A Assassina e o Alquimista escrita por Lilás


Capítulo 52
EXTRA – Prólogo no Céu


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos.
Com prometido, a última atualização da história. Acho que muita gente não vai entender muito o início desse capítulo. Lembro de ter dito que esse capítulo seria um pouquinho diferente dos outros. Para começar, até aqui todos os capítulos contavam com a presença de pelo menos um dos nossos três protagonistas (Akame, Edward e Alphonse) porém, nesse capítulo, nenhum deles aparece e, mesmo assim, o que acontece aqui influenciará diretamente na vida deles.
Bom, eu explico melhor nas notas finais, acho.



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Em uma sala de aspecto oval e mal iluminada, um homem caminhou solitariamente até o centro do cômodo e seus passos ecoaram pelas paredes úmidas. Apenas pelo fato de ser alto, aquele homem chamava atenção, mas sua forma extravagante de se vestir era ainda mais gritante. Ele usava um elegante terno branco, luvas roxas, uma gigantesca cartola e calças bufantes. Como se não bastasse tudo isso, seus cabelos tinham um tom meio arroxeados e suas orelhas eram ligeiramente pontudas.

— E então? – perguntou para o alto – Qual o motivo de me chamarem aqui?

— Não é óbvio? – uma voz surgiu das sombras. Havia várias pessoas semiocultas por máscaras e pela pouca claridade em tribunas posicionadas ao redor da sala – Queremos sua resposta.

— Seria uma honra – o homem faz uma reverência exagerada e fala em tom de falsa lisonja – Fico muito feliz de saber que têm total confiança em mim.

— Não confiamos em você, Samael – a mesma voz responde, rispidamente – Continuaremos com nosso acordo enquanto for vantajoso para nós. Mas, se fizer alguma gracinha por causa de sua vingança, romperemos o contrato imediatamente.

— Meu caro alto comissário Hiro – continuou, tranquilamente – Nunca ouviu dizer que “a vingança nunca é plena. Mata a alma e envenena”? Não estou atrás de vingança. Estou apenas tentando equilibrar as coisas. E, a propósito – ele ajeita a imponente cartola – prefiro ser chamado de Johann Georg Faust V.

— Estamos sem muito tempo – alguém ao lado de Hiro comentou – Desde que nosso diretor morreu daquela maneira tão trágica, não tivemos descanso. Diga logo, monstro! Assumirá o cargo de chefe de nossa filial?

— Se eu fosse vocês, seria menos arrogante – Samael puxou uma xícara de chá do nada e sentou em uma poltrona, também surgida de lugar nenhum, e assoprou seu chá com a elegância de um lorde inglês – Afinal, o arquipélago de Ji-Pangu não passa de um protetorado do Império, não?

Todos os presentes naquela sala soltaram exclamações de surpresa, raiva ou indignação.

— Calúnia! – bradou um – Retire o que disse!

— Não toleraremos suas ofensas! – berrou outro.

— Um momento – o comissário Hiro demora um tempo para conseguir silêncio – Cale-se, Samael. O governo de Ji-Pangu apenas reconhece a autoridade do governo da ministra Najenda e da nova família imperial. Somos uma república independente sob proteção do grandioso Império. Como acha que um pequeno arquipélago como o nosso poderia lidar com a fúria imperialista de outros países como o Império de Akitsushima? Dizem que eles estão se aliando a países poderosos como o Reich e o Reino de Ildoa.

— É um bando de covardes. Isso, sim – Samael continuou com a provocação – Pensei que se aproveitariam da guerra civil deles para se livrar da dominação, mas preferiram ficar debaixo das asas deles. Vocês são um tédio. Se bem que, levando em conta que vocês aceitam seguir qualquer ordem do Vaticano...

— As medidas do Vaticano são necessárias e você sabe disso – o mesmo homem próximo a Hiro comentou – É para nos prevenirmos de pragas feito você. Apesar de que você é uma ameaça muito maior!

— Pare de me elogiar, Okamoto – Samael abanou uma mão, com as bochechas coradas.

— Quieto, Samael – Hiro continuou – Ou o acordo estará desfeito e você será executado!

— É mesmo? – Samael sorriu, maliciosamente – E como pretendem fazer isso?

Houve um burburinho nervoso correndo por todo o salão.

— Ora, senhores – Samael levanta da poltrona e abre os braços de maneira teatral – Vamos logo aos termos do acordo – ele puxa um gigantesco rolo de papel do bolso, que se desenrola para fora da sala, e começa a ler – Eu aceito ser o chefe da filial, mas com algumas exigências. Quero acesso total e irrestrito à cozinha, doces na hora que eu quiser, aulas de ginástica pela manhã...

— Está tentando transformar essa reunião em uma de suas piadas, Samael?! – um homem berrou do outro lado da sala.

— Irmão Antônio, representante do Vaticano, não? – Samael usou um tom mais sombrio – A única exigência de que não vou abrir mão é que nunca mais me chamem de Samael. Já disse que me chamo Johann Georg Faust V – alguns dos presentes engoliram em seco ao sentir o clima de tensão sobre a sala – Mas, se quiserem, meus inimigos mais íntimos me chamam de Mephisto Pheles – completou, sorrindo.

— Está bem, Sam... Mephisto Pheles – Antônio suava frio – Aceita o cargo?

— Sim – Mephisto cantarolou, alegremente – E até pretendo seguir com o maior sonho do antigo chefe de vocês, que Satã o tenha – faz um falso de gesto de respeito – Fundarei uma academia para treinamento de futuros exorcistas.

— Acham realmente necessário? – Antônio perguntou – Afinal, podem contar com todo o suporte do Vaticano...

— E se eu dissesse – Mephisto falou de forma divertida – um passarinho me contou que logo em breve receberemos a visita de um demônio classe 7?

— Um... um demônio classe 7? – o comissário Hiro se engasga com as próprias palavras – Um demônio desse tipo seria capaz de destruir um continente inteiro apenas por estar entediado!

— Oh, não se preocupem – Mephisto abanou as mãos, despreocupado – Ele está sob controle. Quer dizer, quase sob controle. Mas, não subestimem a mestra dele...

— COMO ASSIM?!! ELE TEM UMA MESTRA?!! – Hiro gritou quase ao mesmo tempo que seus colegas. Alguns se levantaram ou caíram de suas cadeiras com o susto – Quem teria poder suficiente para subjugar um demônio classe 7?!!

— A não ser que... – Antônio balbuciou – A não ser que a mestra dele seja... seja um nefilim?! Um mestiço de demônio com humano, é isso?!

— Uma fantástica combinação de DNA demoníaco com genética humana – Mephisto estalou os dedos – Mas, como eu disse, não se preocupem. Ela é razoavelmente inofensiva. Se bem que, às vezes, ela pode arrancar uma ou duzentas cabeças humanas pelo caminho, mas isso não a faz menos adorável...

— Mande esse demônio de volta para Gehenna, Mephisto – Hiro parecia apavorado – Tem carta branca para fazer o que quiser.

— Infelizmente, não posso – Mephisto puxa um lenço e finge enxugar as lágrimas – Está fora dos meus limites. Mas, pensem pelo lado bom, poderíamos recrutá-la como Meister. Já vimos que ela tem talento como Domadora e, dizem as más línguas, é uma exímia espadachim. Pode ser uma grande Cavaleira.

— Sem piadas de mau gosto, Mephisto – Hiro rebateu.

— Está bem. Depois não se arrependam por não ouvirem meus conselhos – Mephisto usou um tom levemente aborrecido – Se bem que, quem me interessa mais mesmo é quem vem com ela. Sabe, vocês não deveriam ter tanto medo dos demônios, e sim, dos outros humanos. Especialmente, aqueles humanos que estão em situação de desespero. E essa é uma alma deveras interessante. Talentosa e inteligente. Verdadeiramente interessante – ele dá um sorriso que exibe seus dentes pontiagudos – Eu faço questão de recrutá-lo como médico da Ordem e catedrático na nossa futura Academia. Recebi a ficha completa dele e ele é um prodígio em Alquimia. Aliás, vocês sabiam que ele vem da distante nação de Amestris?

— Amestris? – Hiro arregalou os olhos – Um alquimista de Amestris?! Não me diga que... é ele o Sábio do Oeste?!

— Sábio do Oeste? – Antônio perguntou, confuso – Sobre o quê estão falando?

— Existe uma antiga lenda de um grande sábio que viria do Oeste – Okamoto explicou, com uma expressão apavorada – Que destruiria o mundo conhecido e daria início a uma nova era!

— Vocês que estão dizendo isso – Mephisto continuava tranquilo – Eu apenas disse que ele tinha uma alma interessante. Uma alma ávida por conhecer todos os mistérios do mundo e toda a ciência conhecida. Um humano assim desperta meu interesse.

— É mais um alarme falso, senhores – outro homem tentou acalmar seus colegas agitados – Lembrem-se que já tivemos vários alarmes falsos sobre o Sábio de Amestris.

— Quais planos nefastos tem em mente, Mephisto? – Hiro lançou-lhe um olhar de repreensão.

— Tenho as melhores intenções possíveis, comissário – responde, cínico.

— Deus tenha piedade dessa pobre alma – Hiro fez um sinal solene – Qual é mesmo o nome de sua futura vítima?

— Um nome engraçado – Mephisto alisou a barbicha – Acho que é Elric. Alphonse Elric.


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Notas finais do capítulo

Para quem não conhece, Mephisto Pheles (ou Johann Georg Faust V ou, ainda, Samael) é personagem do mangá/anime Ao no Exorcist. A propósito, o Império de Akitsushima, o Reich e o Reino de Ildoa são países do anime Youjo Senki. Mas por que estou dizendo essas coisas? Bom, quando eu comecei a escrever essa história, eu pretendia terminá-la no capítulo 50, quando Akame vai embora. Mas, depois a história começou a se desenvolver sozinha e percebi que havia a possibilidade de fazer crossover com outros animes. E, além disso, ainda nem ocorreu a Grande Guerra nessa realidade.
Confesso que pensei em encerrar no capítulo 50 também porque eu gosto de conversar com os leitores e estava recebendo poucos feedbacks sobre a história. Achei que a culpa era minha que estava me estendendo demais e deixando o enredo cansativo, não só para mim, como também para todos os meus leitores (ainda estão aí?). E, ainda por cima, nem tenho tempo para fazer divulgação.
Mas, depois cheguei a conclusão que isso não era importante. Eu comecei a escrever essa história para mim mesma e, se eu quiser continuar escrevendo, vou continuar. E sigam-me os bons.
Mas, quem quiser continuar acompanhando minha maluquice, faço algumas observações:
1- Não tenho previsão ainda de quando sairá a segunda temporada. Ainda estou organizando a história e está tudo muito confuso. Vou precisar de alguns meses para organizar a minha vida também e, provavelmente, devo iniciar a nova temporada só depois de novembro ou mais. Quando eu postar, vou avisar aqui.
2- Como a temática vai ser um pouco mais sombria e com conteúdo adulto, precisarei elevar a classificação para +18.
3- Como já devem ter deduzido, o crossover não se limitará a FullMetal Alchemist e Akame Ga Kill. Além de Ao no Exorcist e Youjo Senki, estou pensando inicialmente em usar personagens e/ou elementos de outros animes como Magi, Shuumatsu no Izetta, Kuroshitsuji, Soul Eater e Owari no Seraph, mas ainda não está definido.

E acho que não esqueci mais nada. Ah, quase esquecia. Meu amigo Mika-kun Okamura acha que essa música combina com o clima dessa história.
https://www.youtube.com/watch?v=vt1Pwfnh5pc
Bom, acho que é só. Até a próxima.



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