Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 7
Pagina virada


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, como estão?!
Aqui vai mais um capítulo cheinho de amor direto do forno para vocês ♥ ♥ ♥
Obrigada gente, vocês são sensacionais de verdade, muito obrigada pelos comentários, favoritos, pelo carinho ♥ ♥ ♥



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— Claro que não louca, o Cebola, aquelas mãos pesadas sabe, aquele abraço apertado – Fechei os olhos enquanto repassava as cenas na cabeça.

— Ihhhh menina, que papo pesado, vou dormir que ganho mais – Ela se cobriu apagando a luz.

— Hey, nem me troquei ainda – Eu me levantei num pulo acendendo o abajur, já falei que não gosto de escuro?

— Então vai logo, fica sonhando ai acordada, esqueceu que ele nem sabe seu nome de verdade? – É ela tinha razão.

— Credo como você é má – Eu conclui trocando de roupa, e deitando na cama tentando pegar no sono.

— Ta... Me conta, quem é aquele bofe? – Ela pediu rindo e jogando um travesseiro em mim, que no escuro não entendi direito da onde veio.

— Nãooo, só de raiva também não conto – Eu brinquei devolvendo o travesseiro para qualquer lado, e percebendo instantaneamente que devia ter quebrado alguma coisa da cômoda pelo barulho.

— Pode falarrrrr, ah e se quebrou algum dos meus perfumes você vai pagar, esteja ciente – Ela riu.

— Nem vem, não tenho culpa se está tudo escuro, não enxerguei o que estou fazendo – Caimos na gargalhada – Ai De, ele é incrível, mas acho que conhece meu irmão.

— E que que tem? – Ela me perguntou no silencio da noite.

— Que o Titi me mataria por 50 motivos no mínimo – Eu conclui virando para o lado tentando pegar no sono.

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Só tentando mesmo, porque naquela noite não consegui pregar os olhos, olhei para a Denise minutos depois e ela dormia tranquilamente, agoniada vi o tempo passar e a noite ganhar forma de dia, assim que começou a clarear, puxei minha mochila silenciosamente e tirei meu diário de dentro, peguei uma caneta e comecei a escrever sem parar, sentia falta daquilo.

Desejei em vão que eu tivesse pegado o número dele para mandar mensagem porque ele provavelmente não mandaria, será que era normal pensar tanto assim em alguém que conheço há um dia?

Foram duas paginas inteiras do diário para explicar sobre a festa, nem lembrava qual era a última vez que eu tinha escrito tanto assim, guardei-o cuidadosamente, e voltei para baixo do cobertor, aos poucos como se eu tivesse desabafado e me acalmado, o topor foi tomando conta e minutos depois, eu já estava dormindo.

—-

POV Cebola

Cheguei em casa e olhei no relógio eram cinco da manhã, troquei de roupa jogando-as na cadeira, e deitei de qualquer jeito na cama, estava morto de cansaço e ainda tinha futebol de manhã, a festa pelo menos tinha sido um sucesso. Chequei o celular, e em pouco tempo o sono tomou conta fazendo com que eu o derrubasse no chão.

Tive uns sonhos estranhos, envolviam a menina, como é mesmo o nome dela? Ah a Mel... Isso, sonhei com a Mel, eu ficava com ela de novo em uns lugares estranhos, ela ria e que sorriso lindo... Acordei com o Sol esquentando meu rosto pela fresta aberta da janela e o despertador me avisando que o que parecia ter sido 10 minutos de sono na verdade foram cinco horas, era hora de acordar.

Passei a mão sobre a cabeça e me levantei, tomei um banho correndo, coloquei minha roupa, peguei a mochila do futebol, e sai pegando uma fruta na mesa e me despedindo dos meus pais que tomavam café ao lado da minha irmã. Sim, tenho uma irmã de 15 anos que vive no meu pé, a Maria Cebolinha.

Encontrei o Cascão na porta da casa dele e seguimos juntos para a quadra, hoje o Titi não iria, parece que levaria a irmã para algum lugar, sei bem como são essas coisas, experiência própria, quando minha irmã quer sair viro motorista particular dela, sendo assim tínhamos que encontrar alguém para substituir o lugar dele de meio campo, pior que o reserva não é lá essas coisas e não podíamos perder o jogo de hoje de jeito nenhum.

Entramos no vestiário e a cara do time inteiro era de cansada, Cascão teve que tomar seu lugar de capitão para animar o pessoal. Tirei a calça para colocar o uniforme, e um papel caiu de lá diretamente para o chão, quem pegou foi o Casão que não teve dúvidas em abri-lo para ler.

— Opa, um número aqui, de quem é? – Ele perguntou jogando o papel novamente na minha direção.

— Ahhh Cascão, é da gatinha que eu fiquei na festa – Eu contei guardando o papel novamente.

— Pode crer, eu bem vi que você sumiu quase a festa toda, quando olhei estava no balcão agarrado com a mina – Xaveco contou.

— Eu também vi, se deu bem garanhão – Cascão brincou enquanto amarrava a chuteira.

— E a Amanda? Não falou nada? – Xaveco me perguntou, sabia que a menina era bem possessiva.

— Ela nem viu, e eu não tenho nada com aquela louca – Eu conclui terminando de me arrumar – Bora jogar?

—-

POV Monica

— Cara não acredito que o papai vai me fazer perder o jogo – Titi reclamou pela vigésima vez na mesa do café. – É um dos mais importantes da liga toda, se passarmos vamos pra final.

— Você não cansa de reclamar não? – Eu perguntei bocejando. – Eles te substituem e já era, você não deve ser tão bom assim.

— Cala boca pirralha, não me enche – Ele me atacou, como sempre. – E eu sou ótimo, poucos gols atrás do artilheiro do campeonato.

— Aff que mau humor, não era pra você ta todo animado? A festa foi tão ruim assim? – Eu perguntei comendo uma torrada.

— Claro que não, a festa foi demais, estava lotada – Ele contou, como se eu já não soubesse. – Pena que você não pode ir, iria amar – Me provocou rindo de canto.

— Posso imaginar – Eu fechei a cara.

— E você? Chegou muito cedo aqui, não dormiu não? – Titi me perguntou encafifado.

— Acordei cedo, sem sono, e não queria ficar lá vendo a De dormir – Contei calmamente.

— Hum, criança é assim mesmo – Ele sorriu.

Eu já ia atacar novamente quando meu pai entrou na cozinha e instantaneamente ficamos mudos.

— Vocês têm uma hora pra tomar banho e se arrumar, vamos sair meio dia – Ele informou tirando a mesa do café – Façam isso civilizadamente.

— Ouviu seu brucutu – Eu mostrei a língua pro Titi e sai correndo pro meu quarto.

—-

Até que o almoço foi legal, O Titi conversou civilizadamente, nos contou um pouco da festa, meu pai falou sobre a palestra e eu das minhas notas, porém mesmo depois de satisfeita, meu estomago continuava a doer, sentia uma ansiedade anormal de que meu celular tocasse, esperei em vão e sem sucesso, será que eu sonhei tudo que tinha acontecido?!

De qualquer forma iria embora hoje, então de que adiantava me iludir? Era típico de um relacionamento impossível, isso, vou escrever isso no meu diário, quem sabe um dia não vira conto de fadas?!

Chegamos novamente em casa e corri pro meu diário, precisava colocar isso pra fora de alguma forma. Comecei a escrever sem parar, e o que me despertou foi o Titi gritando alguma coisa no quarto ao lado, levantei num pulo e encostei a cabeça na parede para ouvir melhor o que ele dizia.

— Ah cara, fala sério, não acredito que perdi isso, foi de virada? – Ele perguntou no celular andando de um lado para o outro dentro do quarto – Eu não podia ter faltado nesse jogo velho.

— É a Monica, minha irmã mais nova, meu pai nos levou para almoçar, mas me fala e o Arthur fez algum gol? – Ele continuou a conversar impaciente, se eu pudesse daria um pontapé nele.

Vi que era só mais um ataque histérico dos que ele sempre tinha, e me virei para arrumar a bolsa, assim que dei as costas para a porta, ouvi um nome que me fez voltar, com um pânico invadindo meu estomago, ele pronunciou com todas as letras o nome da pessoa na qual falava no telefone.

— Ah Cebola, você ta ligado que agora é treino dobrado cara, a final está chegando e não quero perder pra facul deles nem a pau, vou avisar o Cas pra ele dar um alo pro time, tentar marcar dois treinos na semana, falou. – Ele desligou a tempo de eu correr novamente aos meus afazeres.

Não sabia se chorava ou ria, poderia ser engraçado um dia lá no futuro quando eu lesse meu diário para um dos meus filhos, não sei, mas agora eu estava em pânico, analisei rapidamente na minha cabeça, quais seriam as chances de isso ser um problema, e de existir outra pessoa com o nome de Cebola no mundo, a resposta de ambas não me ajudaram em nada.

De repente o melhor seria ele realmente não me ligar, nem mandar mensagem, e nem se lembrar do meu rosto se um dia me encontrar na rua, mas como eu faço para minha expectativa entender isso?

Voltei para o diário e atualizei os últimos acontecimentos em silencio, a tempo de ouvir meu pai me chamando para ir embora.

Peguei meu fone e me despedi do meu irmão, eu sabia que no fundo ele me amava, igual ou até mais do que o que eu sentia por ele, mas a vontade de me encher o saco prevalecia e talvez essa fosse uma forma do Titi demonstrar.

“Ele teria um ataque se descobrisse o que fiz ontem, me mataria, contaria pro meu pai, que também me mataria, e contaria pro Cebola que nunca mais iria olhar na minha cara. Não parece um final bom para a Cinderela” terminei de escrever no meu diário e o guardei na bolsa, olhei pela janela do carro e vi a placa Ribeirão se aproximando, desejei que aquela noite junto com a cidade que eu acabava de deixar, ficasse para trás.


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Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho ♥
Será que a Monica vai conseguir deixar essa história para tras?
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥



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