Narrador

VOCÊ NÃO VAI ME INTERROMPER, VAI?

— Seria uma tremenda falta de educação – Clover fala enquanto lixava as unhas.

ÓTIMO.

ERA UMA VEZ UM BELO CASAL.

— Que eram muito felizes, mas lhe faltava uma coisa – Skyler fala da plateia.

BEM QUE EU DESCONFIEI, ESTAVA BOM DEMAIS PARA SER VERDADE.

Suspiro e semicerro os olhos para ela, que dá de ombros desinteressada.

CONTINUANDO... ESSE CASAL ALMEJAVA MUITO TER UM FILHO, MAS NÃO PODIAM POR CAUSA DE UMA MALDIÇÃO QUE HAVIA NA SUA FAMÍLIA.

— Nossa, uma coisa é você ser amaldiçoado por fazer algo ruim, outra é nascer amaldiçoado – Lydia nega com a cabeça – pobre Rapunzel.

— Faz inseminação artificial ué – Clover comenta.

NÃO EXISTIA ISSO NAQUELA EPOCA, E ISSO É UM CONTO DE FADAS, DÁ PRA CALAR A BOCA?

— Até parece que ninguém sabe que o casal vai procurar a malvadona – Lydia bufa entediada.

ONDE EU ESTAVA? AH SIM... POR UM GRANDE MILAGRE, A MULHER ENGRAVIDOU.

— Leia-se, pulou a cerca – Skyler ri com as outras.

NO ÚLTIMO MÊS DE GRAVIDEZ, A MULHER TEVE UM DESEJO ENORME DE COMER RAPONCIOS, QUE ERA UMA ESPECIE DE NABO MUITO RARO E QUE SÓ CRESCIA NO POMAR DA FEITICEIRA.

— Gothel – Lydia grita e eu nego.

— Credo, nabos, eu odeio nabo – Madison faz careta.

POR DUAS NOITE, O HOMEM INVADIU O POMAR DA FEITICEIRA PARA SACIAR O DESEJO DA ESPOSA, MAS NO TERCEIRO DIA, A FEITICEIRA O PEGOU ROUBANDO E O ACUSOU. O HOMEM IMPLOROU POR MISERICORDIA, E A BRUXA CONCORDOU EM LIVRA-LO, MAS EM TROCA, ELE DEVERIA ENTREGAR A CRIANÇA QUE SUA ESPOSA DARIA A LUZ. E ASSIM FOI FEITO, QUANDO O BEBE NASCEU, ELA FOI ENTREGUE A FEITICEIRA, QUE A NOMEOU DE RAPUNZEL.

QUANDO A GAROTA COMPLETOU SEUS 12 ANOS, ELA FOI TRANCADA EM UMA TORRE, SEM PORTAS OU ESCADAS. ALI, HAVIA APENAS UMA JANELA, POR ONDE A BRUXA ENTRAVA SEMPRE QUE GRITAVA.

— Rapunzel, jogue as suas tranças.

E ASSIM, RAPUNZEL JOGAVA SUAS TRANÇAS, ATÉ QUE EM UMA BELA NOITE, EM VEZ DA BRUXA, FORA UM BELO PRINCIPE QUEM APARECERA ALI NAQUELA TORRE, ESCALANDO OS CABELOS LOIROS DE RAPUNZEL, QUE ESTAVAM PENDURADOS NA JANELA.

— Olá senhorita – fala Christian, o príncipe.

— Cri, cri, cri – Madison imita rindo.

— Gente, cadê a Clover? – Christian pergunta sério.

CLOVER? ALGUÉM SABE ONDE FOI PARAR A CLOVER?

10 minutos depois...

— Oi gente, desculpe a demora, surgiu uma fofoca quentíssima e eu precisava ouvir – Clover fala entrando no palco e se sentando em sua cadeira – até ganhei um pote de Nutella, não resisti.

SKYLER, ALGUÉM JÁ LHE DISSE QUE NÃO SE DEVE INTERROMPER A NARRAÇÃO DOS OUTROS?

— Ninguém liga diretor – Skyler dá de ombros.

Suspiro.

— Olá senhorita – fala novamente o príncipe.

— Quem é você? – pergunta Clover, a Rapunzel, ela tinha uma frigideira na mão.

— Sou o príncipe.

— Me admira o fato dos príncipes da Disney não terem nomes, será que são indigentes? – Skyler murmura.

— Ou são criminosos sexuais, pense bem, os contos dos irmãos Grimm faz sentido – Lydia dá de ombros.

QUANDO FOI QUE ISSO SE TORNOU UMA TEORIA DA CONSPIRAÇÃO?

Elas me olham e dão de ombros.

OKAY... E ASSIM, TODAS AS NOITES DEPOIS QUE A BRUXA IA EMBORA, O PRINCIPE ESCALAVA A TORRE PARA VER RAPUNZEL, ATÉ QUE CERTO DIA, QUANDO A BRUXA GRITOU PELO NOME DE RAPUNZEL A MESMA NÃO APARECEU. FURIOSA, A MULHER ENTROU PELA ESCADA ESCONDIDA E SUBIU ATÉ O QUARTO DE RAPUNZEL, O QUE ELA NÃO ESPERAVA ERA QUE RAPUNZEL ESTAVA PRONTA PARA DAR-LHE UMA PANELADA NA CABEÇA. O QUE RESULTOU NA BRUXA CAINDO PELA JANELA DA TORRE.

A VELHA GRITOU FURIOSA, RAPUNZEL VIRARA UMA GAROTA REBELDE E A DIAS NÃO LHE OBEDECIA MAIS, E SEMPRE DEMORAVA DE JOGAR OS CABELOS.

— Rapunzel, eu sei que anda se encontrando com o príncipe bonitão – fala a velha e Rapunzel coloca a cabeça na janela, desconfiada.

— O que, tem olho nas costas agora? Se bem que com essa verruga eu não duvido de mais nada – Rapunzel semicerra os olhos – diz ai, o que você tem a ver com isso?

A VELHA NÃO LHE RESPONDEU, APENAS DEU AS COSTAS E FOI EMBORA. NA NOITE SEGUINTE, O PRÍNCIPE VEIO VISITAR RAPUNZEL E A VELHA LHE EMPURROU ENTRE OS ESPINHOS QUE CRESCIA ALI PERTO.

— Ficou louca mulher? – o príncipe grita exasperado, enquanto se levantava.

— Era para você estar cego – a mulher grita.

— Cega deve estar você, que não olha por onde anda e se esbarra nos outros – ele pega o espinho e joga nela – e para a sua informação, isso é plástico, não é de verdade.

A VELHA FURIOSA, DEU AS COSTAS E MAIS UMA VEZ SAIU DALI. O PRÍNCIPE APENAS IGNOROU E CHAMOU RAPUNZEL, QUE RAPIDAMENTE LHE JOGOU OS CABELOS, MAS AO CHEGAR DENTRO DO QUARTO, PERCEBEU QUE O CABELO PELO QUAL ESCALOU NÃO ESTAVA PRESO NA CABEÇA E SIM EM UM CACHORRO.

— Rapunzel? – o príncipe chama confuso, enquanto olhava para o cachorro.

— Quer dizer que agora eu pareço um cachorro? – Rapunzel sai do banheiro com os braços cruzados, os cabelos curtos e uma expressão incrédula.

— Achei que a velha havia lhe transformado em um animal, agora a pouco ela tentou me cegar com espinhos de plástico.

— Não liga não, ela anda meio ranzinza e biruta – Rapunzel dá de ombros – acho que é a idade.

— Nós podemos sair daqui?

— Pera aí rapidinho – ela vira e olha para o alçapão no chão, de onde vinha um barulho – é aquela louca subindo as escadas.

— Esse barulho é das escadas?

— Não, é a coluna dela mesmo.

— Credo – o príncipe nega e franze o cenho – o que faremos com ela?

— Eu tenho um plano.

ENTÃO ASSIM QUE A VELHA SAIU PELO ALÇAPÃO, NA TENTATIVA DE AMALDIÇOAR OS DOIS, RAPUNZEL RIU E JOGOU UMA PANELA NA CABEÇA DELA, FAZENDO-A DESCER AS ESCADAS ROLANDO.

— Agora sim, podemos ir – Rapunzel pisca e limpa as mãos.

O PRINCIPE ENTÃO PEGOU O CABELO E SE PREPAROU PARA DESCER, MAS RAPUNZEL NEGOU RINDO E APONTOU PARA A ESCADA, DANDO A ENTENDER QUE TERIAM MENOS TRABALHO PARA SAIR DALI. ENTÃO OS DOIS PARTIRAM PARA O CASTELO DO PRÍNCIPE E VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE.