Destino escrita por BiiH


Capítulo 7
Capítulo 6 - Pânico


Notas iniciais do capítulo

Ola!
hoje é o dia mundial da colica... mas parece que a colica de todo mundo passou para mim, pq to com uma colica fudi#@.
bom, tirando isso... acabei de volta do kung fu e levei um tapa na testa que merecia até trofeu ¬¬ (o sensei estava inspirado hj) Mas eu sobrevivi ao treino puxado só para postar para vcs



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          - Inoue! – gritei, esperando uma resposta. Eu podia ouvir os sapatos se chocando contra o chão, além do choro da ruiva. Estavam no labirinto! Corri pelo corredor e pulei os degraus da escada.

         - Rukia! – Ichigo tentou me segurar, mas eu escapei. Parei na primeira bifurcação. Fechei os olhos, tentando me concentrar no som. Esquerda! Lancei meu corpo na direção correta, mas Ichigo segurou minha mão e me puxou com força contra si; sentou no chão com os braços me envolvendo de uma forma protetora.

         - Ichi... go?

         Imprevisível como sempre... nossa! Que cheiro bom! Ele me embriagava, quase me fazendo esquecer da Inoue.

         - Da última vez que você entrou no labirinto, você seguiu a direita. Esse caminho é o correto, mas é difícil, confuso e complexo...

         - E o que há no da esquerda? – ele falava perto de mais da minha orelha, o que me fazia arrepiar.

         - Nós não decoramos o caminho de lá. Nem o Ikkaku entraria ali. Eles foram para a direita – outro grito. Ele saiu correndo na direção do som, ciente de que eu o seguia. Demorei um pouco para perceber que sua camisa estava um pouquinho suja de sangue.

         - Ichigo! Suas costas!

         - Está tudo bem. Não é nada; só um machucadinho que voltou a sangrar.

         Em uma das curvas ele se deparou com um cachorro; era o primeiro cachorro que eu vira, aquele que se distraiu com o osso.

         - Ache o Ikkaku! – ordenou para o animal, que saiu em disparada; eu o segui facilmente. O pânico de ter a Inoue desrespeitada me amedrontava. Ela era gentil demais, meiga demais!

         Quando chegamos, Inoue estava completamente vestida e Ikkaku desmaiado a sua frente. Ela chorava compulsivamente, encolhida contra a parede.

         - Inoue! – gritei, abraçando-a.

         - Ikkaku! – exclamou Ichigo.

         Ichigo se preocupa de mais. O Ikkaku estava apenas desmaiado... Não é?

         - Rukia! – ela me abraçou chorando – Ele começou a suar e arranhar o próprio peito! Estava sem ar, sufocando! Foi horrível!

         - Ah! Droga, Ikkaku! – Ichigo verificou os batimentos cardíacos e abaixou a cabeça.

         - Ichigo... Está tudo bem? – pousei minha mãe em seu ombro.

         - Ele sempre teve problemas de coração... Mas que bom que vocês estão bem. Vamos, vou levar vocês. Renji virá buscá-lo. Inoue, desculpe o transtorno.

         Eu sentia como se um enorme precipício o afastasse cada vez mais, ele mantinha a voz distante, vazia.

         Entramos em nosso quarto com Inoue ainda chorando. Suspirei. Deve ser difícil para o Ichigo. Saí a sua procura, quase trombando em Renji no caminho; ele pediu desculpas apressado e com a voz trêmula. Entrei no quarto que Ichigo dormia; ele estava sentado na cama, com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos sobre o rosto. Ele se assustou quando me sentei ao seu lado, silenciosa.

         - Sinto muito mesmo – eu o abracei, sentindo certa hesitação de sua parte; mas logo passou os braços em torno do meu corpo. A cena se congelou alguns segundos até ele começar a falar.

         - Conheci o Ikkaku na sétima série. No dia em que minha mãe completava um ano de falecimento. Eu não fui à escola; ao invés disso, visitei o tumulo que eu havia feito para ela. Alguns valentões me seguiram e me pegaram desprevenido. Nesse dia eu apanhei sem resistir, porque a única coisa que eu queria era encontrar minha mãe. Foi nessa hora que o Ikkaku apareceu, do nada, e espancou os garotos sozinho. Depois disso nos tornamos bons amigos.

         Ele escondeu o rosto em meu pescoço e eu já podia sentir-lo molhado.

         - Calma... calma... Eu estou aqui com você agora... Calma...

         Okay, okay... eu não sou o tipo de pessoa criativa para ajudar alguém em pânico...

         Ele se acomodou, de modo que eu estava encostada na parede e ele encostado no meu braço direito, com o rosto molhado em meu pescoço; a mão entrelaçada a minha mão esquerda, enquanto eu acariciava os fios alaranjados.

         Ficamos assim por alguns minutos. Para mim, o tempo havia parado; eu podia sentir o cheiro delicioso de seu cabelo, e minha pele formigava sob a dele; sua respiração, que se acalmava a cada instante, se chocava delicadamente contra meu pescoço, o que me dava arrepios.

         - Rukia, posso te pedir uma coisa?

         - Lógico! – me afastei um pouco para encará-lo, mas ele não se moveu.

         - Quero te mostrar um lugar. Vem comigo?

         Ele se levantou e segurou meu pulso, me puxando para fora do quarto. Será que ele sabe a reação que causa em meu corpo? Subimos uns 3 ou 4 lances de escada, não sei ao certo; perco minha capacidade de observação quando estou com ele...

         - Para onde vamos? – perguntei. Paramos em frente a uma porta solitária, que rangeu ao ser aberta, e me surpreendi com o que vi – Aqui é a cobertura! Mas o Renji falou que só você vem aqui!

         - Ele não mentiu.

         Ichigo me sentou em um murinho e observou a praia. O mar estava negro, apenas com o reflexo da lua brilhando em sua superfície, e entrava em harmonia com a areia, prateada pelo luar.

         - Nossa... Que vista! – comentei. Ele se sentou ao meu lado, cruzando as pernas.

         - É. Foi sorte achar este lugar!

         O vento fresco mexia meus cabelos. Fechei os olhos, sentindo uma agradável sensação de liberdade dominar meu corpo. Estava frio; me encolhi um pouco, vidrada de mais na paisagem para perceber isso.

         - Desculpe, Rukia! Está frio e eu não trouxe uma blusa para você!

         - Não precisa! Ei, lembrei de uma coisa! Suas costas estão sangrando!

         - Só mais cinco minutos.

         Começou a clarear. Era o nascer do sol. Alguns pássaros já começavam sua rotina, enquanto a majestosa lua ia dormir. A luz dourada substituiu o lindo prata lunar. Ichigo se levantou em silêncio e me colocou no chão. Chegamos ao quarto, ainda em silencio; ele pegou a caixinha de primeiros socorros e se sentou na cama.

         - Deixa que eu cuido disso – abri a caixinha e procurei pelos algodões e pela água oxigenada. Ele já estava sem camisa quando me virei. Era um único corte, grande e profundo, com certeza foi feito por uma faca. O ferimento estava limpo, em fase de cicatrização.

         Molhei o algodão na água oxigenada e comecei a limpar o corte. Passei uma pomada para a cicatrização, terminando com um spray. Ele deixou escapar um gemido de dor quando o remédio entrou em contato com o machucado.

         - Desculpe – murmurei colocando as bandagens.

         - Tudo bem. O spray arde mesmo.

         - Eu quis dizer desculpe por ir para o lado errado do labirinto. Por minha causa, não deu tempo de salvar o Ikkaku! Sinto muito! – eu o abracei, encostando minha testa em suas costas.

         Silêncio.

         Nenhum de nós se moveu.

         - Você não tem culpa. Ele tinha problemas cardíacos – ele continuou do modo que estava por um tempo, até que se virou e me abraçou – A culpa não foi sua...

         Eu conseguia ouvir o choro baixinho do Renji no quarto ao lado. Eu sabia que Inoue continuava chorando e sentia a energia pesada e triste do local; mas no momento em que ele relava em mim, que eu sentia seu cheiro, tudo isso sumia, simples assim... Tudo sumia...

         - Rukia, estou com um problema! – ele me encarou com a mão em meu rosto. Dessa vez eu não assustei; ele não tinha noção de espaço.

         - Se eu puder ajudar – mesmo sabendo que nada aconteceria, meu coração estava acelerado; meus olhos se prenderam aos dele, e eu tremia – Qual é o seu problema?

         - Me apaixonei por você... – eu o encarei sem expressão. Será que escutei direito? – Desculpe, mas tenho que fazer uma coisa antes de te devolver ao seu irmão...

         Ele encostou os lábios nos meus. Foi instintivo: meu corpo reagiu, e eu agradeci imensamente por isso. Quase  instantaneamente perdi o controle do que fazia; minhas mãos pousaram em seu pescoço, enquanto ele me segura pela cintura. Nós nos afastamos um pouco, mantendo os olhos fechados. “O melhor momento da minha vida”.

         Nunca pense coisas assim. O destino te espera, espera para acabar com sua vida.

         Sirenes de polícia, um homem falando em um mega-fone, helicópteros e freadas bruscas de carros.

         - Que bosta é essa? – ele observou pela fresta da janela. Renji abriu a porta, com os olhos marejados.

         - É a policia! – ele estava desesperado. E eu pude ver Ichigo empalidecer ao meu lado. Agora eu posso entrar em pânico...


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Notas finais do capítulo

e ai?
gostaram?
odiaram?
serei morta?
iguanas dominaram o mundo? (adoooro)



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