A Última Ruiva escrita por Orpheu


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que não se assuste com a quantidade de palavras. Esse é o primeiro romance que tento escrever, a ideia já está na minha cabeça a algumas semanas e finalmente criei coragem para postar. Se possível deixe o seu comentário. Boa leitura!



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Por algum acaso do destino nasci com cabelos ruivos em um mundo de fios escuros. Sou a única ruiva a existir, jamais se vira cabelos como os meus e isso acabou chamando atenção para a minha família.

Sou filha de dois camponeses que a vida toda se empenharam para cuidar de sua pequena terra. Quando nasci a vida deles jamais foi a mesma. Dizem que o meio de comunicação mais veloz são as cartas entregues pelas corujas, pois eu discordo. Para mim o meio de comunicação mais eficaz é a boca dos vizinhos.

A notícia que uma criança de cabelos avermelhados havia nascido percorreu o reino rapidamente. Não demorou e as visitas começaram, algumas vindo de milhas de distância. Papai viu nesse súbito interesse das pessoas uma forma de criar fortuna. As visitas passaram a ser pagas.

Conforme eu crescia mais os bens de meus pais aumentavam. Meus cabelos abriram portas para festas na realeza, os nobres queriam me ver sem saírem do conforto de seus lares. Lentamente fomos ingressando na alta classe.

Quando tinha cinco anos lembro que nos mudamos para uma área de melhores condições. Mamãe e Papai não usavam as mesmas vestes de antes, embora o jeito de falar fosse o mesmo. Com a mudança as visitas agendadas ficaram mais frequentes e fui obrigada há reservar um horário especifico de meu dia para elas.

A quantidade de produtos para meus cabelos parecia multiplicar conforme eu ficava mais velha. Vendedores ambulantes aproveitavam para anunciarem os mais diversos produtos na porta de casa, sabiam que a garota ruiva morava ali. Papai expulsava todos, se era para comprar algo seria do melhor.

Lembro que mamãe muitas vezes reclamava com meu pai sobre os gastos com professores particulares, sendo que podiam me mandar para a escola. Papai sempre respondia dizendo que não devia me expor tanto e que filhos são um investimento de longo prazo. Não demorou muito para que eu desse o retorno de tais gastos.

Aos doze anos o assunto que mais ouvia era o de que em breve poderia estar me casando. Meu desabrochar havia me pego de surpresa, mas não mais que as cartas de propostas de casamento dos mais longínquos lugares.

Mamãe só não enlouqueceu com tantas cartas, pois era seu passatempo ler e rir delas. A escrita, a letra, os bens da família, tudo acabava se tornando algum motivo de piada. Papai não planejava me entregar para qualquer um e eu, mais velha e com uma mente mais decidida, começava a pensar se era aquela vida que queria.

As única amiga que tinha era a filha das criada, mas sequer podíamos brincar ou conversar, se fosse vista com ela era castigada. A maior parte de minha adolescência foi em meu triste quarto. “Sem janelas para não expor sua beleza ao mundo”, era o que mamãe e papai diziam.

~x~

O tempo passou. Agora tenho quinze anos e as cartas de futuros candidatos, que me desejam como esposa não param. Algumas reuniões aconteceram, mas nada foi decidido, pois papai era exigente e desejava um acordo que o beneficiasse. Queria o melhor dos ‘contratos’.

— Ah, senhora, você tem tanta sorte em poder ir até o castelo! – Annabel estava feliz por nós duas, de minha parte apenas recebeu um sorriso forçado.

— Não tinha planos para sair hoje. Estava disposta há dedicar esse dia para minhas plantas. –fitava meu reflexo no espelho e, olhando para meu pequeno jardim secreto, imaginei minhas lindas orquídeas morrerem.

— Não diga tolices, criança! Flores podem esperar e se quiser posso muito bem eu mesma cuidar delas. Sabe quantas garotas morrerão de inveja ao ouvir que você foi ao castelo? Pois eu respondo...

— Uma quantidade muito além do que minha mente é capaz de imaginar e que nem todos os livros do mundo seriam capazes de armazenar. Eu sei... Você sempre diz isso...

— Porque é a verdade. Se minha Lizza fosse tão bem afeiçoada como você, certamente já estaria colocando os pés dentro de uma igreja.

— Lizza encontrará alguém que a ame pelo que é, não somente por causa do valor de seu cabelo. A senhora ainda há de ter muitos netos.

Com uma risada calorosa Annabel terminou de desembaraçar meus cabelos, não notou a tristeza em minhas palavras. Minha velha babá via o casamento como a única alternativa de uma mulher, assim também como sua filha. Ambas tinham tal ideia enraizada em suas cabeças e não importava o quanto eu tentasse, não mudavam de opinião.

— Minha querida? – minha mãe entra no quarto, afinal já estávamos atrasadas para a visita – Já está pronta? Seu pai foi na frente para preparar o terreno e começar as negociações, mas precisamos de você lá também.

— Tudo bem, mamãe.

~x~

Nossa carruagem já era aguardada nos pátios do castelo. Jamais imaginei um dia me apresentar em frente alguém da realeza, papai já conseguia pensar nisso. Ele esperou esses três anos e rejeitou vários pretendentes apenas por uma esperança desse dia chegar.

— Lembre-se, você não diz nada, apenas deixe seu pai cuidar de tudo. Esperamos muito por esse momento, comporte-se como uma boa futura esposa e não se intrometa nos assuntos dos homens. – mamãe apertava meu braço com força, enquanto falava pelo canto de seu falso sorriso. Sua mão estava gelada parecia nervosa por estar aqui.

Diferente de papai, minha mãe já começava a se preocupar com meu casório, afinal já fazia três anos que meu pai negava cada pedido sem sequer ler o conteúdo. Enquanto minha mãe me dava conselhos de como me comportar, fomos guiadas ao segundo andar, para dentro do escritório do primeiro ministro.

— Tenho certeza que você pode pagar por tudo isso, primeiro ministro. Nunca verá uma garota com cabelos tão belos como os de minha filha. Ah e falando nela, olha quem me aparece! – disse papai levantando para pegar em minha mão e me apresentar ao senhor com quem conversava – Minha querida, este é o conselheiro do príncipe e também o primeiro ministro.

— Príncipe?! – mamãe não conseguiu conter a surpresa e muito menos abafar seus risos de euforia. Passou a se abanar com seu leque, alegando que a sala estava quente. – Minha criança, vá abrir a janela para a sua pobre mãe. Ah primeiro ministro, quando uma mulher chega a certa idade qualquer ambiente fechado passa a ser como uma fornalha!

— Compreendo – sequer um sorriso foi esboçado no rosto do homem, ele era alguém sério. – Bem, agora vendo a garota reconheço que possui certa beleza, mas o preço que esta pedindo é alto demais, até para um príncipe.

— Meu bom senhor. A garota é nossa única filha. Perdemos nosso rapaz antes deste completar um ano de idade – Era mentira – Agora só temos a garota. Odiaria pensar que a cedi por um preço que não fosse justo a sua pessoa.

Já observei conversas de matrimonio o bastante para saber quando meu pai estava mentindo ou não. Nesse momento ele estava mostrando grande talento em omitir e inventar fatos. Sei também que quando está empolgado com algo torce bastante a boca, fazendo com que seu grande bigode dance sobre seus beiços.

De qualquer maneira, não estava interessada em ouvir bajulações ao meu respeito, sou apenas uma garota comum, não entendo o motivo de toda essa adoração para meus cabelos ruivos. Enquanto meu pai conversava, fico escorada na janela. A vista para o jardim é incrível e se direcionasse meus olhos ao horizonte, consiguia ver as grandes planícies. Impossível esconder um sorriso perante tal visão.

“Que maravilhas o mundo afora reserva para mim?”...

— Vejo que temos uma sonhadora aqui – uma voz, rompendo todas as regras de aproximação, vinha detrás de mim. Assustada, como um reflexo natural, me virei para ver quem era o dono e era somente mais algum rapaz vestido elegantemente. Mas de onde ele veio?

— Vossa majestade, pedi para que deixasse esse assunto comigo – interrompeu o primeiro ministro.

Tenho que admitir que fiquei surpresa que o príncipe era aquele rapaz. Um garoto com uma pele morena, cabelos bagunçados e negros e olhos sem brilho algum. Se ele se denominasse príncipe para mim duvido que eu acreditasse. Parecia um nobre, mas não com um membro da família real.

Assim que mamãe e papai ouviram que a pessoa que estava na minha frente era o príncipe, não perderam tempo em me apresentar a ele e como sempre exporem o fato de ser a única ruiva, não só desse reino, mas sim de todos.

— Vossa majestade, creio que não se arrependerá de escolher minha filha como sua esposa! Olhe só para esses cabelos, tenho certeza que nunca vira algo tão belo quanto eles! – sempre estranhava como minha mãe era capaz de achar as minhas qualidades de maneira tão efetiva como fazia quando era para expor meus defeitos, quando estávamos em casa.

— Na verdade já – o príncipe não fez questão de medir suas palavras. Imediatamente pus-me a olhar para mamãe, seu rosto ficará da cor de meus cabelos, não estava nada feliz com tais palavras, enquanto o bigode de papai parava de dançar sobre seus beiços.

O rapaz moreno sequer percebeu o que havia dito, talvez, essa era a vantagem de ser o único herdeiro do reino, não precisava polir suas palavras falsamente, apenas usar da sinceridade.

Ouvir aquilo não me abalou. As pessoas costumam ter duas reações ao me verem: elogiam meus cabelos ou simplesmente os veem como algo anormal e estranho.

— Admire o quanto puder, majestade. Não pretendo fechar um acordo. O pai pede terras, títulos e uma quantia alarmante de dinheiro.

A surpresa de meu pai foi enorme perante as palavras do primeiro ministro. Acho que ele já estava confiante em fechar o acordo, enquanto minha mãe mudava do vermelho para um branco pálido.

O príncipe saiu do meu lado e foi em direção ao primeiro ministro, ambos ficaram ali cochichando por um tempo. Olhando o perímetro vi minha mãe brigando com meu pai sobre as exigências, em um tom baixo e sempre fingindo estar admirando o conjunto de chá quando os dois cavaleiros olhavam na direção deles.

— Uau! Tenho certeza que para um pai pedir tanto por sua filha é porque ela é muito querida. Eu já ouvi bastante a respeito de seus cabelos, mas ninguém me disse o nome de minha possível pretendente...

— Meu nome é Helena... Vossa majestade. – a formalidade de perguntar o meu nome antes da recusa me desarmou.

— Faremos assim, Helena, não posso dizer com quem me casarei apenas por sua aparência, seria muita arrogância minha fazer isso. Convido você a ser minha convidada no castelo durante este mês e veremos o que acontece. O que acha?

— Bem... Eu... – não consigo terminar minha frase, mamãe se põe entre nós.

— Ela aceita, aceita de muito bom grado. O senhor é tão generoso, Vossa Majestade. Iremos para a nossa casa e ela arrumará suas malas e virá ao castelo i-me-di-a-ta-men-te! Vamos, querida filha.

— Estarei esperando por você, Helena.

Acenei educadamente para o príncipe, da forma mais cordial possível que minha situação permitia. Mamãe me arrastou para fora do escritório e meu pai nos seguiu logo atrás. Ambos pareciam satisfeitos, embora a negociação inicialmente parecesse que seria um fiasco.

~x~

— Que garoto arrogante! Como ele teve coragem de dizer que já viu algo mais belo do que o cabelo de nossa filha? Eu juro que se ele não fosse o príncipe teria lhe acertado no mesmo momento.

— Por favor, minha esposa, fale baixo. Estamos na carruagem ainda e não gostaria que mais boatos fossem espalhados.

— Mas falar daquele jeito?! Ainda por cima convidá-la para seu castelo sem ser acompanhada pelos pais. Duvido que se ele tentasse fazer alguma coisa com ela algum de seus guardas particulares impediria. Ele pode acabar manchando a reputação dela!

— Você que concordou em deixá-la ir, mulher.

— Claro que deixei! Você recusou tantas propostas ótimas só para ter uma chance de falar com aquele garoto mesquinho. Eu disse para casarmos ela com os Duncans, eles eram adoráveis.

— Poderia ser o que quisessem, mas ao menos não oferecesse cabeças de gados como troca!

— Vendesse os gados, homem! Agora ser humilhada por um príncipe que nem possui o sangue do rei é ultrajante. Como nosso bom rei teve coragem de adotar uma criança queimada pelo sol e fazê-la dela seu único herdeiro?

— O que levou o rei a fazer isso eu não sei, mas foi uma surpresa para o reino todo. Eu, como pai de uma linda garota, não teria de coragem de fazer isto. Surpreendo-me pela rainha não ter sido contra.

— Nosso reino está perdido nas mãos desse herdeiro, mas mesmo assim espero que você se esforce em conquistar esse rapaz, mocinha. – apontou seu leque para mim e tinha uma expressão autoritária em sua voz – Sendo adotado ou não, rainha é o melhor título que você pode receber na vida. Quando casar não se esqueça de seus pais, nós que te sustentamos durante todos esses anos!

— Sua mãe está certa, querida. Não gostaria que acontecesse conosco o mesmo que ocorreu aos nossos antigos vizinhos, os Clinks, gostaria? Sua única filha se casou e esqueceu-se de suas origens, abandonou os pais a mercê do cruel destino. Morreram de desgosto.

— Pensei que haviam morrido porque desperdiçaram todo o dinheiro nos jogos de azar. – falei em voz alta, embora a intenção fosse de guardar em meus pensamentos.

— Não diga tolices, menina! Um pouco de diversão não mata ninguém. Seu pai participa dos mesmos jogos e não é por isso que estamos morrendo. Aquilo que aconteceu com nossos vizinhos foi des-gos-to! Não há o que discutir – refutou minha mãe sem nenhuma paciência para aquele assunto.

~x~

Quando chegamos em casa corri para meu jardim. Não era nenhuma jardineira, por isso meu pequeno canto de flores sempre estava bagunçado. A cerca estava desregulada e em algumas partes faltavam estacas de madeira. A terra era bem cuidada, mas desnivelada. Como não era sempre que podia cuidar dele as ervas indesejadas passaram a fazer parte. Annabel já havia cuidado dele hoje.

— Essa será a ultima vez que verei minhas orquídeas. Vocês podem não ser as mais belas de todas, mas foram cuidadas por mim, são frutos de meu trabalho e isso já basta para considerá-las as mais belas dentre todas.

— Ruivinha? – uma voz tímida e doce me chamava, era Lizza, filha de Annabel – Eu fiquei sabendo que tudo ocorreu bem.

— Para os meus pais sim. Ah, Lizza você precisava ver a vista que se pode ter do castelo! Se você puder venha me visitar, para me fazer companhia, depois que eu me estabilizar mais por lá!

— Longe de mim, ruivinha. Sou apenas uma empregada, jamais me permitiriam entrar no castelo. Quem sabe quando você se tornar rainha.

— Isso... bem, isso não acontecerá

— Como não?! – Lizza levou suas mãos até a boca, apenas para enfatizar como estava horrorizada por eu ter dito – Tenho certeza que conquistará o príncipe e se casará com ele. Use todas as artimanhas que sua mãe já lhe ensinou e conseguirá!

— Casamento não é tudo na vida de uma mulher, minha cara amiga.

— Não diga isso! Longe de mim, ruivinha, pensar em uma vida sem casório. Não consigo imaginar mulher mais infeliz do que aquela que vive sozinha. Casos assim aumentam com frequência, dias desses foi revelado que um famoso autor de romances era, na verdade, uma mulher solteira.

— Uma verdadeira guerreira

— Uma maluca isso sim! Foi internada no manicômio assim que descobriram. Longe de mim, ver minha ruivinha desse jeito, jamais! Desejo vê-la feliz!

— Pessoas solteiras podem ser felizes também ou você não é?

— Sou sim, mas todas as noites em que me deito na cama e sinto frio penso que poderia ter alguém ali do meu lado, para me aquecer, assim que me lembro disso passo a chorar. Então respondendo melhor sua pergunta: Sim, eu sou feliz, mas não completamente.

— Sinto por você. Para mim a felicidade depende unicamente de nós mesmas. A felicidade não é um local para se chegar, ela já está dentro de cada um de nós, basta ser capaz de vê-la e senti-la. Quando você decidir ser feliz, e persistir nisso, será feliz, não importa as adversidades.

— Longe de mim, ruivinha, ouvir esses seus conselhos! Em vez de ficar com essas ideias malucas acho que poderia ir arrumar suas malas, pelo que espiei sua mãe está escolhendo os vestidos menos confortáveis para os dias da semana.

— Acho que é o melhor que posso fazer nesse momento.

~x~

O príncipe parecia ter adivinhado que somente a carruagem de minha família não seria o bastante, tendo em conta a quantidade de malas que minha mãe havia feito para mim. Praticamente havia uma bagagem para cada dia da semana e outra só para produtos de cabelos. Apesar disso não deixou de ser xingado por mamãe, embora estivesse fazendo um favor.

Meus pais foram comigo dentro da carruagem, reforçando a importância de eu usar de todas as ferramentas possíveis para conquistar o príncipe e para mandar cartas para eles sempre, mas que entregasse pessoalmente para o carteiro, pois seus empregados devem receber ordens para lerem as minhas cartas. Paranoia.

— Querida, não converse muito, apenas balance seu cabelo e lance olhares para o príncipe. Lizza me contou que você e ela tiveram uma conversa estranha sobre felicidade e loucura. Não sei o que você disse, mas a pobre moça parecia horrorizada com as ideias que colocou na cabeça dela.

Ouvia tudo que meus pais tinham a falar, embora não esteja tão interessada em tudo aquilo. Já estávamos dentro do pátio do castelo, nas escadarias um rapaz vestido elegantemente nos aguardava. Assim que a carroça parou, ele abriu a porta e formalmente cumprimentou meus pais e a mim.

— Espero que aproveite sua estadia no castelo, Helena. – o príncipe estava sério, não fazia questão de sorrir. Em vez disso apenas me ofereceu sua mão.


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Notas finais do capítulo

Acabou!

Bem, a ideia dessa fanfic era ter um capítulo único, mas ficaria muito extenso, então resolvi dividi-la em partes. No decorrer da semana ela será finalizada.

Espero que você possa acompanhar a história.



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