Acordei com uma tremenda dor de cabeça. Cara, onde eu estava com a cabeça de matar o Luke? Eu sei que ele merecia, mas eu devia estar em grandes apuros agora... incluindo eu não saber onde estava. Olhei em volta e percebi que realmente não tinha a menor idéia de onde estava. Deitada em cima de uma cama, em um quarto iluminado apenas por uma vela, que queimava em cima de um móvel que se encontrava do lado da cama, que além de tudo eram os únicos móveis do quarto, que tinha como abertura para o mundo exterior apenas uma porta trancada era onde eu me encontrava. Como eu tinha a minima chance de saber onde eu estava?

Perdi a noção do tempo que passei deitada olhando pra parede, quando ouvi um barulho que vinha de fora da sala. Segundos depois uma garota entrou no quarto.

“Ah! Você acordou! Finalmente!”

“Onde estou?”

“No centro da Terra.”

“Claro. Onde estou?”

“No centro da Terra. Estou falando sério.”

“Ok então. Ou eu estou ficando louca, ou isso é uma piada de mal gosto, ou a doida aqui é você!”

A garota riu - “Nenhuma certa. Você realmente está no centro da Terra. É pra cá que trazem todas as feiticeiras quando elas chegam na idade da transformação. Seu corpo fica muito quente enquanto adquire seus poderes, chega a temperaturas só suportáveis pelo centro da Terra, ou o Sol, mas ai seria longe demais.”

“Espera ai... O QUE? Eu sou uma... uma...”

“Feiticeira.”

“Não! Você está enganada! Eu não posso ser uma feiticeira!”

“E por que não?”

“Porque eu não nasci pra isso! Minha vida não pode ser tão estranha assim!”

“Claro que pode. Agora para de discutir e vem comer, você deve estar com fome. Ficou uma semana desacordada!”

“UMA SEMANA?”

“Você quer comer ou dar chilique? Anda, vem logo”

Vencida pela fome, fui atrás dela. Ela abriu a porta e fomos para outro quarto. Ele era tão pobre quanto o primeiro. Tinha apenas uma mesa e duas cadeiras, além de um pouco de comida em cima da mesa.

Comi enquanto ela me observava. Descobri que se chamava Aiko, e que tinha 21 anos para feiticeiras, mas 120 para humanos, e que isso significava que ela tinha 120 anos, mas tinha parado de envelhecer aos 21. Perguntei mais coisas, mas ela me disse para eu comer logo e parar de fazer perguntas que depois ela me contaria tudo.

Quando terminei de comer notei uma coisa que me preocupou muito. - “Aiko, você notou que a única porta que tem aqui é a que dá para o outro quarto?”

“Sim...”

“Como então vamos sair daqui?”

Ela disse pra mim, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. - “Por magia.”

“Ah tá. Podemos ir então?”

“feche seus olhos.”

Logo que fechei meus olhos senti como que em uma montanha-russa que só subisse, e na velocidade máxima.

“Chegamos. Pode abrir seus olhos.”