This Is The Hunt escrita por Glimmer Rambin


Capítulo 14
Contando




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Naquela noite, Jace havia chegado antes de Clary em casa e estava um pouco nervoso, ele teve que trabalhar no dia da consulta e isso não deixou ele nada feliz. Ficou com mais raiva ainda quando tenteou abordar Izzy no telefone, mas ela se recusou a contar pra ele se tava tudo bem ou não.

— Jace, não adianta me ligar, eu não vou falar- ela dizia pacientemente do outro lado da linha

— Mas isso não é justo, Izzy. Eu sou o pai, tenho o direito de saber

— Ninguém disse que você não vai saber. Só não sou eu que vou falar.

Jace colocou o macarrão na água que estava fervendo.

— Você não está jogando limpo comigo- ele dizia tentando persuadir a prima a lhe contar.

— Jace, quer saber, eu não ficar ouvindo seus xingamentos. Clary vai te contar tudinho quando chegar. Mas uma coisa eu te garanto: Pode fica tranquilo, está tudo correndo bem e sem risco- ela disse e desligou o celular.

— Mal educada- ele disse

A porta se abriu e Clary entrou com Stephen e uma sacola nas mãos, ela estava toda sorrindente, mas parou assim que viu Jace. Stephen foi para o sofá e ficou distraido com um livro de dinossauros que Clary comprou pra ele.

— O que foi?- ela pergunta

— O que foi?O que...você tem que me contar. Eu não fiquei nada feliz em não ter ido à consulta e Izzy não disse nada...

— Calma, eu pedi pra ela não contar- disse Clary

— Mas isso não é justo...

— Jace, hey...eu queria poder ter a chance de contar só pra você. Eu a fiz guardar segredo, ela não queria mas...

— Então, fala, o que é? Menino ou Menina?

— Não deu pra ver...

— Como não deu pra ver? Tem que ter dado, já está na época, não?

— Sim, já está, mas...

— Mas o que?- ele pergunta

Clary começou a rir e entregou a sacola pra ele.

— Abre

Ele olhou desconfiado pra ela, mas ainda assim, pegou a caixinha pequenina onde tinham um par de sapatinhos brancos. E olhou pra ela sem entender.

— Oh, sério que você não entendeu?

— Tá, você comprou um par de sapatinhos e daí?

— E daí...que...- ela disse se aproximando dele. Ela pegou gentilmente uma de suas mãos e, vagarosamente, levantou dois de seus dedos.- E daí que são dois Jace. Vamos ter gêmeos- ela disse e ele sentou na cadeira.

— Gemeos?

— Sim...

Ele então começou a rir e fazer o maior barulho e bagunça na cozinha. Até Stephen subiu no sofá pra  tentar enxergar o que estava acontecendo. Jace começou a rir mais alto ainda e foi correndo até o filho, que o olhou com uma cara de pavor no rosto.

— Ouviu isso, filhão? Você vai ter dois irmãozinhos. DOIS...

—Dois- disse Stephen

— ÉEE...dois...caramba...dois...dois...eu...eu sou muito foda. Eu jogo dos dois lados e acertam os dois- ele disse e Clary enrubeceu.

— Jace...seu filho...

— Ele é homem...tem que saber jogar desde de cedo.

— Isso, continua falando isso na frente dele e quando ele tiver 15, você vai ser vovô.

— Não diga isso nem de brincadeira.

— Foi você quem começou- ela disse pegando o filho no colo e o levando pra cozinha. Ela o colocou sentado na cadeirinha e pegou o babador dele e prendeu no pescocinho dele bem firme.

— Comecei nada.

Clary colocou a comida de Stephen pra esquentar no microondas.

— É, agora eu acho que já deu.- Ela comenta

— Do que?

— De filhos. Três já é demais.

— Concordo. Você vai laquear as trompas?

— Ou você fazer uma vazectomia.

— Ou...podemos pensar em outro mais pra frente...bem mais pra frente- disse Jace

O Som do Microondas ecoou por toda a cozinha e Clary retirou a comida de Stephen e se posicionou na frente dele. Hoje a guerra de fazer ele comer, era dela.

— Jace...não inventa. Três é o suficiente.

— Mas...eu não quero fazer vazectomia. E se mais pra frente eu arrumar outra mulher e ela quiser filhos?- Ele disse e ela olhou em pânico pra ele.

Clary sentiu seu sangue gelar e descongelar na mesma hora. Ela jogou violentamente a tigela de Stephen na mesa e encarou Jace que estava morrendo de rir.

— Você tinha que ter visto a sua cara, foi impagável hahahahaha.

Ela jogou o pano de prato dele com raiva.

— Não teve graça, imbecil

— Clary, você sabe que eu jamais te deixaria. Por nenhuma outra mulher. Nunca mesmo.- Ele disse a abraçando

— Nossa, que susto você me deu. Acho que se você me deixasse, se algum dia se quer pensasse nisso...eu não sei se me recuperaria.

— Muito menos eu. Muito menos eu.

 

Do outro lado da cidade, Jocelyn estava inquieta. Não havia um segundo que se passava no dia em que ela não se lembrasse de Clary e que ela estava vivendo, justamente a vida de que foi privada. Estava convivendo com os avós, com Maryse e Robert e seus filhos e o pior de tudo, tinha se associado à Clave. Se Val descobrisse, aí mesmo é que não a perdoaria nunca mais.

— Jocelyn, acabei de falar com a Susan, ela aceitou sua proposta de colocar seus doces no restaurante- disse Val se aproximando dela

— Oh, isso é muito bom. Vou mandar um cardápio pra ela amanhã mesmo e...

— Tem tido noticias da Clary?

— Noticias da Clary? Não...por que a pergunta?

— A polícia está nos rastreando. Até agora não conseguiram nada mas...

— Val, o que você fez?

— Nada. Não fiz nada ainda. Porque não deu. Precisamos dar um jeito de falar com a Clary. Pedir a ela um advogado para nos livrar disso

— Val, você acha mesmo que depois de tudo o que fizemos, ela vai te arrumar um advogado? Em que mundo você vive?

— No mundo em que ela é minha filha e tem o dever de tutelar por ela.

— Não Val, eu não vou deixar você pedir um advogado pra Clary. Se você precisa de um, nós podemos dar um jeito. O Estado é obrigado a fornecer um advogado pra quem não tem condições eu posso...

—Não Jocelyn. Clary tem condição de arcar com esse custo e ela vai arcar, pode ter certeza. Além do mais, eu já arranjei um advogado. Ele pegou o meu caso e o do Sebastian e fez um pedido pra mandar pro juiz analisar. Se aceitar, estamos livres, mas não é certeza. Segundo ele, o Robert Lightwood é um cão farejador que não deixa pedra sobre pedra. É dificil passar ele na conversa.

— Robert Lightwood? Foi esse o nome que você disse?

— É...esse capeta aí mesmo...

— Oh não... não...- disse Jocelyn preocupada.

— Calma, meu amor, vai dar tudo certo. Voce vai ver. Se tudo sair do modo como eu armei, os Blackthorn teram que nos dar uma indenização bem gorda e mais um salário proporcional pro resto da vida.

— Val, o que é que você fez?

— Digamos apenas, que se tudo der certo, você terá uma vida de rainha

— EU NÃO QUERO UMA VIDA DE RAINHA VAL. SE EU QUISESSE UMA VIDA DE RAINHA, EU TERIA CONTINUADO COM OS MEUS PAIS E CASADO COM MICHAEL WAYLAND, IGUAL ELES QUERIAM- ela solta brava

— Que história é essa? Como assim teria continuado com os seus pais? Seus pais não morreram quando você tinha 15 anos?- ele perguntou

Ela gelou. Não percebeu que acabou de jogar em cima dele o maior segredo da sua vida.

— Eu me exaltei, desculpa

— Não, não se exaltou não. O que você fez?- ele pergunta e ela não responde, então ele agressivamente a empurra para a parede- RESPONDE MULHER, O QUE VOCÊ FEZ?

— Eu fugi da cobertura dos meus pais no Upper East Side pra casar com você.- ela disse e ele a encarou e a soltou.- Eu te amava. Pra mim, era mais importante o seu amor do que o dinheiro dos meus pais e a vida que eu levava.- ela disse e ele soltou e se apoioiou na pia- Tudo o que eu fiz Val, foi porque eu te amava mais que tudo na vida.

— E seus pais...

— Há muito tempo não os vejo. Prefiro que continue assim. Nem sei se quer, se estão vivos. - Eu não queria que tivessem contato comigo, você ou Clary e Sebastian. Não queria que nossos filhos crescessem da forma como cresci. Indo à festas e bailes mediocres na Clave.

— CLave? Seus pais são da Clave?

— São...eu não te contei, porque sempre soube que você desprezou a Clave e...

— Você tem que procurá-los. Dizer que sente muito. Que está arrependida- disse Val

— E por que eu faria isso?

— Porque precisamos de grana. E se não podemos pegar com a Clary. Pegaremos com seus pais.

— Val...eu não...

— Eu não pedi sua opinião. Liga pra eles, Jocelyn- disse Val com o celular da esposa na mão.- LIGA AGORA.

 

 


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Notas finais do capítulo

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