Uma garota mais que incrível escrita por Uma ideia bonita


Capítulo 1
Vamos perder o voo


Notas iniciais do capítulo

Modifiquei o capitulo. E lentamente irei modificando todos.
Boa leitura a todos os leitores. ♥



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Trinta. Faziam exatamente trinta dias desde a morte de seu pai. Jim Hope.  No começo foi  a noticia do momento. Passava em todos os jornais locais.

“Homem de 42 anos morre com facada na cabeça em acidente de trabalho.”

Parecia que a qualquer momento o telefone da filha iria tocar ao som de Feel It Stilll - Portugal. The Man, e com a luz da tela do celular brilhando apareceria a foto de seu pai lhe abraçando por trás indicando uma chamada. Mas era tudo sua mente querendo algo que parecia impossível. Que era impossível.

Meia hora atrás havia tido a pior das discussões com sua mãe. Sandra Hope. A mulher de quarenta anos anunciou o casamento com um californiano. Tudo parecia uma brincadeira de muito mau gosto até sua mãe completar a novidade dizendo que estavam se mudando na manhã seguinte para San Francisco, Califórnia.  

Permanecia deitada de cabeça para baixo na cama encarando a porta verde de seu quarto, pensando na possibilidade de acontecer um apocalipse zumbi, e Lawrence entrasse em quarentena, como nos filmes.

 Sem viajem. Sem casamento. Sem vida nova.

— CLARA! – Uma voz gritou. – O VÔO, VAMOS PERDER O VÔO.

A dona do nome resmungou abrindo o olho bem devagar. Se incomodando com a luz do sol que invadia o quarto pela janela , pôs a mão no rosto. Rodeou o quarto com o olhar e lembrou-se que seria a ultima vez que o veria. O mesmo sentimento agoniante do dia anterior lhe invadiu.

Caixas empacotadas, malas fechadas.

Esticou o braço até a cabeceira da cama onde o celular estava sob o travesseiro e o retirou desbloqueando a tela que marcava 11:30 AM.

— AI MEU DEUS, O VÔO! – Saltou da cama. – MÃE O VÔO! 

Deslizando sobre os lençóis caídos pelo chão, Clara foi em direção ao banheiro se apoiando na pia e enxaguando a face com água. Voltou para o quarto retirando a camisola do corpo e colocando a calça jeans e a blusa preta que havia separado na noite anterior antes de fechar a mala.

Penteou os cabelos, passou base na região abaixo dos olhos, pegou as malas, celular e correu com a pressa para fora do quarto. Largou as coisas no chão e com a mão leve segurou na maçaneta da porta a fechando lentamente.

Agarrou tudo de volta e voltou a caminhar em direção a sala da casa, onde a mãe a esperava.

Um leve sorriso de canto surgiu em seus lábios ao ver sua mãe parada no meio da sala mordendo os lábios e as mãos entrelaçadas uma na outra expressando nervosismos e ansiedade. Se aproximou da mulher mais velha , sem largar nada, depositou um beijo na bochecha da mãe tentando lhe passar tranquilidade e seguiu o caminho para fora da casa onde um carro com uma placa escrito “taxi”  permanecia em repouso.

 Sentada no banco de trás do carro, Clara observou a mãe fechar a porta da casa que foi seu lar por quinze anos.  Em passos acelerados, Sandra sentou ao lado da filha e com lágrimas nos olhos revelou o destino ao motorista.

— Aqui está senhor, muito obrigada! – Disse Sandra depositando U$ 100 na mão do homem.

Sem esperar uma palavra do motorista, Sandra e Clara adentraram o aeroporto correndo.

Com pura agonia, conseguiram alcançar o balcão faltam cinco minutos para o fechamento do portão.

— AQUI! AQUI! CHEGAMOS. – Gritou Sandra tirando a atenção de todos ali presentes.

—Sra. e Srta. Hope?  - Clara balançou a cabeça confirmando.

— Quase perderam o vôo...

— Mas estamos aqui agora, é isso que importa. – Sandra  segurou a filha pelo braço e a puxou adentrando o longo túnel até o avião.

A aeromoça se apresentou como Michelle e indicou onde seriam seus lugares pelas próximas horas. Sandra em um movimento voluntaria abriu espaço para que a filha sentasse no lugar perto da janela para desfrutar da ótima vista que a janela do avião transmitiria.

— Senhores passageiros, coloquem os cintos; o avião já vai decolar. Em caso de problemas técnicos, temos duas saídas de emergência na parte dianteira, duas na parte traseira e uma à sua direita. No caso de falta de ar, máscaras de oxigênio cairão sobre vossas cabeças. Caso precisem de alguma coisa, basta chamar e nossos comissários de bordo lhes atenderão. Tenha uma boa viagem.

 A partir dali poderiam oficialmente se despedir de Lawrence.

Sandra e Jim haviam se divorciado há nove meses. Sem casos de traição, apenas insegurança na parte do sentimento mais forte que mantém a união de um casamento, o amor.

Clara despertou ao som da aeromoça anunciando a chegada. Bocejou e olhou através da janela. Vários aviões estacionados e homens fazendo diversas coisas.

— Chegamos?

A morena moveu sua cabeça para o lado observando sua mãe se espreguiçar.

— Sim, chegamos!

Clara abriu o sinto e passou pelas pernas da mãe esticando os braços para alcançar sua mochila.

— Pronta? – Perguntou Sandra olhando para a filha que enrolava os fones de ouvido ao redor do celular.

Clara afirmou mexendo a cabeça. Ambas desceram da aeronave e o vento de San Francisco arriscou sem permissão bagunçar seus cabelos.

Receberam as devidas instruções de onde deveriam ir para pegar as malas, e assim fizeram.

A mala preta com flores de Clara era quase inconfundível.

— Ele deve estar por aqui... – Disse Sandra olhando para a multidão.

— Ele quem mãe? – Questionou a filha olhando a mãe inquieta.

— JOHN! – Gritou Sandra ao ver o californiano parado perto de um bebedouro segurando uma placa escrito “Hope”.

— SANDRA! – Respondeu o homem sentindo o impacto do corpo de sua mulher com o seu.

Clara permanecia parada enquanto encarava sua mãe beijando e abraçando um homem totalmente desconhecido. Não conseguia entender o motivo de tudo aquilo estar acontecendo. Por que não sabia do namoro? Por que não sabia do noivado? Por que não sabia do casamento?

Lentamente se aproximou do casal que trocava caricias no rosto, e rosnou a garganta chamando a atenção de ambos.

— Oh você deve ser a Clara. Muito prazer! Sou John, sua mãe falou muito sobre você.

“Pois é, minha mãe não me falou nada sobre você”  

— Espero que tenha sido coisas boas e não sobre eu odiar mudanças, ainda mais de família. – Forçou um risinho amigável.


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Notas finais do capítulo

Bom como eu disse, primeira fic.
Espero que tenham gostado ♥
Obrigada por ler



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