Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana


Capítulo 34
33º Capítulo – “E se ela já tiver morta?” (PARTE II)


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa Leitores.

Esse capítulo ficou um pouco grande, mas não poderia dividi-lo também.

Peço desculpas por isso. Espero vocês lá embaixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/694230/chapter/34

Mesmo com pouca experiência na direção, as poucas aulas que teve com Felipe foram decisivas para conseguir arrancar com furgão e sair de lá. Apesar de não conseguir mais ver a casa e os homens pelo retrovisor, Alice não diminui a velocidade, como se estivesse em um espécie de transe.

— Alice? Que gritos são esses?

A última coisa que Gustavo ouviu, foram gritos do outro lado da linha, e depois, mais nada.

— Gatinha, responde... __ Pediu Gustavo. — Droga, Alice. Responde. __ Gritou.

ALICE

Meus olhos estão fixos na estrada e eu sequer consigo respirar. Quando olho para as minhas mãos no volante vejo os nós dos meus dedos brancos e o celular, que também estou segurando com força. Quando respiro fundo a dor me desperta violentamente e sinto o mundo girar. Olho pelo retrovisor e não consigo mais ver a casa ou os homens que estavam lá.

Eles vão vir atrás de mim.

Lentamente, trago o celular para mais perto do meu rosto e seleciono a opção do viva voz, mas não o largo. Do outro lado da linha ouço Gustavo gritando, chamando por mim, mas não consigo responder.

— Alice, você precisa me responder. __ ele diz. — Eu consigo ouvir você respirando.

Sinto algumas lágrimas caírem, mas é como se o mundo estivesse no automático e eu, perdesse o controle de mim mesma.

— Eu sei que você tá com medo. Mas você precisa falar comigo, Gatinha. Eles não vão demorar pra chegar até você.

— Me ajuda. __ É tudo o que consigo dizer.

GUSTAVO

Eu não sei mais o que fazer. Ela fez tudo o que eu disse, mas não sei se conseguiu sair de lá. A última coisa que ouvi do outro lado da linha foram gritos, o barulho do motor do carro e nada mais. Sei que o carro está se movendo, mas ela não me responde e o desespero já está tomando conta de mim, mas eu preciso acalmá-la.

— Eu sei que você tá com medo. Mas você precisa falar comigo, Gatinha. Eles não vão demorar pra chegar até você. __ Tento uma última vez.

— Me ajuda. __ Ouço ela dizer.

— Graças a Deus. __ É tudo que consigo falar.

— Eles vão vir atrás de mim... __ Ela soluça. — Tá doendo muito.

— Eu sei. __ Respiro fundo. — Você precisa se esforçar só mais um pouquinho, amor.

Escuto ela respirar fundo e soluçar mais algumas vezes. Olho para o David na esperança de que tenha conseguido rastrear a ligação, mas ele faz um sinal em negativo.

Porra.

— Tudo bem. __ Digo. — Eu sei que você tá com medo e machucada, mas eu preciso que você não tire o pé do acelerador e me diga tudo o que consegue ver.

Ouço ela respirar fundo de novo.

— Não tem nada, Gustavo. __ Ela diz firme. —Só uma estrada de terra.

Merda.

Pense Gustavo, pense...

— Gustavo? __ Ela me chama. — E agora?

— Acelere. __ Digo firme. — Pise no acelerador e não pare.

— Eu não vou conseguir dirigir por muito tempo, Ogro. Eu tô com muita dor e um pouco tonta.

— Vai sim. __ Tento soar o mais seguro possível. — Você precisa.

Não tem onde se esconder e se ela parar, com toda certeza eles vão encontrá-la. O David continua tentando rastrear a ligação, mas parece que o aparelho que ela está ligando não pode ser rastreado. Passamos alguns minutos assim, sem dizer nada. Eu fico só ouvindo a respirando dela, que está irregular e isso significa que ela está com dor, muita dor.

— Ogro? __ A voz dela está fraca.

— Estou aqui.

— Tem algumas árvores... __ Ela força a respiração. — Esconder o furgão.

Ela tem razão. Precisa tirar o carro da estrada ou eles vão chegar até ela e rápido.

— Você tem razão. __ Penso mais um pouco. — Mas você consegue andar?

— Preciso tentar. __ Ela diz e eu sorrio.

Ela é forte.

— Você precisa estacionar o furgão de um jeito que eles não consigam ver.

— Vou tentar.

Ouço a velocidade do furgão diminuir aos poucos. Fico ouvindo enquanto ela manobra o carro e alguns galhos quebram. Depois ouço o barulho de galhos sendo arrastados e tudo fica silencioso.

— Acho que eles não vão achar muito fácil. __ Ela diz, ofegante.

— Você precisa ficar longe da estrada agora.

— Ogro, tem alguma coisa... __Ela diz. — Muito à frente, tem alguma coisa.

— Me fala o que é.

— Eu não sei... __ Ouço ela começar a andar. — Parece uma fábrica.

— Você consegue ver o nome?

— Ainda não.

— Eu preciso que você ande até lá e tente conseguir ajuda.

— Eu vou... __ a voz dela está mais fraca e a respiração mais descompensada. — Tá chovendo.

Paro um instante e consigo ouvir o barulho da chuva.

— Isso é bom. __ digo. — Vai cobrir o rastro do carro.

Ela não responde e começa a andar. O som dos passos dela na terra molhada junto com o barulho da chuva forte se misturam aos soluços. E eu me calo, por que se ousar falar alguma, vou perder o controle também.

— Tô cansada, Ogro. __ Ela diz, depois de alguns minutos em silêncio.

— Falta muito? __ Pergunto.

— Não... __Ela para por um instante. — Tô quase lá...

— Você vai conseguir. __ Não sei mais o que dizer.

— Não é uma fábrica... __ Ela tosse.

— Então o que é?

— Uma usina... __ A respiração dela acelera. — Não tem ninguém Gustavo, tá desativada.

— Calma. __ Digo. — Ai deve ter uma placa ou algo que diga o nome.

— Usina duas irmãs. __ Ela diz.

— Presta atenção __ Respiro fundo. — Você precisa se esconder

— Tem uma caixa... __ A voz dela está ainda mais baixa. — Eu vou... vou entrar.

— Isso Gatinha.

Ouço ela abrir uma porta e fechar logo em seguida.

— Alice, eu vou buscar você. Não saia daí de jeito nenhum.

— Ogro... tô com sono...

Ela não pode dormir.

Está machucada, molhada e com certeza lá está frio. O risco de ter uma crise de hipotermia é muito alto e se ela dormir, pode não acordar.

— Você precisa ficar acordada. __ Digo firme.

— Tá tudo bem agora... __ Ela diz fraca. — Você vem me buscar.

— Eu vou amor, eu vou. Mas preciso que você fique acordada. Tá bem?

Ela não respondeu.

— Alice? __ silêncio.

Quando olho para meu celular vejo que a ligação caiu. Retorno e ouço chamar uma, duas, três vezes e logo em seguida cair na caixa postal.

— Merda.

— O que aconteceu? __ A pirralha pergunta.

Pego a chave do carro e corro até a garagem.

— Gustavo o que aconteceu? __ Eles vem atrás de mim.

— Ela tá escondida e provavelmente desacordada.

— E você sabe onde é? __David perguntou.

— Numa Usina, na cidade vizinha. Sei onde é, por que morei lá perto antes de me mudar e morar com vocês.

— Eu vou com você. __ Felipe disse.

— Não. __ Digo, parando perto do carro. — Se você for, se qualquer um de vocês for, eu vou me preocupar com vocês. E se eu me preocupar com vocês, não vou conseguir protege-la. Então, ninguém aqui vai. Eu vou sozinho e vou trazê-la de volta.

Não esperei resposta. Entrei no carro e dei partida.

Não tirei o pé do acelerador em momento algum. A cidade fica a uns 30 minutos da usina, mas nós não temos tanto tempo assim. Demorei 15 minutos para chegar e assim que entrei na cidade não vi ninguém nas ruas. Quando olho relógio, vejo que são exatamente 02:45 da manhã. Acelero mais ainda e consigo atravessar a cidade e chegar na estrada que da na usina. Reduzi a velocidade e sem tirar os olhos da estrada abro o porta luvas do carro, encontro minha arma e prendo na cós da minha calça. Avisto a usina de longe e pego uma estradinha que leva ao fundo da construção. Estaciono o carro e desço em seguida, deixando a chuva me molhar. Dou a volta seguindo o muro e não vejo ninguém. Assim que chego na frente da usina vejo a placa com o nome da construção.

Foi aqui que ela viu o nome.

Giro no meu próprio eixo e tento localizar a caixa em que ela se escondeu, mas não tem caixa nenhuma. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O Gustavo está tão perto quanto aparenta da Alice. Só precisamos saber se ele vai conseguir tirá-la de la em segurança.

Espero conseguir atualizar em breve.

Aguardo os comentários de vocês.

Beijos da tia ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Proibida Pra Mim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.