Army of Angels escrita por gwmezacoustic


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Hey, irmãos, tudo bom com vocês? Espero que sim.
Aviso: o que está em itálico é meio que um flashback.
Sem mais delongas, boa leitura, seus lindos.



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Simon Lewis Point Of View

Eu ouvi uma vez que quando se tem uma experiência de quase morte, a coisa mais importante vem a sua mente, mesmo que essa coisa seja uma pessoa, ou sei lá, uma lembrança. Não importa, se você e essa coisa - que ocupa todos os seus pensamentos, que desvia todas as suas forças e que te faz estar disposto a tentar de tudo para manter-se perto - possuírem uma conexão forte o suficiente, você poderá voltar, esse laço invisível não será quebrado e você terá uma nova chance de tentar, uma nova chance para fazer algo novo e fantástico, para viver tudo de bom que a vida tem a lhe oferecer.

Se pararmos para analisar todas as mínimas vivências que temos dia a dia, todo e cada segundo de vida, todos os incontáveis momentos com potencial para algo novo e incrível, quais são as chances de encontrar algo realmente forte e tão incrivelmente maravilhoso para ultrapassar essa barreira? Qual são as chances de encontrar o amor da sua vida? Normalmente quebramos a cara seguidas vezes e só depois conseguimos uma colher de chá do universo e encontramos a pessoa a quem somos destinados. Esse é o enredo preferido dos filmes de romance, tropeçar no amor da sua vida pelos corredores, em uma empresa, em uma quebra de rotina, mas eu sempre achei que os nerds ficassem fora dessa onda de amor correspondido, achei que ficaria milionário projetando algum software ou seria um astro do rock reconhecido internacionalmente. Eu não podia estar mais errado.

Esqueça todos os clichês e contos de fadas já inventados, e mande ao espaço toda a improbabilidade, finais felizes acontecem. Existem amores recíprocos e capazes de destruir barreiras, eles aparecem de formas inesperadas, esse é um fato: tenha fé na tal da probabilidade.

Desafiando o senso comum eu vivi algo real, algo que foi recíproco, algo incrível e importante. Poucos possuem a oportunidade de viver algo tão intenso e especial.

Em momentos em que a dor atinge o ápice e o corpo já se encontra exausto, vivenciamos o sofrimento em sua forma mais torturante e depreciativa, a desistência parece iminente e a escuridão se torna uma velha amiga.

Em meus últimos momentos consciente eu poderia ter pensado em uma infinidade de coisas, mas a profundeza de seus olhos negros se fez presente em todos eles. Era quase como se pudesse sentir o conforto de seus braços e o tão familiar perfume de rosas.

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Algum tempo antes

Eu acordei envolto em um emaranhado de cobertas, Isabelle havia esquecido de fechar as cortinas, o que nos garantia que acordaríamos com os raios de sol batendo em nossos rostos. Ela como sempre estava alheia aquilo tudo, escondia o rosto em meu pescoço e me abraçava firmemente, o que me fez pensar duas vezes antes de escapar de seus braços e caminhar lentamente em direção a janela, um de nós já havia acordado e isso já era mais do que suficiente. Tropecei em uma pilha de roupas, dessa vez era minha, na noite anterior ela havia deixado claro que uma mudança para seu quarto seria iminente, então minhas roupas estavam espalhadas por todo o quarto, enquanto não encontrávamos um lugar especifico para guardá-las.

Observei brevemente Alicante pela brecha das cortinas, a cidade começava a acordar e todos que andavam pelas ruas pareciam felizes, quem fica feliz acordando cedo? Caçadores de sombras, claro. Me deitei delicadamente ao lado de Isabelle e a abracei pelos ombros, voltando a posição inicial. Tentei fazer um retrato mental de suas feições calmas e despreocupadas, ela ficava maravilhosa dormindo, ela ficava maravilhosa de qualquer maneira. Não sei ao certo por quanto tempo velei seu sono, só percebi que um bom tempo havia passado quando a senti se mexer levemente a meu lado.

Isabelle acordou e saiu da cama, me deixando com a sensação de ter perdido algo importante. Quando voltou parecia obstinada a iniciar o dia da melhor maneira possível, me dei conta disso quando começou a distribuir beijos pelo meu pescoço, enquanto suas mãos brincavam em minha nuca, acho que todos possuem um lado que não apresenta a ninguém, um lado que guarda para mostrar a uma pessoa em quem confie o suficiente para isso, esse era o lado escondido de Isabelle, o lado sensível e carinhoso, que era diminuído sob sua pose de bad girl, ela era alguém completamente diferente quando desativava o modo caçadora de demônios, ostentava um brilho diferente no olhar, e só eu tinha a honra de enxergá-la desse modo.

A agarrei pela cintura, trazendo seu corpo para perto, ela usava uma camiseta masculina com os botões desabotoados, uma camiseta que constatei ser minha logo depois, sua runas estavam em maioria á mostra, sendo cobertas apenas pela calça jeans que utilizava, ela parecia ainda melhor com minha camisa, realmente deveria roubá-las mais vezes.

Ela me beijou, senti suas unhas arranhando minha pele, primeiro provocantes depois de maneira mais desesperada, até que novamente ouvimos batidas na porta.

— Eu não me importo com que tipo de coisas impronunciáveis vocês estão fazendo aí dentro, mas preciso de vocês dois lá em baixo. - a voz de Magnus estava curiosamente séria, como se não tivesse acabado de escapar do quarto de Alec - AGORA! - gritou.

— Meu irmão não te deixou dormir até tarde? - Isabelle gritou de volta.

— Só desçam. - ela suspirou derrotada, me encarando e maneando a cabeça.

— Certo.

. . .

Existem determinados momentos em que o momento em si é tão bom, tão especial, que terminam por te colocar uma pulga atrás da orelha, como se algo estivesse errado e toda a felicidade estivesse prestes a escorrer por entre seus dedos como areia escorre de uma ampulheta. Dentro de uma ampulheta, isso foi exatamente o que eu senti quando Magnus nos informou que seus contatos haviam avisado de uma invasão definitiva de Valentine, com início marcado para exata uma hora depois.

O restante é confuso, lembro vagamente de prender Max e fazê-lo prometer que não faria barulho até ouvir alguém conhecido, de usar o uniforme e prender meu arco e depois estávamos parados em um dos portões a espera da invasão.

Centenas de demônios invadiram a cidade, dessa vez acompanhados de Valentine e Sebastian que faziam pedidos e chantagens, por algum motivo queriam Clary e Jace, ela se negou a acompanhá-lo, ele se ofereceu de bom grado, Isabelle xingou todos que estavam na sala, todos foram arrastados para um portal. A essa altura já estava prestes a ficar inconsciente depois do meu encontro com Sebastian, mas todos nas proximidades terminaram indo junto, por isso muitos soldados feridos pararam no barco.

Confesso que não sabia exatamente o que estava fazendo quando caminhei pelo barco ao lado de George, muito menos quando esbarremos com Alec e Magnus em um dos corredores, e ainda não acredito na história insana de que eles chegaram até ali em um carro voador, entramos em Harry Potter e eu não fui avisado?

Encontramos Isabelle em um dos quartos com Jace e Sebastian, naquele momento aquela combinação parecia perigosa demais, então nós simplesmente interrompemos a conversa deles, com a primeira das flechas que foram trocadas naquela noite.

. . .

— Ele só está inconsciente, não morreu. - uma voz falou ao fundo.

— Como você sabe disso, Magnus? - era Magnus, obviamente.

— Eu sou o mago aqui, Isabelle. - Isabelle. Sempre Isabelle.

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Notas finais do capítulo

Eu sou meio insegura no quesito "escrita em primeira pessoa", mas eu gostei muito do resultado final desse ponto de vista do Simon, e acho que esse não vai ser o único assim.
Enfim, obrigada a todos que comentam e favoritam, e todos que gastam um pouco do seu tempo pra acompanhar a minha história.
Fiquem com Deus e até o próximo, irmãos.
E beijão, seus lindos.



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