Meu querido diário escrita por JéChaud


Capítulo 35
Fora de questão


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, como estão?!
Aqui vai mais um capítulo cheinho de amor direto do forno para vocês ♥ ♥ ♥
Muito obrigada pelos comentários, favoritos, pelo carinho ♥ ♥ ♥
Amo vocês ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695837/chapter/35

Naquele momento já não conseguiria distinguir se ainda nos gostávamos, ou se só o que tinha restado era a saudade de algo que nem tínhamos vivido.

Só sai do transe quando ouvi um barulho atrás da mesa, virei rapidamente e vi a professora Camila entrando na sala.

— Vamos Cebola? – Ela chamou me alertando, tinha esquecido totalmente da reunião de professores.

— Ah, verdade, vamos, claro – Eu concordei a seguindo pela porta.

— Estava concentrado, te atrapalhei? – Me perguntou docemente.

— Claro que não, estava lendo o jornal do colégio só isso, nada demais – Conclui sorrindo – Você nunca incomoda.

—-

POV Monica

Quanto mais eu estudava, mais apareciam coisas para revisar, os dias simplesmente voaram e nem me dei conta que o final de semana havia chegado. Na escola estávamos nas semanas finais de provas, e a agitação do pessoal era notável. Entre formatura, notas e vestibulares a turma da sala estava inteira em pânico.

A pressão nesse colégio era muito maior do que no meu anterior, não que o ensino não fosse bom no antigo, mas esse era muito mais rígido, um medo que eu nunca tinha sentido antes de reprovar, agora percorria todo o meu corpo e assombrava minhas noites, nas quais eu passava acordada apavorada com a possibilidade de aprovação da UOP e reprovação do colégio.

—-

Era sábado de manhã, acordei antes do horário, na verdade nem dormir eu tinha conseguido direito, passei a última noite inteira lendo livros atrás de livros. Faltavam exatas 3 horas para o meu vestibular e eu comecei a entrar num pânico surreal, revisei tudo que eu consegui imaginar de matéria que pudesse cair, enquanto a Magali não chegava de viagem, a saudade que eu sentia dela se igualava a ansiedade de prestarmos a prova.

Como se lesse meus pensamentos, ouvi a campainha tocar, desci correndo as escadas e sai em disparada para atender, quando abri a porta a primeira reação que tive foi gritar e abraça - lá, fazendo meu irmão e pai se assustarem.

— Amiga, que saudadee.... – Soltei do abraço a olhando atenta, dando espaço para o seu Carlito passar.

— Migaaaaaaaaaa! – Ela retribuiu me dando outro abraço apertado.

— Oi tio Sousa, oi Titi! – Ela os cumprimentou com um aceno, eu fiz o mesmo com o pai dela e em seguida corremos para o meu quarto.

Nem preciso dizer que passamos a uma hora que tínhamos antes de sair para a prova tentando nos atualizar de todos os assuntos imagináveis. Enquanto eu arrumava minha mochila, ela me contava que o Quim tinha tentado voltar, e que ela quase cedeu, e que as vezes sentia saudade dele, mas não a ponto de querê-lo novamente. Depois me contou que a cidade continuava parada, que o colégio perdeu na final do vôlei e que tinham mudado uns carinhas lindos para o bairro. Essa última noticia me deixou injuriada, morei quase a vida inteira lá e isso nunca tinha acontecido. Também fiquei triste pelo time da escola, eu sabia o esforço do meu ex treinador para os manter sempre no topo, pelo menos medalha de prata eles tinham conquistado.

Tentei sem muitos detalhes explicar minha atual situação com o Cebola, se é que tinha alguma, lhe falar sobre o Fabinho e sobre o jornal no qual eu estava fazendo parte, mas quando menos esperávamos e no meio de um relato doloroso sobre eu ter visto o Cebola andando pelos corredores com a professora Camila de história, o Titi apareceu na porta informando que estávamos atrasadas.

Não esperamos duas vezes para corrermos e entrarmos no carro. Como o assunto professor era terminantemente proibido na frente dos nossos pais, no caminho para o campus da faculdade onde realizaríamos o vestibular, começamos a planejar o que eu faria no meu aniversário, estávamos tão eufóricas pelo reencontro, que milhares de idéias surgiam em nossa cabeça a todo momento. Entre barzinhos, baladas, festas e pigarros dos nossos pais, tagarelamos sem parar até sentirmos o carro freiar.

— Chegamos – Papai avisou soltando o cinto em frente a um prédio de vidro azulado duas vezes mais alto e largo do que os residenciais. Na entrada lia-se em uma placa de vidro igualmente insufilmado as palavras: Unidade São Paulo – UOP.

— Ual, aqui é realmente lindo – Magali desceu olhando encantada.

— E olha que é só a parte administrativa de São Paulo, imagina a faculdade mesmo lá em Ouro Preto – Comentei animada.

— É muito bonita mesmo – Papai se admirou com um sorriso, sempre sonhou que eu entrasse em uma faculdade boa, assim como a dele.

— Bom estão prontas? - Seu Carlos perguntou orgulhoso.

— É... Acho que sim – Respondi com um frio na barriga, vendo diversos estudantes entrarem tão ansiosos quanto nós.

— Quando saírem da prova nos avisem, boa sorte! – Eles desejaram entrando para o carro novamente assim que nossas inscrições foram confirmadas na porta.

Entramos um tanto quanto tremulas para o saguão, analisei por alguns segundos, totalmente impressionada a estrutura do local, era bonita e sobre as paredes podíamos ver diversos títulos e troféus conquistados pela faculdade intitulada mestre em comunicação social e propaganda.

Esperamos um pouco impacientes, e somente quando nos deram a folha de instrução, que percebemos termos caído na mesma sala devido a letra do nome. Reparamos juntas na informação e com um sorriso cheio de euforia nos entreolhamos.

Era o meu primeiro vestibular, e o único que eu queria prestar, tinha esperado a vida toda por aquele momento, não podia de forma alguma deixar escapar essa chance, então tentei apagar todas as preocupações e problemas da minha cabeça para focar na matéria.

Subimos curiosas quatro andares inteirinhos e só quando chegamos no corredor certo que percebemos o tanto de candidatos que tinham para disputarem talvez todos para a mesma área, o que elevaria a nota de corte. Desejei do fundo do coração que pelo menos metade deles focassem em outros cursos, como publicidade, marketing, ciências sociais, e deixassem o jornalismo só para a minha sala, mas eu sabia que não era bem assim. Só naquele corredor passamos por aproximadamente sete salas, todas com no mínimo uns 60 estudantes em cada o que embrulhou meu estomago. Qual seria a chance de passar? 2 por cento talvez? Chacoalhei imediatamente a cabeça quando a Magali me cutucou indicando a entrada do orientador em sala.

Não demorou muito para pegarmos as provas e em questão de segundos o sinal para começarmos foi dado, tínhamos quatro horas para respondermos mais de cem questões diversas.

Preenchi rapidamente meus dados e em seguida comecei a responder uma por uma as questões de português, pelo menos as 30 primeiras eu iria bem, literatura  eu tiraria de letra. Cheguei na geografia, passei pela história, pela fisica com um pouco de dificuldade e quando entrei em matemática e suas ciências, uma das questões me fez perder imediatamente o foco.

“Em uma aula de Ed física o professor que demarcava a quadra se deparou com uma duvida, como calcularia a área exata do circulo que faria no meio?...”

Por alguns segundos parei de ler a pergunta e meu pensamento me pregou uma peça, me levou direto para o único professor de Educação Física que eu queria como mais que um amigo, a imagem do Cebola dando aula tomou conta da minha cabeça, e meu olhar totalmente sem foco pairou sobre o ar condicionado pendurado na lateral da parede. Se não fosse pela Magali me dar um chute na canela, eu teria esquecido da prova e perdido vários minutos que naquela situação eram muito valiosos.

—-

POV Cebola

Acordei mais cedo naquele sábado, tinha combinado de correr no parque, e era exatamente isso que estava fazendo, quando entrei na terceira volta sem parar, meu pensamento caiu inexplicavelmente sobre a Monica, alguma coisa fez com que o rosto dela invadisse minha mente, uma faísca da saudade que ainda existia guardada, martelou em meu peito, rapidamente tratei de tentar esquecer. Peguei a garrafinha de água que levava nas mãos e joguei em minha cabeça para refrescar os pensamentos que queimavam sob o Sol quente daquele sábado.

— Cheguei – Uma voz familiar me despertou do devaneio.

— Até que não se atrasou tanto hoje – Eu ri a cumprimentando. – Só dei três voltas no parque.

— Hey, nem me atraso tanto assim vai!  – Ela me respondeu sorrindo enquanto tirava um dos fios rebeldes de cabelo do meu rosto.

— Bom tirando a uma hora que te esperei ontem, realmente nem tanto. – Comentei a encarando em seus olhos verdes.

— Claro, queria ficar bem bonita pra você – Ela comentou prendendo os cabelos em um rabo de cavalo.

— Camila, você já é linda – Conclui a admirando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom pessoal, espero que tenham gostado ♥ ♥ ♥
Se puderem deixem seus comentários, são super bem vindos, e lidos com muito carinho ♥
Beijãooo e até o próximo capítulo ♥
Obs. Não briguem comigo amores 3 Confiem ♥
Quem já leu a 98?
Amo vocês ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu querido diário" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.