Unexpected Love escrita por Unnie


Capítulo 1
Unexpected Life


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal.
Nova história saindo do forno! Bom, não vou me demorar, deixarei isso para as novas finais. Espero que tenham uma boa leitura!



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Se você puder chutar um número, aposto que Kin tinha entregado o dobro de pizzas no dia de hoje. Ele conhecia mais as ruas movimentadas de Seul do que conhecia sua casa, mas já era esperado. Passava mais tempo nas ruas, trabalhando, do que em casa.

O garoto, de pele clara, olhos escuros e cabelos negros desalinhados e bagunçados; deslizava sobre as ruas da capital, era o momento que ele mais curtia do dia. Ele podia, com facilidade, guiar qualquer pessoa, dar qualquer informação.

— Mais um pedido saindo! – chegando a pizzaria, o sr. Choi gritou e em seguida uma grande caixa surgiu em sua frente – Anda logo Yoshida, daqui a pouco Eun-Sang vai entregar mais rápido que você!

— Com essa velocidade? – Kin respondeu e Eun-Sang o deu língua – É mais fácil a tartaruga do senhor entregar a pizza. – o velho Sr.Choi riu e observou o jovem correr até sua moto.

— Acho que esse garoto está trabalhando aqui há mais tempo que eu tenho você, Eun-Sang. – ela riu e foi servir a próxima mesa.

...

— Cho-Hee! – a voz grave cortou o grande escritório – Estou falando com você.

— Perdão, pai. – Cho-Hee voltou seus olhos para o patriarca – A que se referia?

— Em dois anos você completa 30 anos. As filhas de meus amigos já estão encaminhadas e algumas delas até casadas, como vamos lidar com sua situação?

— “Como vamos lidar”? – ela endureceu o olhar – Não é minha intenção tornar minha vida amorosa em um negócio, estamos bem do jeito que estamos.

— Você é minha primogênita e foi criada para assumir, mas ainda pensa desse jeito? Qualquer líder de empresa precisa de alguém que o acompanhe e sustente. Vínculos fortes formam grandes alianças, grandes alianças formam personalidades influentes.

— Personalidades influentes? – ela soltou o ar pelo nariz – Casamento arranjado com um naqueles herdeiros gananciosos de seus amigos? Eu dispenso. – a garota levantou da mesa – Assumirei a empresa em dois anos, fui treinada para assumir as indústrias Park durante toda minha vida e acredito que tenho capacidade para administrá-la, acredito que ninguém irá me questionar como nunca questionaram.

— Eles nunca questionarão na sua frente.

— Por isso mesmo que eu não darei ouvidos. – Cho-Hee saiu do escritório e fechou a porta, conversas com seu pai eram sempre difíceis.

— Pela sua cara a conversa foi complicada. – Cho-Eung, sua irmã caçula, interrompeu suas lamúrias – O que o velho disse?

Cho-Hee olhou para sua irmã, elas eram tão diferentes. Enquanto a primogênita tinha olhos mais puxados, Cho-Eung possuía olhos maiores, os cabelos da mais nova eram mais claros, enquanto o de Cho-Hee eram negros como a noite. Sua mãe dizia que Cho-Hee era muito parecida com sua avó e ela gostava da comparação. Amava sua avó, se pudesse escolher, escolheria ser criada por ela.

— Casamento. – a jovem empresária começou a caminhar para o andar superior com sua irmã no encalço – Contrato por meio de um casamento e aquela baboseira toda de aliança empresarial para fortalecer.

— Ele vai te obrigar a casar? – ambas entraram no quarto da primogênita.

— Por enquanto não, mas acredito que quando eu completar trinta, ele irá começar a brincar com minha sanidade. – a caçula riu brevemente.

— Você será uma ajumma. – Cho-Hee lançou uma de suas almofadas na irmã. – Ai!

— Se eu estiver solteira será porque eu quero estar! – ela pegou o notebook – Fui criada para ser CEO da empresa e o pai não confia em mim?

— Você sabe que ele é bem conservador em relação a essas coisas, quer nos ver casadas antes dos trinta, com uma família estável e com os negócios prosperando.

— Eu não preciso estar casada para os negócios prosperarem. – Cho-Hee lia as recentes notícias sobre a bolsa de valores – Mas espera, você em breve terá vinte e cinco anos, foi nessa idade que ele começou a me perturbar!

— Tsc, não me provoque, ajumma. – Cho-Eung arremessou outra almofada – Tudo bem, Unnie, eu vou te deixar em paz! – a caçula fez sinal de rendição – Preciso dormir, a faculdade vem sugando todas as minhas energias.

— Você faz faculdade de moda, como isso pode sugar as energias?! – a primogênita falava enquanto digitava.

— Você não sabe o que diz. – Cho-Eung mostrou a língua para a irmã.

— Devia agradecer a Deus por ter nascido depois de mim, caso contrário quem estaria aqui sentada lendo sobre ações e valores seria você! – Cho-Eung sentou-se junto a Cho-Hee na cama.

— Você acha que se eu fosse a mais velha ele me obrigaria? – Cho-Hee fechou o notebook e encarou sua irmã.

— O pai deu sorte por eu ter nascido com vocação e vontade para assumir os negócios, mas caso fosse seu caso – ela pôs uma das mechas soltas do cabelo da irmã atrás da orelha – Você estaria infeliz, tendo que ouvir sobre casamento e impostos. – Cho-Eung suspirou.

— É você tem razão. Vou fazer orações de agradecimento hoje. – Cho-Hee sorriu e observou a irmã deixar o quarto.

...

— Oppa! Oppa! – uma jovem garota debruçou no balcão e chamou por Kin – Mais uma bebida! – O tom da jovem já sugeria que esse não era o primeiro copo da noite, mas Kin só podia suspirar e obedecer, ele só estava proibido de vender bebidas quando o cliente não conseguia manter-se de pé – Oppa, nunca te vi por aqui.

— Trabalho meio período aqui. – ele respondeu enquanto preparava o drink.

— Oh – a garota se debruçou mais tentando aumentar o campo de visão de seu decote – Então temos um estudante! Qual sua faculdade?

— Não faço faculdade, por isso trabalho aqui. – ele finalizou o drink. A garota o encarou.

— Você parecia um bom partido, Oppa! – ela disse pegando a bebida e sumindo em meio à multidão.

...

Dia seguinte

— Cho-Hee, já está acordada? – ouviu a voz de sua mãe.

— Sim, Omma, estou finalizando alguns relatórios.

— Desça para o café. – a garota assentiu e finalizou suas anotações. Ao chegar ao andar inferior sentou-se a mesa e sua família já a esperava. Olhou brevemente para o seu pai que retribuiu o olhar.

— Acordou tarde, Unnie? – Cho-Eung questionou.

— Não, só estava adiantando alguns trabalhos, a mãe e o pai irão comemorar seu aniversário de trinta nos de casados no final de semana então tenho que deixar alguns relatórios prontos para ele assinar. – o pai da menina assentiu.

— Sua irmã entende as responsabilidades dela e você Cho-Eung? – a caçula o encarou.

— Nossa! O senhor me olhando assim parece até que matei alguém, o que eu fiz de errado? – a mãe das meninas sorriu.

— Nada, querida, seu pai gosta de brincar com a sanidade de vocês.

— Você brincou com a minha primeiro quando me deu duas filhas. – o patriarca comentou ameno e Cho-Eung e sua mãe riram.

— Algum problema, Cho-Hee? – sua mãe perguntou. Ela negou.

O clima na mesa ficou pesado. A mãe de Cho-Hee, Park Sun-Hee, sabia que a filha e o marido tinham discutido no dia anterior. Os embates estavam ficando frequentes.

Cho-Hee sabia que se revoltar e fechar a cara não melhoraria em nada em sua situação. Seu pai nunca a beneficiou em momentos de rebeldia.

— Realmente, isso é algo muito injusto. – Cho-Hee disse com um tom mais ameno – Sempre quis um irmão para bancar o durão com os namorados de Cho-Eung. – a caçula riu, mas foi subitamente cortada por seu pai.

— Namorados de Cho-Eung?! Que namorados?! – ele a encarava furioso.

— Ops, acho que falei demais! – a primogênita levantou-se da mesa e fez uma breve referência para em seguida deixar o local.

— Você é uma traidora, ajumma! – Cho-Eung gritou.

...

Quanto mais olhava os gráficos sobre os números de vendas e negócios da empresa, mais ficava empolgada. As novas estratégias de marketing estavam dando certo, os novos produtos estavam sendo bem recebidos e seu último projeto teve um número considerável – e agradável – de vendas. Cho-Hee olhava para aquelas planilhas como se fossem mapas do tesouro.

— Park Cho-Hee – um dos secretários chefes a abordou – Os relatórios sobre o novo produto já estão em sua mesa. Terei que me ausentar por algumas horas para resolver problemas com alguns fornecedores, mas já deixei tudo pronto para a senhorita.

— Obrigada, secretário Yoon.

A futura CEO encaminhou-se até sua sala e cumprimentou os poucos funcionários que já haviam chego. Entrou em seu escritório e suspirou ao ver a pilha de papéis que esperavam em sua mesa. O aniversário de casamento de seus pais caiu exatamente no mês que antecede ao lançamento do novo produto, isso tornou todos os processos mais complicados e demorados.

— Espero terminar tudo isso no dia de hoje, pois se eu deixar todos esses documentos se acumular, vou acabar passando o fim de semana trabalhando. – ela lamentou enquanto iniciava a leitura de relatórios.

...

— Tadaima! – Kin disse ao pôr os pés dentro de casa.

— Mais de dez anos vivendo aqui e ainda tem hábitos japoneses? – seu pai questionou, como sempre questiona.

— Não é como se eu deixasse de ser japonês só porque mudei de país. – ele disse pacientemente – Onde está a mãe?

— Gosto quando me chama de Okaa-san! – sua mãe surgiu da cozinha – Como foi o trabalho? Conseguiu dormir?

Sua família não era lá a das mais ricas, na verdade passavam bastante dificuldade o que fazia Kin se submeter a diversos empregos. Quando deixaram o Japão, ele tinha dez anos e ainda estava no ensino regular, mudar de país em meio sua formação escolar foi complicado, considerando que toda sua cultura, idioma e conhecimentos foram anulados e submetidos a um novo mundo.

— Eu dormi um pouco, mas estou bem cansado. – ele disse caminhando até seu quarto.

— Não vai tomar café conosco? Seu pai irá sair em breve para o trabalho. – o garoto fechou a porta do quarto e não respondeu.

— Eu disse que tínhamos que ter sido mais rigorosos com ele! Meu pai nunca me deixaria...

— Querido! – a esposa o repreendeu – Kin passa por maus bocados para nos manter bem, acho que devemos entender seus comportamentos. – a mulher ajoelhou-se e serviu a comida – Todos os jovens da idade dele já estão finalizando seus estudos em faculdades e começando suas vidas profissionais, mas nós não demos oportunidade para ele fazer isto. – o homem concordou com a esposa e em seguida ambos comeram seus respectivos lanches quietos.


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Notas finais do capítulo

Galera, vocês gostaram? Eu revisei, mas não sou professora de português nem nada, então a chance de ter algo ruim é grande.
Tem muitas coisas que ficou meio difícil de incluir (no que diz respeito a cultura sul-coreana), grande parte das coisas foi em relação a forma de tratamento. Lá é bem hierárquico e ficar escrevendo o tempo todo, em cada terminação de nome era um pouco chato.
Bom, espero que vocês tenham aprovado, o próximo capítulo está sendo revisado e em breve será postado. Deixem seus reviews para eu saber como estão indo as coisas.
Até o próximo, galera!



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