Era uma noite comum.

 Diferente do cenário idealizado de Paris não era possível ver estrelas no céu devido às nuvens um tanto cinzentas que as cobriam; a noite não estava muito bonita, estava bastante comum. Porém, ela era especial. Era o sétimo e último encontro de Ladybug e Chat Noir (ao menos para a aposta, o que vier daqui para frente é lucro) e o tão esperado dia da revelação de suas identidades.

Chat Noir já tinha certeza sobre a identidade de sua amada. Quando descobriu

— Eu já sei quem você é, my lady. – começou - Parece que temos um vencedor.

— Vai com calma aí, gatinho. – ela negou - Você ainda não me disse quem eu sou e eu também não confirmei nada.

— Então esse é o problema? Eu tenho certeza de que sei quem você é. – disse, seu rosto tornou-se um tanto vermelho. Teria o dia do juízo final chegado? - Você é uma pessoa que está perto de mim todo o dia, às vezes perto até demais, mas eu acho isso fofo, mesmo que estranho, ainda assim é fofo.  No começo eu achei que estava viajando, você é meio tímida e às vezes parece medrosa, não que você seja, porque não é, só... Enfim, pensei que não você não poderia ser a Ladybug.  Então eu pensei melhor e descobri que, na verdade, vocês são iguaiszinhas e que eu faria qualquer coisa pelas duas. Eu sei que é você... – revelaria, finalmente, o nome. - Marinette.

Ela retirou os brincos lentamente, revelando sua verdadeira identidade e confirmando que Chat Noir estava completamente certo.

O principal objetivo da noite era revelarem suas identidades, mas é claro que ainda haveria tempo para algumas perguntas, não que fossem necessárias... Só que eles ainda tinham três sobrando, então por que não usar?

— Como você descobriu quem eu era? – ela perguntou

Chat Noir não estava esperando por isso, mas respondeu sem demora:

— Vocês duas têm os mesmos olhos, o mesmo sorriso e são incrivelmente talentosas. Eu me senti um idiota por não ter me dado conta disso antes.

— E você ficou decepcionado?

— Nem um pouco. – sorriu - Só fiquei decepcionado por não descobrir antes, estava tudo na minha cara.

Marinette havia ficado surpresa com a resposta. Alguém que tinha uma super heroína não ficar decepcionado ao descobrir que ela é uma pessoa tão comum? Ela sentia-se como um camarão no meio de um prato de lagostas: é obvio que todos vão reparar no camarão, mas ninguém vai querer, pois já tem várias lagostas a sua disposição.

Na mente de Marinette, Ladybug era a maior lagosta e ela, um simples camarão que veio parar no prato errado.

— Chat Noir, quem é você?

O loiro sorriu:

— Pensei que não fosse perguntar nunca.

O garoto retirou seu anel, revelando sua verdadeira identidade.

Marinette não conseguia acreditar no que estava bem diante de seus olhos. A menina sentiu um calor subir por seu corpo, suas pernas estavam um pouco bambas e seu rosto, vermelho como um camarão entre lagostas. Será que é um sonho? Não! Claro que não era apenas uma porcaria de sonho!

— A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- A- Adrien? – tentou, em vão, não gaguejar

— Hã, sim. – ele confirmou, rindo um pouco da reação

— Quer dizer que eu rejeitava o garoto dos meus sonhos?

— Espera aí! Eu sou o garoto dos seus sonhos? – repetiu com um sorriso vitorioso em seu rosto

Ela havia acabado de se declarar para Adrien e não havia se tocado. Quantos tons de vermelho existem em sua face agora, Marinette?

— Calma Marinette. – falou, aproximando-se da menina e segurando sua mão gentilmente – Eu gostei de saber que sou o garoto dos sonhos da garota dos meus sonhos.

Sorriram e desviaram os olhares, um tanto, ou melhor, bastantes tímidos ainda. Adrien levou sua outra mão até o cabelo da morena, acariciando-o levemente. Seus rostos foram se aproximando lentamente até selarem seus lábios num beijo quente e calmo que se tornava mais apaixonado a cada instante.

Poderiam pensar em todo o tempo que perderam, mas naquele momento eles não estavam pensando em nada. A aposta foi, sem sombra de dúvida, a melhor coisa que aconteceu com eles, e não foram precisas nem três perguntas para saber disso.