Por Violetta

Pendurei a toalha em um gancho no banheiro e voltei para o quarto. Deitei na cama sentindo o meu corpo afundar no colchão. Puxei o edredom me cobrindo e afundei a minha cabeça no travesseiro. Vários flashes começaram a invadir a minha mente, mas o sono chegou primeiro. Adormeci sentindo o seu cheiro amadeirado exagerado no travesseiro...

Por León

O apartamento estava calmo, do escritório eu podia ouvir o som abafado da respiração pesada dos lobos, quatro roncos ao total... O que significa que a quinta pessoa finalmente foi descansar, se não estaria aprontando alguma pelo apartamento.

Respirei fundo pegando mais um livro da estante, a Camila provavelmente não irá mais precisar de alguma ajuda, mas não sabemos o que irá acontecer daqui pra frente, qualquer um dos quatro pode se machucar... Não queria, mas acabei me apegando a eles, o que eu puder fazer para ajuda-los farei.

Nunca pensei que acabaria gostando de ser um guardião... Não é bem gostar, é sentir que você deve proteger alguém mesmo que isso custe a sua vida. Esse é um mundo que ela desconhece, é tudo muito novo e perigoso, eu não quero que ela se machuque.

Ficar longe da família, da escola, de uma vida normal... Isso não é o que deveria acontecer com qualquer adolescente. A vida de cada um nesse apartamento foi praticamente roubada. Broduey liderando um bando ao mesmo tempo que era liderado pelos puros, Camila vivendo sobre as rígidas regras dos puros, Francesca e Diego sendo julgados pela forma de pensar diferente dentro do grupo... Cada um teve sua vida roubada e agora estão atrás da liberdade, mas antes querem garantir que ELA tenha uma vida.

Eu sei que as vezes sou duro demais com ela, mas cada um aqui está aproveitando o dia que tem, a qualquer momento podemos sofrer com um perda e eu não suporto a ideia de que por algum erro meu eu deixe de ver aquele sorriso.

Fechei mais um livro enquanto repassava mentalmente todas as anotações que eu tinha feito, quando escutei o som de um grito abafado. Larguei o livro na mesa e caminhei até o corredor, ouvi uma respiração acelerada e constatei que vinha do meu quarto.

León: Droga – xinguei em um sussurro.

Corri até o meu quarto com medo de que alguém tivesse entrado sem que perceberemos – do que adianta ter lobos que dormem que nem uma pedra? Entrei com tudo no quarto e percebi que não tinha ninguém a fazendo algum mal, e sim que se tratava de um pesadelo. Ela estava se debatendo e se engasgando nas própria lágrimas, automaticamente corri até ela tentando a acordar.

León: Vilu... Violetta! – a sacudi devagar.

Ela acordou no susto sentando de imediato na cama. Sua respiração estava acelerada e as lágrimas não paravam de descer, com o que quer que ela tenha sonhado a deixou apavorada. Ela abraçou os joelhos e encarou um ponto cego no quarto.

León: Ei, foi só um sonho – sentei na frente dela a fazendo olhar para mim – Está tudo bem? – ela negou, acariciei o seu rosto afastando as lágrimas – Se depender de mim vai ficar tudo bem.

A puxei para um abraço e ela afundou o rosto no meu peito e o seu choro aumentou. Ficamos ali abraçados por um bom tempo, até que eu deitei na cama e ela deitou apoiando a cabeça no meu peito. Depois de algum tempo seus soluços foram parando e as lágrimas cessando. Acariciei o cabelo dela enquanto a mesmo cochava os olhos vermelhos.

León: Você está melhor? – ela não me respondeu – Foi só um sonhos ruim Vilu...

Violetta: Não foi um sonho...