Destino escrita por BiiH


Capítulo 3
Capítulo 3 - Desespero


Notas iniciais do capítulo

GOMEN! não postei ontem pq a beta tava viajando!

mas eu posto hoje okay?



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          Procurava por algo, mas não sabia exatamente o que; só sei que eu estava desesperada para achar. Meus olhos varriam o quarto parando na janela. Já sei! Eu queria me localizar! Forcei a janela; estava trancada. havia apenas um buraquinho. Olhei, e o que vi me surpreendeu. A faárica era sobre um penhasco e eu conseguia ver o finalzinho de uma praia. A areia branca refletia o sol, as árvores vistosas dançavam ao vento frágil. Eu nunca gostei de praia. Era muito cheio. Mas nessa hora, senti falta. Falta da água salgada embaraçando meu cabelo, falta da areia em meus pés, falta do vento com cheiro de maresia, falta dos castelos de areia, caçar peixinhos, água de coco, milho cozido; falta da família, da minha mãe, meu pai e até do Byakuya.

          As lágrimas começaram a escorrer; sentei encostando a testa na parede, tentando respirar, mas as cenas do acidente invadiram violentamente meu cérebro, obrigando-me a pedir por abrigo e pelas minhas lembranças solitárias.

        Me arrastei até a cama velha que tinha no quarto. Eu sabia que não era meu cantinho, que não tinha nada em baixo da cama, mas meu corpo clamava pela caixinha, pedia por um alivio da dor. Espremi meu corpo contra a parede enquanto minhas mãos procuravam o compartimento secreto inexistente. Me encolhi, abraçando minhas pernas.

        Ichigo entrou apressado no quarto; pude ver seus pés, dando passos aleatórios. Eu não poderia ouvir nada além dos meus soluços descontrolados. Os tennis da Qix [n/a: momento propaganda o/] [n/b: medo õ.o] se aproximaram da cama e logo em seguida os joelhos, escondidos por largas calças jeans.

        - Rukia? – não consegui identificar nenhuma emoção em sua voz; eu não as diferenciei, eu não me importava. Fechei os olhos e cerrei os punhos o mais forte que podia, enquanto o ritmo frenético dos soluços e das lágrimas aumentava – Ei... Ei... Calma! Era brincadeira do Renji... Calma...

        Ele me acalmou. Agora eu vi de tudo! Puxa vida! Ele era um seqüestrador! Ele tinha que ser malvado!

        - N-Não é-é p-p-por is-isso – gaguejei, e o desespero aumentou. Eu já estava chorando tão alto que meu peito doía; aquela sensação de vazio era como se meu peito estivesse aberto e sangrando. Não era sempre assim; geralmente era um choro silencioso e desesperado em meu interior, que nunca deixava transparecer. Minhas mãos arranhavam o chão buscando o desejado compartimento. Fechei os olhos. Eu não queria que ninguém me visse naquele estado.

        - O que foi? Está com medo? – a voz dele, ao contrario do que eu esperava, estava calma. Eu apenas me contentei em chorar. Ele segurou meu pulso, da mão que ainda arranhava o chão. Meus dedos ardiam. Ele me puxou um pouco, me encostou contra o corpo definido, passou os braços em torno de meu corpo e encaixou meu rosto em seu pescoço. Ninguém nunca me tratou assim, com um agrado físico; apenas psicológico. Me agarrei a ele, chorando tudo o que eu precisava. Demorou mais do que eu previa. Quando consegui parar de chorar, já havia anoitecido há algum tempo, mas diferente das outras vezes que eu chorava, eu não me sentia melhor; na verdade eu me sentia péssima, eu ainda queria chorar! Eu sentia como se não houvesse água suficiente em meu corpo.

        Eu não havia me alimentado ou tomado água desde que me tiraram de casa, mas eu não queria sair dali; estava confortável e queria aproveitar o máximo possível daquele calorzinho dentro no meu coração detonado. Afeto.

        - Rukia, você esta melhor? – eu não respondi, tive a sensação de que se abrisse a boca, voltaria a chorar mesmo se meu corpo não permitisse – Deve estar faminta e com sede. Vamos até a cozinha.

        Ele me guiou até que eu saísse de baixo da cama. Observei o lugar onde eu estava deitada; a madeira do assoalho estava arranhada e com um pouco de sangue. Olhei assustada para meus dedos; estavam cortados, mas não sangravam mais.

        Eu o segui até a cozinha. Tudo ali parecia velho, desde o chão até o teto, mas dava para ser utilizado. Ele indicou a cadeira para que eu me sentasse. Abriu a geladeira e me entregou um copo com água. Eu o tomei tão rápido que o líquido desceu congelando minha garganta; adorei isso. Depois de um certo tempo, ele me estendeu um prato com arroz, feijão e bife. Comi tudinho, sentindo meu estômago agradecer. Voltamos para o quarto onde eu acordara. Eu estava exausta, sonolenta. Encostei-me a parede e deixei meu corpo escorregar até o chão; abracei minhas pernas apoiando a testa em meus joelhos.

        - Por que você estava chorando? – ele se sentou na cama e apoiou em seus joelhos. Eu fiquei quieta. Eu não era obrigada a contar; a vida era minha, ele não tinha que se meter. Mas algo em mim me incentivava a contar, uma parte de mim queria contar. Desabafar, tirar uma parte desse peso esmagador que carrego em meus ombros. Entrei em uma briga interna. Ele suspirou e se dirigiu à porta.

        - Meu pai foi assassinado um dia antes do meu nascimento. Aos 10 anos, matei minha mãe... Causei um acidente de carro.

        Ele parou na porta, sem me encarar. Ficou assim por alguns segundos. Encarei suas costas largas ausentemente antes de desviar os olhos para o chão. Ele murmurou algo como “droga!”.

        - Desculpe, eu não queria te lembrar dessas coisas... Não queria que você se sentisse obrigada a me contar! – ele se sentou ao meu lado e me encarou.

        - Tudo bem... Eu precisava desabafar, desculpe-me por te fazer escutar!

        - Mas a culpa não foi sua, você sabe... Sobre o acidente com sua mãe.

        - Foi sim... Sou tão patética que preciso da caixinha de lembranças da minha mãe que guardo em um compartimento em baixo da minha cama – meu rosto ficou quente; era vergonhoso admitir.

        - Foi por isso que você arranhou o chão! Estava procurando a caixinha! E já que não achou não tinha nada para acalmar o desespero... – ele fez uma analise perfeita! Era realmente muito inteligente.

        -É... Eu ainda estou me sentindo mal sem as lembranças...

        - Bom, vamos dormir, porque amanha você vai resolver o caso. Está bem? – ele levantou e apontou para a cama, me mandando dormir.

        Nessa noite eu dormi bem, e quando acordei fiquei com medo de olhar pela janela e desmoronar de novo. O que eu faria agora? Esperaria o Ichigo vir me buscar? Iria até a cozinha? Eu nunca havia sido sequestrada. Não sabia o que fazer! Mas antes que eu pudesse escolher, alguém bateu na porta e Renji entrou logo em seguida.

        - Bom dia! O almoço está na mesa.

        - Almoço?

        - Sim. Já é hora do almoço, bela adormecida... Vamos, vamos! – ele disse brincalhão. Mas não foi isso que me assustou; foi o fato de eu poder comer!

        Ele me guiou ate a cozinha. Depois do almoço, Renji me levou até uma salinha com uma janela com vista para o mar, coberta por duas tabuas em formato de “X”, um laptop e uma mesa.

        - Você vai trabalhar aqui... – ele explicou. Mas já estava óbvio, não?

        - Cadê o Ichigo? Ele não almoçou com agente... – sentei-me na cadeira e observei a tela do computador.

        - Saiu pela manhã, não sei onde foi... – respondeu saindo da sala.

        Tinha muita informação naquele computador; em 30 minutos, eu descobri que o homem se chamava Ichimaru Gin, morava em um certo bairro na periferia, era traficante mas não usava drogas. Para chegar a essa última conclusão, segui a linha de raciocínio baseada no fato de que, quando ele era mais jovem, dois anos atrás para ser exata, ele participou de uma campanha contra drogas e acabou sendo baleado pelo homem que ele matara recentemente. Para ele estar participando da campanha, levar um tiro, sobreviver e ainda matar o portador da arma cuja bala o atingiu, ele não desistia de seus ideais.

        - Descobriu alguma coisa?

        - Não.

        Menti. Não sei exatamente o porquê, mas menti. Eu não queria entregar o homem. Não por dó, mas nem eu sei a razão exata...

        - Que pena... – respondeu Renji. Passei o dia pesquisando, mas não descobri nada de muito importante além daquilo. Apenas crimes leves como assaltos sem feridos e roubo de mercados.

        Já anoiteceu. Eu estava sentada olhando as tabuas da janela de meu quarto tentando encaixar a lua na fresta. Pensando em minha pequena mentirinha, a qual eu não sabia o porquê de tê-la dito. Eu queria ir embora! Voltar para minha vidinha sofisticada... Não queria?


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Notas finais do capítulo

e ai? gostaram?
esse capitulo foi tenso? é porque você ainda não viu o proximo, no proximo capitulo a coisa fika mais... hum... quer saber? terça vocês leem e tiram as proprias conclusoes



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