Ele saiu e eu fui atrás, a floresta estava iluminada com uma luz laranja, era lindo! Ai eu percebi que todos me olhavam com cara de “não passa do primeiro dia”, isso me lembrou a escola, eu era a única com uma roupa colorida, o resto era tudo de preto, sabe aquele instinto que diz pra correr e se esconder? Pronto, ele estava ligado e muito ativo, mas não dei bola, continuei seguindo Rafael, ele também tava de preto, pessoal sem criatividade!

Rafael parou na frente de uma cabana bem grande, com um ar menos rústico, na frente tinha três bancos e uma arvore de cada lado da cabana.

-Cuidado como fala com ele, acho que se você só falar quando for preciso vai ficar tudo bem. – Rafael falou, eu concordei com a cabeça, nem um piu vai sair da minha boca.

Ele abriu a porta e depois entrou, eu fui logo atrás, aquela musica aonde a vaca vai, o boi vai atrás ta combinando com esse momento, dei uma pequena espiada pelo local, ate que vi uma pessoa conhecida:

-Tio Bartolomeu! – Gritei e corri pra abraçar o meu tio preferido.

-Baixinha! – Ele me abraçou – Agora modos, eu sou o monitor desse lugar, não posso mostrar preferência por nenhum dos campistas. – Ele sussurrou e me afastou.

-Desculpe senhor Bartolomeu, ela não fará mais isso. – Falou Rafael me puxando para longe do meu tio. Quando ele pegou no meu braço quase tive um treco, que mão é aquela, senhor?!

-Não se preocupe, ela podia fazer isso. – Falou o meu tio, adoro esse cara! Rafael fez uma cara de confuso.

-Como assim... – Eu o interrompi.

-Ele é meu tio, seu anta surdo! – O cara deveria ser surdo pra não ter me ouvido gritar.

-Tio de criação, eu era um dos guardiões dela, mas criei um laço de pai com ela. – Falou tio Bartolomeu.

Eu fiquei meio triste por saber que ele não era meu tio de verdade, mas pelo menos ele me considera uma filha! E eu o considero como um pai.

-Eu fico aqui, ou saio pra você fazer o registro? – Perguntou ele me soltando.

-Eu nem preciso fazer perguntas a ela, pois já sei tudo dessa pequena mesmo. – Falou meu tio dando uma tapa na minha cabeça, ele gostava de fazer isso quando eu era mais nova.

-Tchau tio, ate mais ver! – Falei indo embora da sala dele, fiquei meio triste por ir embora, mas agora eu o veria mais vezes.

Rafael me seguiu, momento musical: Aonde a vaca vai, o boi vai atrás, parei! Ele estava com uma cara de “como?”, então dei uma desacelerada e coloquei o meu braço nos ombros dele e ele o braço na minha cintura, eu ouvi varias garotas se roendo de raiva, abalei!

-Thiane! – Ouvi um garoto me chamar.

Eu me virei e vi Hades correndo ate onde eu estava.

-Oi Hades, o que ouve? – Perguntei meio assustada, pois ele parecia que tinha corrido uma maratona, devia ser uma coisa importante.

-Nada, só queria te pedir desculpas por ter sido insensível com você. – Falou ele recuperando fôlego, tem alguma coisa cheirando estranho nessa historia, e é claro que eu vou descobrir o que é!

-Hum... Agora vocês podem ir pras cabanas de vocês e eu vou pra minha, pode me levar ate lá Rafael? – Perguntei.

-A nossa cabana é a sua também. – Falou os dois ao mesmo tempo, por que eu acho que isso é errado?! Assim, porque eles são garotos com os hormônios a flor da pela e eu sou uma menina de 13 anos com a aparência de 16, só por isso.

-Não se preocupe, tem outra menina lá também, ai vocês fazem o que garotas costumam fazer. – Falou Hades dando de ombros.

-Ta. – Mordi o lábio inferior.

-Vamos! – Falou Hades colocando o braço na minha cintura, bem abaixo da mão de Rafael, que pareceu não gostar nada, eu coloquei o meu braço livre nos ombros de Hades.

Os dois deram um olhar mortal um para o outro e, posso disser por estar no meio, que a tensão entre eles dava pra corta com uma faca, mas mesmo assim seguimos pra cabana.