A conversa estava ótima, Alice é um amor de pessoa. Soube que ela e Kile se conheceram numa festa de inauguração, há três meses atrás. Josie contou um pouco sobre seu namoro, o que deixou meu irmão envergonhado. Falei um pouco sobre minha seleção, eu e Eikko contamos sobre nosso casamento. Meus pais falaram sobre a seleção deles e suas histórias me deixaram surpresa, fiquei com uma raiva enorme de uma tal Kriss! Quem ela pensa que é? Me diverti ao ouvir sobre a torta, nunca ia imaginar que a minha tia May influenciou no primeiro encontro deles. A história deles é muito longa. Eu nunca conseguiria ouvir tudo.

            –No inicio ele não queria nada demais e eu nem liguei. Ficamos amigos e uma semana depois fomos a uma festa, nos conhecemos melhor e começamos a nos gostar. Uma semana depois estávamos namorando. - A alice falou

            –Bom, a Josie nunca foi minha melhor amiga aqui no palácio. Até um pouco antes da Eady casar mal nos falávamos, mas mesmo assim sempre tive uma quedinha por ela. – ele falou para depois Josie dar um selinho nele. – Teve um jornal que ela estava toda fofa, sem exagerar e foi aí que a Eadlyn serviu de cupido, mas só começamos a namorar a pouco tempo atrás.

            –A nossa história é bem complicada! Não é mesmo querida?! – meu pai falou para minha mãe, que fingiu estar brava e sorriu – Quer que eu conte ou você conta?

            –Depende. Se você não aumentar nada.

            –A America nunca quis nada na seleção... nem comigo – ele começou – Ela chegou aqui querendo tacar uma pedra em mim. O primeiro dia foi um dos mais complicados, levei uma bronca sem ter feito nada. No encontro oficial ela era a única selecionada que eu conhecia. Dessa vez ela não foi tão grossa. Aos poucos eu consegui conquistar a fera, ela me pedia tempo e eu dava. Parecia um relógio de tanto tempo que dei. A elite foi bem difícil, o último dia também. – os dois pareciam tristes ao lembrar desse dia, mas sorriam sempre que lembravam da sua trajetória. – Muitas coisas aconteceram, porém conseguimos casar. Mesmo com todas as brigas estamos juntos e felizes até hoje.

            Meus pais deram um beijo e eu sabia que teria que contar toda minha história com Eikko. O que não era nenhum sacrifício.

            –Acho que esse negocio de não querer uma seleção é genético. Também não queria nada, nada de meninos, nada de palácio cheio, nada de ser a capa de todos os jornais. Até me assustei quando os meninos chegaram, e mais ainda quando soube que teria um tradutor. Todos os meus encontros com Henri não seriam a sós, o que me irritava. Eu dei uma bronca no Eikko por uma coisa boba, eu estava morrendo de raiva. Acho que brigar com futuros maridos sem motivo também é genético. – Meu marido sorriu pra mim e isso me fez continuar – Viramos relativamente amigos. Sempre que podia nós conversávamos. Até que rolou a briga na cozinha e ele foi meu herói. Depois disso algo mudou de mim e eu não percebi, só fui notar o dia que ele arranjou uma quase confusão por causa do paletó que ele cismou que tinha que ser mais simples para ele do que para os selecionados, porque era injusto. Depois daí eu só pensava nele e ficava maluca só de pensar na possibilidade de passar o resto da minha vida com outra pessoa. No dia da escolha não fui capaz, não podia deixar o amor da minha vida escapar. Conversei com meu pai e escolhi, fiz o que meu coração mandou e nunca vou me arrepender. -Contei a minha história de amor para depois ganhar um beijo.

            –Você não falou dos encontros escondidos – ele sussurrou rindo.

            –Não podia contar a melhor parte!

            –Brice! Por que não se junta a nós?

            –Oi America, tudo bem. Sobre o que é a conversa?

            Minha tia perguntou se era a vez dela, depois que minha mãe explicou e eu falei que sim.

            –Aí amor, que bom que você chegou! O papo aqui é sobre histórias de amor, quem conta a nossa? Eu ou você?

—Deixa que eu conto Brice – meu futuro tio respondeu. – A Brice sempre foi fechada, não queria relacionamentos, só pensava em trabalho. Estou aqui no palácio há quatro anos, mas ela já está há muito mais tempo. Quando eu cheguei ela foi a primeira pessoa que eu encontrei, ela me apresentou o palácio, começamos a conversar e eu ia gostando dela cada vez mais. Erámos amigos, mas pra mim ela não era só uma amiga. Teve uma vez que fomos na biblioteca conversar e eu me arrisquei e beijei ela. Ela me empurrou na hora e saiu praticamente correndo, o que dificultou foi o salto que ela usava. Ficou três meses sem olhar pra minha cara. Depois ela foi voltando a falar comigo até que um dia estávamos sozinhos no andar dos quartos de hospedes e ela me disse que foi muito difícil ficar aquele tempo longe de mim, que ela  estava gostando de mim, mas era difícil de assumir porque tinha sofrido uma ilusão amorosa. Começamos a namorar nesse dia. Dois anos depois a pedi em casamento e somos noivos agora.

Eles se beijaram e mudamos de assunto.

De repente uma criada veio nos oferecer chá.

—Obrigada! – Agradeci para depois bebericar – está maravilhoso!

Ela foi embora e continuamos a conversar, o papo estava tão leve e o clima tão bom que eu queria durasse para sempre!!