Bom, não sei como começar isso. Essa manhã, quando tive a ideia e falei com a Kaya, tudo que eu queria escrever estava bem claro na minha cabeça, ela disse que daria um jeito de publicar se eu realmente escrevesse, então, se você está lendo isso, Kaya merece palmas.

Vou começar explicando como vim parar em outro país, invadi o Olimpo, quase morri várias vezes e fiz alguns amigos novos.

Bom, até um mês atrás, eu era apenas uma feliz e normal garota brasileira vivendo sua vida, provavelmente igual a vários de vocês. Tudo começou – eu sempre quis dizer isso - com um guarda-chuva, mas vamos deixar essa parte pra depois.

Quando eu digo normal, falo sério... As coisas não aparecem do céu pra mim – exceto Jason Grace, esse cara é muito louco. Em noventa por cento do tempo, as coisas dão errado ou não vão exatamente como planejei.

Não, essa não é mais história sobre ”a garota azarada que encontrou o amor”. Se você parar para pensar, você também não tem tanta sorte assim. Só pense na última vez que tentou cozinhar algo ou juntar dinheiro pra comprar alguma coisa. Tenho certeza que deu errado, ou queimou ou faltou dinheiro no último minuto, é sempre assim.

A vida, ou as parcas, ou o que quer que seja, não deixa as coisas tão fáceis assim. Estou mudando o foco de novo, não é?

Tudo bem, voltando à nossa história, prometo contar o que aconteceu do jeito exato que aconteceu, por mais constrangedor ou embaraçoso que seja pra mim ou para os meus amigos. Principalmente se for constrangedor para eles.

Antes de realmente começar, vamos falar um pouco sobre mim. Em algumas partes do mundo, isso é conhecido como enrolar.

Eu moro, quer dizer, morava em Santa Catarina, no sul do Brasil. Estudava numa escola normal – talvez eu esteja usando essa palavra demais – e tinha alguns amigos bobos. Ia a festas, às vezes, ouvia música... quase sempre rock.

E se você por acaso pensou “Nossa, ela ouve rock, isso é uma história sobre Percy Jackson, com certeza é filha de Hades!” por favor, pare. Estamos no século vinte e um, se alguém ameaçar pular de um prédio, significa que é filho de Zeus? E se a pessoa gostar muito de Harry Potter, quer dizer que é filha de Hécate? Vamos com calma.

Não vou ficar fazendo suspense, meu pai é Poseidon, vocês descobririam isso de qualquer jeito mesmo, só vou facilitar suas vidas... Ah, é, aposto que você também já viu essa mesma história em vários lugares. Vou adiantar mais algumas coisas. Não, não sou uma filha perdida da Sally. Não existe uma Grande Profecia falando sobre mim e blá, blá, blá. E também não tenho poderes espetaculares nunca vistos antes. Muito mesmo uma semideusa-bruxa-vampira-divergente-caçadora-de-sombras, lamento decepcioná-los.

Algo mais? Talvez vocês devessem saber que li todos os livros de Percy Jackson e várias outras sagas, participava de todo tipo de fandom online, lia fanfictions e às vezes escrevia as minhas próprias. É! Exatamente como você está fazendo agora. A não ser que tenha parado aqui por engano (poxa, Kaya), aí você pode me ignorar.

Meu ponto é que eu não esperava que isso fosse acontecer, muito menos do jeito que aconteceu.

Meu nome é Sophia Martins (que foi? Eu disse que era brasileira, as pessoas se chamam “Heather Snow” de verdade aqui e você sabe disso) e essa é a história com detalhes demais de como vim parar no Acampamento Meio-Sangue.