This Is The Hunt escrita por Glimmer Rambin


Capítulo 6
Não Alexander, você não pode ter um cachorro


Notas iniciais do capítulo

Capítulo pra quem gosta de Malec ♥



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Alec estava cuidado do afilhado o máximo possível. O pequeno Stephen havia precisado de uma cirurgia bem curtinha e simples. E havia corrido tudo bem. Ele era um garoto forte, assim como o pai. Alec caiu de amores por Stephen na primeira vez que o viu, como se o garotinho fosse filho dele. Então, ele quase não se conteve de felicidades quando Clary e Jace o convidaram pra ser padrinho do bebê. E naquele momento ele se lembrou de como ele e Clary ficaram próximos.

FLASHBACK...

8 anos atrás...

Alec estava saindo do apartamento de Magnus em uma manhã fria de inverno em New York. Ele não queria deixar a casa do namorado, mas ele precisava urgentemente de terminar um trabalho e ele não queria ter que se preocupar com isso no feriado.

Então, ele foi surpreendido por um soco na cara, ele não viu de onde foi que veio, porém sentiu muita dor. Mas antes que ele pudesse pensar, outro soco o pegou. Ele encarou e viu a imagem de um homem forte e bem bombado. Ele puxou Alec para um beco e o espancou até sair sangue no rosto.

— Qual é cara? O que é que eu te fiz hein?- Alec perguntou, mas outro homem apareceu por trás e o jogou no chão e começou a chutá-lo na barriga.

— Não ouse falar com a gente, viadinho- disse um deles e o outro continuou a chutar ele com força, até Alec sentir perder a respiração.

E então, eles foram embora, e o deixaram ali, jogado no beco, sentindo dor, tanta dor, que mal conseguia se levantar. "Malditos Homofóbicos", pensou ele.

Alec teve vontade de chorar e de gritar, implorar por socorro, mas tudo o que conseguiu foi ter descoberto que além de os caras terem espancado ele, ainda haviam roubado sua carteira e seu celular. Ele quase não conseguia andar, mas estava quase em casa, então ele foi se esgueirando pelas paredes.

Quando ele chegou no apartamento, ele viu uma garota, vestindo só uma camiseta masculina correndo em direção à ele e sorrindo, mas seu sorriso se fechou quando ela que era ele. Ele virou o rosto correndo pra ela não o ver. Alec odiava Clary, a namorada do Jace, ele achava que ela não passava de uma interesseira.

— Oh... Alec, achei que fosse o Jace- disse Clary- Ele foi até a padaria, disse que não se demorava mas já faz quase uma hora e...- então Alec se virou- PELO ANJO, O QUE HOUVE COM VOCÊ?

— Nada- ele respondeu querendo sair de perto dela, ele conseguiria dar um jeito naquilo.

— Não mesmo. Deixa eu ver isso- ela disse pegando o rosto dele com força.- Quem fez isso com você?

— NÃO SEI. NÃO INTERESSA, TÁ?- disse ele tentando se retirar da sala, mas Clary já estava com o kit de primeiros socorros na mão. - Como sabia onde isso ficava?

— Eu me machuquei com a gilete no outro dia, Jace me...me mostrou onde ficava

— Já está até se depilando aqui é?- ele pergunta e Clary fecha a cara pra ele. Mas não diz nada. Pelo contrário, ela o empurra para o sofá e se senta na mesinha de centro.

Clary derramou um pouco de povidini em um chumaço de algodão e começou a aplicar lentamente nos machucados de Alec, ele deu pequenas viradinhas de desconforto.

— Você até que leva jeito pra isso- Ele observa e ela dá um sorrisinho discreto.

— Eu tenho um irmão. Ele sempre se metia em brigas e eu sempre cuidava dos machucados dele. Era cada um pior que o outro. E ainda tinham os tombos na fase do skate- ela comenta.

— Foi assim que descobriu que queria ser médica?

— Foi o começo de tudo.

Alec ficou em silêncio até que que Clary terminasse de limpar os machucados dele. Ele observou, discretamente é claro, que havia uma marca vermelha de chupão em seu pescoço. Então a encarou. Clary era sem dúvida alguma, uma garota muito bonita, ele tinha longos cabelos ruivos e os olhos verde esmeralda, tinha um corpo bonito e era cuidadosa. Ele entendeu naquele momento porque é que Jace gostava dela. Mais do que isso, ele viu porque que foi que dentre tantas, ele escolheu Clary. Ela era de confiança.

—Quando eu estava saindo do apartamento do Magnus hoje de manhã, uns caras me pegaram de surpresa- ele começou quando ela terminou e ela prestou atenção nele.

— O que aconteceu?- ela insistiu

— Um deles me deu um soco e me puxou pra um beco, enquanto que o outro me jogou no chão e começou a me chutar. Eles me chamaram de...viadinho

Clary suspirou e olhou pra ele em tristeza.

— Alec...você tem que denunciar esses caras. Não pode deixar isso passar impune.

— Não adiantaria nada. Eu nem vi o rosto deles direito. Nem saberia identificar se os visse.

— Se o Jace souber...

— Jace...não vai saber nunca disso. A menos é claro que você conte pra ele. Então vai acabar sendo a vadia que eu sempre achei que fosse.

— Ele é seu irmão, ele vai te proteger- disse ela.

— Nem todos precisam ser protegidos

— TODOS. Precisam ser protegidos.

— Olha, só não fala nada, viu...deixa isso só entre...- ele começou a falar, mas seguiu seu caminho de volta para o quarto. Antes de entrar, conseguiu ouvir a porta se abrindo.

— Ué, o que o Kit de primeiros socorros está fazendo aqui?- pergunta Jace

— Eu queria ver se achava algo pra esconder...isso- disse Clary e Jace começou a rir

— Não precisa esconder...É bom que vejam que você tem dono.- resmunga Jace e então Alec entrou para o quarto e não ouviu mais nada.

 

Atualmente...

Alec foi tirado de suas lembranças por uma movimentação que ele viu que teve no corredor da ala pediátrica. Ele saiu do quarto em que Stphen estava descansando e foi ver o que estava acontecendo.

— O que houve?- ele pergunta entrando em alerta

— Oh doutor, que bom que o estava por aqui, é uma garotinha.

— O que houve com ela?

Alec também era pediatra e poderia muito bem dar um socorro para uma determinada situação, mesmo que não atuasse muito na área.

— Venha- Disse a enfermeira levanto até o quarto onde uma garotinha de mais ou menos uns quatro aninhos, estava junto com outras crianças e ela estava chorando de dor.

— O que houve com ela?

— Ela e os pais estavam vindo de uma festinha na escola dela e perderam o controle do carro, os dois morreram na mesma hora, não conseguimos localizar a família.

— Tudo bem, me coloque como responsável, vamos começar com o procedimento básico- ele disse e as enfermeiras seguiram a ordem dele.

 

No outro lado do hospital. Jace e Clary estavam se familiarizando com Jocelyn. Ela sem dúvida alguma, era uma mulher extraordinária, sofrida, mas ainda assim extraordinária.

— Quer dizer então que vocês foram pra Europa na Lua de Mel de vocês?- pergunta Jocelyn

— Sim, ficamos o mês inteiro viajando. Uma semana em Viena, outra em Paris, Praga e pra finalizar, Irlanda.- Disse Clary

— Deve ter sido maravilhoso- disse Jocelyn sorrindo

Por um momento, Clary se sentiu triste, ela sabia que o maior sonho da mãe era viajar, mas nunca pode. Ela havia se casado muito nova e tido Sebastian e Clary muito nova. O máximo que Valentine fazia era levar ela pra outro bairro pra entregar as encomendas. O que não era muito justo, porque ele rodava o país inteiro de caminhão.

Jace em momento algum parou de alisar a barriga da esposa, um gesto discreto e confortável. Quando eles descobriram sobre Stephen, ele fazia isso direto.  Uma enfermeira chegou até ele e disse que já podiam ver Stephen. Que ele já estava fora de perigo.

— Clary...eu posso ir com vocês?- perguntou Jocelyn quando a filha se levantou. Clary olhou pra Jace e ele confirmou com a cabeça.

— Acho que não tem problema ela ver o neto. Eu não permito o seu pai e o seu irmão- disse Jace- Não depois do que eu descobri.

— O que você descobriu sobre o meu filho?-pergunta Jocelyn

— Jocelyn, estou avisando, seja esperta e saia de casa o mais rápido que puder- ele disse

— O que? Não...não vou largar meu marido e meu filho

— Nem mesmo se acabasse de descobrir que foram eles começaram o incêndio na transportadora?

Clary olhou pra ele assustada e Jocelyn em choque.

— Está insinuando que o meu marido e meu filho são criminosos?

— Não estou insinuando. Estou afirmando- ele disse

— Mas isso é um absurdo. Tudo bem que o Sebastian passou por uma fase difícil na vida, que teve alguns problemas com drogas, mas...daí ele ter começado um incêndio?

— Mãe, tenho certeza que existe uma explicação pra isso

— É claro que tem. Os pobres sempre levam a culpa- ela disse

— Mãe...não é bem assim não

— É sim Clary. A polícia está sempre jogando a culpa nos menos afortunados. Sempre temos que responder por tudo.

—  Mãe, não é o Jace que está dizendo isso, é a perícia criminal.

— E ele é o que?

— Eu sou médico legista. Não tenho nada haver com a parte pericial- ele explica.

— Você veio aqui pra prender o meu filho e meu marido?

— Não...eu vim apenas trazer um recado. Peça aos dois pra não saírem da cidade.

 

Magnus havia revirado o hospital de cabeça pra baixo atrás de Alec. Ele já estava ficando a ponto de arrancar os cabelos e a quase ficar nervoso e a dar um ataque. Era praticamente uma mulher de TPM, mas multiplicada por 30. Finalmente o encontrou em um quarto da ala pediátrica

—Oh, Alexander, você está aí, finalmente te achei- ele disse. Alec se virou pra ele. Ele estava segurando uma garotinha no colo.

— Segura ela aqui por favor- disse Alec e Magnus a segurou e Alec começou a sorrir para a garotinha e passou a lanterna pelos olhos dela pra ver se o trauma já havia passado.

— Então...como eu estava dizendo...eu me lembrei de que lá em casa, estamos sem limpar a piscina e que ainda precisamos escolher qual será o vinho do jantar de sábado à noite...- Magnus começou, mas Alec não o ouviu.

— Já pensou em adotar?- Alec pergunta

— Adotar? Oras Alexander, já falamos sobre isso, eu não quero um cachorro pulguento roendo os fios da televisão e nem fazendo xixi no sofá de couro. A resposta é não- ele disse firmemente

— Oras, se você pode ter um gato, porque eu não posso ter um cachorro.

— Gatos são mais independentes. Além do mais o Presidente Miau é bem educado e...

— Magnus...

— Não Alexander, você não pode ter um cachorro, está decidido...

— E que tal ela?- Alec pergunta apontando para a garotinha no colo de Magnus. E ele a encara. Ela era bonitinha. Tinha trancinhas loiras que caiam como cascatas pelo seus ombros. Era branquinha e tinha os olhos azuis, iguais aos de Alec

— Ela?

— Ela perdeu toda a família em um acidente de carro, se ninguém fazer nada...

— Ela vai cair no sistema de adoção. Por Deus, eu não desejo isso pra ninguém

Magnus cresceu em um orfanato, ele sabia o que era essa vida e realmente ele não desejava nem pro inimigo.

— Tá bom- ele disse- Eu topo

— Vamos adotar a...como é o nome dela

— Emma, o nome dela é Emma- disse Alec.


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Notas finais do capítulo

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