Crazy, Crazy Time escrita por Arabella McGrath


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo, se pudessem leiam as notas da história. De qualquer forma, boa leitura a todos. :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695867/chapter/1

O doutor Emmett Brown estava trabalhando na sua mais nova invenção. Não era uma invenção convencional; aliás, se qualquer pessoa que não fosse seu cachorro descobrisse a sua engenhoca, ele estaria ferrado. Porém, ele estava gostando de trabalhar nela. Brown estava modificando o DeLorean DMC-12 ainda e, assim esperava, que em breve ele poderia usá-la. Os últimos detalhes estavam sendo feitos e depois... era só atingir oitenta milhas por hora e ir para outros tempos! Mas ele ainda estava receoso... Os terroristas líbios ainda estavam por aí, e certamente estavam procurando por ele.

 

Por fim, bolou um plano: assim que terminasse os detalhes, iria chamar a polícia e dar todos os detalhes possíveis que ele sabia. Com certeza, essa era a melhor opção. Mas aquela opção o levaria a uma aventura ainda mais inimaginável que a primeira.

 

*

 

Bem, até agora nada de terroristas líbios, então Emmett Brown achava que era um bom sinal. Colocou seu cachorro no DeLorean e, usando o controle remoto, fez a primeira viagem no tempo!

 

Seu coração palpitava de emoção, tanto que ele achava que iria sair do peito. Tentou se controlar, mas simplesmente não conseguia! Até que ouviu algo. Na verdade não era algo, afinal, ele conhecia aquele som. Era o som característico da van dos líbios. Que, por sorte, ainda estava um pouco longe. Suspirou fundo e correu para pegar o plutônio, colocou-no e pulou dentro do carro, mas não antes de ouvir — e também sentir — um tiro. Começou a se apressar e, num ato impensado — causado por, novamente, o susto do tiro —, simplesmente ligou os motores e começou a dirigir. A partir de 88 milhas por hora ele estaria viajando no tempo!

 

10 milhas. 30 milhas. 50 milhas. 88 milhas. E...!

 

*

 

Senhor? Você está bem, senhor? — uma voz feminina ao fundo perguntava. Ela era calma e, segundo seu nariz — que, aliás, nunca falhava! —, ela era enfermeira. Conseguia sentir fluidos corporais e sangue de longe!

 

Sim, sim. Por que eu estou num hospital?

 

Um bom casal achou o senhor num carro. O senhor está melhor? Parece ter sofrido somente uma dor de cabeça, mas um doutor quer examiná-lo melhor.

 

Não, não! Não precisa, obrigado — disse, finalmente abrindo os olhos. A mulher era simpática, tinha cabelos loiros e olhos azuis e aparentava ter quarenta e poucos anos. — Agradeço desde já! — cortou-na ríspida, antes dela sequer falar alguma coisa. — Já posso ir?

Agora eu que tenho que tenho que dizer não, senhor! — falou e deu uma gargalhada. — O senhor precisa ter permissão de familiares para sair de um hospital, devido a sua idade. Um doutor irá em breve examiná-lo. Agradeço a cooperação.

 

Mas...! Eu sou doutor! — berrou Emmett, enquanto a enfermeira deu um pequeno riso enquanto se afastava. — Ok, ok...

 

No final isso não valeria de nada, mesmo... Mas com certeza ele adoraria saber onde estava. Será que estava no futuro? Ou passado? Ou ainda estava no seu tempo? E o local, onde estava? Ainda estava em Hill Valley? Resolveu perambular um pouco pelo hospital.

 

Olhou em volta. Ele estava num corredor. Diferente dos hospitais de Hill Valley, aquele era limpo e parecia ser ao menos descente. Olhou para sua roupa. Era uma camisola, mas também era um pouco diferente de outras que já tinha visto...

 

Levantou-se e, apesar da tontura inicial, começou a andar por aí. Como constatou inicialmente, era um hospital limpo. Limpo até demais. Emmett tentou ao máximo se desviar das enfermeiras, que o olhavam preocupadamente, até que chegou à sala de espera. Lá estava três jovens um tanto que atordoados. Uma delas era loira, tinha cabelo ondulado e uma carinha de “anjo”. O outro era moreno, tinha cabelos lisos e curtos e uma carinha de “não tô nem aí”. O terceiro era negro e tinha cabelos da mesma cor, sua cara em si já era extrovertida, mas seus olhos estavam preocupados.

 

O que houve com vocês, jovens? — perguntou o doutor de repente e sentou na frente deles. Os jovens estranharam e até mesmo ele se estranhou.

 

Nossa amiga está... hm, doente, senhor. Agradeço a pergunta — disse a menina.

 

Ah... Bem, melhoras para ela! E uma coisa que eu percebi é que vocês são bem educados. Na minha “terra” não é assim... — e deu uma risada. O terceiro olhou-o com uma cara de reprovação, enquanto a menina e o outro menino estavam prestes a rir.

 

De onde você é? — perguntou o segundo menino.

 

De uma cidade chamada Hill Valley... E, hm, onde estamos? Ah, deus! Que insensível eu sou! Qual o nome de vocês? E da amiga? Desculpem-me por isso, eu estou ficando velho mesmo...

 

A menina tocou em seu braço, com uma pequena risada. Emmett sorriu para ela, que retribuiu.

 

Nunca ouvi falar de uma cidade chamada Hill Valley. E, claro, estamos em Liverpool. — Nesse momento o doutor quase enfartou. “Liverpool? A cidade dos Beatles? Na Inglaterra?!”, pensou. A menina o encarou antes de continuar. — Meu nome é Tessa Claphan, aquele é o — e apontou para o segundo menino — Oliver Blecher e, por fim, Conor Horace. A nossa amiga é...

 

Oi — falou uma menina com cabelos curtos castanhos e olhos verdes. Emmett a olhou assustada, que retribuiu o olhar. Tessa deu uma pequena risadinha.

Essa é a Tristin Greenhow, senhor — disse Tessa, apontando para a amiga. — E qual o seu nome?

 

Hã, é, eu sou Dr. Emmett Brown. Agradeço a vocês por falar a localização, mas eu realmente preciso ir! — exclamou o doutor enquanto levantava e começava a correr. Até que se lembrou de uma coisa e acabou voltando. — Em que ano estamos mesmo? — Todos os jovens estavam achando que ele era doido, Emmett conseguia ver pelo olhar.

 

Hm, em 1985 — falou Conor numa cara um tanto que duvidosa.

 

Agradeço! Espero que nos vejamos noutro momento! — E começou a correr descontroladamente. Via algumas pessoas o olhando com reprovação e espanto, inclusive a enfermeira que cuidara dele inicialmente.

 

Emmett conseguiu sair do hospital e tomou um baita susto ao ver como era aquele local. Infelizmente, o palpite dele estava se concretizando. Ele sempre pensava, mesmo que pouco, em outra coisa, um tanto que parecida em viagens no tempo... Viagens entre mundos.

 

Ele preferia não tomar ações precipitadas, apesar de que tudo apontava para universos alternativos. Mesmo assim resolveu ir a uma biblioteca. Começou a andar pelas ruas. Aparentemente nada era tão diferente do seu mundo. Claro, a vestimenta, o sotaque e o “jeito” pessoal era diferente, mas nada muito radical. No caminho todas as pessoas o olhavam, achando que provavelmente ele devia ir para o manicômio, mas o doutor não ligou.

 

Ao enfim chegar na biblioteca, Emmett começou a procurar livros sobre história. Acabou achando um facilmente, chamava-se “A Não Sucedida Independência de New York”. Nele, falavam que a independência dos EUA não foi realizada porque os ingleses fizeram um trato com eles, o que acabou fazendo praticamente todos desistirem e quem não desistiu foi preso. Contou, também, como tinham sido os anos após disso. Como a colônia virou New York e a cidade foi feita, o progresso dos ingleses... Emmett ficou cansado daquelas tais baboseiras, mas teve que admitir que parecia ser fácil morar ali. O governo acabava por ajudar bastante na vida dos idosos e bem, ele era idoso.

 

Ele gostaria de voltar para seu universo, é claro, mas ele não via como. Até entrou em uma batalha consigo mesmo! “Mas e se não for o que você acha? E se estivermos na Inglaterra?”, perguntava uma parte de Emmett e o outro respondia “Que outra explicação teria? Para além que você leu os livros?”. Porém, ele resolveu procurar mais informações a respeito de universos alternativos. Os livros diziam que era possível pela física e que havia meios, apesar de ainda não possíveis. O único meio que seria ao menos um pouco possível eram os buracos de minhoca. Emmett pensou seriamente em acrescentar um DeLorean no livro.

 

Agora Emmett teria que pensar a respeito. Quer dizer, o que ele faria agora? Tinha os projetos do governo para idosos, mas o que ele diria a respeito da sua identidade? “De outro mundo”?

 

Então ele lembrou do seu cachorro... Oh, o que tinha acontecido com ele? Esse seria seu primeiro passo! Procurar seu cachorro. Após isso ele iria pensar no que fazer. Isso. Esse seria o plano.

 

*

 

Oh, Einstein... Você está bem, garoto? — perguntou carinhosamente o doutor enquanto acariciava suas orelhas. — Eu irei levá-lo, obrigado.

 

E assim deu adeus ao canil, onde os atendentes olhavam-no estranho e um deles fez um sinal falando que ele era maluco. Emmett não se importou afinal, e começou a andar novamente pela cidade. Será que lá era Hill Valley? Com tantas mudanças na história ele não poderia dizer. Resolveu ir para a segunda parte do seu plano: achar o DeLorean.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Por favor deixem seus feedbacks nos comentários. Me ajudarão bastante com a história. ^_^ Além de que não demora nem dois minutinhos! Comentem, sim?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Crazy, Crazy Time" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.