Renascida das Cinzas escrita por Boadicea


Capítulo 2
II - Sangue dourado, enegrecido de mentiras


Notas iniciais do capítulo

Bom dia ^-^
Pergunta rápida: Vocês preferem Jonathan ou Sebastian? (como vocês estão mais acostumadas a chamá-lo?)
Boa leitura:



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— E Jonathan? – perguntei com um fiozinho de voz - Ele também é um Anjo?

— Clarissa – Valentim respirou fundo antes de responder – Ter sangue dourado em suas veias não lhe torna um Anjo. Muito menos decide de qual lado você está. Afinal, todos nós possuímos sangue angelical em nossas veias. Seus irmãos apenas possuem mais que os outros.

— Então – uma pontinha de esperança começou acender dentro de mim – Eu também tenho sangue de Anjo, papai?

— Não diga bobagens, Clarissa.

— Mas...

— O sangue que corre em suas veias pertence à Lilith. Qualquer resquício dourado foi corroído. Seu sangue é completamente negro, como o de um demônio, Clarissa.

Valentim é um homem de muitas mentiras. Sei disso há muito tempo.

Mas também sei que aquela foi uma das poucas vezes em que ele falou a verdade.

No entanto, foi naquela noite também, que passei a odiar Valentim.

Por tudo que ele havia feito comigo.

~♥~

— Sebastian! – Isabelle grita enquanto descemos as escadas. Olho de relance para meu irmão e arqueio uma sobrancelha. Sebastian? Tenho certeza absoluta que este não é seu nome verdadeiro. Ele apenas leva um dedo aos lábios de forma discreta pedindo por silêncio.

— Ah... – por um minuto ela perde a fala a me ver ao lado dele, coisa que, aparentemente, ela ainda não havia notado. Franze as sobrancelhas para mim e olha para Jace. – Vejo que você já conhece nossa nova hóspede.

Ela pronuncia a palavra hóspede com certa desconfiança e sarcasmo, como se não gostasse da idéia. Jace lança um olhar reprendedor para ela que apenas revira os olhos, antes de se voltar para mim.

— Gostou do quarto? – ele pergunta enquanto me puxa mais para o lado.

— Claro. – sorrio em resposta. De fato, o quarto é um pouco legal. Mas muito comum. Falta... Personalidade. – Tem uma vista incrível das torres demoníacas.

— Que bom que gostou. – seus olhos se viram para cozinha um segundo antes de me puxar pelo braço até lá. .

Não gosto da forma com o Herondale fica me puxando pelo braço. Isso faz parecer que ele tem certo controle sobre mim, o que é bem ridículo. E irritante.

Aparentemente, não sou a única a não gostar disso. Quando chegamos à mesa, Isabelle me olha como se quisesse arrancar cada fio de cabelo meu. Sorrio em resposta, em uma provocação silenciosa. .

~ ♥ ~

— O que está fazendo? – Jonathan quase deixa cair meu caderno de desenho ao ouvir minha voz.

— Não sabia que você desenhava.

— Você não sabe de nada, Anjinho. – pego o caderno de sua mão de forma ríspida enquanto ele me olha confuso.

— Anjinho?

— Éh – respondo seco enquanto enfio meu caderno debaixo do travesseiro.

Jonathan começa a rir. E para minha surpresa, é uma risada suave e alegre. Uma risada pura. Que quase me faz rir também.

Parece algo tão estranho de se ver em um rosto tão parecido com o de Valentim.

Tão... Encantador.

— Do que está rindo?

— De você e seu caderno – ele dá dois passos para frente, ficando a centímetros de mim – É seu diário?

— Cala a boca. Fico me perguntando se você ainda vai rir quando eu enfiar minha espada em você.

— Que medo. – ele esbugalha os olhos em uma expressão apavorada e então desata a rir novamente. E não são apenas seus lábios. Seus olhos também estão sorrindo. Mas não é um sorriso qualquer.

Isso me confunde um pouco. Não sabia que olhos frios eram capazes de se encherem de alegria tão repentinamente.

— Desculpe. – ele diz enquanto se recupera – Não deveria ter mexido nas suas coisas. Minha mãe também desenha e acabei ficando intrigado com isso quando me apresentei. Sua mão... Éh muito parecida com a dela. A textura, a aspereza... –desvio o olhar a menção de Jocelyn. Minhas mãos não são iguais as dela. Eu não sou parecida com ela. - Na verdade, até mesmo a fisionomia de vocês... Tão parecidas...

— Não diga bobagens – murmuro – Nunca nem vi sua mãe. Não tenho nada a ver com ela.

— Eu sei – ele murmura de volta e desta vez reparo no quanto seus olhos estão carregados de dor. – Mas, ainda sim, você se parece com ela.

Ele olha para mim uma última vez antes de ir até a porta. Então para e sussurra:

— Se ela estivesse aqui, tenho certeza que gostaria de você.

Ah, Jonathan... Você não faz idéia do quanto está errado.

Tão errado, que suas palavras parecem carregadas de veneno.

~ ♥ ~

— Bom dia – Jonathan sussurra assim que encosto a porta do quarto. Está vestido com o uniforme de caçadores de sombras, mas não está com nenhuma arma.

Garoto descuidado.

— Por que mentiu seu nome? – pergunto logo de cara, sem nem mesmo falar bom dia antes.

Ele me olha confuso por alguns instantes antes de enfiar as mãos nos bolsos da frente da calça jeans e suspirar.

 - Eu não menti. Ao menos não para você.

—Isabelle lhe chamou de Sebastian – abro um pequeno sorriso maldoso antes de dar mais alguns passos em sua direção e abaixar o tom de voz – E esta tinta preta nos cabelos, hein?

Ele me olha atônito por alguns minutos e então volta a sorrir.

— Definitivamente, você é uma artista. E boa observadora, a propósito. – ele olha para o lado como se não quisesse que ninguém o escutasse antes de voltar a falar – Eu... Eu sou muito parecido com meu pai. E as pessoas aqui em Idris não gostam muito disso, então... Achei que talvez conseguisse afastar os olhares questionadores se mudasse a cor do meu cabelo. Assim eu não me pareço tanto com ele, eu acho.  Quanto ao nome... Foi meu pai quem escolheu. Por isso, na maioria das vezes, acabo atendendo por Sebastian.

Me afasto um pouco dele, confusa. Ele é um idiota se realmente acredita que deixar seu cabelo preto vai apagar as semelhanças com Valentim. E, principalmente, opinião das pessoas não vai mudar de acordo com a cor do cabelo dele.

— Qual éh seu verdadeiro nome? Com sobrenome e tudo, quero dizer. – pergunto como se já não soubesse. Valentim sempre se gabou do nome do filho mais novo e de ter sido ele a escolher. .

— Bom dia – a voz de Jace se faz presente enquanto ele caminha até nós, com uma expressão indiferente no rosto.

Sebastian não responde, apenas desce as escadas, provavelmente aliviado por não ter de responder minha pergunta. Não que eu me importe. Mas gostaria de saber como ele se sente admitindo ser o filho do inimigo.

Ou você não é capaz de dizer isso, Anjo?


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Notas finais do capítulo

Até logo ♥
Ps: Próximo capítulo falaremos mais sobre o Jace u.u



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