Deixe-me Entrar escrita por Contadora de Histórias


Capítulo 3
Nova Vida




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Pov Cami

 

Minhas mãos estavam tremulas- mais do que eu esperava. Sentia meu rosto queimar, e por dentro era como se tudo congelasse. 

Engulo seco, sentindo minhas mãos no meu rosto, e a temperatura subir a cada segundo. Não sabia o que acontecia a minha volta, estava com os cotovelos apoiados nas coxas, e cobrindo meu rosto com as mãos. Única coisa que sabia, era que estava em uma clínica muito conhecida, em uma sala privada. Entrei pelos fundos, como Niklaus exigiu. 

— Camille O'Connell? - Ouço alguém entrar, e sobressalto. 

Supondo que era um médico, pelo seu jaleco branco, eu levantei e tratei de cumprimenta-lo.

— Sim, sou eu Doutor.

— Por favor, vai ao banheiro e tire as calças. Lá tem uma roupa. Coloque-a e vamos começar.

Indicou uma porta com as mãos.

Só assim eu passei meus olhos por ali. Paredes brancas, cortinas brancas fechadas. Uma sala gelada. Ao lado da maca, uma máquina que pelo que sabia, era umas daquelas que você vê o bebê.

Um armário contornando a parede- também branco. 

Fui ao banheiro e fiz o que ele pediu. Vesti um pano fino e quase transparente, amarrando as cordinhas atrás. 

Assim que sai, notei a luz apagada e somente aquele visor aceso enquanto ele digitava algumas coisas em um teclado que parecia ser bem antigo.

Ele tinha os cabelos negros como carvão, e a pele bronzeada. Era novo, provavelmente não passava dos trinta. Parecia simpático com um sorriso tão branco quanto daquela parede.

— Doutor, acho que é algum engano. - Falei assim que me deitei.

— Ah não. - Sorriu, sentando-se na cadeira de rodinha ao meu lado. Ligando aquela televisão. - Só vamos dar uma olhada, para ter certeza de que realmente está grávida.

Fiquei quieta. 

— Cami, como o feto ainda é jovem. Vou fazer um transvaginal que teremos mais certeza de que realmente ele está ai. 

— Eu fiz um teste...

— Sim, compreendo. O teste de farmácia pode ter dado positivo, mas saber se o feto chegou é outra coisa. As vezes você engravidou, mas ele não formou o embrião. Mesmo que seu corpo tenha feito o trabalho dele. Isso acontece, chama-se: gravidez anembrionaria. 

Sem bater, vejo alguém atravessando a porta como se estivesse com pressa. Mesmo com pouca luz, eu o reconheci: Niklaus Mikaelson. Não parecia nada contente.

— E então Josh? - Perguntou parado no meio da sala.

— Vamos conferir agora, Klaus.

Arrastou-se com a cadeira pedindo para que eu colocasse uma perna de cada lado. Um pouco constrangedor com Niklaus ali. 

Colocou uma camisinha, em um equipamento cumprido e por cima jogou algum gel. 

— Você vai sentir um desconforto... - Avisou, inserindo aquilo dentro de mim.

Era gelado, e incomodava. 

Parecia que estava no banheiro da faculdade novamente. Ansiando para aquilo dar negativo. Parecia que toda aquela angustia voltava e eu queria ir embora dali o mais rápido possível.

Desejei que não tivesse nada, poderia parecer loucura, mas, não queria ser culpada de uma vida ter sido arrancada. Pensando assim, senti vontade de levantar dali e ir embora, mas eu não podia.

Niklaus olhava na tela com os olhos frios, provavelmente esperando uma noticia boa que seria o tão esperado negativo. 

Mas o som, respondeu por nós.

tum-tum-tum-tum-tum-tum.

Rápido, sincronizado e alto.

Minha mãos tremeram, e por um segundo achei que desmaiaria. 

Antes que o Doutor falasse algo, Niklaus já havia saído por aquela porta do mesmo jeito que entrou: furioso.

— Bom Cami, acho que não preciso dizer não é...

— Não. - Falei baixo e fui direto para o banheiro.

Tirei aquele tecido, e encarei minha barriga.

Como era possível, ter um coração aqui dentro? Balancei a cabeça negativamente e fui me vestir.

Ao sair, as luzes estavam acesas e o Doutor me aguardava em pé.

— Fique aqui só um segundo, vou mandar preparar a sala pra você. Irá ficar internada por alguns dias só em observação.

Afirmei com a cabeça, e ele foi na direção da porta.

— Doutor. - O chamei.

— Sim.

— Você sendo médico, o que acha? Digo, não sou de pedir opiniões e sei que é amigo dele...

— Cami, vou responder sua pergunta como o Josh - Aproximou-se. - É sua consciência que vai machucar quando deitar no travesseiro, é você que vai saber pelo resto da sua vida que retirou. Para algumas pessoas, isso é comum, por isso irei responder sua pergunta sendo o Josh: se você não tem certeza, não faça. Porém, conheço os Mikaelson há anos, se realmente quiser que seu filho seja uma boa pessoa, fuja deles. E se quiser ter seu filho também...

Assimilei suas palavras.

Ele saiu da sala, deixando meus pensamentos engolirem meu cérebro.

 

Pov Niklaus

 

— Já disse, Elijah. Não estou afim de me reunir ao covil. - Falava impaciente com meu irmão no corredor da clinica. Andando de um lado para o outro, poderia cavar um buraco com passos tão fundos.

— Meu irmão, isso não é um convite. É uma intimação. Aproveite-a enquanto ela vem de mim, pois, se nosso pai intima-lo, irá sofrer as consequências.

— Pra que esse maldita reunião? - Suspirei nervoso.

— Nossa mãe está com saudades. Você sabe, ele faz todos os gostos dela. Não torne isso difícil. Freya e Finn não ficaram longe por muito tempo, com certeza Mikael irá puni-los.

— Não me diga que acharam os irmãos fugitivos. - Falei divertido.

— Não será tão engraçado quando acontecer com você. Espero que tome uma decisão prudente. 

— Adeus, Elijah. - Desliguei o telefone.

De: Rebekah

Para: Niklaus

Papai e mamãe acharam o Finn e a Freya, deveríamos fazer o que eles pedem. E o bebê? 

 

De: Niklaus

Para: Rebekah

Arrume as malas. Não existe bebê.

 

— Klaus. - Ouço Josh chamar-me e o encaro.

— Uma notícia boa, Josh. Só uma. Meu dia está péssimo.

— A sala já está preparada, vamos chama-la agora. Se for acompanhar tem que se vestir.

— Confio em você. - Apoiei minha mão em seu ombro, com um sorriso sem mostrar os dentes. - Adoraria ficar, pode ter certeza. Qualquer coisa melhor do que ir para Nova Orleans e ter que ver meus pais. Certifique-se de que eu não vou ter um filho.

— Farei meu trabalho, Klaus.

— Bom garoto! 

—---

As malas já estavam sendo carregadas para o carro, enquanto Rebekah não parava de lamentar um segundo no meu ouvido.

— Como você consegue estar normal, sabendo que nesse exato momento estão arrancando um bebê de dentro dela? 

Fechei os olhos e respirei fundo. Queria muito que Rebekah fosse um homem nesse instante, para poder bater nela. Estava com tanta raiva canalizada em minhas mãos, que um soco poderia atravessar a parede.

Virei-me para minha irmã, que não estava sendo boazinha.

— É só uma bolinha, exatamente uma bolinha que faz um barulho...

— Você ouviu o coração? - Aumentou o tom da voz.

— Chega! - Gritei. - Não se intrometa na minha vida, e é bom ninguém mais saber disso, caso o contrário eu irei ter a conversa que eu quero ter com o Marcellus Gerard. E você sabe como minhas conversas terminam, já que não posso fazer com você, usarei ele. 

— Você é um monstro Niklaus.

Meu celular vibrou no bolso, e eu vi o nome do Josh no visor, atendendo rapidamente.

— Niklaus.

— Sim Josh.

— Ela...- Balbuciou. - Ela sumiu.

— Como assim ela sumiu? - Indaguei.

— Apenas, sumiu.

Tirei o celular no ouvido, sentindo meu corpo inteiro tremer de puro ódio. 

Eu iria acha-la, e ela tiraria aquele filho por bem ou por mal.

— Estou começando a gostar dessa menina. - Rebekah sorriu vitoriosa.

 

Pov Cami

 

Depois de ter jogado todas as roupas dentro da mala. Estava prestes a sair da portaria quando ouvi meu celular tocar, vendo no visor que era a Davina.

— Sim, eu vou embora e sim eu vou ter esse bebê. - Falei antes que ela tentasse me convencer.

— E sim, eu estou com você nessa... - Completou. 

Abri a porta da portaria e vi Davina encostada no carro.

Rapidamente veio me ajudar com as malas.

— Você não pode ir embora assim... - Segurei em seu braço.

— Nós não vamos embora. Nem eu e nem você, entra no carro, tem uma pessoa que quer te ver. 

Por mais que não era meu desejo fazer isso, eu confiava na Davina. Sabia que ela faria o que fosse melhor, respeitando a minha decisão. 

Parou o carro em uma rua escura e estreita, parecia o subúrbio. 

— Davina o que está acontecendo?

— Confia em mim. 

Um carro com farol alto, parou na frente do nosso e eu temi que fosse Klaus.

— Você o chamou? - Aumentei o tom da voz, assustada.

— Claro que não. Mas para conseguir passar por cima deles, você precisa pelo menos ter um deles do seu lado...

Olhei pra frente, e entre a luz forte do farol uma sombra se aproximava. Davina abaixou o meu vidro, e pude ver uma garota loira com um sorriso travesso nos lábios.

— Então quer dizer que é você, que está carregando o meu sobrinho? A propósito, meu nome é Rebekah.

 


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