Destino escrita por BiiH


Capítulo 5
Capítulo 4 - “NÃO!”


Notas iniciais do capítulo

Aki está o capitulo okay? e ele ficou um pouco maior, mas acho que ele esta muito bom
espero que gostem!

Este capitulo é um pouco mais forte, mas não chega a nada okay?



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          - Rukia! Me acompanhe...

          Renji caminhou até um banheiro e me mostrou minha toalha e roupas masculinas. Tomei um banho, me troquei e voltei ao quarto, desejando boa noite a todos. Eu havia esquecido meu chinelo no banheiro, portanto voltei ao cômodo para calçá-los. Olhei-me no espelho e arrumei o cabelo. O Ichigo não apareceu desde de manhã... Por que me importar com isso? Um seqüestrador a menos! Bufei e sai apressada.

         - Como vai, Rukia? – iIkkaku estava encostado na parede ao lado do banheiro.

         - Bem e você? – respondi ácida.

         - Vou ficar melhor...

         Ele me encostou na parede e tentou me beijar, colocando a mão por baixo da minha blusa. Virei o rosto e tentei empurrá-lo, mas eu não tinha força suficiente. Dei-lhe um chute no meio das pernas e ele caiu no chão, gemendo de dor. Saltei por cima dele e corri, porém em alguns segundos ele já estava correndo atrás de mim. Passei reto pela porta do meu quarto, seguindo o longo corredor com várias portas marrons.

         No final dele havia uma escada. Eu a desci o mais rápido que pude, pulando o máximo de degraus possível. Lá embaixo estava um pouco mais escuro; demorou uns 2 ou 3 segundos para que minha pupila se ajustasse a pouca quantidade de luz. Durante esse tempo eu não parei de correr. Havia uma bifurcação a minha frente. Direita ou esquerda? E agora? Meus chinelos faziam barulho, assim como os tênis dele. Retirei meus sapatos jogando-os no corredor da direita e seguindo a esquerda.

         - Volta aqui, garota! – eu podia ouvir seus sapatos se chocando contra o chão de cimento. Mais 3 caminhos, em seguida um corredor cheio de aberturas. Os corredores eram estreitos, tendo apenas 80 centímetros de largura, aproximadamente. Entrei em uma das aberturas, e nesse corredor só havia um buraco para entrar; esse me levava a um beco sem saída. Voltei pelo mesmo caminho, ouvindo os pés dele dentro do labirinto; ele tinha vantagem! Ele conhecia o caminho!

         Paralisei. Ouvi alguma coisa.

         Tec Tec Tec...

         Corri o mais rápido que meu corpinho permitia, sem prestar muita atenção nos caminhos que eu tomava. E quando olhei para trás, dois olhos brilhantes me encaravam. Um cachorro. Parecia uma mistura de Pastor alemão e fila brasileiro. Era enorme! Comecei a andar de costas, aumentando a velocidade até que eu estivesse virada para frente e correndo. Mas não fui muito longe, acabei tropeçando em algo. Era um esqueleto; sim, um esqueleto humano. Pode parecer burrice, muita burrice, mas eu notei que o esqueleto era uma mulher: usava uma saia e blusa com decote, estragadas pelo tempo. Havia uma chave pendurada em seu pescoço; uma chave velha, enferrujada que parecia muito antiga. Não me pergunte o porquê, mas agarrei o objeto e o puxei com força. O animal rosnava de cabeça e orelhas baixas. Agarrei a primeira coisa que minhas mãos tocaram. Era o fêmur do esqueleto. Eu o atirei para o cachorro, que o pegou no ar e começou a roer. Rapidamente, peguei o outro fêmur e continuei correndo. Pendi a chave no pescoço. Eu já não sabia voltar; estava ainda mais escuro, difícil de enxergar. Meu corpo pedia um descanso.

         “Me ajude! Alguém! Estou perdida! E vou morrer aqui!” era o que eu queria gritar. Tropecei em outro cachorro e acabei caindo sentada. Esse era um cruzamento de labrador e pastor belga. Ele pulou em mim; coloquei o osso na minha frente e sem querer soltei um gritinho. Os dentes afiados e fortes do cachorro se fincaram no osso que eu segurava. Eu o chutei para longe. O animal caiu no chão e se levantou rosnando. Ele parou, olhou para a abertura na parede ao seu lado e correu por ela. Eu fiquei ali deitada; sabia que tinha que correr, mas mesmo assim meu corpo não me obedecia.

         - Te achei, sua vadia!

         Pronto! Ele me achou! NÃO! Eu não vou me render. Me levantei e forcei meus pés a se moverem; mas era um beco sem saída. Ele me agarrou e começou a beijar meu pescoço e passar as mãos em minha barriga. Aquelas mãos rudes iam subindo ate chegar a meu sutiã; correram por minhas costas procurando o fecho. Tentei empurrá-lo, mas era inútil. Eu esperneava e me remexia, mas minha força não era o suficiente.

         - Me larga! – gritei desesperada. Minha blusa o impedia de retirar meu sutiã. Ele me prensou na parede enquanto desabotoava minha velha blusa social de manga curta. Esperneei mais, mas ele apenas ria da situação.

         - Sou mais forte! Pare de se debater! – tentei segurar a blusa, mas ele a rasgou. Sentei no chão; seria mais difícil assim, não é? Errado! Ele puxou minhas pernas me deixando deitada no chão gelado, e minhas costas nuas rasparam no chão, me machucando. Ele sentou em minhas pernas desabotoando minha calça. Eu me debati, gritei, tentei empurrá-lo, mas nada adiantava, nada! Ele abaixou minha calça apenas um pouco, antes de avançar para me beijar. Suas mãos caminharam por meu corpo abrindo meu sutiã, que tinha o fecho na parte da frente, retirando-o. Eu mordi seu lábio inferior com toda foca que tinha e, instantaneamente, já senti o gosto de sangue. Ele perdeu a força enquanto me xingava com a mão sobre a boca. Eu levantei e corri o mais rápido que podia, fechando minha calça. Tropecei provavelmente em outro esqueleto, o que deu a chance do Ikkaku me alcançar e deitar sobre mim novamente.

         - Pare! - gritei.

         - Você fechou a calça por quê? Eu ainda não terminei – as mãos ágeis abriram os botões, mas um vulto se jogou sobre ele, derrubando-o no chão à minha frente. Eu me encolhi na parede, escondendo o meu corpo com meus braços. Só percebi que estava chorando agora. – ICHIGO, SEU IDIOTA! SAI DE CIMA DE MIM!

         Ikkaku o empurrou. Ichigo não respondeu, apenas o socou. Três, quatro, cinco e seis vezes, uma após a outra, sem parar. Ikkaku defendeu a sétima e devolveu o soco para o ruivo. Assim começaram a brigar. Eu não sei o quanto durou; estava assustada de mais, amedrontada de mais. Só sei que Ikkaku correu enquanto Ichigo ofegava. Tentei esconder meu corpo ao máximo, sentindo meu rosto queimar.

         Ele não se virou para mim; eu podia ver seu corpo de perfil, mas ele continuava olhando para o lado contrario, para onde o Ikkaku havia fugido. Ele começou a tirar a blusa; eu até ficaria com medo, se eu não estivesse encantada com aquele corpo. Ele não era forte ao extremo, aquela coisa exageradamente definida; era algo natural, entre o fraco e o forte. Era perfeito. Ele estendeu sua blusa para mim, ainda com o rosto virado.

         - Coloque isso – peguei a blusa e a vesti, ficou larga e comprida.

         - Obrigada – respondi envergonhada. Ele me encarou e eu fechei os olhos.

         - Me desculpe... Vou manter o Ikkaku longe de você.

         - Obrigada por me ajudar... – todos aqui eram imprevisíveis de mais. Ele me abraçou e, com o braço em meus ombros, me tirou dali.

         Entrei em meu quarto e sentei na cama, pensando no que havia acontecido: o labirinto, os cachorros, o assedio, a fuga... Ichigo. Pode ter sido o susto, a fuga ou o dia cansativo, mas fui tomada por um sono terrível. Deitei em meu travesseiro, notando que havia algo duro embaixo dele; escorreguei minha mão e me surpreendi... Não podia ser! Era minha caixinha! Lá estava ela, com todas as queridas lembranças. Meus olhos não acreditavam no que viam!

         - Eu fui buscar para você... – Ichigo estava parado na porta com um kit de primeiros socorros.

         - Você poderia ter sido pego! – opa! Se ele fosse pego, eu voltava para casa; por que me preocupo? É porque ele me salvou? Porque eu me importava?

         - Eu sequestrei você sem rastros. Não ia ser difícil!

         - Mas porque você se importa? – perguntei abraçada a caixinha.

         - Bom... Meu pai morreu quando eu tinha quatro anos. Ele saiu de casa e prometeu um doce quando voltasse. Nós éramos muito pobres; um doce era luxo. Mas ele morreu no trabalho, e eu o esperei até meus dez anos. Foi só nessa idade que percebi que não adiantava muito sonhar – ele jogou minha toalha em meu colo, eu a coloquei na frente de meu corpo, por baixo da blusa. Ele se sentou atrás de mim suspirando. Colocou as mãos gentilmente em minha cintura e retirou a blusa com facilidade. Eu pude ouvir algo como “droga, Ikkaku!” – Tive que começar a trabalhar, ajudar minha mãe a comprar comida.

         - Não precisa me contar... Sei que é difícil falar sobre o passado – eu encarei minha caixinha que descansava na frente de meus joelhos.

         - Não... Preciso desabafar. Os remédios ardem um pouco – ele passou algo macio, que eu julguei como sendo algodão, em minhas costas. O líquido gelado aliviou um pouco a ardência. Ele passou uns dois tipos de medicamentos que arderam e depois colocou umas gazes para não deixar as pomadas saírem. Ele me entregou outra blusa e meu sutiã. Corei ao ver a peça íntima na mão dele, mas a peguei e o encarei – Não vou olhar. Pode confiar

         Ele se virou de costas. Me troquei o mais rápido possível.

         - Pronto – ele me encarou e colocou a mão em meu rosto, aproximando-se de mim. Meu coração acelerou, pude sentir meu rosto pegar fogo. O que ele esta fazendo? Ele vai me beijar? Ele parou a alguns centímetros de mim.

         - Seu rosto também está arranhado – dessa vez ele espirrou um liquido incolor em um algodão e passou em meu rosto, sobre o machucado – Mais algum lugar ferido?

         - Acho que não – respondi com o coração acelerado, envergonhada por pensar tal coisa.

         - Bom, algum tempo depois, quando eu tinha dose anos para ser exato, minha mãe morreu em um acidente terrível. Os carros iam bater de frente, mas uma criança no banco da frente puxou o volante, de modo que ela não tivesse chances de sobreviver...

         Meu corpo paralisou; eu não podia acreditar. Respirei fundo. A idade não batia. Se quando o pai dele morreu ele tinha quatro anos, quando a mãe morreu ele tinha doze anos. Não poderia ter sido o mesmo acidente.

         - I-Ichigo – não consegui manter a voz firme – Quantos anos você tem? – eu implorava internamente para que ele dissesse quinze, dezesseis ou dezoito.

         - Dezessete. Por que? – “ NÃO!” Meus olhos começaram a lacrimejar, meu coração batia tão rápido que eu podia jurar que ele quebraria uma costela.

         - Onde foi o acidente? – me apoiei nos braços, me inclinando para mais perto dele. Foi nesse momento que todo o peso da culpa de ter matado minha mãe, simplesmente me esmagou; ele confirmou o lugar. Comecei a chorar entrando em desespero. Sempre tive um pouco de remorso por matar a pessoa desconhecida e inocente do carro que bateu no da minha mãe. Mas eu não tinha idéia de que o destino ia me colocar diante de um parente daquela linda moça. E eu nunca poderia ter adivinhado que ele era filho dela!

         - Calma, Rukia! O que foi? – eu agarrei seus ombros e me joguei contra ele, não me importando com o fato de que ele estava sem camisa.

         - Ichigo! Me desculpe! A criança no carro era eu! Eu puxei o volante tentando salvar minha vida! Foi nesse acidente que minha mãe morreu! Eu não fiz por querer!

         Destino... Ele realmente existe? Porque se ele existir, eu quero saber se ele é do mal, se ele me odeia, ou se fiz algo que o ofendeu. Isso era tortura de mais!

         - Você... Era a... Criança que... Causou o acidente... Que... Matou minha... Mãe? – ele estava em estado de choque.

         - Sim! Me desculpe! Por favor! – eu me afastei dele, seu cabelo fazia sombra em seus olhos, eu não podia ler sua expressão.

         - Obrigado, Rukia... Por duas coisas...

         Quando eu disse que as pessoas daqui eram imprevisíveis, eu simplesmente não tinha idéia do quanto. Eu matei a mãe dele, e ele me agradece? Ele viu minha expressão de abobalhada e explicou.

         – Minha mãe tinha uma doença, que degenerava os órgãos internos. Eu já te disse que éramos muito pobres, então o carro que minha mãe estava era de uma amiga dela. Minha mãe e eu tínhamos voltado de médico. Eu fiquei em casa e ela foi devolver o carro. Nesse dia, o doutor disse que a doença estava muito avançada; ou pagávamos uma quantia de dinheiro maior do que já tínhamos pensado em ganhar, ou a morte seria lenta e dolorosa. Eu não estava no acidente, mas me contaram o que aconteceu; e pelas minhas pesquisas e fotos, ela morreu na hora.

         Fiquei perplexa. Ele sorriu para mim, se levantou e andou até a porta, parando ao lado do batente.

         - E o segundo agradecimento... Obrigado por ter sobrevivido.

         Ele saiu e fechou a porta, me deixando confusa, assustada e lá no fundo, bem lá no fundo... Feliz.


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Notas finais do capítulo

e ai? o que acharam?
proximo capitulo... só na sexta



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