Era sabado, e eu estava sentanda em minha cama tomando um café com leite bem quente que minha mãe havia preparado. Olhei vagamente no relógio de parede vi que marcava 9:35 da manhã. Lamentei por ter acordado tão cedo.

 _Yasmine, venha tomar café, eu e seu pai estamos te esperando. _ Minha mãe gritou do outro lado da porta.

 _Ok, ja estou indo. _ Gritei de volta.

 Sabado era dia de panquecas, as melhores panquecas eram da minha mãe, Marie. O meu pai não era o grande adimirador de panquecas, mas as de minha mãe ela nunca resistiu.

 _Bom dia, querida. _ Disse o meu pai á mim, enquanto eu sentava na mesa, junto a ele.

 _Bom dia. _ Disse dando-lhe um beijo no rosto.

 Meu pai se chamava Russel, e era muito dedicado a família, assim como minha mae.

 _Panquecas de carne ou de presunto com queijo? _ Perguntou minha mae, olhando para mim.

 _Hum, carne, por favor.

 Comi, e enquanto eu tentava mastigar e prestar atenção no que meu pai falava, o telefone tocou.

 _Alô? _ Disse minha mae suavemente no fone. _ Sim, ela está.

 Ela estendue o fone para mim, e eu o peguei com cautela.

 _Sim? _ Disse.

 _Adivinha que fala? _ Era uma voz masculina, familiar.

 _Estou tentando me lembrar. Quem? _ Disse curiosa.

 _Damen. _ Disse a voz.

 Quase caí para trás. Damen? Era ele? Meu melhor amigo de infancia? Nao acredito.

 _Oh, Meu Deus. É você mesmo, Damen?

 _ Eu mesmo... Saudades de mim?

 Sorri feliz, meus pais me olhando.

 _Nossa, eu nao acredito que você voltou de Chicago, preciso te ver. Onde você está? _ Disse ofegante.

 _Voltei de vez, vou morar aqui agora com meus pais. Mas me encontre naquela pracinha que você e eu brincávamos juntos quando crianças.

 _Claro, já estou indo.

 Nos despedimos e ele desligou.

 Peguei minha blusa de prio em cima do sofá.

 _Mae, pai. Damen está de volta. Vou encontra-lo no parque da esquina.

 Minha mae fez uma expressão de boba. E quando ela fazia essa cara, sempre significava que eu poderia sair. E entao eu fui.

 A rua estava cheia de folhas secas caídas, era outono. Quando eu cheguei na praça lá estava ele. Damen, sentando no banco de pedra. Eu me aproximei tremula, nao o via desde os sete anos e hoje tenho 16. Ele foi embora para Chicago, pois o pai dele havia recebido uma irrecusável prosposta de emprego.

 _Damen? _ Perguntei, por trás dele.

 Ele se virou, de olhos azuis e cabelos castanhos mel jogados levemente ao rosto.

 _Yasmine. _ Disse ele, sorrindo para mim.