Sem você escrita por shawanamatos


Capítulo 5
Cinco




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O hospital ficava próximo ao campus, chegar lá foi rápido. Direcionei-me rapidamente a sala dos residentes, guardei meu material e coloquei meu jaleco. Paguei minha prancheta e fui para os corredores. O que era realmente acolhedor neste país era que todos eram gentis e sorriam para você. Gostava verdadeiramente de realizar meu trabalho aqui. Estrava nos leitos sorridente e conversa pouco com os pacientes, olhava seus prontuários e atualizava minha prancheta. Todos eram agradáveis, até mesmo os enfermos. Sempre gratos por dedicarmos nosso tempo para cuidar deles. Possuía poucos pacientes internados, então levei pouco tempo para realizar as atualizações e novas recomendações. Entreguei ao médico responsável para que ele liberasse os prontuários.

Restava-me boa parte da tarde ainda então fui para o laboratório checar as agendas de reserva. Podíamos realizar pesquisas para trabalhos, desenvolver pesquisas novas ou apenas estudar nos laboratórios fazendo reservas. Aproveitaria para cobrar a promessa de Chung-Hee. Assim que tive acesso a agenda, peguei meu celular para enviar uma mensagem a ele. 


       Cobrando promessa e mostrando meu lado gentil:

 Tem alguma tarde livre dentro de uma semana?

K.

 

A resposta podia demorar então me escorei na parede guardando o celular no jaleco. Pensar em Chung me fez recordar do studio esta manhã. Ele se preocupava comigo, mas não entendia por que. Nos conhecemos por um mero acaso. Quando estava procurando outro lugar para morar visitava as casas para saber como era o bairro. No dia em que visitava a residência que me encontro hoje Chung estava no portão escorado escutando musica expressivamente. Quando me viu falou comigo em coreano, entendia muito pouco na época. Acabei o interrompendo falando em inglês explicando que não era do país.    

Me desculpe! Você tem traços asiáticos pensei que fosse da região. – Disse ele sorrindo. Tinha uma bolsa de lado e estava de jeans preto um pouco colado e uma jaqueta de capuz.  – Me chamo Chung-Hee.- disse se curvando brevemente - Liguei para o anuncio e me avisaram que uma senhorita iria ver o local então poderia aproveitar que estavam vindo com as chaves e checar. Mas claro, irei analisar somente se não lhe interessar.

— Ah! Certo. - Dei um leve sorriso - Sou Kyra. Pode entrar junto. Não vejo problemas em vermos juntos.

O achei agradável e educado inicialmente. Percebi que o incomodava dividir um ambiente mais reservado com o sexo oposto quando estávamos dentro olhando a casa.

— Estudante de intercambio? – Olhei para ele com a pergunta repentina e apenas concordei com a cabeça e ele abriu outro sorriso – Vai fugir dos dormitórios? – Ele queria informações demais para um desconhecido.

— Não querendo ser rude, mas sabemos apenas os nomes um do outro. Se quiser saber mais informações sobre mim precisa ser meu paciente. Repassar meus porquês não seria inteligente, não acha? – Olhava para ele com um ar desconfiado e ele apenas soltou uma breve risada e levantou as mãos como se rendesse.

— OH! Desculpe. É um mau hábito meu ser simpático demais. – Senti que ele quis ser sarcástico – Vim para a cidade ser um treinee na empresa que me aceitar primeiro. Tenho 20 anos, ficando velho pra ser um treinee. Estou a procura de um lugar simples para dormir e guardar minhas coisas.

— Sou estudante de medicina. Só quero um lugar mais reservado. – disse indiferente.


— Poucas palavras e minimamente expressiva. Provavelmente uma futura medica de decisões rápidas. – Ele me olhava como se estivesse me analisando. Insolente – Bem, as senhoritas tem prioridade. Se não for ficar com o lugar peça para a agencia me ligar, por favor.

Começou a dirigir-se para saída e percebi que ele mancava, estava claramente magro. Não tinha intenções de interrompê-lo então não dei atenção a sua saída. Mas repentinamente ouço um barulho, como algo pesado caindo. Viro-me e ele está no chão. Institivamente corro e o ajudo a sentar encorando na parede.

— Deixe-me adivinhar, um treinee idiota como todos os outros? – Ele sorri de novo, esta claramente tonto e sem condições de ficar em pé.

— Senhorita gentil e observadora. – Ele suspira ficando sério.

— Quando foi sua ultima refeição? – Digo incisiva. Ele não parecia querer ser o senhor simpatia mais. – Sinceramente! Agora você deveria usar seus maus costumes.

Ficar agachada ao lado de um maluco por treinos em uma casa vazia não eram meus planos para o fim de semana. Peguei algumas barrinhas energéticas que carregava comigo e estendi para ele junto com minha garrafa de agua. Descordo plenamente dessa maluquice de treinee se alimentar e respirar de treinos e estudos. Mas não ia deixa-lo naquele estado. Parecia que não iria aceitar inicialmente mas ambos sabíamos que ele provavelmente não teria muitas opções a mais.

— Se você mal se alimenta como irá pagar um aluguel sozinho? – Me levantava olhando-o de cima – Seu corpo transforma oxigênio em nutrientes?

— Você ainda esta tentando não ser rude? – Realmente insolente. Começou a tentar se levantar e percebi suas feições de dor. Sem comer e provavelmente cheio de hematomas. – Obrigado pela ajuda.

Eu não acreditei que ele era tão idiota. Sabia das historias dos ídolos, mas me deparar com alguém tentando se tornar um era como conhecer um caso absurdo da medicina e tentar explica-lo com psicologia deixando claro que o tratamento efetivo é somente emocionalmente. Nada era logico. Aquilo me aborrecia tanto que já estava expirando longamente. Não iria dizer para desistir. Seria inútil. E discordava plenamente de destruir sonhos alheios. Então me passou uma ideia absurda. Vou me arrepender, juro que vou.

— Desculpe. – Acabei falando em um tom baixo e isso o interrompeu em suas ações. -  Vou alugar a residência. Como uma futura medica de decisões rápidas irei sublocar para você um quarto. Mudo-me amanhã.


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