Falling apart escrita por mlleariane


Capítulo 5
With or without you


Notas iniciais do capítulo

“Cada capítulo que sai é soco no meu coraçãozinho de shipper :'(“ (Neely)

Gente, a fic chama "desmoronando, despedaçando" vocês esperavam o quê? hahahaha Confesso que estou adorando #EvilAri

Mas calma, vocês cofiam em mim, não confiam?
No próximo capítulo tudo se resolve, até porque ele já é o último (um minuto de silêncio para curtir a bad)

Não sei o que dizer sobre esse capítulo, só que me senti muito realizada em me inspirar num filme que adoro (Mensagem para você) para criar um pedacinho dele.

Bem, e o nome...

O nome é a música da minha vida (quem me segue no twitter sabe que minha @ é uma clara referência a ela). E aí, com ou sem você?

Vejo vocês nos comentários (que serão meio gritantes, prevejo)

Beijo, Ari ;)



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Dois dias depois...

Castle: Bom dia!!

A empolgação de Castle assustou Martha, que, chegando, fechou a porta da sala desconfiada.

Martha: O que aconteceu?

Castle: Aconteceu que é um lindo dia de verão! Você já parou para olhar o dia? Olha o dia! – Castle apontou para a janela.

Martha: Richard, você não anda exagerando no uísque, anda?

Castle: Uísque? São 9h da manhã!

Martha: Que bom que você sabe... – Martha correu os olhos pela cozinha, onde Castle preparava café animadamente.

Castle: Eu tenho um caso – ele confessou – E é área da 12ª.

Martha: Ahh, então essa felicidade toda é porque vai ver Katherine...

Castle: Eu mal posso esperar para ver a cara dela quando me ver entrando na 12ª com Jessie.

Martha: Espera... quem é Jessie?

Castle: Minha cliente.

Martha: E você está saindo com ela?

Castle: Não, mas é o que Kate pensará.

Martha: Richard! Quanto anos você tem, 15? Isso é ridículo!

Castle: Ridículo é ela ficar se encontrando com aquele ex metido a agente especial na NOSSA sala do café.

Martha: Pare, pode parar bem aí, não quero ouvir mais nada. Vocês parecem duas crianças birrentas.

Castle: Foi ela que começou.

Martha: Onde está minha neta? – Martha sentou-se no balcão, roubando uma torrada.

Castle: Terminando de arrumar as malas.

Martha: Pelo visto sou a única que não vai viajar no feriado.

Castle: Ainda dá tempo, o feriado é daqui há dois dias.

Martha: Não, eu vou me fechar no meu apartamento e meditar tentando atrair boas energias para essa família.

Castle: Cada louco com sua mania.

Martha: É, tem alguns que usam clientes para fazer ciúmes.  

Castle deu os ombros.

Martha: Você sabe que machucar quem ama reverte em mágoa para você próprio, não sabe?

Castle: O que eu sei é que um homicídio me espera – Castle tascou um beijo na bochecha da mãe – Tchau.

Martha: Tchau... Eu vou ter que canalizar muitas energias para resolver os problemas desses dois... – Martha pensou alto quando o filho saiu.

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Castle passara parte da manhã e da tarde investigando. Não queria chegar na 12ª sem nada em mãos, obviamente para surpreender Kate, quem sabe até confrontá-la. Sim, ele adoraria isso. Uma daquelas disputas em “que vença o melhor”. Ok, Castle admitia que era difícil definir um melhor ali. Eles eram perfeitos juntos...

Deprimiu-se por um momento, mas decidiu que não se deixaria abalar. Reforçou o perfume, juntou suas coisas e, às quatro da tarde, com Jessie a tiracolo, saiu do escritório rumo à delegacia.

Castle: Sito!

Espo: Hey bro. – os olhos safados de Espo revisitaram a cliente de Castle.  

Castle: Essa é Jessie. Eu e Hayley estamos cuidando do...

Espo: É, eu sei, desse caso – o detetive apontou o quadro – Nós vamos precisar conversar com você, Jessie.

Jessie: Claro.

Esposito fez sinal para que a moça o seguisse.

Castle: Hey Espo – Castle segurou o braço do amigo, antes que ele deixasse a sala – Onde está sua capitã?

Espo: Beckett não está trabalhando esses dias – Espo tentou dar um passo, e Castle o puxou de novo.

Castle: Por que não?

Espo: Está doente.

Castle: Não, não, Kate nunca fica doente...

Espo: Aparentemente ela fica sim...

Castle: Não, ela está escondendo algo, talvez alguma investigação por fora...

Ryan: Espo está certo, Kate está mal – Ryan, chegando, entrou no assunto.

Espo: Muito mal – Espo ressaltou, deixando Castle assustado.

Ryan: Beckett é dura na queda, mas dessa vez não teve jeito. Estava aqui, trabalhando loucamente, mesmo ardendo em febre. Foi quando um dos superiores apareceu de surpresa e, vendo-a daquele jeito, a mandou para casa. Ela ficou uma fera.

Castle: Quando foi isso? – o olhar de Castle era demasiadamente preocupado.

Ryan: Anteontem. Foi logo depois daquela noite em que nos encontramos.

Castle: Eu... eu tenho que ir.  

Espo: Ei, e sua cliente?

Castle: Eu ligo para Hayley do caminho! – Castle disse já correndo rumo ao elevador.

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Kate: Gripe estúpida! – Kate tentava reler o caso sobre Locksat, mas sua cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento. As horas não passavam, e seu estado só parecia piorar.

Olhou com raiva para as caixas de remédios em cima do balcão. Eram 3, o que a fez odiar o médico do pronto-atendimento que as tinham receitado.

Kate: Incompetente – ela praguejou – “Isso deve dar” – imitou a voz do doutor – Não deu! – respondeu alto, em tom bravo – Meu corpo dói, mal consigo engolir e minha cabeça... – Kate levou as mãos à cabeça – Três remédios! – ela pegou as caixas – O que mais falta?

Soltou as caixas quando a campainha a pegou de surpresa. Olhou para o relógio, que marcava quase seis horas. Talvez fosse Lanie, a amiga sabia que Kate estava mal. Seu pai não era, o senhor estava viajando a trabalho e já tinha conversado com a filha mais cedo.

Ao segundo toque, Kate disse que já ia. Procurou rapidamente um sobretudo, que amarrou por cima do pijama. Passou a mão pela mesa, recolhendo os muitos lenços de papel jogados por ali, e, fechando o computador, dirigiu-se então à porta. Seus olhos, porém, não negaram a surpresa ao abri-la.

Kate: Castle?

Castle: Oi... – ele teria feito um movimento com as mãos, se elas não estivessem totalmente ocupadas com sacos de compras.

Kate: O que... o que você está fazendo aqui?

Castle: Soube que está doente...

Kate: E estou mesmo. Aliás, você não deveriaa a a a atchim!

Castle: Vamos ter que desinfetar essa camisa! – ele brincou, olhando para o peito.

Kate: Me desculpa... – ela colocou a mão na testa – Você deveria ir embora.

Castle: Tarde demais, você já me contaminou – ele abriu espaço, entrando na casa. Colocou as sacolas em cima do balcão, e olhou para Kate. Ela ainda o observava da porta, confusa. Ele foi até ela.

Castle: Você precisa se sentar – trazendo-a pelo braço, Castle a colocou no sofá, enquanto voltou e fechou a porta.

Kate o olhava cada vez mais confusa.  

Castle: A febre baixou?

Kate: Oi? – Kate ainda estava perdida tentando entender tudo.

Castle: A febre. Você tem tomado remédio para febre – Castle já segurava uma das caixas.

Kate: Ah sim... eu sinto que vai e volta.

Castle: Devíamos medir novamente.

Kate: Eu não tenho termômetro.

Castle: Não importa, eu trouxe. – o escritor remexeu em uma das sacolas e, achando o referido objeto, voltou-se a ela, ajoelhando-se diante do sofá – Posso?

Castle estava pedindo permissão para tocar nela, era isso? Kate abriu o sobretudo e, afastando a blusa do pijama, levantou o braço.

Kate: Por que você está fazendo isso? – Kate o olhava fixamente.

Castle: É importante controlar a febre.

Kate: Não, Castle. Isso. Isso tudo – ela fez uma pausa – Por que está aqui?

Castle: Porque eu sou seu amigo, e me preocupo com você. E porque eu sei que você não sabe se cuidar.

Kate: Eu sei me cuidar!

Castle: Sabe? Onde é que estava seu termômetro mesmo?

Kate deu os ombros, e avistou as sacolas no balcão.

Kate: O que tem lá?

Castle: Algumas frutas, medicamentos, chás, pastilhas, sprays...

Kate: Uau. Um arsenal.

Castle: É o que amigos fazem. Cuidam um do outro – Castle olhou para baixo, esperando a reação de Kate, que veio depois de um pequeno silêncio.

Kate: Nós somos amigos agora? – ela perguntou com medo da resposta.

Castle: Nós nunca deixamos de ser – ele a encarou.

Touché. Kate não tinha resposta para aquilo. Sim, a relação dela com Castle atingia muitos níveis. Eles eram amigos, amantes, homem e mulher, parceiros... no crime e na vida. Kate sentiu um arrepio.

Castle: Está com frio? – ele a observou.

Kate: Um pouco.

Castle: Você deveria se deitar... – cuidadosamente, Castle retirou o termômetro – 39 e meio – ele analisou – Um pouco alta, mas você vai sobreviver.

Kate: Que sorte a minha! – ela ironizou, e ele a olhou sério.

Castle: Venha – ele deu a mão, e ela obedeceu.

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Assistida por Castle, Kate se acomodou na cama.

Kate: Você daria um bom médico... – ela disse enquanto ele puxava a coberta sobre ela.

Castle: Não, obrigado. Eu prefiro matar as pessoas.

Kate: Que horror!

Castle: Não se faça de santa, você gosta.

Os dois riram divertidos. Os olhares, então, se cruzaram novamente. Começava sempre assim, um descuido que rapidamente se transformava em tensão, misturada ao desejo de permanecerem se olhando, e de repente a fuga, o medo de se entregarem.

Castle: Eu vou fazer um chá – foi Castle que desviou, se levantando.

Kate: Eu odeio chá! – ela fez uma careta.

Castle: Eu sei – ele já saía do quarto.

Kate: Você não vai me obrigar a beber! – ela se esforçou no tom para que ele ouvisse.

Castle: Veremos! – ele gritou de volta.

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Recostada na cabeceira da cama, Kate ainda tinha a cabeça zonza. Só se mexeu quando Castle retornou com a xícara.

Kate: Não.

Castle: Vamos... esse chá é bom para infecções.

Kate: Quem disse que estou com infecção?

Castle: Abra a boca.

Kate: Não tem nada aqui – ela desviou, mas ele se precipitou sobre ela.

Castle: Seja boazinha, Kate.

Kate bufou, mas obedeceu.

Castle: Deus do céu, está um horror.

Kate: Ah, obrigada – ela torceu a boca.

Ele saiu de cima dela rindo.

Castle: Beba.

Ela pegou a xícara contrariada. Sua expressão, porém, demonstrou surpresa.

Kate: Até que não é tão ruim...

Castle: Claro que não é ruim, eu que fiz! – ele disse metido, e ela revirou os olhos. Castle ficou observando até o último gole ser dado. Sentado na beira da cama, pegou a xícara vazia e depositou no criado mudo.

Kate: Ok Castle, o chá estava bom. Satisfeito?

Castle: Muito.

Kate: Talvez você tenha razão e eu não sei mesmo cuidar de mim mesma.

Castle: É, talvez eu tenha...

Kate: Então... tem matado muito ultimamente? – ela tentou iniciar uma conversa.

Castle: O de sempre – ele não queria admitir que tinha diminuído a escrita.

Kate de repente bocejou, os olhos já se tornando pequenos.

Kate: Eu praticamente só durmo há dois dias... – ela disse contrariada. Os remédios a derrubavam.

Castle: É bom, você precisa descansar – ele ponderou, puxando um travesseiro para ajudá-la a se acomodar melhor.

Sentindo-o ali, Kate lembrou-se do quanto era bom abraçá-lo. Seus beijos, seu cheiro, seu homem....

Kate: Por que você está aqui mesmo? – ela disse alto o pensamento, o sono a deixava confusa.

Castle: Porque eu me preocupo com você...

Kate: Nós somos amigos...

Castle: Sim, nós somos.

Os dois se olhavam fixamente, ela deitada na cama, ele sentado próximo. Olhos, bocas e respirações próximas demais.

Kate: Posso te fazer uma pergunta? Como amiga? – ela disse com cautela, justificando.

Castle: Claro – ele respondeu estranhando o reforço que Kate tinha dado ao “amiga”.

Kate: Você está saindo com alguém?

Castle: Você precisar descansar, Kate...

Ela o olhou triste. Ele não queria responder, não iria responder. Odiou seu estado, o sono e mal estar que a acometia. Queria que os olhos ficassem abertos, queria vê-lo um pouco mais. Ou muito mais. Sentiu seu corpo estremecer.

Kate: Por que está tão frio hoje...?

Castle: Não está... – ele puxou outra coberta, que estava dobrada nos pés da cama. Era verão, e a temperatura amena. Exceto para uma Kate com febre.

Kate: Está sim... – ela apertou os braços, na tentativa de se aquecer. Castle olhou para Kate, sua Kate forte, destemida, imbatível, agora frágil, lutando contra o frio que só existia em seu corpo.

Castle: Está melhor agora? – Castle se aproximou mais ainda, os braços fazendo lentos movimentos sobre a coberta para esquentá-la.

Kate sentiu a respiração quente dele vindo em direção ao seu pescoço, a boca quase tocando sua pele. Virou-se para o lado oposto, e, parando o braço dele que se movia, o puxou para abraçá-la. Castle entendeu e a envolveu, num movimento tão perfeito que os corpos conseguiram se encaixar, mesmo separados por duas cobertas. Ela se moveu ainda um pouco mais para trás, e ele apertou o abraço. As mãos se tocaram, misturando os dedos.

Kate: Está perfeito... – ela sussurrou, e adormeceu com um sorriso no rosto.

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Quando a luz da manhã adentrou o quarto, Kate abriu os olhos suavemente. Respirou fundo, e sentiu o peito limpo. A cabeça já não doía, e a garganta inflamada havia melhorado consideravelmente. Mas não foi por nenhum desses motivos que Kate sorriu.

Castle...

Ele tinha ido até lá, cuidado dela, a colocado para dormir e dormido também com ela. Onde estaria agora?

Kate se levantou, talvez ele estivesse preparando um café, talvez conversassem e se entendessem, talvez...

Olhou para a casa vazia. No balcão da cozinha, um bilhete que dizia haver mais chá no fogão, e desejos de melhora. Ela estava sozinha novamente.

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O 4 de julho amanhecera chuvoso. Dois dias depois de ter adormecido com Castle e acordado sem ele, Kate não tinha agradecido o feito, e muito menos sabia como fazê-lo. Por que Castle a torturava daquele jeito? Uma hora a cuidava, depois a deixava. E ele não havia respondido à pergunta. Kate odiou-se por ter perguntado, mas agora sabia que não precisava da resposta.

Repassara todos os momentos daquele encontro, os olhares, os sorrisos, os toques inesperados e também os propositais...

Torturante – foi a única coisa que Kate pensou. Ela definitivamente não queria aquela amizade.

Revirou suas coisas, pegou uma chave e saiu.

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Kate entrou no loft silenciosa, embora soubesse que ele estaria vazio. Alexis sempre viajava com os amigos nos feriados, Martha não morava mais ali, e Castle estaria em Washington para uma tarde de autógrafos – ele havia dito naquela noite no bar. Kate sentiu uma raiva percorrendo seus pensamentos. Castle havia beijado uma mulher no bar. Ou ela havia o beijado. Não importava. Era uma mulher qualquer, e não ela.

Passou pela sala tentando ser indiferente a tudo. Tentativa em vão. Cada passo que dava sua mente se enchia de lembranças. Vivera muitos momentos ali, rira e chorara com Castle, discutira e o amara. Principalmente o amara. Todos os dias, em todos aqueles anos.

Quando adentrou o quarto, seu coração diminui o ritmo. As fotos ainda estavam ali, todas no mesmo lugar. As coisas dela, todas intactas. As camisas de Castle jogadas pela poltrona, como sempre. Kate sorriu, lembrando-se que não adiantava implicar com aquilo. Foi até uma, pegou e a cheirou. O perfume estava todo ali, misturado ao cheiro daquele que costumava ser seu.

Devolveu-a ao lugar e olhou para a cama. Não sabia dizer quantas vezes se amaram ali. Bem, e fora dali também. Kate sentia falta de Castle em todos os sentidos. Ela o sentia profundamente. Sentou-se no que era o lado dele, mas não derrubou nenhuma lágrima. Pensativa, ali ficou, e não percebeu quando a porta da casa se abriu. Apenas quando ouviu passos no corredor, levantou-se cautelosamente e, posicionando-se com a arma na mão, surpreendeu quem aparentemente tentava surpreendê-la.

Castle: Ei! – ele levantou as mãos – Eu sou inocente!

Kate: Cas... Castle? O que você está fazendo aqui? – ela abaixou a arma rapidamente.

Castle: Bem, eu moro aqui.

Kate: Ah, sim, claro... – Kate ficou sem graça.

Castle: O que VOCÊ faz aqui?

Kate: Eu... eu... – Kate gaguejou – Me desculpa, eu não devia ter entrado sem avisar. Eu estou saindo...

Castle: Ei...! – ele a segurou, e só então Kate percebeu que ele estava encharcado.

Kate: O que aconteceu com você? Você não deveria estar em Washington?

Castle: Sim, mas meu voo foi cancelado devido à tempestade.

Kate lançou um olhar para janela. Havia mesmo uma tempestade vindo. Como ela não tinha percebido?

Castle: E no estacionamento do aeroporto eu fiquei assim – ele desceu as mãos pelo corpo.

Kate: Você precisa de um banho. Eu estou saindo...

Castle: Não, Kate, espera! – ele a impediu novamente – Por que você veio aqui?

Kate: Eu... eu vim buscar o resto de minhas coisas – ela admitiu sem o encarar.

Castle ficou decepcionado. Esperava algo como “eu tive saudades” ou qualquer outra coisa que o envolvesse emocionalmente. Mas não, Kate estava apenas reiterando o ponto final da história dos dois.

Castle: Claro... – foi o que ele conseguiu dizer.

Kate: Me desculpa, eu jamais devia ter vindo sem avisar. É que eu...

Castle: Você não queria me ver – ele conclui, sério. Olhando para baixo, Kate não conseguiu responder.

Kate: Eu volto outra hora.

Castle: Você já está aqui, por que não pegar suas coisas agora? – o tom dele se tornara frio.

Kate: Eu não quero te atrapalhar.

Castle: Não vai. Vou entrar no banho, não vou nem lembrar que está aqui.

Aquilo doeu. Kate viu Castle passando por ela, em direção ao banheiro.

Castle: Eu vou tomar um banho bem demorado, então você pode pegar tudo que quiser – ele disse sem olhá-la, e fechou a porta atrás de si.

Kate ficou alguns minutos imóvel. Não havia mais o que fazer. Algo entre os dois havia morrido. A confiança? A cumplicidade? O amor? Kate não sabia dizer. Era apenas muito triste.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Castle abriu o chuveiro e deixou a água quente molhar seu corpo. O que ele estava fazendo? O que Kate estava fazendo? Agora era assim, se machucariam até se destruírem completamente? O escritor tentou escrever um final feliz para aquela história. Inútil.

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Kate saiu do closet arrastando duas malas. Dessa vez, não deixaria nada para trás. Parou no meio do quarto para olhá-lo por uma última vez. A água caindo lá fora, o barulho dos trovões e a claridade dos relâmpagos a fizeram lembrar a primeira vez. Se queriam tanto que chegava a doer. Agora doía por não se quererem.

Bem... ela o queria. Olhou para a porta do banheiro. O cheiro que vinha lá de dentro a inebriava. O cheiro dele. Castle tinha o dom de ser incrivelmente perfumado, o que a enlouquecia. Instintivamente, caminhou até lá. Não raciocinou, apenas sentiu. Levou a mão na maçaneta, mas não a girou. Deu um passo para trás. O que ela estava fazendo? Ela não tinha o direito de entrar ali. Mas tinha o desejo...

Kate olhou novamente para a porta. Entrava ou não entrava?

Enquanto se decidia, o perfume a envolvia. Mais e mais e mais.

Colocou a mão na maçaneta e...


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Notas finais do capítulo

Continua...