A Assassina e o Alquimista escrita por Lilás


Capítulo 42
Heróis Caídos


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas!!
Cheguei bem tarde hoje e com um capítulo curto. É que eu precisei cortar o capítulo anterior ou então ele ficaria muito grande.
Bom, Alphonse continua com seu plano suicida, mas as coisas acabaram complicando um pouco para ele. E para o pessoal da Night Raid.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695826/chapter/42

Seryu balançou o enorme mangual e tentou acertar Alphonse repetidas vezes, mas ele sempre desviava. Enquanto isso, Koro havia crescido em tamanho e fúria e lutava ferozmente contra a armadura de aço gigante.

— Fique parado para que a justiça possa ser feita! – Seryu gritava, enlouquecida, para Alphonse – Por que não ataca, forasteiro?

— Espera um pouco aí – Alphonse desviou por milímetros de um ataque dela – Nós não somos colegas nos Jaegers?

— A imperatriz disse que você tem ligações com o Exército Revolucionário – ela respondeu, em um tom sinistro – Não faço amizades com criminosos.

Seryuu preparava um novo ataque quando um estrondo, seguido de um tremor de terra, a desequilibrou e Seryu quase caiu por causa do peso da arma.

— O que foi isso?! – Bols perguntou – Terremoto?!

— Não é o que parece... – Run começou a falar.

— Imperatriz Esdeath!! – um soldado entrou correndo no camarote imperial – A milícia rebelde... – ele se apoiou nos joelhos e arquejou para recuperar o fôlego – Os rebeldes acabaram de invadir a cidade. Eles estão marchando para o Palácio Imperial.

— Como assim, soldado? – Esdeath sibilou, ameaçadoramente.

— Eles tinham aliados infiltrados no nosso exército – o soldado continuou, assustado – E alguns deles estavam disfarçados entre os civis.

— Isso não pode acontecer! – Esdeath se levantou em um rompante – Cadê aquele inútil do comandante Budou que não viu isso?!

— A senhora mesma que o transferiu para o leste, majestade – o soldado tremia um pouco.

— Não interessa!! – e o grito de Esdeath foi acompanhado por uma explosão em uma das laterais do coliseu. O povo nas arquibancadas, que estava confuso com o barulho anterior, entrou imediatamente em pânico e se acotovelou nas saídas do estádio – Mork! É a sua vez!

O rapaz encolhido de medo na cadeira ao lado de Esdeath se sobressaltou.

— Mi... minha... – gaguejou – Minha vez, senhora?

— Exatamente – Esdeath sorriu, sadicamente – Sua vez de mostrar o poder da Teigu do Imperador e esmagar esses insetos de uma vez por todas. Vamos pegar a Shikoutazer – e vira-se para seus subordinados – Jaegeres! Vamos! Precisamos proteger o Palácio!

Alphonse olhava para cima, confuso, mas precisou pular para o lado instintivamente quando um grande objeto voou na sua direção e rachou o chão onde ele estava há poucos minutos.

— Para onde você está olhando? – Seryu distorcia a boca em um sorriso sinistro – Eu ainda não acabei aqui. Koro!!

O falso cachorro pulou na frente de sua dona, mas não deu para saber o que ele pretendia fazer porque foi prontamente atingido por uma rajada de balas.

— Nós temos contas a acertar, não é? – Mine sorria do alto do coliseu, empunhando sua Teigu Pumpkin com fumaça saindo pelo cano.

— NIGHT RAID!! – Seryu emitiu um som que oscilava entre deleite e raiva. Ela correu na direção de Mine, esquecendo-se completamente de Alphonse.

Na verdade, Mine estava com a arma apontada para Alphonse, o “traidor”, no entanto, ao ver que ele lutava com Seryu, achou que seria uma péssima ideia perder a oportunidade de acertar as contas com a assassina de Sheele.

— Koro! – Seryuu berrou, encolerizada – Número dois!

Alphonse nem saberia dizer como, mas apareceram quatro torres de mísseis nas costas de Seryuu. E a garota não perdeu tempo. Disparou uma saraivada de mísseis contra seu alvo, sem se importar com quem estava por perto. Mine escapou dando uma graciosa cambalhota no ar, ao mesmo tempo em que contra-atacava com a Pumpkin.

A força das explosões abalou as estruturas do estádio e algumas colunas despencaram no chão. Se as pessoas no estádio estavam tentando sair de uma forma desesperada quando o barulho começou, agora o pânico havia se alastrado de maneira generalizada e todos se espremiam na saída, tropeçando em um ou outro cadáver.

— SERYUU!! VOCÊ TAMBÉM QUER NOS MATAR?! – Wave gritou para a companheira, a plenos pulmões, porém ela nem o escutava – Ei, Aroufonsu!! – Alphonse havia desistido de assistir as duas garotas lutando raivosamente e resolveu usar a armadura que transmutara como apoio para pular sobre a proteção das arquibancadas quando ouviu alguém lhe chamando. Wave acenava para ele – Venha você também! Vamos logo!

Alphonse hesitou um pouco. Era seguro acompanhar Wave? Será que ele também pensava que Alphonse era um espião como Esdeath, Kurome e Seryuu?

Não teve muito tempo para se decidir porque ouviu um rugido atrás de si e virou a cabeça no exato momento em que Kwan (ou era o Preguiça mesmo?) emergia furiosamente dos destroços do estádio, jogando pedras para todos os lados.

— Ah, que se dane – sem pensar duas vezes, Alphonse fez um aceno com a mão, desmanchando a armadura como um castelo de areia, e pulou rapidamente por cima dos bancos, atrás de Wave.

Na verdade, o “Preguiça” nem se deu ao trabalho de perseguir Alphonse porque estava tentando evitar a fadiga.

Alphonse e Wave conseguiram alcançar os outros Jaegers e Esdeath quase na saída do estádio. O camarote real tinha uma saída de emergência que permitia livre acesso para a rua sem precisar passar pela multidão.

Haviam acabado de sair do coliseu quando viram as ruas parcialmente destruídas enquanto o Exército Imperial lutava violentamente com um bando de civis fortemente armados e que agiam estranhamente como soldados treinados. Alguns prédios pegavam fogo em meio à pilha de corpos espalhados sobre a neve avermelhada. Em uma rua transversal, o batalhão de choque brandia porretes contra seus pesados escudos, tentando intimidar um grupo de desordeiros que marchavam de forma alinhada. Alguns jogavam pedras, tijolos ou qualquer coisa que conseguissem achar contra os soldados. Outros se escondiam pelas sombras, empunhando armas dos mais variados tipos. A polícia agredia e prendia qualquer um que conseguisse capturar. E, para completar a cena bizarra, um peixe arraia flutuava logo acima de tudo isso, transportando duas pessoas em seu torso.

— Finalmente, resolveu aparecer – Esdeath se adiantou, sorrindo cinicamente – General Najenda. Traidora do Império.

— As circunstâncias me obrigaram – Najenda respondeu, tranquilamente, e pulou para a calçada rachada. Suzanoo aterrissou ao seu lado.

— Então – Esdeath encarava os dois com uma expressão levemente divertida – esse é seu Teigu?

— Suzanoo – ele se apresentou com uma pequena reverência.

— Não precisa dizer seu nome – Esdeath sacudiu a mão e lascas de gelo começaram a se erguer no ar – Porque eu vou destruí-lo antes de conseguir decorar seu nome – e atirou as lascas contra eles. Suzanoo se pôs na frente de Najenda e conseguiu desviar o ataque com sua arma.

— Não é sensato subestimar o inimigo – Suzanoo ficou em posição de ataque.

Najenda e Suzanoo estavam em desvantagem numérica. Contra eles, estavam ninguém menos que a imperatriz Esdeath, Bols, Wave e Kurome. Mork tremia de medo atrás de Bols e Alphonse não estava nem um pouco disposto em se meter naquela briga. Havia acabado de reparar em uma coisa. Onde estava o Run?

Najenda pulou para o lado e disparou com seu braço mecânico contra Esdeath que desviou. Suzanoo aproveitou a brecha e atacou também. Esdeath tocou no rosto da arma humanoide e o congelou em um bloco de gelo. No entanto, Suzanoo conseguiu escapar facilmente porque, na mesma hora, Bols havia disparado seu lança-chamas e o fogo derreteu uma boa parte do gelo. Lascas de gelo voaram pelo ar quando Suzanoo fez um movimento brusco para se libertar.

— De... desculpe, taichou – uma gota de suor escorria da cabeça de Bols ao ver uma veia saltar na testa de Esdeath.

— Levem o Mork até a Shikoutazer – Esdeath falou de costas para seus subordinados, com a voz perigosamente contida – Eu cuido desses dois sozinha.

— Mas... mas, senhora... – Mork gaguejou – Eles são assassinos perigosos e procurados. E se eles a machucarem...?

— Eles? Machucar a imperatriz? E quem é que vai salvar esse seu rabo depois? – Kurome aplicou um belo chute no traseiro de Mork e o rapaz voou uns dois metros para frente, caindo de cara no chão irregular.

— Pa... pare! – Mork praticamente implorou enquanto Kurome nem esperou ele se levantar e o arrastou pela gola da camisa na direção do Palácio, logo atrás de Bols. Esdeath deu um discreto sorriso de aprovação para a pequena chefe da Polícia Secreta.

Alphonse nem conseguia acreditar no que acabou de ver. Kurome e Akame não se pareciam nem um pouco mesmo.

— Vamos, Arufonsu – Wave o puxou pela manga do casaco e o alquimista despertou do estado de choque por causa de toda aquela cena – Com certeza, eles estão atrás da Teigu do Imperador! A taichou vai atrasá-los para ganharmos tempo!

Alphonse decidiu segui-los porque Kurome estava indo para o mesmo lado. Afinal, nem sabia ao certo o que estava acontecendo.

— Esperem – Najenda atirou novamente seu braço mecânico contra Wave e Alphonse. Kurome já havia arrastado Mork para longe – Não vou deixar...

— Você não tem que deixar coisa alguma – Esdeath desviou o braço de Najenda com a ajuda de estalagmites de gelo que brotaram inesperadamente do chão – Esqueceu quem é a sua oponente agora?!! SOU EU!!

Najenda cerrou os dentes e assistiu, impotente, Alphonse ir embora com Wave. Alphonse a olhou de relance antes de sair correndo.

Ao chegarem à entrada do Palácio Imperial, eles foram surpreendidos por Lubbock que estava construindo uma verdadeira teia no imenso jardim logo a frente do prédio.

— Deixem que eu cuido desse inseto – Bols sacou novamente sua Teigu Rubicante e disparou rajadas de fogo contra o rapaz que se balançou nos fios para fugir dos ataques.

— Isso não é um jeito muito educado de tratar as visitas – Lubbock deu uma risadinha forçada para Bols.

— Vão em frente – Bols se virou para Kurome e Wave – Cumpram a ordem da taichou.

Kurome nem esperou Bols dizer pela segunda vez. Saiu arrastando o pobre do Mork a tiracolo.

— Vamos, Arufonsu – Wave acenou para ele – Eu, você e a Kurome precisamos impedir que a Teigu do Imperador seja destruída pelos guerrilheiros. A taichou poderá usá-la como trunfo.

Alphonse nem sabia sobre o que Wave estava falando, mas não queria perder Kurome de vista.

— Espere um pouco – Alphonse fez sinal para que Wave olhasse para ele – Você também não pensa que eu possa ser um espião?

— Eu acho que a taichou se enganou – Wave sorriu levemente para ele, sem diminuir o passo – Tenho um bom pressentimento em relação a você, Aroufonsiu. E meus instintos não falham.

Dentro do grande salão de entrada, encontraram Run lutando com Leone. Provavelmente, Run usou suas asas para chegar primeiro do que todo mundo e a enorme vidraça quebrada, em frente à escada, reforçava essa teoria. Leone se pendurou em um lustre e deu um impulso para pular em cima de Run. Porém, ele não estava conseguindo voar com o peso extra de Leone e os dois acabaram atravessando outra janela e caíram do lado de fora do Palácio, em meio a uma chuva de estilhaços. Mais ao fundo do salão, ainda havia mais outras duas pessoas.

— Ora, ora – Kurome largou a gola da camisa de Mork de qualquer jeito e sacou a espada, se posicionando diante do grupo – Finalmente, nos reencontramos – e falou lentamente a palavra seguinte, saboreando cada sílaba – Onee-chan.

— Kurome – Akame se afastou de Tatsumi, desembainhando a Murasame enquanto andava.

— Ei – Wave levantou as mãos, pressentindo o perigo – Esperem um pouco vocês duas...

— Não interfiram – Kurome sacudiu uma mão, sem tirar os olhos da irmã – Isso é entre mim e minha onee-san...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estou passando por um momento meio turbulento, então peço um pouquinho de paciência.
Mas vou tentar manter as atualizações em dia.
Até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Assassina e o Alquimista" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.