Stepping on Roses escrita por Any Queen


Capítulo 14
Perfect Illusion


Notas iniciais do capítulo

Gente, estou de volta e com mais um cap.
Espero que gostem e comentem, favoritem e recomendem porque isso sempre ajuda essa autora aqui.
Responderei os comentários outra hora porque está tarde e eu ainda não estou de férias.
Vou deixar meu tt para quem quiser, estou sempre surtando sobre Olicity e Stemily lá
@anynhycarvalho
Boa leitura ♥

Ps.: Meu word deu rum então eu não sei como vai ficar a formatação aqui



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/694625/chapter/14

It wasn't love, it wasn't love
It was a perfect illusion 
Mistaken for love, it wasn't love
It was a perfect illusion 
You were a perfect illusion

— Lady Gaga, Perfect Illusion

 

Meus olhos estavam doloridos, minha garganta estava seca e eu meu estômago se embrulhava toda vez que eu lembrava da conversa entre Oliver e Diggle. Já tinha chorado mais do que deveria, não parecia haver mais líquido dentro do meu corpo para eu poder expelir, era tanta raiva e frustração que não pareciam caber dentro de mim.

Eu precisava gritar.

Oliver não veio atrás de mim, talvez tenha sido o certo, eu não queria ter que olhar para ele e ficar tão dividida entre os eventos da noite passa e os dessa manhã. Eu não conseguia acreditar que ele tenha feito isso, mas pensando em retrospectiva, consigo encontrar alguns momentos que todo esse plano estava acontecendo. Eu estava tão mergulhada na dicotomia Oliver/Ray, como se isso fosse um segredo meu, que não percebi que Oliver estava por trás de tudo. Oliver queria que eu fosse embora, ele me queria longe, por isso Dig sumiu aquele dia na praia, por isso Oliver sabia onde me encontrar.

De fato, ele me encontrou. Oliver quase morreu para me salvar, mas isso não me fazia sentir como se devesse algo a ele, eu não estaria correndo risco de vida se não fosse seu plano. Ele só estava tentando concertar um erro anterior, talvez só tivesse se sentido culpado. Mas eu não poderia acreditar nisso, poderia? Depois da noite passada, eu tinha visto a verdade nos olhos dele, tinha acreditado, e, por mais que estivesse magoada, continuava acreditando.

Olhei para o corredor vazio do segundo andar, estava dividida entre o alívio de não tê-lo encontrado ali, esperando por mim, e a raiva por não ter ido atrás de mim. Se ele tentasse me fazer mudar de ideia eu não seria resiliente o bastante para não declinar, eu não queria complicações, que só queria estar com Oliver.

Respirei fundo e desci as escadas calmamente, tinha colocado calças jeans para variar e prendido meu cabelo em um rabo de cavalo alto, tinha tirado aqueles saltos horríveis e colocado meu velho allstar que a Raisa tinha guardado. Eu odiava ter que manter uma imagem falsa sobre mim mesma, queria minhas velhas roupas, meus tênis super confortáveis e meus pijamas flanelados.
        Dig estava apoiado em um dos carros na entrada quando eu abri a porta, ele olhou para mim surpreso e depois abaixou o olhar, eu podia dizer que ele estava envergonhado e se sentia culpado, Oliver era seu chefe, mas mesmo assim que não podia perdoá-lo, não agora.

— Felicity… - começou.

— Não começe! - interrompi - Só quero que me leve para os Glades.

Passei por ele e entrei no carro, não esperando a sua resposta. Dig entrou logo depois, colocando a chave na ingnição.

— Você tem certeza que é uma boa ideia?

— Sabe o que não é uma boa ideia, Dig? Você querer dizer qualquer coisa para mim depois de me fazer de idiota. Então me perdoe quando eu digo que é para calar a boca e dirigir para onde lhe foi mandado

— Eu entendo que você está brava comigo. - mas ele não hesitou mais, ligou o carro e começou o caminho. - Mas deveria escutar o Oliver.

— Eu deveria fazer o que ele queria que eu tivesse feito, ir embora.

— Ele nunca quis que você se machucasse.

Senti as lágrimas ameaçarem novamente, mas respirei fundo, precionando os lábios. Não queria chorar mais.

— Bem, muito tarde para isso.

Quando chegamos na porta do meu ex-apartamento, eu pedi que Dig ficasse de fora, queria ter um momento com a minha família de forma com que eu me sentisse que nada tivesse mudado. Assim que abri a porta consegui respirar com mais facilidade.

Por incrível que pareça estava tudo mais limpo do que a outra vez, Will estava sentado no sofá lendo uma revista e pulou quando me viu entrando.

— Felicity! - eu nem precisei me abaixar tanto para abraçá-lo, ele estava crescendo e eu estava perdendo isso - Quanto tempo que você não vem nos ver!

— Querido, a culpa não é minha. Sabe, se eu pudesse, levava todos vocês comigo para aquela mansão enorme.

— Por que não pode? - eu segurei sua mão e fomos sentar no sofá - Seu marido não deixa?

— É mais complicado que isso, meu amor, para que Oliver tenha dinheiro para eu mandar para vocês, ninguém pode saber que eu morava aqui antes.

— Realmente gostamos do dinheiro. - Willian segurou um sorriso - Roy está até pensando em aceitar os presentes do senhor Queen.

— Presentes? - me sentei mais ereta.

— Ele não te disse? - neguei - Senhor Queen sempre manda o senhor Diggle nos comprar coisas legais, como essa revista aqui.

Ele ergueu a revista em quadrinhos como se fosse um premio.

— Mas Roy não gosta que aceitemos coisas maiores, como uma televisão. - Will suspirou - Nós queríamos uma televisão.

— Com que frequência Oliver oferece essas coisas para você?

— Toda semana, é estressante. - disse Roy atrás de mim, levantei com um susto e fui dar um abraço no mais velho - Você realmente não sabia?

— Não fazia ideia. - suspirei - Então está tudo bem por aqui?

— Mas do que bem até. - Roy sorriu, tinha uma aparência bem melhor, parecia que vinha se alimentando e tinha roupas novas também - Tommy parou de sair como louco e está realmente cuidando da gente.

— Isso é maravilhoso! - queria chorar novamente, mas dessa vez era de felicidade, Oliver vinha cuidando da minha família - Eu sempre fico tão preocupada com vocês.

— Não sei que acordo você tem com senhor Queen… - Roy sorriu - Mas ele não é de todo mal.

Apertei minhas mãos, e agora? O que eu faria com aquela informação?

— Então - disse respirando fundo e colocando a mão na cintura - Já que estou aqui, o que acha de fazermos minha famosa lasanha?

 

***

 

Uma hora depois a lasanha estava pronta, achei que Dig tinha ficado tempo demais do outro lado da porta e decidi que ele não merecia ficar lá me esperando, mesmo que ainda estivesse culpando-o por tudo o que aconteceu. Assim que ele entrou, eu segurei seu braço e tentei sorrir.

— Obrigada.

Dig sorriu e me deu uma piscadela.

— Não sei do que você está falando.

Antes que pudéssemos ir para comer, a porta abriu abruptamente e um Oliver nervoso entrou tentando focalizar o apartamento. Ele estava segurando o terno em uma mão e estava levemente suado.

— Dig. - ele respirou fundo - Tire o carro da frente do prédio. Coloque algumas quadras de distância.

Diggle não pestanejou e nem questionou a ordem de Oliver, apenas acenou e correu pela porta a fora.

— O que está acontecendo, Oliver?

Seus olhos focalizaram o meu pela primeira vez, parecia cansado e, quando realmente me enxergou, franziu as sobrancelhas.

— Hum… Eu… - Oliver encarou o chão - Eu… - respirou fundo - Eu queria poder me desculpar agora, mas temos assuntos mais urgentes.

— É claro. - mordi o lábio inferior para não grunhir e comecei a andar para longe dele - É claro que você não viria todo esse caminho até os Glades para me pedir desculpas. O que foi dessa vez?

— Felicity… - disse calmamente - Eu viria, mas essa não é a questão no momento.

— Claro que não, a questão é o nosso precioso segredo ou a sua queria empresa. Escolha um.

— Você está tornando isso mais difícil do que já é.

— O quê? - virei bruscamente para a sua direção, dando alguns passos para frente - Tudo o que eu tentei fazer foi tornar as coisas fáceis para você, para nós! Mas não deu certo, então me diga, o que eu posso fazer por você? Porque é assim que funciona, eu tenho que obedecer você.

— Eu mereço isso, tudo bem. - ele também deu alguns passos para frente - Mas eu realmente preciso que me escute.

Mordi meu lábio e levantei meu olhar, simbolizando que iria escutar.

— Desde que me disse que Slade e Blood estavam desconfiados sobre nós dois, eu contratei um detetive para investigá-los. - arqueei uma sobrancelha - O Detetive Malone grampeou o telefone de Blood e, hoje, ele recebeu uma ligação de Slade dizendo que ele tinha conseguido achar o endereço do tal “Tommy” e que eles viriam checar o local. Essa tarde.

— Agora minha família está metida nessa confusão?

— Eu não queria que fosse assim. - ele trocou o peso do corpo para o pé direito - Mas eu preciso que a gente vá embora agora.

— Por que? - eu me mantive no lugar quando Oliver ameaçou sair.

— Como assim “por que”? Você sabe que não podemos ser descobertos.

— Mas por que? Quero dizer, você quer acabar com isso, deixou claro quando me jogou para cima de Ray, então porque esconder? Por que continuar com essa farsa toda? Você já conseguiu seu dinheiro e sua empresa e seu pai já morreu.

— Não é tão simples… - Oliver hesitou, escolhendo as palavras - Se acharem que eu falsifiquei alguma parte daquele contrato, eu perco tudo.

— Então porque eu devo continuar com isso tudo? - encontrei seu olhar, estava surpreso pelas minhas palavras, surpreso e um pouco magoado, mas eu não me senti culpada, ele tinha me magoado muito mais - Eu sei que se importa comigo em algum lugar desses sentimentos frios que você tem, então não vai me jogar no Oceano. Por que eu devo continuar com você? Longe da minha família, fingindo ser alguém que eu não sou, sendo constantemente feita de idiota. Por que eu não deveria deixar que Slade e Blood nos encontrasse aqui?

Encontrei seu olhar, Oliver estava nervoso, sua boca estava entreaberta, como se quisesse dizer alguma coisa, mas todo resto estava congelado. Seu olhar congelado no meu, firme, mas incapaz de se desviar, meu maxilar estava reseto, mas não era de raiva.

Antes que houvesse qualquer coisa que pudesse ser dita, uma batida forte na porta fez com que Oliver acordasse do seu torpor e me puxasse para dentro do armário.

— Mas que merda! - sussurrei

O local estava escuro e empoeirado, era absurdamente pequeno e, para um corpo como o de Oliver, quase impossível de ficar dentro a não ser incrivelmente perto do meu. Seus braços estavam ao meu redor e meu rosto colado no seu peito, que subia e descia com dificuldade. A batida na porta se tornou mais intensa, escutei alguns passos antes que Roy abrisse a porta e três homens entrassem.

Afastei-me de Oliver apenas para encontrar seu olhar, ele estava sério, mas não frio. Sua mão subi lentamente sobre meu braço até se instalar na curva do meu pescoço, eu não conseguir ver muita coisa, mas sentia seu corpo perto do meu.

— Aqui é a casa de Thomas Merlyn? - perguntou a voz rouca que eu reconheci ser de Slade.

— Sim, senhor. - respondeu Roy com uma voz tremula.

— Temos algumas perguntas - disse Blood - Teria algum responsável por aqui?

— Não, só eu e meus irmãos menores.

— Você é o mais velho, garoto? - perguntou Slade.

— Depois de Tommy, sim.

— Roy - sussurrei, tão baixo que apenas Oliver poderia escutar, ele aumentou a pressão em meu rosto e começou a contornar meu maxilar, eu sabia que ele estava tentando me acalmar, mas Roy não merecia ser abordado por aqueles homens, não tinha nada a ver com essa história toda.

— Se importaria de nos mostrar a casa? - disse Blood num tom quase ameaçador.

— Não sei o que os senhores esperam encontrar aqui.

— Temos informações que seu irmão já discutiu algumas vezes com o senhor Queen e que vocês recebem dinheiro dele. Correto? - expôs Blood.

 - Não. - prendi a respiração - Recebemos dinheiro do senhor Diggle que nos ajuda com as coisas de casa.

— Então você não conhece o senhor Queen? - questionou Slade.

— Apenas dos jornais.

— Então não se importa de nos mostrar a casa, garoto.

Se instaurou um silêncio breve antes de Roy concordar e os passos se afastarem. Eu soltei o ar e me segurei em Oliver.

— As crianças…

— Nada vai acontecer com eles se não descobrirem que estamos aqui.

— E se descobrirem?

— Isso não vai acontecer, eles não têm provas o suficiente.

— Eu poderia ter estragado tudo. - encontrei seu olhar novamente - Nós poderíamos ter estragado tudo.

— Você estava certa. - disse ele inclinando a cabeça, com certeza aquele posição estava desconfortável - Eu queria você longe.

— Não é uma afirmação muito legal dado a nossa atual situação. - tentei sorrir, mas ele estava perto demais e meu corpo sempre fica tenso e em expectativa quando quase todas as partes deles estavam de encontro com as minhas.

— Isso foi antes. - ele puxou minha cintura para mais perto - Agora parece que você nunca está perto o suficiente.

Arfei e apertei sua camisa, tentando encontrar ar, parecia que a cada segundo aquele lugar ficava mais apertado e mais quente.

— Pode não parecer a melhor hora. - disse quase inaudível - Mas obrigada.

— Pelo o quê?

— Por cuidar da minha família.

Oliver estava prestes a responder quando os passos voltaram, eu prendi a minha respiração.

— Obrigado pela cooperação, garoto, tornou tudo mais fácil. - disse Slade.

— Por favor entregue esse cartão para seu irmão mais velho. - disse Blood - Seria muito importante eles nos contactar.

— Sim, tudo bem.

Eles não demoraram, saíram do apartamento com passos pesados. Oliver segurou meu braço quando eu fiz um movimento para sair assim que escutei a porta se fechar, olhei para ele em questionamento.

— Só mais alguns segundos.

Esperei o que pareceu uma eternidade quando finalmente Oliver abriu a porta do armário. Roy levou um susto e correu para me abraçar.

— Você foi muito bem. - disse - Estou orgulhosa.

— O que aqueles homens queriam?

— Eu e Oliver… - olhei nervosa para Queen - Temos uma relação um pouco complicada, ninguém pode saber da minha antiga vida.

— Eu imaginei quando cheguei aqui e vocês tinham sumido.

— Eu vou precisar ficar longe por um tempo. - segurei o rosto de Roy e dei um beijo na sua testa. - Cuide de Sara e Willian.

— Senhor Queen - chamou Roy - Cuide dela. Tchau, Felicity.

— Se cuide, Roy.

Dei mais um rápido abraço antes de sair pela porta, segurando as lágrimas, toda visita era uma parte de mim que se quebrava, eu estava tentando ser forte, mas ficar longe da minha família sabendo que eles poderiam ser um alvo estava dificultando meu autocontrole.

Comecei a andar, mas Oliver segurou meu braço e fez com que eu me virasse novamente.

— Eles vão ficar bem. - disse calmamente.

— Se fizermos isso certo, sim. - passei a mão no rosto para controlar minha ansiedade - Não entendo porque eles querem tanto isso.

— Eu também não... por enquanto. - Oliver colocou a mão no bolso - Mas vou descobrir, enquanto isso vamos ter que continuar com essa farsa por mais um tempo.

— É… - olhei para Oliver sem saber ao certo o que fazer, ele também olhou para os lados nervoso e tossiu.

— Temos que… Hãm… Sair por outra porta, a entrada pode estar sendo vigiada.

— Vem. - segurei sua mão, ignorando o calafrio que isso me proporcionou.

Andei pelo corredor até encontrar uma porta que levava a saída de incêndio, Oliver pareceu protestar, mas eu continuei puxando até que o ar frio da noite nos encontrou. Respirei fundo e comecei a descer.

— Você tem certeza que isso não ceder?

— Tenho. - me virei para Oliver e dei um sorriso - Já desci por essas escadas muitas vezes.

— Devo perguntar o porquê desse sorriso?

Começamos a descer, eu tive que me segurar na grade, mas estava acostumada com a trajetória, Oliver, mesmo tendo um corpo grande, também não pareceu ter dificuldades para descer. Logo estávamos no chão, em um beco escuro em um das ruas dos Glades.

— Vou ligar para Dig para nos encontrar em outro endereço. - comunicou Oliver.

— Sim, fala para ele nos encontrar a duas quadras daqui.

— Ok.

Assim que Oliver terminou a ligação, comecei meu caminho tão conhecido pelos becos dos Glades seguindo até nosso destino.

 - Parece natural para você. - disse Oliver.

— E é. - desviei de uma poça - Trabalhei nessa vizinhança por anos, você só não faz muitas perguntas sobre a minha vida antes de te conhecer.

— Não faço?

Olhei para ele não acreditando, ele arqueou a sobrancelha e sorriu.

— Sinto muito por isso.

— Não gosto de ficar pensando no que passei aqui, mas tem coisas boas também. - afastei os pensamentos - É engraçado como eu sempre tentei saber mais sobre você, mas você nunca se abre enquanto eu estou aqui como um livro aberto.

— Felicty… - escutei Oliver suspirar - Eu não queria te conhecer porque eu não queria me importar.

— Queria que eu fosse embora.

— Sim, eu queria. - olhei rapidamente para ele assustada com a sua honestidade - O que foi? Você sabe a verdade, não vou mentir.

— Acho que essa frase foi a mais sincera que você já me disse.

— Eu sinto muito por tudo isso. - ele segurou meu braço, me fazendo parar perto da entrada do Big Belly Burguer - Não estava nos meus planos.

— O quê?

— Eu tinha planejado tudo. Arrumaria uma garota qualquer, a pagaria para fingir ser a minha noiva e depois ela iria embora, eu seria o marido abandonado e ficaria com tudo o que eu sempre quis, a QC e toda a herança do meu pai. Simples, frio, calculado.

— O que mudou?

Oliver riu.

— Eu não calculei você! Eu queria que você me deixasse com meus problemas, com a minha escuridão, mas você não me deixava, você continuava tentando. - Oliver sorriu gentilmente - No começo foi irritante, mas depois foi virando reconfortante.

— Então porque me entregou para Ray? - minha voz falhou, eu não queria vacilar, mas a mágoa ainda existia.

— Ray era meu melhor amigo, eu confiava nele, eu achei que poderia continuar com meu plano… Mas assim que Dig voltou aquela noite, tudo ficou estranho. Eu não queria ficar naquela casa sem escutar você cantando baixo ou seus passos, eu não queria estar naquela casa imensa sem você para não me deixar afundar mais em meus próprios pesadelos. Então eu fui atrás de você e tudo tinha mudado.

— Seu plano perfeito.

— Meu plano perfeito, todo por água abaixo. E isso me assustou, me assustou tanto que eu fui um idiota com você depois, tentei te afastar porque não sabia como lidar com isso.

— Você realmente foi um idiota.

— E eu sinto muito e espero que você me perdoe algum momento.

Encontrei seu olhar novamente, e naquele momento eu já tinha perdoado, eu não queria brigar com ele, queria que ele me beijasse, queria que me fizesse esquecer tudo como tinha feito na noite anterior. Não queria ficar arrumando desculpas, queria parar com as desculpas, com as mentiras, já tínhamos muito o que fingir.

— Quando eu descobri que Ray era seu amigo, fugir passou pela minha cabeça sim. - Oliver inclinou a cabeça, como se fizesse isso para escutar melhor - Mas seu pai me fez prometer que eu tentaria e eu tinha uma promessa a cumprir.

— Meu pai? - Oliver arqueou a sobrancelha.

— Seu pai não queria que você ficasse sozinho e, por algum motivo, eu conseguia ver você. Não essa pessoa que você faz tanto esforço para as pessoas verem.

— E você não fugiu.

— E você foi atrás de mim.

— Eu faria de novo.

Quando Oliver falou novamente, seu corpo estava absurdamente perto do meu, sua mão subiu pelo meu braço até segurar meu rosto. Segurei sua camisa, puxando-o para mais perto. Sua mão segurou meu maxilar, me puxando para encontrar sua boca e foi viciante. Esqueci de tudo o que estávamos discutindo, apenas senti seus lábios nos meus, com calma e lentamente, sua mão livre passou pela minha  cintura, me segurando. Assim que meus braços seguraram seu pescoço, sua boca se abriu deixando que a minha língua encontrasse a sua, absorvendo tudo o que encontrava para frente. Soltei um suspiro nada sútil quando sua mão que estava na minha cintura desceu e apertou minha bunda de encontro ao seu centro.

Quando fiquei sem ar, sua boca desceu para meu pescoço e eu tive que morder o lábio para impedir que meus gemidos saísse muito alto. Nós estávamos em um canto razoavelmente escondido e a rua estava deserta, mas mesmo assim não queria fazer uma cena. Subi o rosto de Oliver para que encontrasse meus lábios novamente e o beijei profundamente antes de escutar alguém tossindo atrás de mim.

— Isso significa que fizeram as pazes? - disse Dig sorrindo.



Queen Consolidated, sala de reuniões

— Senhor Palmer, achamos que o senhor deveria averiguar o que achamos no apartamento de Thomas Merlyn. - disse Slade segurando o telefone com mais força do que deveria.

— O que é? - perguntou Ray irritado no outro lado da linha.

— Um paletó. - disse Slade simplesmente e respondeu antes que Palmer fizesse mais perguntas - Uma peça de roupa cara demais para o homem como John Diggle pudesse pagar.

— O que isso significa, senhor Slade?

— Significa que o garoto mentiu e que o senhor Diggle sabe de algo.

— Então faça alguma coisa quanto a isso! - gritou Palmer - Não me associei com vocês para escutar promessas, quero ações concretas e objetivas.

— Não é necessário se estressar, nosso plano está acontecendo enquanto nos falamos.

— Ótimo. Não me ligue novamente se não tiver novidades sobre esse tal plano.

— Claro, senhor Palmer.

O telefone ficou mudo e Slade jogou o aparelho em cima da mesa, estava se irritando demasiado com Palmer, mas precisava do apoio e do dinheiro do bilionário para se dar ao luxo de dar um jeito naquele playboy metido.

— Devo contactar nosso aliado? - perguntou Blood sentado no outro lado da mesa.

— Sim.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Stepping on Roses" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.