—Gostosa.
—Rony…
—Você é a coisa mais deliciosa que eu já tive o prazer de olhar.
—Não exagera.
—Isso não é exagero é apenas a verdade.
Hermione sorriu encabulada.
—Se você diz.
Rony levantou os olhos para ela.
—Hermione olha para isso, me diz se tem coisa mais deliciosa que essa torta de queijo que você acabou de fazer.

Ela nada respondeu, apenas servio-lhe mais refrigerante e sentou-se para o acompanhar no almoço/jantar. Como o dia no trabalho foi muito corrido a única coisa que tinha posto da boca naquele dia fora um kiwi pela manhã, porém quando recebeu uma mensagem de Rony perguntando se poderia vê-la naquele fim de tarde, logo resolveu desenterrar uma das receitas que a mãe fazia quando era pequena, e que por sinal era sua favorita.

—Já que você gostou tanto posso fazer mais receitas como essa, você pode me ligar quando estiver cansado da comida da Gina– brincou ela.
—Não me tente mulher, assim ficarei mal acostumado.

Hermione revirou os olhos e voltou a comer.

—A propósito – Começou Rony– Você me mandou alguma mensagem ontem?
—Ontem? Acho que não, porquê?

Rony parou de comer e à encarou curioso. Se não foi ela quem havia lhe mandado mensagem quem era então? Obviamente era engano, não tinha porque se preocupar.

—Por nada não, esquece.
—Tudo bem.

Quando terminaram de comer Rony ajudou Hermione com a lousa, feliz por está com ela mas ainda duvidoso pela mensagem que recebeu resolveu não dizer nada.

—Agora me diz, como foi a reação da Tory quando você contou sobre nosso namoro?–Perguntou Rony enxaguando um copo de vidro que ela tinha acabado de lavar.
—Bom… Ela ficou um pouco preocupada, disse para ir devagar e blá blá blá… E o Harry?
—A mesma coisa, qual é o problema deles? Porque não conseguem ficar feliz por nós?
—Eles são nossos amigos, é normal ficarem preocupados, acho que só querem nos proteger. Terminei –disse ela enxugando as mãos no pano de pratos.
—Ótimo, agora vem aqui, vamos curtir um pouquinho –falou Rony a puxando até a sala onde iniciaram um beijo carinhoso e se esqueceram de tudo e todos.

***

Lilá desceu as escadas de granito em passos lentos e firmes rumo à sala de jantar, onde começaria seu primeiro dia em Londres há três anos. Ao entrar no cômodo avistou McLaggen já à mesa esperando por ela.

—Aí está você, pensei que tivesse morrido afogada naquele banheiro.

Ela lhe deu um sorriso provocante e sentou-se à sua frente.

—Tenho que está apresentável para um jantar de negócios não acha?
—Isso não é um jantar de negócios.
—Você quer acabar com um relacionamento, pra mim é a mesma coisa.
Ele bufou.
—Chame como quiser.

O jantar transcorreu calmo sem muitas falas , apenas os sons dos copos de vidro e do garfo batendo no prato de porcelana, Lavender parecia muito à vontade na presença dos empregados entrando e saindo para oferecer os melhores serviços. Córmaco não ficou surpreso, conhecia Lavender bem o bastante para saber que era uma mulher sem vergonha alguma, muito pelo contrário, sempre foi tão ousada.

—E então… –Começou ele– Me diz o que você fez.
—O que você pediu, estou jogando pistas, comecei com uma mensagem e pretendo continuar com isso até ele se irritar e perguntar quem está por trás delas– Ela disse tomando um gole d' água
—Você não pode demorar muito com isso, preciso que jogue, que deixe seu lado atriz aparecer.
—Não se preocupe com isso meu amor, logo logo você vai ter o que quer, aliás você não me disse quem era essa mulher que tanto quer separar do Ronald.
—Porque não é da sua conta–falou sério.
Ela deu mais uma vez seu sorriso descarado.
—Mesmo que não seja, vou acabar à conhecendo de todo o jeito. Só espero que você me recompense muito bem.
—Ah pode apostar! Quanto a isso não tenha dúvida, você vai ser muito bem recompensada. Agora vá para o quarto e prove uma roupas de mandei comprar para você, se você vai acabar com um relacionamento tem que está preparada para isso.

Lilá subiu as escadas rumo ao quarto. E ele? Bom, ele estava mais que satisfeito. Faltava pouco, muito pouca para reecontra-la, e dessa vez ela não iria fugir.

***

—Eu ganhei!
—Não tem graça jogar com você, eu nunca ganho – Falou Hermione colocando o controle do videogame no sofá – E você sempre coloca esse jogo, deve ser o único que você sabe jogar.
—Não me subestime, eu sou o capitão quando o assunto é videogame.
—O sub capitão você quis dizer– disse uma voz entrando no cômodo.

Hermione virou-se para vê Harry entrando com uma cara de cansado, porém com um sorriso brincalhão no rosto, fazia um bom tempo que não via ele desde o encontro por acaso na corrida.

—Olá Harry!
—Oi Mione– deu-lhe um sorriso– Ah, você me desapontou, queria vê você esmagando o Rony nesse jogo– fingiu está triste olhando para a televisão onde estava o placar.
—Ninguém ganha de mim nesse jogo Potter.
—Sorte sua que eu estou muito cansado Weasley, se não você ia implorar por misericórdia.
—Mas nunca que…

A voz de Rony foi silenciada pelo barulho do seu celular. Era uma mensagem.

Sinto falta do seu beijo.

— Mas oque…
—Quem é Rony?– perguntou Hermione franzindo a testa pela reação do namorado.
—Não faço ideia, não deve ser importante.

Mas aquele mensagem não saiu da cabeça dele por um bom tempo. Mas uma mensagem falando sobre saudades. Ou era muita coincidência, ou era engano, decidiu comparar o número das duas mensagens, e o resultado ele já esperava, era o mesmo número. A localização no número era Londres/ Inglaterra, mas não tinha nada mais que essa informação. Hermione estava ali com ele, então não poderia ser ela, confuso ele largou o celular e fitou ela.

Hermione era a coisa mais importante que já tinha lhe acontecido há mais de três anos, quando olhava para ela se sentia feliz, vê-la sorrindo fazia seu coração bater mais forte, era impossível não observa-la quando pegava no sono em seu sofá ou em sua cama. Quando à abraçava sentia que estava em paz e que não precisava beber para espantar a tristeza. Ela era seu porto seguro, sua luz, tudo de mais precioso e em tão pouco tempo. Uma mulher que escondia um passado incerto para ele, mas que com o tempo iria se abrir.

Harry se retirou da sala e foi ao quarto de Gina, normalmente Rony não permitiria, porém como estava com vontade de ficar à sós com Hermione, deixou-o ir sem retrucar.

—Mione?
—Hum?
—Você já namorou antes de mim certo?
—Sim, uma vez.
—Há muito tempo ?
—Sim, porque está me perguntando isso? – ela parecia tensa.
—É que você não me conta nada sobre esse tipo de coisa.
—Não acho que isso vá acrescentar em nada no nosso relacionamento –murmurou ela.
—Talvez não, mas… Sei lá, não devíamos compartilhar esse tipo de coisa?

Hermione olhou pra ele contrariada, falar sobre o passado para quê? Não queria nem devia falar nada sobre seu "relacionamento" anterior. A cada coisa que se lembrava do passado sentia vontade se chorar, e fazer isso na frente de Rony não era um assunto à discutir.

—Acho que não é o momento para falar do passado Rony.
—Tudo bem– ele conformou-se
Ela sorriu e lhe deu um selinho.
—Quero que você venha almoçar aqui amanhã.
—Quer que eu faça o almoço você quis dizer.
—Isso também.

Ela o abraçou.

—O que você quer que eu faça?
—Eu não sei, mas seja o que for, temos que comprar os ingredientes, porque a única coisa que tem aqui são comidas prontas.
—Nada pratico você.
Ele sorriu e continuou:
—Eu te levo ao mercado, podemos comprar as coisas e eu te deixo eu casa.
—Tudo bem, mas antes, mais uma rodada? – perguntou erguendo o controle do videogame para ele.
—Mais uma rodada, prepare-se para perder pela milionésima vez Srt. Granger.
—Dessa vez não Weasley, é melhor se preparar para o pior.

Ele sorriu e começaram a jogar. Foi uma disputa acirrada, e com muito esforço Rony venceu.

—Tenho que admitir que dessa vez você foi bem melhor.
Ela concordou com a cabeça.
—Vamos ao mercado agora?
—Sim, só me deixe pegar minha carteira e a chave do carro.

Ele saiu e Hermione ficou sozinha na sala, pensando em como está com ele à fazia bem e como se sentia feliz. Foi tirada dos seus pensamentos ao ouvir um barulho, olhou para o sofá e o celular de Rony estava tocando um barulho de mensagem. Estendeu a mão e o pegou.

—Rony seu celular está tocando…
Ela olhou para a tela e franziu as sobrancelhas ao lê a mensagem.

Você também sente a falta do meu? Saudades ♥.

Ela fitou o celular, séria. O que aquela mensagem queria dizer? Falta do quê? Ela não poderia imaginar que sentiria ciúmes de alguém na vida até ler o que estava escrito no celular de Rony. Nunca estivera em um relacionamento sério antes e às vezes lhe dava medo de fazer alguma coisa errada. Não saberia o que fazer se ele dissesse que ela não era mais suficiente.

Não tinha percebido que tinha agarrado o celular com tanta força, até ouvir a voz dele.

—Mione?
—Sim?
—O que aconteceu? Porque está com essa cara?

Ele fitou o celular na mão dela.

—Seu celular estava tocando e eu peguei para te dar e acabei vendo a mensagem sem querer.
—E de quem é?
—Não sei, mas acho que você poderia me dizer.
—Como?– ela à olhou sem entender.
—É uma mensagem bastante amorosa.

Rony ainda não estava entendendo então pegou o celular da mão dela e os os olhos se arregalaram. Aquelas mensagens de novo. Mas que droga.

—Não sei de quem é Hermione.
—É mesmo? Então essa mensagem está destinado a você por acaso?
—Já disse que não sei de quem é, aliás você não está vendo que é número desconhecido? Devem ter mandado errado.
—Tem certeza?
Ele chegou mais perto dela.
—Mione, você acha mesmo que eu seria capaz de estar com outra, enquanto estou com você?

Hermione abriu a boca, entretanto não saiu nenhuma palavra.

Ele chegou ainda mais perto, sua respiração batendo em sua face.

—Me responde Hermione.
Os lábios dele estava a centímetros dos dela.
—Não – sussurrou.
—Muito bem! Fique sabendo que nunca em qualquer circunstâncias que fosse eu jamais te trairia, ouviu bem?
—Sim.
—Bom– Ele roçou os lábios nos dela– Agora eu vou te beijar.

E sem esperar a reação dela, ela à puxou para um beijo que dizia tudo o que ele queria. Dizendo que ela era dele, dizendo que não gostava da sua insegurança, dizendo que não gostava de ser chamado de mentiroso. E quando à soltou viu que tinha conseguido passar a mensagem que queria.

—Agora vamos indo.

***

No mercado Hermione estava na parte das massas procurando algo para fazer no almoço e Rony estava na parte dos ingredientes da sobremesa. Estava distraída olhando um pote de molho de tomate quando trombou com alguém.

—Nossa– arfou– Me desculpe, eu te machuquei?
—Não, não se preocupe a culpa foi minha.

A moça ergueu a cabeça e ela pôde vê-la melhor, era loira com olhos de um azul desbotado, bem diferente dos olhos azuis oceano de Rony, ela usava uma blusa sem alça vinho e uma calça jeans, estava carregando uma cesta com pães dentro. Ela sentiu uma sensação estranha, porém ignorou.

—Tem certeza?
—Sim, estou bem!– ela lhe deu um sorriso.
—Que bom então, tenha um bom dia.

A mulher saiu um segundo antes de Rony chegar carregando um pacote de petit gateau e várias caixas de sorvetes.

—Com quem você estava conversando?
—Ninguém em especial, pronto?
—Sim e você?
—Sim, vamos lá.

Foram até o caixa e depois de uma pequena discussão de quem pagaria as compras sendo ganhado por Rony, eles voltam para o carro. Rony deixou Hermione em casa e partiu com as compras.