Haviam se passado muitos anos e agora Harry vivia uma vida calma e tranquila, seus filhos haviam se formado, nunca mais ouviram falar sobre Lord Voldemort, porém nos últimos dias ele andava cabisbaixo pelos corredores de Hogwarts, desde que ele havia assumido a diretoria da escola suas responsabilidades triplicaram. 
 
— Querido você parece cansado - Gina disse se aproximando da cama do casal onde Harry se via perdido em pensamentos.

— Dirigir Hogwarts não é tão simples quanto eu imaginava - suspirou - Minha sorte é Hermione ter aceitado o cargo de defesa contra as artes das trevas.

— Rony esteve aqui hoje, ele comentou sobre isso - a ruiva se deitou - Como está indo o novo professor de poções?

— Ele é bem competente - Harry lembrou-se do homem que havia contratado a menos de 1 mês - Me lembra muito Severo.

— Severo me dava medo - riu baixinho lembrando-se de seus tempos em Hogwarts - Você... - pausou com receio - Tem tido pesadelos?

— Sempre o mesmo pesadelo – respondeu cabisbaixo – O que me preocupa é que eles me lembram muito da época em que Voldemort e eu estávamos ligados.

— Não acha melhor unir a ordem para falarem a respeito? – Gina sugeriu já imaginando a resposta do marido.

— Por enquanto falarei só com a família envolvida nisso, levarei em consideração a decisão que tomarem, se não houver colaboração eles não me deixarão outra escolha – balançou a cabeça se livrando daqueles pensamentos - Hogwarts não vai suportar a mais um herdeiro de Salazar Sonserina.

***

Três batidas na porta foram o suficiente para que a pequena Zelena viesse correndo até a porta e a abrisse dando de cara com um homem que ela nunca havia visto, a garotinha de 4 anos ficou encarando Potter por um tempo até que Cora apressadamente chegou a porta.

— Zelena querida, o que eu lhe disse sobre abrir a porta?

A garotinha correu e se escondeu atrás de seu pai.

— A que devo a honra de sua visita senhor Potter? – Cora perguntou em seu tom autoritário, como sempre os descendentes de Salazar tinham aquele ar imponente.

— Creio que não devemos tratar esse assunto aqui fora – ele sugeriu num tom calmo.

— Claro, entre – ela disse abrindo passagem.

Os Mills eram uma das famílias mais ricas depois dos Potter, afinal eles descendiam de Salazar, não se esperava menos deles, contudo tinham as mesmas características de seus antepassados.
Cora pediu que Henry ficasse com Zelena no quarto enquanto ela e Potter conversavam na sala.

— A profecia é clara – ele dizia num tom alarmante – Seu herdeiro nascerá com o mesmo potencial que Voldemort tinha, talvez se torne um dos melhores bruxos que veremos até então, porém sua tendência assim como a de Voldemort era, é sucumbir ao caminho das trevas.

— E porque está me contando isso, Potter? – Harry podia jurar que havia uma ansiedade por aquilo nas palavras de Cora.

— Ambos sabemos o que aconteceram nas últimas guerras bruxas – ele disse enquanto rugas de preocupação surgiam em sua testa – Pelo que eu entendi há uma maneira de evitar que essa criança siga o caminho das trevas...

— E qual seria maneira? – apesar daquilo deixar Cora ansiosa ela concordava com Harry, ela não queria ter que passar pelo que seus pais haviam passado, queria ter sua vida estável até o fim dos seus dias.

— Devemos selar uma união entre nossas famílias, pelo que eu posso ouvir nas profecias, por mais que ainda não seja claro, se nossas famílias unirem os dois próximos descendentes evitaremos que isso aconteça – Harry tentava explicar.

— Poupe-me Potter – Cora ria num tom debochado – Está me dizendo que a solução pra isso será amor?!

— Amor verdadeiro – continuou mesmo com as risadas de Cora invadindo todo o ambiente.

— Amor é fraqueza – retrucou inconformada – Outra, sua filha já é casada, como uniremos as famílias?

— Minha filha mais velha assim como você também está grávida – respirou fundo – A que é casada com o filho dos Swan.

— Isso só pode ser uma piada de mal gosto – ela se levantou levando uma das mãos até a testa – Unir minha família com os Swan? Você só pode estar ficando maluco.

— Por mais que a família dos Swan não tenham riquezas, minha filha tem grande parte da minha herança, tenho certeza que isso te recompensará de alguma forma – decidiu apelar para o lado material já que não estava recebendo muita ajuda da parte de Cora – Minha filha dará a luz a uma garota com grande potencial, poderá criar grandes coisas ao lado de seu filho, será o casal de bruxos mais sábio de toda história.

— Faremos o acordo, Potter – Cora concordou voltando a se sentar ao lado dele e naquela noite um pacto de sangue foi selado.

***

(05 meses depois...)

Cora dava os últimos gritos de dor até que pode ouvir o choro de seu filho se espalhando pelo quarto, ela tinha grande expectativa em ver seu futuro grande bruxo.

— Parabéns pela menina senhora Mills – a enfermeira disse estendendo o bebê para que Cora visse.

— Menina? – Cora perguntou meio tonta pelo efeito das injeções que havia tomado, ela só conseguiu olhar a pequena garotinha de olhos grandes e caiu num sono profundo.

Cora acordou ouvindo as discussões em seu quarto, seu marido Henry e Potter discutiam sobre o bebê, no canto da sala em silêncio Mary Swan segurava sua filha, as imagens iam se formando em sua mente.

— O que significa isso Potter? - perguntou totalmente enfurecida o encarando - Você disse que eu teria um herdeiro!

— Eu também esperava que você tivesse um herdeiro Cora! - revidou sem olhar para ela.

— Um casamento me foi prometido, nos submetemos a um pacto de sangue - seu tom de voz estava cada vez mais alto - Será que vou ter que lembrá-lo que um pacto de sangue...

— Não pode ser quebrado - a voz de Mary ecoou pela primeira vez naquela sala - Nós daremos um jeito.

— Mary tem outro filho - Harry continuou - Não é de sangue, mas leva o sobrenome e...

— Nem mesmo tem o sangue dos Potters - Cora estava inconformada - Porque você espera que isso dará certo?

— As profecias nunca falham - ele disse chegando perto de Mary e encarando o bebê de Cora - Sua filha fará boas escolhas, eu tenho fé!

— Espero que não estejamos dependendo só da sua fé pra que as coisas realmente funcionem - Cora parou de falar quando Mary levou o pequeno bebê até seus braços - Você nasceu para ser grandiosa, a mais poderosa de todas as bruxas, nasceu para ser uma rainha - ela olhava sua filha com admiração.

— Como ela irá se chamar? - Mary perguntou sorrindo totalmente encantada com a garotinha.

— Regina... Regina Mills.

***