Dúvidas da razão escrita por larissasalary


Capítulo 1
Capítulo 1




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Sinceramente eu não sabia o porquê de ter vindo nessa boate. Tudo que eu precisava era de um lugar calmo em uma sexta feira como essa, depois de um dia difícil como esse. Eu me pergunto como Vanessa conseguia se divertir depois de uma atrocidade daquela. Enquanto ela está na pista de dança se divertindo eu viro o meu sétimo copo, na esperança de apagar o dia de hoje. Faço sinal pedindo mais um.

—Dois, por favor! E esse é por minha conta.

Um homem alto e magro senta-se ao meu lado. O Sujeito parecia estar na casa dos 30 anos e parecia amigável. Olhou para mim com uma cara de “sou irresistível e quero te conquistar”, típico dos caras daquele lugar. Era só o que me faltava: um babaca para melhorar minha noite. Olho para ele séria e desconfiada.

—Parece que alguém teve um dia difícil hoje.

—Você não poderia imaginar.

—Fica assim não gatinha, quem sabe eu não posso te ajudar?

Cantada péssima. Faço uma cara ruim. Estou em meus plenos 25 anos, mas me sinto como uma velha de 60. Acho que não sei mais me comportar como uma pessoa civilizada.

—Por acaso você faz lavagem cerebral, volta no tempo ou algo do tipo? Não né? Pois bem, hoje não é um dia bom para puxar papo comigo, então, passar bem.

—Qual é gatinha, vem cá!

Ele se aproxima de mim, agarra meu braço e me puxa, para o que eu acho que seja um beijo. Bendita vodca que eu bebi, tenho que me apoiar nele para não cair. Que sujeito idiota! É nessas horas que eu queria poder estar com meu revolver. Antes que ele me beije, espalmo minha mão na cara dele.

—Me larga!

—Só um beijinho gatinha, você vai ver que tudo vai melhorar!

—Me solta seu nojento!

Nessa hora um vulto passa por mim e empurra o cara. Aliás, um vulto bem alto e forte. Muito forte.

—Não ouviu a moça babaca? Se manda daqui!

Ok, ok. Eu poderia ter me livrado desse idiota sozinha, afinal, treinei duro para tornar esse tipo de coisa muito fácil. Mas quando um vulto alto, forte, de cabelo preto e olhos verdes surge para te defender, vale a pena bancar a donzela em apuros, convenhamos.

—Você está bem?

—Es...es..estou sim, obrigada!

—Por nada, que se sentar um pouco?

Nos sentamos perto do balcão e pedimos dois whiskys.

—Meu nome é Michel. -começa ele timidamente- Estava do outro lado do balcão quando vi a confusão e decidi ajudar.

—E como ajudou, obrigada de novo. Ah, e muito prazer Michael, meu nome é Luce.

—Isso é nome ou apelido?

—Apelido, mas nem queira saber o nome!

Ele abre um sorriso. Que sorriso. Sorrio de volta.

—Quantos anos você tem?

—25 e você?

—Tenho 27. Essa boate está cheia de babacas.

—Nem fala. E olha que hoje estou um porre. Vai por mim, você não vai querer perder seu tempo aqui comigo.

—Acho que tenho bastante tempo para perder então. Você faz oque da vida? Eu sou corretor de imóveis.

—Sou uma detetive.

—Não brinca! Que doidera. Posso conversar com você sem correr o risco da senhorita me prender?

Ele nem imagina que se eu pudesse prenderia ele. Na minha cama. Qual é? Fazia quanto tempo que eu não me envolvia com alguém? Só trabalho, trabalho e mais trabalho! Nós, detetives, não temos tempo para nós mesmos. E essa surpresa? Deveria ter mostrado meu lado durão e chutado bem entre as pernas do cara que me atacou no inicio, mas, se isso significa conhecer alguém como ele, valeria a pena esperar por socorro.

—Pode ficar tranquilo que você está seguro comigo.

—De acordo com os acontecimentos, é mais fácil falar que você está segura comigo.

E nisso começamos uma longa conversa. Conversamos o resto da noite. Quem sabe isso não iria para frente? O meu “para frente” significa dois ou três meses, é claro. Eu não me imagino presa a uma pessoa pelo resto da vida. Não consigo visualizar eu subindo em um altar e falando “Sim, eu aceito”. Qual é? Na profissão que eu tenho casar simboliza uma fraqueza que só será usada contra você. Além de que, casamento hoje em dia não compensa. É uma instituição falida. A cada 4 casamentos, um termina em divórcio e outro vivem juntos, porém infelizes. Não vale a pena o esforço e o sofrimento que virá depois.

Quando foi por volta das duas da manhã Vanessa vem até mim para irmos embora. Dei um beijo NA BOCHECHA do Michel, passei o meu número e fui embora.

Eu dirigia enquanto Vanessa me contava dos três caras que ela havia beijado. Três, como pôde? Mas também não posso reclamar, eu também curti. Pelo menos a conversa com Michel me fez esquecer por um momento as cenas terríveis que havia visto hoje, e com que terei que lidar amanhã.

—E aquele cara com quem você estava conversando Luce? Que gatinho! Qual o nome?

—Michel, o nome dele era Michel. Bonito né? E muito legal. Achei que não existira gente assim em uma boate de Livin City.

—Ta vendo? Eu não frequento lugares ruins! Anda comigo que você terá sucesso! Rolou alguma coisa?

—Não, nada, a gente só conversou mesmo. Mas isso foi ótimo também.

—Isso vai prolongar, você vai ver!

 Ela bate palmas quando termina de falar. No começo eu odiava isso, mas com um tempo me acostumei. Parece que ela não consegue conter toda sua energia e precisa estar constantemente em movimento. Acho Vanessa muito bonita. Branquinha, ruiva, 1,60 de altura e um belo sorriso. Eu também sou branca, Mas tenho o cabelo preto e 1,65 de altura, olhos grandes e castanho-claros. Quando estávamos nós duas com Jess, meu parceiro, formávamos uma mistura, já que Jess é um belo moreno, com 1,80 de altura, cabelo curto preto e sorriso de matar qualquer uma. Menos eu, claro.

 Chego à casa da Vanessa.

—Agora tudo que eu preciso é uma boa noite de sono para enfrentar o dia de amanhã. Tchau Luce, obrigada pela carona.

—De nada Vanessa, durma bem porque amanhã o dia será longo.

São 5 minutos até a minha casa. Chego, tomo um banho e vou direto para a cama. Devido à bebida, rapidamente caio em um sono profundo.

Sabe quando você acorda com a sensação de que estava sendo observada? Pois é. São 4 horas da manhã e um arrepio me passa. Pego o revolver que deixo na minha cômoda e saio do quarto. A janela está aberta. Droga. Será que fui eu? Mas não bebi ao ponto de deixar a janela aberta. Checo a casa inteira. Nada. Bom, devo ter deixado aberta mesmo. Volto para a cama


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