Victim escrita por WithLeónVargas


Capítulo 8
Capítulo 7 – Companheiros de cachaça e Frustrações




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— Então foi isso o que aconteceu. Foi assim que eu entrei nessa vida.

 Já era começo de noite, Diego e Violetta já haviam jantada e estavam conversando ainda no sótão.

 Diego estava contando a Violetta basicamente “a história da vida dele”. E como ele entrou nessa vida...

— Nossa. Seu irmão é horrível... – Disse Violetta com desgosto, pena e tristeza.

— Pois é ...

— Como alguém pode ter coragem de matar os próprios pais? Digo... isso é doentio!

 Violetta estava totalmente chocada com a história que acabara de ouvir de Diego. Imaginando, as piores coisas de León e como ele devia ser um monstro.

— Eu sei Violetta, mas...

— Como consegue conviver com ele? Por que não... Sabe... – Ela buscava uma outra palavra que não fosse “matar”. Por sorte, Diego a entendeu.

— Porque ele é meu irmão. Eu preciso acreditar que ainda existe algo de bom nele, porque senão...

— Mas ele matou seus pais, Diego. É óbvio que ele não tem bondade nenhuma!

— Mas ele é a minha única família! – Ele se exaltou. – Ele é meu irmão e sempre vai ser! Fazer algo de mal pra ele me faria ser tão horrível quanto ele, não acha?

— Você é um cara incrível – Violetta disse pondo a mão sob o coração de Diego. Ele agradeceu com um sorriso. Fraco, mas que ela foi capaz de entender.

— Bom! Mas vamos parar de falar de coisas tristes e falar de coisas boas! Já viu tudo o que nós trouxemos?!

— Não! Preciso ver.

 Então eles começaram a abrir todas as sacolas e pegar todas as roupas. Ela aparentemente estava gostando de todas; até pegar uma jaqueta, em especial. Ela ficou olhando-a. Diego presumiu uma coisa. Mas estava enganado.

— Ah! Sobre essa jaqueta... Eu sabia que você...

— Eu amei.

 Aquela resposta, aquela simples resposta o deixou incrédulo.

— A-amou?

— Sim! Minha cor favorita é violeta! – Ela disse feliz.

— Ah, poxa! Então nós realmente combinamos porque... De todas essas roupas, essa foi a única que eu escolhi. – Mentiu.

— Sério? Uau.

— Sério. Você já deve ter percebido como meu irmão é meio controlador, né? Ele escolheu tudo. Quase tudo.

 Pura mentira. Violetta havia gostado mais justamente da jaqueta que León escolhera. Diego não se conformou com aquilo, então simplesmente mentiu. Apesar de uma parte de sua mente não querer que Violetta criasse expectativas com León, por não confiar no mesmo, a maior parte de sua intenção ao fazer aquilo foi egoísta. Ele gostava de Violetta, e mesmo acreditando ser difícil, não queria dar nenhuma brecha para uma possível relação entre ela e León.

 De qualquer forma, se sentiu meio constrangido e após mais um pouco de conversa decidiu ir dormir.

***

 O boêmio

 

O boêmio era o bar dos barras pesadas. Apenas gente “barra pesada” ia lá. Não que León fosse um alcoólatra, mas quando estava triste ou frustrado ia para lá.

— Mais uma. – Ele pediu ao barman a segunda dose de Whisky que tomava.

 León era o único sentado no balcão. A iluminação não era das melhores. Eram poucas luzes e muito gelo seco. Talvez por isso, a leve dificuldade em reconhecer o homem alto que sentou ao seu lado. Mas logo o reconheceu. Porém não disse nada. Estava sem humor para aquilo.

— Olá León.

— Oi. – Ele respondeu encarando seu copo já vazio.

— Afogando as mágoas?

— Tipo isso... Ae garçom, mais uma!

— Hum... E onde está seu trabalho?

— Na casa.

— E você não deveria estar lá? – O homem perguntou e aproveitou que o barman havia trazido mais uma dose para León e pediu uma para ele.

— Meu irmão está lá.

— E ele é confiável? Sabe que seu irmão não é muito bom em fazer maldades...

 Ele os conhecia muito bem. Há anos.

— Ele é meu irmão. Pode ser uma verdadeira lesma, mas jamais trairia minha confiança.

 Apesar de tudo, a confiança entre os irmãos Vargas era realmente enorme. Se matando ou se salvando, um estava sempre junto ao outro. Mesmo que negassem, um era a coisa mais importante da vida do outro.

— Muito bem... E como está se saindo com ela?

— Hum.... Considerável. Meu irmão é que está muito bem....

— O Diego está dando em cima da...

— Sim. Mas você não tem com o que se preocupar. Em breve ela vai estar morta. Espero. – Ele disse finalmente olhando para o homem, que assentiu. – Ótimo! Bom te rever, parceiro – disse tomando seu terceiro e último copo de Whisky. León realmente não era de beber. Pôs uma nota de 50 sob o balcão e deu dois tapinhas nas costas de seu atual chefe.

— Igualmente, León.  – O homem disse vendo o jovem ir embora.

***

 Ele até chegou em casa cedo. Mas ficou no carro, pensando, pensando e pensando. Em um segundo, suas preocupações com seu trabalho se foram, e uma pergunta se fez a mais alta em sua mente: “Será que ela gostou da jaqueta? ”. Tinha plena consciência de que jamais saberia a resposta, se não perguntasse.

— É isso o que vou fazer! – Afirmou para si mesmo.

 Entrou na casa tranquilamente e por casualidade, bateu os olhos em um pequeno espelho que havia na cozinha. Conferiu se sua imagem estava “apresentável” e constatou que sim. Sem mais o fazer, foi em direção ao sótão, mas antes de chegar lá, alguma coisa com estatura que batia em seu peitoral, se esbarrou com ele. Seu irmão era menor que ele, mas nem tanto. Ou seja, era Violetta.

— O que você está fazendo solta? – Indagou

— Era justamente com você que eu queria falar. – Ele não entendeu nada. Primeiro ela solta e depois falando com ele daquele jeito?

— Estava me esperando chegar?!

— Como você pode ser tão horrível?

— Como assim, Violetta?! – Essa era a primeira vez que ele a chamava pelo nome. Coitado. Quando finalmente tentou fazer algo bom, se deu mal.

— Você matou os seus pais. Como teve coragem?! – Foi ai que ele que ficou mais perdido ainda. Onde ela descobriu isso? – E pior, você arruinou a vida do seu irmão! O forçou a entrar nessa sua vida ridícula! Você não presta! – Ele tentava fazê-la parar de falar, mas estava difícil. Então ele gritou.

— VIOLETTA, JÁ CHEGA! – Por fim ela se calou. – Eu não fiz nada disso, do que você está falando?!

— Não se faça de sonso!

— Olha, é melhor começar a me respeitar – ele disse voltando a engrossar a voz.

— Ou senão o que? Vai me bater?! Bater com a sua arma de novo na minha cabeça?! – Por impulso, sua mão foi até a cintura, onde estava a arma, mas ele conseguiu se controlar.

— Não – respirou fundo. – Eu só queria saber se você gostou da jaqueta, mas acho que não – ele disse e foi para seu quarto.

 Deitado e fitando o teto, ele chegou a sua conclusão.: Diego. E amanhã bem cedo, conversaria com ele.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da atitude do Diego? E tadinho do León :/ .... beijoos!



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