Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana


Capítulo 50
49º Capítulo – “Não quero. ”


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Fazia meses que eu não dormia tão bem. Ontem quando a vi com aquele filho da puta precisei de todas as minhas forças para não ir até e a arrancar de perto dele. Depois de ter ido embora, minha mente me impediu de esquecer o que tinha visto. Imagens dela com ele invadiam meu consciente e um desespero surreal tomou conta de mim. Lutei contra todos os meus impulsos primitivos e tentei fervorosamente não ceder a eles, mas falhei. Quando dei por mim já estava na varanda do quarto dela. Assim que entrei a vi vestida com minha camisa e nossa, ela estava linda. Ela demorou um tempo para notar minha presença e fiquei lá, a observando. Notei que ela estava chorando e ver as lágrimas em seu rosto me trouxe de volta a realidade. Lembrei de toda dor que já a causei. De como me senti impotente quando ela foi sequestrada. De como foi assustador encontrá-la machucada e sangrando naquela fábrica abandonada e do medo que tive de perde-la.

Quando assumi o controle e recuei para ir embora, ela me viu. A expressão dela não foi de surpresa, mas algo parecido com dor. Os segundos seguintes pareceram horas e tudo ao nosso redor se transformou em nada. Tudo que estávamos sentindo parecia fluir de nós e inundar cada canto do quarto. Deixei meus olhos correrem pelo corpo dela, numa tentativa inconsciente de ter certeza de que ela estava bem. Ouço meu nome escapar dos seus lábios e nossos olhos se encontram.

 E eu lutei de novo.

Fechei meus olhos e lutei. Lutei com todas as forças possíveis para assumir o controle, para ir embora e não fazer o que meu corpo e meu coração estavam implorando desde que entrei nesse quarto. Mas não consegui e desisti de lutar. Me entreguei a saudade e ao desejo insano que estavam me consumindo e fui até ela. Nosso beijo me fez ter mais certeza do quanto a queria de novo e do quanto precisava dela. Esqueci tudo o que nos impedia de ficar juntos e a trouxe para mim. Quando já estávamos na cama e me afastei um pouco vi a mancha que ficou embaixo do ceio dela. As imagens dela gritando e me pedindo ajuda, bombardearam minha mente. Soube no mesmo instante que precisava parar e ir embora. Deixar que ela siga a vida e me esqueça. Que consiga ser feliz. Mesmo não sendo comigo. Quando pareceu que minha razão tinha vencido, mais uma vez ela me fez desisti de tudo. E nós fizemos amor. Como nunca antes. E eu tive a certeza de que ela continua sendo minha. Cada pedacinho do corpo dela, cada toque, cada gemido, tudo. Me entreguei a saudade e ao desejo e foi como se pudesse sentir o amor evaporando por cada poro dos nossos corpos.

E agora estou aqui. Sentindo o calor do corpo dela e sentindo o tórax dela subir e descer com sua respiração calma enquanto dorme. Enquanto dormia, pude sentir as pernas dela ao lado do meu corpo e suas mãos fazendo carinho no meu cabelo. Mesmo tendo dormido bem, acordei cedo. Mas não me movi. Não ousei mover um único centímetro do meu corpo. Por que preciso, quero ficar o máximo que puder sentindo o calor dela. Minhas mãos estão em torno do seu corpo e apesar de estar deitado em sua barriga, a puxo cada vez mais para mim. Sinto ela se mexer um pouco embaixo de mim e alivio o peso do meu corpo sobre o dela. Alguns segundos se passam, a respiração dela se intensifica e tenho a certeza de que ela acordou. Fecho meus olhos e apenas espero. Espero que ela grite e me afaste. Que me mande embora e diga que nunca mais quer que eu volte. Mas nada acontece. Vejo a mão dela apertar firme o lençol da cama ao nosso lado e tenho certeza de que ela está lutando contra a razão, da mesma forma que eu. Quando a vejo erguer a mão fecho os olhos novamente e me surpreendo quando sinto o carinho dela no meu cabelo. Aproveito o carinho e afundo ainda mais meu rosto na pele dela.

— Gustavo?  

A ouço me chamar e roço meu nariz em sua pele e inalo o máximo que consigo do cheiro doce que ela tem. Quando ergo meu rosto e a olho me deparo com aqueles olhos azuis me fitando. Ergo meu corpo e sinto nossas peles roçarem até estar na altura do rosto dela. Aproximo meus lábios do dela e a vejo fechar os olhos, antes de beijá-la. Nosso beijo é calmo e meu corpo cola ainda mais ao dela. Afasto nossos lábios e sinto a mão dela no meu rosto.

— Não vai embora. __ a voz dela é rouca e calma.

E isso acaba comigo. Abro meus olhos e a não consigo me afastar. Quero dizer para ela que quero ficar, mas que não posso. Que preciso dela, mas que o medo de perde-la é mais forte que eu. E que para mantê-la segura, preciso perde-la. Mas o olhar dela me diz o quanto isso dói. O quanto tudo isso tem a machucado e que mesmo tentando me esquecer, ela ainda me ama. Encosto minha testa na dela e respiro fundo, tentando organizar tudo o que estou sentindo. Sinto os braços dela laçarem meu pescoço e a abraço forte. O rosto dela encosta na curva do meu pescoço e sinto alguns soluços escaparem dela. A aperto ainda mais e desisto da minha sanidade.   

— Não vou. __ ela sorri e soluça mais forte.

Não sei o que vou fazer, nem como. Mas não posso ir embora de novo. E não quero.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima!



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