que gostem do capítulo... Até as notas finais!



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A médica assomou à porta da sala e, dizendo a Christine que fosse ficar com as Girys, dirigiu-se a Erik:

— Monsieur, eu quero falar com o senhor... Em particular. – o tom sério dela pareceu estranho a todos, mas ainda assim o músico se levantou e foi até Renée, que o puxou para o jardim, deixando as demais mulheres com ar interrogativo.

Assim que a porta se fechou atrás de ambos, Erik se sentiu acertado por um dolorido murro no braço, e não acreditou: Renée lhe acertara um soco em cheio no nervo, deixando todo o seu braço dormente! Espantado e zangado, perguntou num brado:

— Está louca, mulher?!

— Estou! – respondeu ela – estou louca de raiva da sua idiotice!

— Mas o que foi que eu fiz? – os olhos dele estavam num indeciso tom violeta, entre o azul de Erik e o vermelho de Lúcifer.

— “o que foi que eu fiz?” – imitou a médica – estamos tentando curar a mente de Christine, e você resolve ter uma crise de identidade, logo agora?! – ela esfregou a testa com uma das mãos, a outra pousada na cintura – eu já sabia que você não era normal, mas... Dupla personalidade?! Ela precisa de alguém estável e seguro ao lado dela!

— Posso lhe garantir que dou a ela toda a estabilidade possível, Madame. – a voz do homem era uma mistura de chamas de raiva com farpas de gelo – ela está segura comigo. Tem um lar! Tem alguém que a ama e protege!

— Estabilidade emocional é muito mais do que uma rotina e um lar, homem! Ela precisa ter alguém em quem confiar! Alguém que não vá abandoná-la, desapontá-la ou deixá-la ainda mais confusa!

Os olhos de Erik ficaram vermelhos, cedendo lugar a Lúcifer. Este trincou o maxilar e, num esforço para não agredir a médica, sibilou:

— Acha que gosto de ser assim? Que é divertido ser um homem dividido ao meio, com duas identidades e estados de emoção tão diferentes?

Renée respirou fundo e se controlou: estava sendo infantil, e sabia disso... Erik tinha tanto controle sobre suas oscilações quanto Christine sobre as crises de pânico... Pelo visto, ela tinha duas pessoas a tratar, em vez de uma só. Passando as mãos nervosamente nos cabelos presos para trás, ela declarou:

— Estou errada em descontar minha frustração em você. Apenas... Apenas quero ajudar aquela menina, e ver que você não pode dar a ela o que ela precisa...

— Eu posso fazer QUALQUER COISA por Christine! Não importa o que seja! – ele se sentia ferido no âmago de seu orgulho: Renée OUSAVA questionar sua capacidade de proteger e cuidar de Christine? Logo Christine, pela qual fizera e faria o que fosse necessário?

— Eu sei disso. Qualquer coisa... Incluindo persegui-la, hipnotiza-la, aterrorizar pessoas e até matar. – ela se sentou no banco de madeira outra vez... Era melhor explicar seu raciocínio ao pobre homem, em vez de simplesmente soca-lo por suas ações e acusá-lo de atos passados... – Acho que você ainda não compreendeu tudo o que aconteceu com ela, não é?

— Ela foi torturada mentalmente e fisicamente por um homem que agora está num caixão. Vou fazê-la ver que está a salvo, agora, e isso ficará no passado.

— Não, Erik. Não foi isso o que quebrou a mente de Christine. Ela só sucumbiu deste modo porque suas emoções já se encontravam extremamente frágeis, quando ficou à mercê de Raoul. Ela se agarrou ao Visconde como a uma tábua de salvação, tentando encontrar um ponto firme onde se fixar, porque já estava numa espiral de desequilíbrio e medo...

Os olhos vermelhos clarearam, e ele começou a entender. Lembrou-se de que Renée já dissera que Christine sucumbira devido a todas as circunstâncias que haviam cercado sua vida nos últimos anos, mas não parara para pensar realmente o que aquilo significava. E vendo o olhar dele, a médica perguntou:

— Está compreendendo, não é, Fantasma? Você é um homem bastante inteligente, acho que já começou a deduzir tudo.

— Fui eu quem fez isso a ela? – havia choque e perplexidade na voz dele; tudo o que quisera, desde que pusera os olhos em Christine pela primeira vez, fora mantê-la segura, a salvo e, acima de tudo, feliz... Fora isso o que o levara a desistir dela, naquela noite após Don Juan... Perceber que suas ações não levavam a ela felicidade, mas dor. Porém, percebia apenas agora o quão profundamente a havia ferido com seu comportamento, e de que modo fora diretamente responsável pela quase destruição da alma da menina. Isso o atingia como uma punhalada, roubando seu ar e partindo seu coração.

— Não pegue todo o mérito por isso... – Renée tentou amenizar a situação; afinal, Christine não fora uma marionete passiva em tudo aquilo, e fizera as próprias escolhas. Completamente erradas, mas fizera - Mas sim, você teve boa parcela de culpa em tudo o que se passou. O fato de o Visconde ser um canalha pervertido foi a gota que transbordou o copo, mas foi você quem preparou todo o cenário para o espetáculo.

Ele parecia lutar contra uma dor interna diferente de tudo o que já sentira: tudo o que sempre quisera fora proteger Christine, e parecia que fora exatamente o que não fizera...

— Começou quando a deixei acreditar que eu era o espírito de seu pai, não é?

— Começou quando você começou a usar seu disfarce de Anjo da Música para submetê-la à sua vontade. – explicou Renée – apenas se passar pelo pai dela não teria feito mal algum... Se fosse este o papel que você pretendesse realizar, de fato. – a médica caminhou até o bebedouro de pássaros, pondo-se a observar as aves – você foi um mestre em manipulá-la. Conseguiu acessar as memórias mais antigas da menina e usá-las para se revestir da fantasia de Anjo da Música. Em você ela depositou toda esperança e fé que havia – Renée o encarou intensamente,  a ponto de o Fantasma sentir como se os olhos azuis o perfurassem – e ainda assim não teria sido algo de todo ruim, se não se apaixonasse por ela. Se isso não houvesse ocorrido, ela o teria venerado e obedecido como a um pai, e talvez outras coisas houvessem ocorrido. Mas a paixão de um homem obcecado e possessivo... Você a manipulava com títeres invisíveis, conduzindo-a a agir como desejava. Mas Christine não era uma marionete, e lutou contra suas cordas mentais.

— A manipulação a deixou vulnerável...

— A ruptura dos laços entre vocês foi, provavelmente, o mais traumático. De repente ela perdeu a figura que a orientara, a guiara e acolhera e, pior ainda, passou a temer esta figura. É o bastante para tirar o chão de qualquer um. Toda a confiança que tinha em você ela transferiu a Raoul e... Tudo aquilo aconteceu. No momento em que o Visconde cometeu todos aqueles abusos, ela já estava fragilizada de um modo indizível: perdera a figura paterna que você representou, ao mesmo tempo em que, de certo modo, havia começado a encará-lo como homem, e não mestre. Não apenas o perdera, mas saíra de uma situação na qual tivera de você verdadeiro pavor; mas também estava magoada e profundamente triste, sentindo-se culpada por abandonar e ferir alguém a quem amava e que lhe havia dado tanto... Quando naufragou a última pedra na qual se apoiava, ela se afogou.

Erik cerrava o maxilar com força, revivendo em sua mente cada simples dia desde que pela primeira vez pousara os olhos na menininha de dez anos, pálida e assustada da Ópera Garnier. A voz de Renée parecia vir de muito longe e, ao mesmo tempo, falava diretamente ao âmago de seu ser. Ele sabia que ela estava certa. Sabia que não havia como negar suas palavras, e isso o destruía!

— Eu nunca quis machuca-la... Por Deus, nunca foi minha intenção! – sua voz estava trêmula e estrangulada e, esmagado pela dor da culpa, caiu de joelhos, com lágrimas a escorrer de seus olhos. Seu peito doía tanto, que o coração parecia estar sendo arrancado! Em sua agonia, porém, sentiu um toque firme e gentil em seu ombro, e a voz da mulher soou bem ao seu lado:

— Eu sei que jamais quis feri-la. Sei o quanto a ama, mas ninguém pode mudar o passado. Você tinha de compreender, para poder socorrê-la. Tinha de ver onde errou, para não tornar a fazê-lo. – Ver aquele homem tão nobre e orgulhoso de tal maneira prostrado enchia Renée de culpa, por mais necessário que ela soubesse se fazer tudo aquilo. – ficar remoendo a própria culpa não o ajudará, e muito menos a Christine, Erik: a única coisa que você pode fazer é se levantar, reconhecer seus erros e encontrar um modo de repará-los.

— Como posso sequer fitar seus olhos, depois de tudo isso? – o Anjo da Música pareia ter sido coberto por um manto de gelo e sombras, ao falar. – como lhe dirigir a palavra, como viver ao seu lado, ser seu marido? – ele segurou com fora o pulso de Renée, a raiva em seus olhos quando se ergueu, vendo o rosto da Sra. D’Albignon se torcer de dor enquanto ele decidia, furioso, se devia ou não quebrar-lhe o pulso – está feliz com isso, doutora? Eu não mereço Christine, e compreendi isso. Satisfeita?

A mulher loura parecia extremamente surpresa, mas não assustada. Com tranquilidade inacreditável, usou a mão livre para envolver o pulso que a prendia e, com uma pressão certeira e intensa sobre o nervo, adormecer a mão do homem; foi tudo muito rápido, e ele deu um grito de surpresa ao sentir o choque que se espalhou por seu braço, deixando-o dormente e fraco. A dor desanuviou a mente do Fantasma, que percebeu quase ter cometido uma idiotice.

— Não se atreva a me tocar, Monsieur – alertou a médica, serena e firme – eu sei deixar um homem inconsciente, se for preciso. – os olhos azuis se estreitaram enquanto ela vislumbrava toda a inquietude e perturbação na alma do cavalheiro – eu me pergunto o que lhe foi feito, na vida, para que carregue tal tempestade dentro de si... A raiva, o medo e a frustração que vejo em você são assustadores... O modo como transita entre suas emoções é perturbador.

— Qual a solução, então, madame? – perguntou ele, cáustico, sentindo a cabeça girar com sua luta interna entre culpa e raiva – um alienista?

— Duvido que um pudesse ajuda-lo. – Renée suspirou, e de repente tinha o semblante suave e compassivo outra vez... Aquela mulher era quase tão louca quanto o próprio Fantasma! – devo confessar que você e Christine são um caso diferente de tudo o que já vi... Mas talvez isso não seja algo ruim, no final: talvez duas pessoas perturbadas possam ser a cura uma para a outra.

— O que quer dizer? – Erik já não se arriscaria a pensar que compreendia Renée. Aquela médica estava além do alcance da compreensão humana...

— Bem, você fez uma bagunça na cabeça daquela menina... E através da confusão na mente dela, posso vislumbrar a confusão que existe na sua. E compreendendo as suas perturbações, Fantasma, posso entender melhor as que sua noiva desenvolveu – ela parecia uma leitora voraz devorando páginas de um livro, os olhos agitados e a mente trabalhando depressa – nunca fiz nada parecido, mas realmente creio que possa ajuda-los! A ambos!

— Ajudar-nos a que, mulher? Por favor, diga algo que faça sentido! De que modo pretendo nos ajudar?! Eu sou louco, e você já compreendeu... Fiz tolices suficientes para desestabilizar a mente da única pessoa a quem realmente amei, e agora você diz que pode nos ajudar? Como seria possível alguma ajuda?! – ele respirou fundo, contendo a raiva que sentia ante a própria impotência de lutar contra seus demônios mentais. Tinha raiva de si mesmo, e mais ainda da intrometida médica que, com algumas palavras, conseguira despertar suas dúvidas e receios mais firmemente trancados! Como ela ousava?! Ao acaso pensava que sua mente era um brinquedo que poderia explorar, revirar e moldar?!

“Gostei dela”— a voz de Lúcifer soou divertida – “Ela está fazendo com você o que você sempre fez com todos...”

“Cale a boca, Lúcifer!”

Fitando o misterioso mascarado, Renée podia ver a luta interna dele, e isso a enchia de piedade: não sabia qual era o passado de Erik, mas via ali alguém ferido de tantos modos diferentes que, talvez, estivesse além da possibilidade de cura. O que não significava que ela não pudesse ao menos tentar ajuda-lo. Precisava fazer isso, não apenas por Christine, mas pelo próprio Erik. Em seu íntimo, ajudar aquele casal se tornava cada vez menos uma questão profissional, e mais uma missão pessoal.

— Erik – ela se colocou frente a frente com seu interlocutor – eu sei que você não tem motivos para confiar em pessoa alguma. Não tem motivos para confiar em mim. Mas se me der uma chance, eu juro que farei todo o possível para ajuda-lo a curar Christine, e a encontrar a serenidade em si mesmo.

— Não entende, doutora? Não me importo comigo. Christine é só o que me importa.

— Então, por ela, aceite a ajuda que lhe ofereço. Ela precisa de um homem sólido e inteiro, que a ampare e enfrente a vida ao seu lado. Por Christine, aceite a ajuda que posso oferecer.

— E que ajuda é essa, madame? De que modo pode me ajudar?

— A medicina ainda não compreende completamente a mente humana, monsieur, mas... Eu já vi muitas coisas, na vida. E sei que o senhor é uma das mentes mais geniais que já conheci. Se conseguirmos encontrar a raiz de cada problema, solucioná-lo será a parte fácil.

— Não me sinto inclinado a eixar que brinque com minha mente, doutora. Geralmente sou eu quem faz isso com os demais.

— Sei disso. Mas não pretendo brincar com sua mente: pretendo conhece-la. – Erik revirou os olhos, mas não conseguiria simplesmente ignorar a médica, depois das palavras dela... Decididamente, Renée não era o tipo de pessoa que fosse minimamente possível ignorar. Após longos minutos de silêncio, ele enfim respondeu:

— Ajude-me a curar Christine. Ensine-me como mantê-la bem e a salvo, inclusive de mim mesmo. E se, neste processo, conseguir compreender algo a meu respeito... Sinta-se à vontade para sugerir “curas” para minha insanidade. – ele estava cético quanto à possibilidade de haver, de fato, alguma ajuda para si. Mas se Renée pudesse lhe dizer ao menos que atitudes ter ou não, para o benefício de sua futura esposa, então essa ajuda ele não negaria.

O semblante da médica não era de satisfação; ainda assim, aquilo já era mais do que esperara conseguir daquele homem fechado e sisudo. Teria de se contentar como o que conseguira e, com o tempo e um pouco de sorte, tentar compreender aquele enigma que era o Fantasma.

— Acho justo – concordou ela, enfim – Temos um acordo, Monsieur.

— Temos um acordo. – Ele respirou fundo, tratando de trancar cada uma de suas emoções tão fundo quanto podia – e agora, se já falamos tudo o que precisávamos, voltemos à sala de visitas, sim?

Retornaram juntos à sala de estar do sobrado, surpresos e felizes ao encontrarem Meg, Christine e Louise às gargalhadas, enquanto Madame Giry ralhava com as três acerca de alguma bobagem dita. E ver o rosto de sua amada espelhando aquela alegria pura e leve, que ele temera jamais tornar a encontrar após os últimos anos, fez o Anjo sentir seu peito se aquecer e agitar com as mesmas emoções que o tomavam ao ouvir o canto melodioso de sua musa. Nunca imaginara que uma simples risada pudesse lhe provocar tal enlevação, mas fato era que o fazia! Christine estava feliz, e essa percepção era melhor do que qualquer sensação já conhecida.

— Mas o que está havendo aqui? – perguntou Renée, sorridente.

— Oras, Renée, está havendo que Meg tem ouvido demais suas abobrinhas indecentes, e agora as repete! Vou proibi-la de falar com minha filha, ouviu? – mas a própria professora de balé ria ao dizê-lo.

— Espero que não o faça: desvirtuar Meg é um de meus passatempos preferidos! – Renée ajeitou as saias e se sentou – bem, temos de ir embora logo, mas há ainda uma coisa a dizer – e dirigiu-se a Christine – não vai conseguir fazer progressos trancando-se em casa, menina. Faço-lhe uma proposta, então: comece a trabalhar conosco no conservatório. Não formalmente, ainda, mas como voluntária. Estará entre amigos, num ambiente que lhe é conhecido, e terá a chance de fazer algo de que gosta.

Por uns breves instantes a soprano emudeceu: trabalhar no conservatório? Seria aquilo, realmente, uma boa ideia? Um calafrio lhe subiu pela espinha ante a perspectiva de estar longe de casa, ao alcance de pessoas estranhas... Não queria negar, mas hesitava em tomar alguma decisão, quando a mão de Erik pousou sobre a sua. Ela o fitou, e encontrou no olhar dele apenas compreensão e carinho quando a voz grave sussurrou:

— É uma boa ideia. Você estará a salvo, perto de Madame Giry e de Meg, e da própria doutora Renée. Qualquer delas morreria antes de deixar algum mal lhe acontecer, e assim você conseguirá recuperar um pouco sua liberdade.

— Vou achar que Renée acertou sua cabeça com algo pesado – brincou a jovem – você está, mesmo, sugerindo que eu faça algo que nos deixe afastados, mesmo que apenas por horas?

— O fato de eu não gostar não significa que não seja bom para você. – Ele já cometera muitas idiotices por não pensar no que seria bom para a cantora, em vez de para si mesmo – Acha que consegue?

Christine encarou as outras mulheres demoradamente antes de falar:

— Eu não posso garantir que estarei forte e disposta todos os dias... Não posso prometer que não terei ataques de pânico... Mas vou tentar, ainda assim.

— Perfeito! – exultou Madame Giry – o trabalho voluntário a desvincula da obrigatoriedade de ir, querida. Se algum dia não estiver se sentindo bem o bastante para ir, poderá ficar em casa sem culpas... Mas será bom para você colocar-se ativa outra vez.

— Sou obrigada a concordar, Madame... Minha cabeça está gritando por novas atividades e... – ela hesitou apenas por um segundo – quero ser eu mesma, outra vez. Mesmo que leve tempo.

Madame Giry tinha o olhar enternecido e cheio de orgulho quando, levantando-se, tomou nas mãos o rosto da jovem de cabelos castanhos:

— Estou orgulhosa de você, pequenina. – e beijou a fronte delicada – estaremos com você até o fim.

Ficou assim decidido que na segunda-feira, logo cedo, as Girys viriam buscar Christine para leva-la ao conservatório, onde encontrariam atividades para ela. Sendo hoje sexta, isso dava à garota ainda dois dias para se preparar psicologicamente para o dia, e a ideia, embora lhe causasse um temor quase visceral, também tinha algo de profundamente excitante!

— Bem, isso certamente será divertido. – declarou Meg – ah, e depois, de tarde, podemos ir à costureira que está fazendo seu vestido!

— Sim, Meg, é claro! Afinal, Christine não pode ir lá com Erik, de novo! – concordou Louise, intrometendo-se. Ante o olhar confuso de seu patrão, explicou – dá azar o noivo ver o vestido antes do casamento, todo mundo sabe disso.

— Oras, Louise, você às vezes fala como uma tola. – repreendeu Erik, mas logo foi atacado por um coro de damas a protestar – certo, certo, ignorem o que eu disse! – e riu – se o Persa não voltar logo de sua estada no interior, ficarei louco à mercê das damas...

— Ninguém consegue deixa-lo mais louco do que já é, Erik, não nos dê um mérito que não temos – disparou Antoinette, fazendo as outras gargalharem – ah, que pena... não podemos ficar mais tempo, mas voltaremos segunda pela manhã.

Despediram-se todos, e quando as Girys e Renée saíram, deixaram para trás um Erik e uma Christine diferentes dos que as haviam encontrado naquela manhã. Havia em ambos uma centelha diferente... Seria aquilo esperança? Provavelmente sim, e pusera no olhar de ambos uma luz diferente: poderiam deixar as trevas do passado para trás, e recomeçar juntos...


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Odiaram?
Renée não tem as ideias muito certas... Bater em Erik? Essa mulher realmente não tem medo do perigo, kkkkkk. Quem aí gosta dela? Essa doutora é simplesmente genial, e ainda vai dar muito nó nesse Fantasma, que não está acostumado a ter outros manipuladores ao seu redor. Éééé, filho, melhor se cuidar, ou ela rouba o título, viu?
Deixem suas reviews, se acharem que merecemos!
kisses!