Anteriormente.

— Olha só, está vermelho, Heitor e Ângelo, em fim o papai vai nos dar uma madrasta.

— Já chega Estrela. – Passou por ela. – Nos vemos em casa.

Depois que seu pai saiu Heitor virou para os seus irmãos.

— Não sei vocês, mas eu não quero ninguém que ocupe o lugar da nossa mãe.

— Como assim? – Ângelo não entendia.

— Estou falando que não quero uma Madrasta.

XVI

Estrela estava aos beijos com Carlos.

— Eu amo quando você prefere ficar aqui comigo do que ir até a faculdade.

— Eu sei Carlos, mas não posso ficar faltando, as provas estão chegando.

— Você não acha que já está na hora de você contar pro seu pai que mudou de curso. – Ele beijava o pescoço dela. – Já está quase se formando.

— Você conhece o meu pai. – Ela o empurrou. – Já está na hora de eu ir.

— Porque você sempre tem que ir quando está ficando bom? – Mirava os seus olhos. – Acho que já está na hora de nós avançarmos na relação.

— Como assim Carlos? – Estava assustada. – Casar?

— Não eu estou falando de Sexo.

— O QUE? – Ela saiu de perto dele. – Você sabe que eu ainda não estou pronta e você prometeu esperar o meu tempo.

— Eu sei. – Ele tentou sorrir. – Mas não custa nada tentar, aliás você já me deu uma vez.

— Tenho que ir. – Ela pegou a bolsa.

— Espera? – Mas já era tarde, ela se foi. – Menina mimada.

— Papai? – Heitor bateu na porta do escritório do seu pai.

— Heitor filho, que bom que chegou em casa. – Ele olhou para o filho e viu angustia no seu rosto.  – Aconteceu alguma coisa?

— Eu quero saber o que há entre o senhor e aquela mulher.

Estevão respirou fundo. – Eu gosto dela Heitor.

— Mas papai o senhor nem conhece aquela mulher, eu não sei, mas toda vez que ela olha pra mim parece que está me escondendo alguma coisa, eu não gosto de ver vocês juntos.

— Como? – Estava confuso. – Eu não estou entendo Heitor, quando eu namorava a Ana Rosa era a sua irmã que implicava, agora que estou interessado na Maria é você?

— Papai ela não me inspira confiança. – Ter essa mulher tão perto do seu pai o atormentava. – Eu também não gostava da Ana Rosa, mas como da outra vez sempre deixei a minha opinião, mas sem me meter.

— meu filho presta atenção. Eu realmente gosto da Maria e quero ter alguma coisa com ela, eu só vou pedir respeito da sua parte.

— Eu sei pai, mas eu precisava falar.

— Você sempre foi ciumento quando o assunto é a sua mãe. – Deu a volta na mesa para abraçar o seu filho.

— Eu só queria que ela estivesse aqui.  – Falou para apenas o pai escutar.

— Eu sei filho. – Também estava emocionado. – Eu sou capaz de tudo por vocês, até trazer ela de volta.

— Pai assim o senhor me assusta. – Ele riu. – Pelo menos o lugar que ela está é melhor que aqui.

Estevão não conseguia falar mais nada o aperto que sentia não o deixava.

— Te amo filho.

— Também te amo pai, você é meu herói. – E saiu.

Alguns dias depois.

 Maria estava parada na frente da mansão, ao entrar naquela sala sabia que entraria em um jogo sem volta.

— Papai que noticia o senhor tem para nos dar. – Ângelo não aguentava de curiosidade.

— Aposto que tem haver com a visita misteriosa que vem pra jantar. – Estrela provocava o pai.

A campainha toca.

— Boa noite a todos. – Maria exalava elegância.

— Senhora Maria. – O queixo de Estrela caiu como o dos seus irmãos.

— Nada de Senhora Estrela,  já falamos disso. – Não conseguia parar de olhar com amor aos seus filhos.

— O que essa mulher faz na minha casa? – A voz de Alba ecoou na sala de estar.

— Eu a convidei tia Alba. – Ele olhou sério para a sua tia. – Ela vai almoçar conosco hoje.

— Mas isso é.. – Antes de ela terminar a frase Estrela chamou a atenção de todos.

— Maria venha vou te apresentar a minha mãe. – Ela puxava Maria pela mão.

Maria chegou perto da lareira e viu um quadro grande na parede.

— Maria essa é a minha mãe. – Os olhos dela brilhavam. – Mamãe essa é a Maria.

— Eu não acredito nisso. – Os olhos dela ardiam de ódio.

— Linda não.

— Sim Estrela, muito bela. – Tentou disfarçar. – Atrevo a dizer que você puxou o sorriso dela.

— Eu também acho. – Sorriu. – Vem vamos almoçar.

Maria saiu sendo puxada por Estrela, quando passou por Estevão o olhou duro, o olhar que só ele sabia desvendar.

O jantar ocorreu muito bem, Estrela e Ângelo contava histórias e Heitor apenas ficava observando. Quando estava quase na hora de se despedir Estevão contou sobre o seu novo relacionamento com Maria, mas ele fez algo que surpreendeu a todos.

— Maria. – Ele chegou bem perto dela. – Você quer se casar comigo?

Heitor fez menção de falar alguma coisa, mas os seus irmão o taparam a boca dele.

— Sim. – A voz dela saiu baixo.

Estevão a abraçou. – Sorria pelo menos, tudo isso foi ideia sua.

— Você sabe que  odeio surpresas.

Estevão olhou a e colocou as alianças, depois de todos os felicitarem ele fez questão de levar Maria. Mas ao entrarem no carro.

— Aí. – Maria o bateu com a bolsa.

— Como você pode por o quadro da MINHA MÃE e falar que ela era a sua “falecida esposa”? – Ela tremia de nervoso.

— Eu achei esse quadro no nosso sótão e como a sua mãe é bem parecida com você e você com os nossos filhos decidi colocar na sala.

— Mas como você é cínico Estevão. Me traiu, ainda mais com a minha mãe?

— Como te traí com a sua mãe? – Ele tentava não rir. – É só uma foto Maria, é melhor uma foto dela do que de outra mulher.

— Não pensa que eu não percebi esse seu pedido de casamento só pra amenizar esse assunto.  – Estava emburrada.

— Maria. – Ele a olhou nos olhos. – Eu sabia que você ficaria brava com a noticia do quadro e também admito que estava querendo adiantar o nosso acordo, mas se você deixar de lado essa birra com a foto vai perceber que essa é a mesma aliança que você usava há 20 anos atrás.

Ela queria olhar pra ter certeza, mas não daria esse gosto pra ele.

— Sempre orgulhosa. – Estevão ligou o carro.

— Idiota. – Olhava disfarçadamente para a aliança.