O Começo do Fim escrita por Galadriel


Capítulo 6
Vamos atrás deles!


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez, eu estou aqui vivendo esse momento lindo....
Divirtam-se!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/69549/chapter/6

Abaixei minha cabeça, pensando no ritual que Ravena me contara. Matar alguém que nós amávamos era uma perspectiva horrível, mesmo que fosse para salvar nossos amigos.

- E então, que faremos? – perguntei.

Ela suspirou e de cabeça baixa, flutuou até o chão. Lá nas pedras ela sentou de pernas cruzadas. Eu desci, me transformando em humano.

- não me diga que vai meditar?! – perguntei meio revoltado.

Ela me olhou e nos encaramos. Eu podia ver a tristeza estampada em seus olhos. Suas mãos tremiam um pouco. Percebi que ela esta tentando se acalmar. Seu estado de espírito estava um pouco abalado e ela estava se esforçando para não perder o controle. Senti-me mal comigo mesmo. Eu era um insensível e nem percebia o quanto Ravena se esforçava para não pular em meu pescoço e me partir em pedaços.

Eu sentei a frente dela e em silêncio esperei pacientemente que ela terminasse sua meditação.

Quando acabou, parecia estar calma.

- eles já devem estar longe – eu disse.

Ele olhou na direção da poeira. Maneou a cabeça confirmando.

- que faremos? – perguntei.

-gostaria de saber...

- vamos Ravena, não podemos ficar parados enquanto nossos amigos são seqüestrados!

- mas o que poderíamos fazer? O maldito ritual! É isso que você quer que eu faça?! – ela se exaltou. Seu poder já havia começado a circular seu corpo. Ela fechou os olhos e abaixou a cabeça. Aos poucos se acalmou. – você não entende Mutano, como e onde encontraríamos pessoas para matar, para poder salvar nossos amigos? É algo horrível. – de súbito seu corpo tremeu.

- Ravena – chamei.

- tive uma idéia. – ela falou calma, mas ao mesmo tempo triste.

- que idéia? – perguntei curioso.

- vou me matar. – ela disse me encarando.

Eu arregalei os olhos e me engasguei.

- você vai o que?!?!?! – falei com a voz esganiçada.

- me matar – ela falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- mas não pode!!!!! – tremi só de pensar que ela tinha cogitado e que cogita essa opção – o que Robin, Estelar e Cyborg pensariam disso?!

- me agradecerão.

- Não e Não! Não vou deixar que você faça essa coisa idiota!! – andei decidido até ela, agarrei seus cotovelos e a sacudi com força. – não vou deixar que faça isso – percebi que seu poder começava a circular por ela, mas eu não estava nem ai para o que poderia acontecer. – você pode se irritar, você pode me bater, me enforcar, pode me partir em pedacinhos, me forçar a comer carne, mas eu não estou nem aí! Não vou deixar você se matar, e se tentar vou te prender comigo e morreremos juntos!!!

- e como acha que vai conseguir se prender a mim?

Ela me pegou. Eu não tinha a menor idéia de como conseguir se prender a ela. Sorri amarelo. Então de repente tive uma idéia. Sorri malicioso.

- que pensa que vai fazer? – ela me olhou. Parecia apreensiva com o que eu poderia fazer.

Transformei-me em cobra e me enrolei em seu braço esquerdo.

- você vai ficar preso a mim como uma cobra?! – ela me perguntou, irritadiça.

Mostrei minha língua bifurcada para ela.

- sai do meu braço agora. – me falou, firme.

Mexi minha cabeça negando.

- sai, agora.

Neguei outra vez.

- sai, AGORA.

Tomei um susto, seus olhos pareciam que iam me fuzilar (e poderiam se Ravena quisesse). Reunindo toda a coragem que me restava, neguei, temendo que fosse a ultima vez que faria isso. Percebi que não estava com tanto medo. “A pele de Ravena é macia” pensei, como se nada estivesse acontecendo. (isso por que ela estava prestes a me incinerar).

- ssssabe – falei – sssua pele é massssscia Ravena.

Ela meio que arregalou os olhos, chocada com o comentário. Transformei-me num macaquinho bem pequeno com a cauda grande como a de um macaco-aranha, pulei em sua cintura e enrolei minha cauda nela. Depois estiquei meus braços até seu braço esquerdo e o puxei para perto de mim. Posicionei-o como se ela segurasse um bebe e me acomodei nele. Durante toda essa movimentação ela ficara estátua, como se estivesse paralisada, talvez por causa da minha petulância em mexer nela. Claro que não sei de onde viera toda essa coragem, só sei que viera.

Em vez de ficar irritadíssima e me agarrar pelo pescoço para me ao lançar para o céu, ela sorrira. Um sorriso tão sincero, tão doce, tão lindo que senti que valeria mais a pena morrer vendo-o, do que passar a vida inteira comendo tofu e se esbaldando com os amigos.

- eu gosto mais de gatos. – ela comentou displicente, se sentando no chão.

Imediatamente me transformei num gatinho. Ela me olhava como se quisesse fazer algo, mas não tinha coragem. Fiquei de pé e como um bom gatinho, passei meu corpo nela ronronando. Dei um leve miado e ronronei mais alto. Ela esticou a mão para me acariciar, mas puxou-a de volta. Passei minha cabeça na palma de sua mão, incentivando-a. Dessa vez ela não resistiu e passou sua mão pelas minhas costas. Foi uma sensação tão gostosa que nem consigo explicar. Era como se realmente eu estivesse sentindo Ravena ma acariciar em meu próprio corpo, em vez de um corpo de gato. Ela continuou, às vezes fazendo carinho em meu pescoço e às vezes nas minhas costas. Mas o momento que eu mais gostei foi quando sem perceber ela pôs sua cabeça na minha, me encarou e beijou minha testa. O impacto foi tanto que eu caí de lado, meio grogue.

- gatinho? – ela chamou.

Sacudi minha cabeça para voltar para a realidade. Andei até ela, subi em suas coxas (e que coxas) me apoiei em seu ombro e lambi seu queixo.

Ela sorriu.

- também gosto de você.

Feliz com o que ela me disse, pensei duas coisas: “Ela gosta de mim!” a parte ‘Mutano’ pensou. “Ela gosta de minha forma de gato” a parte ‘consciência do Mutano’ pensou. Lambi outra vez seu queixo.

Ela sorriu. “isso faz cócegas” falou. Comecei a lamber todo o seu rosto, ela caiu para traz, rindo, enquanto que eu acabei por deitar sobre ela (isso foi sem querer, se por acaso você tivesse um cachorro pequeno, saberia como isso aconteceu). Não sei se foi um erro ou um acerto, mas no meio de tudo isso eu quase lambi seus lábios. Digo quase por que, bem, imagine um queixo de perfil. Muito bem, suba seguindo os contornos da face. Antes de chegar ao lábio. Existe como uma curva, onde nos homens se forma a barbicha, pelo menos daqueles que deixam crescer a barba. Agora vocês já devem saber onde eu lambi e onde por acaso paralisei, ou melhor, paralisamos eu e Ravena. Encaramo-nos estupefatos. Tal qual foi meu susto que retornei a meu corpo humano, ainda deitado sobre ela. Meus braços estavam apoiados no chão, sendo que meus antebraços a tocavam logo abaixo dos ombros. E como teria ficado minha “língua”? Em uma situação nada agradável. Era como se eu estivesse prestes a beijar o lábio inferior de Ravena. Em outras palavras, era como se eu tivesse substituído a língua de gato, pelos lábios de Mutano.

Quando realmente caiu a ficha e percebemos nossa posição um tanto comprometedora, afastei imediatamente meu rosto do dela. Mas isso não quer dizer que eu tenha afastado meu corpo. Ela tocou minha barriga e tentou me empurrar. Imaginei que eu fosse ser arremessado metros e metros para o alto, mas nada aconteceu. Um tanto irritada Ravena falou entre dentes:

- saia de cima de mim.

Talvez você não acredite em mim, mas eu tentei com todas as minhas forças levantar, mas não consegui, era como se eu não mais controlasse meu corpo.

- saia de cima de mim agora, Mutano.

- não consigo.

- como assim “não consigo”?

- eu não sei meu corpo não responde, não consigo me levantar, tem alguma coisa me paralisando.

- mas que droga!

Pensei um pouco.

- e que tal se você tentasse sair por entre os meus braços, empurrando pra trás?

- não acredito que vou dizer isso, mas, boa idéia.

Ela começou a sair, mas não se arrastou nem dez centímetros, por que a agarrei por baixo dos braços, nas costelas.

- mas que droga foi essa que eu fiz?! – berrei irritado.

- me larga Mutano! Dá pra me explicar por que você está fazendo isso? – ela falou tentando afrouxar o aperto de meus braços.

- mas não sou eu! Além do mais por que você acha que eu faria isso?

A pergunta deixou-a calada.

- por que...? Você acha que eu faria isso de propósito? Hum, responda.

- é... E se eu achar? Posso esperar tudo de você. Inclusive “Nós teríamos que repovoar a terra”.

Encarei-a meio irritado, sentindo que havia perdido a batalha.

- certo – falei relutante – ainda sim, como vamos sair dessa posição mais que desconfortável, tanto para você quanto pra mim.

- seja específico, essa posição deve ser pouquíssimo desconfortável para você, afinal, que é que está deitado em quem aqui?! – ela falou me dando uma indireta.

- oras tudo certo, nessa posição mais que desconfortável pra você... Ainda sim, ainda estamos abraçados.

- seja mais especifico, você está me agarrando.

- já disse, não sou eu... Já sei – meus olhos brilharam, eu tivera uma idéia – por que você não usa seus poderes para se afastar de mim.

Ela pensou um pouco. “OK” falou. Ela invocou sua aura. Senti que aos poucos ela saía do meu “abraço”. Do nada parou.

- o que está acontecendo com a gente?! – ela falou, mais pra ela mesma do que perguntando pra mim.

- por quê? O que houve?

- também gostaria de saber. Só sei que eu não estou conseguindo evocar meus poderes.

- mais que droga! – agora eu a segurava pela cintura.

- detalhe – ela falou – nós não podemos ficar a eternidade assim, nem muito menos dormir assim. Temos que saber o que está acontecendo.

CONTINUA..........


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei, eu disse que não haveria mais romance tão cedo, mas não consegui evitar, sou essencialmente romantica então, dá pra ver no que dá.... Comentem, mesmo que não ganhem Nyah! Cash!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Começo do Fim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.