Unexpected Love escrita por Unnie


Capítulo 2
Unexpected Routine


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!
O último capítulo não recebeu NENHUM comentário, porém teve um número considerável de leituras e views. Fiquei triste, confesso, mas bola para frente! Continuo esperando por vcs, sério!
Por fim, boa leitura.



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Kin deitou-se em sua pequena cama e pôs seus pensamentos em ação, já fazia anos que ele e seus pais levavam essa vida difícil e pelo andar da carruagem ele podia perceber que nada mudaria. Não é que ele tivesse a pior vida do mundo, ele tinha uma casa – alugada - um emprego - que pagava pouco - e conseguia dormir - três ou quatro horas por dia. 

— Preciso mudar minha vida. – ele murmurou como fazia todas as noites. Tais palavras eram mais como um consolo do que um tipo de força de vontade.

Sabendo que suas chances eram poucas e que a realidade ia muito além de lamentos, decidiu que o melhor a se fazer era descansar e recuperar as energias para mais um dia de trabalho, afinal ele teria somente quatro horas de sono.

...

— Então temos que avaliar os investimentos na China, pois estes tem recebido um retorno muito grande. – um dos conselheiros falava – É um mercado muito oportuno e de bom investimento, acho que nossa próxima sede pode ser em Xangai.

— Xangai será em um futuro muito próximo, a capital da tecnologia, então acho oportuno termos nossa empresa lá. Podemos ir além da Coréia e sermos uma das maiores do mundo. – outro conselheiro explicava – O que acha senhorita Cho-Hee?

Cho-Hee encarava os papéis em sua mão, parecia pensar. Não podia dar uma resposta imediata e positiva. Seu pai a tinha ensinado.

“Investigue, analise e pesquise antes de tomar uma grande decisão. Riscos podem estar em lados que nem imaginamos!”

— Acho válido, mas preciso de uma avaliação mais assídua do mercado chinês, não quero investir em algo que pode estar em queda daqui a dois dias. Façam, por favor, uma avaliação sobre todos os nossos investimentos e sobre todos os investimentos de empresas parecidas com a nossa em Xangai e vejam se a mais vantagem do que custos. Vejam também a frequência das ações de empresas como a nossa. Não quero instalar a empresa em um território que não oferece estabilidade a nossa área. – Cho-Hee olhou brevemente para o pai que assentiu com a cabeça.

— Pois bem, façam o que minha filha pediu e decidiremos na próxima reunião. Estão dispensados! – todos os presentes assentiram, levantaram de seus respectivos lugares e deixaram a sala, deixando somente o presidente, a filha e os secretários de ambos – Fico feliz que tenha sido prudente, sabemos que o investimento é uma boa coisa, mas é sempre melhor analisar todas as vertentes. Você está realmente no caminho certo. – a primogênita assentiu.

— Obrigada Sr. Presidente. – ela o reverenciou rapidamente e saiu da sala acompanhada de seu secretário.

— A senhorita deixou seu pai muito orgulhoso – o secretário Yoon disse – Resolvi os problemas que tinha pela manhã, os relatórios sobre o novo produto estão finalizados e a equipe de marketing já apresentou o projeto, amanhã de tarde iremos visita-los para ver os resultados. – adentraram na sala da garota.

— Amanhã meus pais viajam – Cho-Hee sentou-se em sua grande cadeira – Acha que a reunião terminará tarde? Queria me despedir deles.

— Não posso afirmar nada, mas acho que a reunião tomará a tarde toda e parte da noite. Eles irão apresentar os diversos projetos de marketing e os meios que irão ser implantados. – a garota suspirou.

— Tudo bem, é melhor resolver esse assunto logo e deixar tudo pronto para quando meu pai voltar. – o secretário assentiu – Obrigada Secretário Yoon, não precisarei mais de você hoje, só vou assinar alguns papéis e irei para casa. – disse ao olhar o relógio, marcava sete e meia.

— Entendido, tenha uma boa noite.

— Igualmente.

Observou o secretário deixar a sala e voltou sua atenção para os papéis em sua mesa, era uma pilha com pouco mais de cem folhas que precisavam ser lidas e analisadas com calma e atenção. Percebeu que não terminaria esse trabalho antes da meia noite, então fez uma boa xícara de café e iniciou a leitura.

Pouco mais de uma hora após ter iniciado seu trabalho, recebeu algumas mensagens.

“Eu e as garotas iremos nos encontrar para irmos a uma balada, você quer ir?” era uma mensagem de Kim Hae-Won, uma velha amiga de Cho-Hee.

Suspirou. Era sempre assim, suas amigas iam a festas e ela estava trabalhando. Acostumou-se com isso desde cedo, especialmente quando suas aulas de preparação para assumir a empresa começaram.

“Desculpe Hae-Won, estou presa no escritório por pelo menos duas horas.”

Recebeu um emoticon triste como resposta e finalizou a conversa. Ela sabia que a vida dela seria assim, nunca ia poder sair à hora que quer porque teria compromissos inadiáveis e responsabilidades enormes. Ela sabia e compreendia isso, parou de ver o sentido de frequentar casas de festas quando suas responsabilidades começaram a sufoca-la. Ela teve que virar adulta muito cedo.

— Tudo bem, vamos terminar isso! – disse voltando sua atenção aos papéis.

...

— Estou saindo! – Kin gritou – Já acabaram as encomendas? – um dos funcionários assentiu – Então estou indo.

Kin correu até o ponto de ônibus e agradeceu aos céus pelo transporte que passou logo em seguida, estava atrasado, pois seu dia na pizzaria foi corrido e cheio de entregas.

— Pelo menos consegui boas gorjetas. – ele murmurou para si.

Desceu na rua da boate e encaminhou-se para a porta dos funcionários, a fila já estava quilométrica e ele soube que essa seria uma noite cheia.

— Ah, hoje é sexta-feira. – ele disse ao notar a correria dos funcionários dentro da boate – Hyung, o que aconteceu?

— Hoje vai ter promoção nas bebidas, o chefe disse que a casa estava muito vazia nesses últimos dias, então resolveu dar uma incrementada. – Cha Dong explicou, ele era um dos garçons – Se prepara para sair daqui ás seis.

— Estou super animado para isso. – Kin levantou a mão em sinal de animação.

— Você é engraçado, tem um sotaque diferente, fala mais de um idioma e ainda não conseguiu nenhuma ricaça – Dong fala enquanto limpava o balcão – Tem certeza que você gosta de mulheres? – Kin revirou os olhos.

— Eu não sou coreano, é meio obvio que meu sotaque é diferente.

— Ah é, e como é lá no Japão? É melhor? – Cha Dong perguntou. O garoto fazia essa pergunta uma vez ao mês, Kin já chegou a suspeitar que o amigo tinha algum tipo de disfunção na memória.

— Se você é uma pessoa pobre, não muda em muita coisa. - o garoto assentiu e riu – De toda forma, vou tomar um banho rápido e trocar de roupa, acho que hoje vou precisa de algumas xícaras de café.

A noite corria bem, muitas pessoas dançando, algumas brigas que foram apartadas por seguranças e sete pessoas levadas para fora por estarem bêbadas demais. Kin não conseguia ver sentido em nenhuma dessas ações, mas entendia que algumas pessoas tinham motivos para dançar, para beber e para se divertir. Elas não precisavam gastar todo o seu tempo em busca de dinheiro e métodos para melhorar a vida, pois de alguma forma elas tiveram oportunidade para estar onde elas estão.

Já se passava das cinco da manhã quando a casa começou a esvaziar, eles fecham ás seis, então era comum o estabelecimento começar a ficar menos cheio próximo ao horário de fechamento. Ele podia observar algumas pessoas, algumas delas cansadas e esgotadas, outras ativas e energéticas. Ele podia ver também alguns funcionários, Dong estava servindo uma mesa que só continha mulheres e parece ter trocado telefone com uma delas, ele também estava cansado, mas não tirava o sorriso do rosto. O garoto nunca perdia a oportunidade.

— Do que está rindo? – uma voz feminina cortou seus pensamentos. Ele ficou surpreso, não tinha notado ninguém no balcão de bebidas.

— Deseja alguma coisa? – ele perguntou. A garota parecia ser uma das socialites que visitavam o local habitualmente.

— Quero saber por que você está rindo. – ela mexeu-nos próprios cabelos – Você é bonito demais para estar atrás de um balcão. – ela continuava sorrindo.

— Desculpe, mas...

— Tudo bem, já entendi. Você deve ser compromissado, desculpe! – ela disse baixo – Só finja que me deu seu telefone, minhas amigas apostaram comigo. – ela apontou discretamente para a mesa que Cha Dong acabará de sair – Acharam você bonitinho e eu tive que vir até aqui. – Kin suspirou.

— Tudo bem – ele colocou seu telefone no papel que a garota o entregara – Só peço que não fiquem ligando, eu não tenho uma vida que se pode curtir muito. – a garota assentiu.

— Okay. Foi bom te conhecer. E seu sotaque é lindo! – ela deu uma rápida piscada e voltou à mesa das amigas.

— E aí, a garota pediu seu telefone? – Kin assentiu – Finalmente você está aprendendo a aproveitar as oportunidades! – Cha Dong disse.

— Isso não é oportunidade. – Kin começou a guardar algumas bebidas – Acho idiota ficar a espera de alguém para me sustentar. Ficar caçando gente rica.

— Eles têm dinheiro o suficiente para dividir com a gente que passa fome. – o garoto concluiu – É pegar ou largar e eu vou pegar, com certeza. – Kin riu.

— Tudo bem, mas vá ajudar aquele cara perto da mesa do DJ, ele parece que vai cair a qualquer minuto. – Kin avisou e em seguida contou mentalmente quantas pessoas ainda tinha no local. Vinte e duas.

A boate esvaziou-se totalmente ás seis, dois clientes foram “obrigados” a sair, mas era o habitual. Kin recolheu seus pertences e rumou para sua casa, ao chegar os pais ainda dormiam. Foi até seu quarto e dormiu. Hoje ele só trabalharia na boate, pois era sua folga na pizzaria.

...

— Vamos sair ás seis da tarde – o patriarca informava – Voltaremos no próximo sábado. – Cho-Hee ouviu com atenção – Certifique-se de que a empresa fique bem e que sua irmã não vai colocar fogo na casa. – Cho-Eung revirou os olhos.

— Tudo bem, pai. – a primogênita fez uma pequena reverência – Vou para a empresa ás nove, pois ficarei ocupada durante o resto do dia, vou resolver as questões finais do marketing do novo produto.

— Oh! Fez muito bem, pode me mandar o projeto quando resolver tudo. – Cho-Hee assentiu e rumou até o andar superior.

Ela sabia que sua reputação como CEO estava totalmente ligada ao lançamento dos novos produtos que ela gerenciava, não podia decepcionar. Vendas, recepção, marketing, tudo dependia das escolhas que faria na reunião que aconteceria na tarde de hoje.

Respirou fundo. Não podia vacilar agora, grande parte da confiança de seu pai seria depositada com o sucesso desse novo produto. Não podia falhar! Teria que surpreender o pai nessa venda e após isso, tentaria tirar um tempo para si e para seus pensamentos!

Cho-Hee, fighting! — pensou.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Comentem, por favor!
Qualquer reclamação, dúvida, elogio ou crítica será bem vinda, inclusive em relação a escrita - gosto muito de escrever e de português, mas tenho uma dificuldade e complexidade imensa.
Gostaria do retorno de vocês, okay? Esperando...



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