Imperfeitos escrita por Rayanne Granger


Capítulo 16
Decisão


Notas iniciais do capítulo

Sei que devo muitas desculpas pela demora, porém nem sei como começar, me deu um bloqueio criativo e a correria do dia-a-dia não ajudou. Mas estou de volta e aí vai mais um capítulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/695729/chapter/16

Lilá chegou na casa com uma sacola de pão e doces, foi para a cozinha e guardou tudo assim que terminou Córmaco entrou vestindo uma bermuda e uma camiseta, bem diferente do homem formal que costumava ser quando ia trabalhar.

—Aonde você foi?– Perguntou ele.

—Fui até o mercado.

—Para quê? Já tem tudo o que precisa aqui.

—O pão que você tem aqui é um pouco duro, e não tem doces.

Ele estreitou os olhos.

—Pensei que não comia esses tipos de comidas.

—Às vezes uma mulher precisa disso.

Ele não disse nada. Foi até a geladeira e pegou um garrafa de suco.

—E como anda seu "plano" –Ele perguntou.

—Na verdade o plano é seu, eu só estou ajudando.

—Tanto faz, eu estou achando isso muito devagar.

—A pressa é inimiga da perfeição.

—Lavender escuta, eu demorei mais tempo do que eu pretendia para encontra-la, então acho melhor você andar logo com isso, ou volta pra Istambul agora mesmo.

Não era que ele não tinha paciência para nada, mas ela tem limites, queria fazer tudo com calma porém não conseguia, iria fazer tudo que fosse possível para que o plano corresse o mais depressa possível.

—Vou adiantar isso, não se preocupe. –Disse Lilá.

—Ótimo!

***

No dia seguinte ao que Rony e Hermione foram ao supermercado, Hermione se encontrava deitada na cama do namorado olhando para o teto enquanto esperava ele tomar banho. Estavam esperando o almoço ficar pronto.

Hermione estava ouvindo Adele no aparelho de som que Rony tinha no quarto, ficava cantarolando trechos da música e pensando como a cantora arrumava inspiração para compor músicas tão lindas e tristes ao mesmo tempo, era quase um suicídio escutar aquilo quando estava triste, mas como estava feliz apenas desfrutava da canção.

—Já estar pronto?– perguntou Rony saindo do banheiro já vestido e com a toalha penduradas nos ombros.

—Ainda não, acho que falta só mais alguns minutos. Senta aqui.

Ele foi até ela na cama e deitou-se na mesma a abraçando. Ela o beijou.

—Você recebeu mais mensagens?

—Sim, algumas.

Rony tinha contado a Hermione sobre as mensagens que havia recebido, ela por sua vez se mostrou compreensível, entretanto ele sabia que ela não gostava nem um pouco dessas mensagens "românticas". Ele já estava convencido que não era engano, mas também não sabia dizer quem era pois não pensava muito naquilo.

—Você tem certeza que não sabe quem é? Não faz ideia?

—Não. Estou como fome, vai demorar muito?

Hermione sorriu.

—Não, falta pouco, vamos arrumar a mesa.

Foram para a cozinha preparar tudo e mais uma mensagem foi enviada. Rony suspirou.

Eu voltei amor ;)

Aquilo não fazia sentido algum, quem estava de volta? Ninguém que ele conhecia estava viajando no momento, a não ser que… Não, não podia ser, claro que não, não poderia ser ela… mas…

Caramba, como ele não tinha pensado nisso antes? Ele estava tão ocupado em ignorar essas mensagens ultimamente que não prestou nos detalhes, mas porque logo agora? Porque agora que estava feliz na companhia de Hermione? Se ela o procurasse o que diria para a namorada? Era tantas perguntas que ele precisava desesperadamente de resposta.

—Rony? – Hermione o chamou, e percebendo a cara do namorada logo perguntou: – Mais uma mensagem? O que dizia agora?

Rony apenas a encarava sem falar nada. O que ele diria? "Minha ex- mulher está de volta, é ela quem manda todas as mensagens"? Nem ele estava entendendo direito o que estava acontecendo, não esperava que Hermione entendesse.

—Não, apenas fui dá uma olhada no Twitter.

—Ah, ok, vamos almoçar!

Sentaram-se na mesa e comeram, a comida estava deliciosa, mas Rony não conseguia sentir o sabor dela, sua cabeça estava à mil. Tinha que tirar essa história à limpo.

—Já volto Mione.

Ele não deu tempo dela protestar foi andando à passos largos até o quarto e fechou a porta. Pegou o celular e deu uma rápida conferida nas mensagens, apertou o número da chamada. E chamou…

Chamou…

Chamou…

E quando já estava desistindo e encerrando a ligação, ele ouviu.

—Alô?

Ele paralisou, os olhos arregalados e a respiração falhando. Era a voz dela, ele jamais se confundiria, era ela, ela estava de volta.

—Alô? Rony? É você?

Ele estava tão surpreso que não conseguia falar. Três anos. Foram três anos para esquece-la, três anos que chegou em casa e as roupas dela não estavam mais lá.

—Rony? – Era a voz de Hermione.

Ele desligou.

—Sim?

—Você está bem? Parece prestes a vomitar.

—Estou, só… Não é nada, mesmo.

O rosto dela demostrava não acreditar no que ele dizia, porém ela não o questionou mais.

—Quer ficar sozinho?

—Não. Fique aqui essa noite.

—Tudo bem!

Ele tinha que fazer alguma coisa, se Lilá resolvesse procura-lo queria que Hermione não estivesse presente, não queria preocupa-la com isso, logo agora que estavam tão bem, ia privar ela disso até resolver a situação, como, ele não sabia, mas ia.

***

Depois de sair do turno da tarde, Hermione foi para o apartamento de Rony. Ele estava estranho, mais distante, entretanto ele não falava qual era o problema. Pensou que era o trabalho, mas não tinha certeza e cada vez ficava mais preocupada e curiosa.

Chegou no apartamento e entrou, Rony tinha dado uma cópia da chave a ela já que às vezes ela chegava primeiro que ele do trabalho, tirou as sapatilhas e entrou no cômodo. O lugar estava silencioso e ela estranhou, Gina com certeza ainda estava no trabalho, porém Rony já devia está em casa.

Abriu a porta do quarto dele, ele estava lá, deitado, olhando para cima como se estivesse perdido em pensamentos, ela fechou a porta sem fazer barulho e sentou na beira da cama.

—Rony?

Ele não respondeu, nem olhou para ela.

—Rony?–Chamou mais alto.

Ele direcionou o olhar para ela.

—Ron oque houve?–Perguntou preocupada– Está se sentindo mal?

Rony sentou-se na cama e suspirou parecendo voltar a realidade, agora que Hermione chegou percebeu que estava ali deitado havia horas, pensando em como a vida às vezes era injusta. Como poderia seguir em frente se não parava de pensar se deveria ou não falar com ela, era uma batalha que se estava formando em sua cabeça, deveria ou não falar com ela?

Hermione estava olhando para ele, sentiu algo no peito como se fosse uma das últimas vezes que ela olharia pra ele assim. Deu um meio sorriso para ela.

—Estou bem, apenas cansado– beijou suas mãos –Como foi o trabalho?

—A mesma coisa de sempre.

Ele olhou para ela que estava com uma das sombrancelhas levantadas.

—Vem cá – ele a chamou para seus braços –Eu estou bem ok ? Não se preocupe – beijou seus cabelos.

—Você está estranho desde aquele dia do almoço, mas você não me fala nada– murmurou triste.

—Ei, não fique assim, já falei que é o trabalho nada mais.

—Nada mesmo?

—Mesmo.

Rony estava decidido a não falar nada a Hermione antes de resolver isso, não era nada fácil já que a morena era muito inteligente, porém tinha que tentar, ela já estava desconfiada e Rony não saberia explicar para ela, como poderia se nem ele sabia direito o que estava acontecendo.

—Mione?

—Hum?

—Se algum dia eu te magoar promete ouvir o que tenho a dizer?

Hermione se mexeu hesitante.

—Porque está dizendo isso Rony?

—Só prometa, por favor –Falou acariciando seus cabelos castanhos.

—Prometo!

***

Rony agora estava sentado no sofá esperando Harry, Hermione tinha ido para casa e ele ligou para o amigo porque não aguentava mais aquela situação, tinha que tomar uma decisão, mas não sabia qual.

A porta foi aberta e Harry entrou como sempre fazia.

—Como vai cara? – o cumprimentou com um toque de mão.

—Iaê.

—Nossa, o que aconteceu com você?

—A pior coisa que poderia ter acontecido.

—Foi demitido? Com sua lerdeza não me surpreende, sempre me perguntei como você ainda estava nesse trabalho –brincou o amigo.

Rony o olhou irritado.

—Obrigado, sério, eu te chamei para me ajudar e você fica tirando sarro, valeu mesmo.

Harry sorriu.

—Calma era só brincadeira, pode falar!

—A Lilá voltou –ele foi direto.

Harry franziu as sombrancelhas.

—Como assim voltou? Quando?

—Eu não sei quando, mas ela estava me mandando umas mensagens estranhas e eu acabei juntando uma coisa com a outra.

—Você a viu?

—Não!

—E como você sabe que é ela?

Rony deitou a cabeça nas costas do sofá e fechou os olhos.

—Eu sei! Simplesmente sei.

—Caramba Rony– Harry retrucou– O que você vai fazer?

—Eu não sei, esperava que você tivesse alguma ideia.

Ele ouviu o amigo suspirar pesadamente ao seu lado.

—Fale com ela.

—Como?

—Rony… Você sabe que eu não gosto nada da Lilá, mas se você vai ficar assim o tempo todo se decidindo se vai ou não falar com ela, é melhor acabar com isso de uma vez, conversem e pronto.

Rony sentou ereto.

—Conversem e pronto? Você acha que isso é fácil? São três anos Harry, não três dias.– disse irritado.

—Por isso mesmo Rony, vá lá e fale pra ela que seguiu em frente, mostre para ela que não é só chegar e te mandar um monte de mensagens e achar que esta tudo bem, tenham uma conversa séria e resolvam isso.

Rony sabia que o amigo estava certo, entretanto como olharia pra ela sem lembrar de como já tinham vivido uma vida juntos até ela ir embora sem explicações, isso tudo faria ele lembrar do passado e não estava disposto a viver no passado. Levantou-se derrepente.

—Vou sair– disse pegando as chaves e sua carteira.

—Onde vai?

—Ao bar.

—Não acredito –ralhou Harry–Vai começar com isso de novo?

—Relaxa, não vou beber muito, só preciso esfriar a cabeça.

—Ok, só não… Não abuse demais.

—Pode deixar!

Rony saiu andando já que o bar ficava perto, era uma caminhada de mais ou menos dez minutos. Harry estava certo, eles precisavam conversar, iria perguntar do motivo dela ter ido embora, não que isso fosse o suficiente para apagar toda mágoa que ela causou a ele, mas ainda sim precisa ouvir dela a verdade.

Chegou ao bar no automático, não tinha percebido que seus pensamentos estava tão altos. Entrou no bar e sentou-se perto do barman e pediu uma tequila, era horrível mas ele não dava atenção para isso, só queria sentir o gosto forte do álcool.

—Rony?– Uma voz feminina o chamou.

Ele virou-se e deu de cara com uma morena de olhos verdes.

—Olá Joyce– deu um pequeno sorriso– Como vai?

—Chateada, você não retornou minhas ligações –brincou jogando os cabelos por cima dos ombros.

—Sinto muito Joyce, mas não seria apropriado ligar para você quando já estou com outro pessoa.

—Ah que pena! E quem é ela?

—Aquela mulher irritadinha que veio aqui no outro dia lembra? – perguntou com um sorriso sincero lembrando o jeito ciumento que Hermione falou com a mulher.

—Hum, lembro, mas o que faz aqui?

—Só beber um pouco e ir embora.

—Quer que eu te faça companhia?

—Não! – direto outra vez– Só quero ficar sozinho.

Ele pareceu não gostar muito da resposta dele, porém assentiu.

—Tudo bem, se mudar de ideia estarei nas mesas perto dos banheiros.

—Tudo bem.

Ele se foi e sua tequila chegou acompanhada de alguns petiscos, contudo não estava com fome então só bebeu por um tempo. Gina não ia gostar nada disso, ele pensou, a irmã achava que isso era um meio de Rony se esconder dos problemas e ela tinha razão, na verdade isso é algo que a maioria dos alcoólatras fazia. Bebia para esquecer.

Depois de mais dois copos de tequila que descia fervendo em sua garganta ele pensou que não resolveria nada sentado ali, só estava voltando a ser aquele Rony que todo mundo tinha pena, não iria cair nisso novamente, ela não ia destruí-lo de novo. Pegou o celular e olhou por alguns minutoa antes de digitar.

Preciso falar com vc, rápido.

Não deu nem um minuto e a resposta chegou.

Quando você quiser amor ;)

Ótimo, amanhã às 13:00hs no bar aqui perto sabe onde é?

Sei de tudo, te vejo lá, não vejo a hr de te vê

Ele não respondeu, isso tinha que acabar, e depois de  três anos ele ia encontra sua ex-mulher Lavender Brown.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, amo lê o comentários de vocês ;) até mais.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Imperfeitos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.