Regina estava sentada, encarando as portas azuis á espera de que se abrissem com boas notícias. Suas mãos apertavam seus joelhos, buscando algum alívio  que não vinha. Ruby estava a seu lado e Ingrid logo em seguida, a mesma não havia sofrido nada muito grave apenas um corte no supercilio e boca.

Regina se encontrava apática, sem expressão. Ruby concluiu que seria assim por um bom tempo: a morena alternando entre o choque e explosão de emoções.

Nada havia mudado. Nenhuma noticia  nova. Nenhuma nova esperança.

As portas se abriam e dois médico a atravessaram. Regina levantou a  cabeça, enquanto Ingrid e Ruby se levantaram, indo em direção a eles.

— Vocês são parentes de Emma Swan?

— Eu sou a mãe dela. - disse preocupada.

— Sou a Dra. Ana, cirurgiã responsável por sua filha.

— por favo, diga como ela está!

Regina não se movia. Seus olhos estavam parados no rosto da médica, tentando decifrar a expressão que ela trazia. Estava apavorada, temendo que as palavras ditas por ela acabassem de vez com qualquer esperança...

— Ela teve três costelas quebradas, uma torção no braço esquerdo, cortes profundos e uma grande perda de sangue. Tudo isso foi facilmente resolvido por nossa equipe. Nosso melhor cirurgião plástico cuidou das saturas dos cortes para que não deixem marcas visíveis.

— Então ela está bem?

— Sra. Swan, Emma sofreu um sério trauma na cabeça. ela tem uma hemorragia sub-dural grande que não foi possível conter na cirurgia, pois a perdemos duas vezes. Ela teve duas novas paradas cardíacas e demorou para voltar da segunda. Não podemos arrisca mais. Ela não está forte o suficiente para aguentar a cirurgia. Então ela está em coma induzido, para que possamos controlar melhor e esperar que a hemorragia não cresça.

— Vocês vão simplesmente esperar? - perguntou Ruby nervosa.

— É o que devemos fazer no momento.

— E sequelas, Dra. Vocês já sabem se há alguma sequela?

— Não temos como ariscar nada agora. Mas a boa noticia é que ela não teve nenhum dano na coluna, o que afasta sequelas físicas mais graves. Mas quanto as neurológicas, ainda não podemos afirmar nada. O cérebro de Emma ficou sem receber oxigênio por bastante tempo na mesa de cirurgia e não sabemos se o mesmo ocorreu na ambulância.

— Pode nunca mais acordar? Ela pode perder a memória?

— Não podemos afirmar nenhuma dessas coisas com 100% de certeza ainda. Mas não contamos com possibilidade de perda de memória. A localização da hemorragia não nos leva a acreditar que ela poderá sofrer alguma perda de memória. Mas infelizmente, não podemos afastar perda cognitiva, então não podemos garantir que ela não terá alguma sequela grave que interfira em seu aprendizado ou em sua capacidade motora. Nossa preocupação, senhora, vai além das sequelas. Nos preocupamos em mantê-la viva, pois o maior risco que ela ainda corre é o de morte.

—Por favor, não deixe minha filha morrer! Por favor! - chorava desesperada, enquanto Ruby tentava manter a calma.

— Nós podemos vê-la?

— Ela está na UTI e as visitas são muito restritas. Mas podemos permitir que a vejam através do vidro.
Ingrid logo correu pra ir ver a filha e Ruby foi logo atrás. Regina continuava sentada, sem ação alguma, tentando absorver todas aquelas informações que a médica disse. Logo que as outras duas voltaram ela se levantou e começou a caminhar em passos lentos em direção a UTI.

Regina  finalmente chegou à UTI. Não podia entrar, mas podia ver Emma através do vidro. Seu coração começou a bater com violência em seu peito ao ver seu amor tão indefeso. A quantidade de aparelhos que cercavam a loira, o tubo colocado em sua garganta, as ataduras dos cortes... Cada detalhe fazia com que Regina se sentisse cada vez mais sufocada.

A morena começou a lembrar do cheiro de Emma, da voz, do sorriso, do calor de seu copo e se foçou a lembrar da última coisa que conversaram. Da última coisa que ouviu Emma dizer ao sair do seu carro: " Você é a minha vida, eu te amarei até o fim, e depois dele ". Não conseguindo mais se segurar ela começa a corre para fora do hospital, e solta um grito alto e dolorido. Caindo de joelhos encontra um ar que já não sabia que tinha em seus pulmões, pôs-se a falar olhando para os céus.
 

— Senhor, eu sei que não sou uma filha perfeita. Sei que já pequei bastante, sei que o decepcionei... Mas eu imploro que não tire a minha pequena de mim! - dizia com dificuldade enquanto chorava. - Ela, mais do que ninguém, merece uma vida longa, porque ela é uma de suas obras mais perfeitas, Senhor! Por favor! Por favor! Por favor! - chorava copiosamente - Quando eu descubro o que é o amor, isso acontece... Ela é a melhor coisa que eu poderia ter e já não vejo minha vida sem ela... O senhor sabe disso, sabe que eu já não vivo sem ela. Por favor, não a leve de mim! Eu sei que pareço egoísta, que eu estou apenas pensando em mim, em não viver sem ela, mas não é isso. Ela te muito o que viver. Por favor, não a leve para pero de ti! Me leve no lugar dela, pois ela tem muito mais a oferecer aqui! Ela é uma pessoa muito melhor do que eu sou e eu jamais saberia viver num mundo onde ela não existisse. Então me leve, por favor me leve e a deixe aqui! Me leve! me leve, Senhor! Me leve...

Ruby que havia corrido atrás dela preocupada, não conseguiu permanecer afastada e se aproximou de Regina com o coração partido, ajoelhou-se ao seu lado e pôs a mão sobe seu ombro, assustando a morena, que jogou-se em seus braços chorando compulsivamente.