Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana
Notas iniciais do capítulo
Oláaaa Leitores.
Esse capítulo ficou um pouco grande, mas não poderia dividi-lo também.
Peço desculpas por isso. Espero vocês lá embaixo.
Mesmo com pouca experiência na direção, as poucas aulas que teve com Felipe foram decisivas para conseguir arrancar com furgão e sair de lá. Apesar de não conseguir mais ver a casa e os homens pelo retrovisor, Alice não diminui a velocidade, como se estivesse em um espécie de transe.
— Alice? Que gritos são esses?
A última coisa que Gustavo ouviu, foram gritos do outro lado da linha, e depois, mais nada.
— Gatinha, responde... __ Pediu Gustavo. — Droga, Alice. Responde. __ Gritou.
ALICE
Meus olhos estão fixos na estrada e eu sequer consigo respirar. Quando olho para as minhas mãos no volante vejo os nós dos meus dedos brancos e o celular, que também estou segurando com força. Quando respiro fundo a dor me desperta violentamente e sinto o mundo girar. Olho pelo retrovisor e não consigo mais ver a casa ou os homens que estavam lá.
Eles vão vir atrás de mim.
Lentamente, trago o celular para mais perto do meu rosto e seleciono a opção do viva voz, mas não o largo. Do outro lado da linha ouço Gustavo gritando, chamando por mim, mas não consigo responder.
— Alice, você precisa me responder. __ ele diz. — Eu consigo ouvir você respirando.
Sinto algumas lágrimas caírem, mas é como se o mundo estivesse no automático e eu, perdesse o controle de mim mesma.
— Eu sei que você tá com medo. Mas você precisa falar comigo, Gatinha. Eles não vão demorar pra chegar até você.
— Me ajuda. __ É tudo o que consigo dizer.
GUSTAVO
Eu não sei mais o que fazer. Ela fez tudo o que eu disse, mas não sei se conseguiu sair de lá. A última coisa que ouvi do outro lado da linha foram gritos, o barulho do motor do carro e nada mais. Sei que o carro está se movendo, mas ela não me responde e o desespero já está tomando conta de mim, mas eu preciso acalmá-la.
— Eu sei que você tá com medo. Mas você precisa falar comigo, Gatinha. Eles não vão demorar pra chegar até você. __ Tento uma última vez.
— Me ajuda. __ Ouço ela dizer.
— Graças a Deus. __ É tudo que consigo falar.
— Eles vão vir atrás de mim... __ Ela soluça. — Tá doendo muito.
— Eu sei. __ Respiro fundo. — Você precisa se esforçar só mais um pouquinho, amor.
Escuto ela respirar fundo e soluçar mais algumas vezes. Olho para o David na esperança de que tenha conseguido rastrear a ligação, mas ele faz um sinal em negativo.
Porra.
— Tudo bem. __ Digo. — Eu sei que você tá com medo e machucada, mas eu preciso que você não tire o pé do acelerador e me diga tudo o que consegue ver.
Ouço ela respirar fundo de novo.
— Não tem nada, Gustavo. __ Ela diz firme. —Só uma estrada de terra.
Merda.
Pense Gustavo, pense...
— Gustavo? __ Ela me chama. — E agora?
— Acelere. __ Digo firme. — Pise no acelerador e não pare.
— Eu não vou conseguir dirigir por muito tempo, Ogro. Eu tô com muita dor e um pouco tonta.
— Vai sim. __ Tento soar o mais seguro possível. — Você precisa.
Não tem onde se esconder e se ela parar, com toda certeza eles vão encontrá-la. O David continua tentando rastrear a ligação, mas parece que o aparelho que ela está ligando não pode ser rastreado. Passamos alguns minutos assim, sem dizer nada. Eu fico só ouvindo a respirando dela, que está irregular e isso significa que ela está com dor, muita dor.
— Ogro? __ A voz dela está fraca.
— Estou aqui.
— Tem algumas árvores... __ Ela força a respiração. — Esconder o furgão.
Ela tem razão. Precisa tirar o carro da estrada ou eles vão chegar até ela e rápido.
— Você tem razão. __ Penso mais um pouco. — Mas você consegue andar?
— Preciso tentar. __ Ela diz e eu sorrio.
Ela é forte.
— Você precisa estacionar o furgão de um jeito que eles não consigam ver.
— Vou tentar.
Ouço a velocidade do furgão diminuir aos poucos. Fico ouvindo enquanto ela manobra o carro e alguns galhos quebram. Depois ouço o barulho de galhos sendo arrastados e tudo fica silencioso.
— Acho que eles não vão achar muito fácil. __ Ela diz, ofegante.
— Você precisa ficar longe da estrada agora.
— Ogro, tem alguma coisa... __Ela diz. — Muito à frente, tem alguma coisa.
— Me fala o que é.
— Eu não sei... __ Ouço ela começar a andar. — Parece uma fábrica.
— Você consegue ver o nome?
— Ainda não.
— Eu preciso que você ande até lá e tente conseguir ajuda.
— Eu vou... __ a voz dela está mais fraca e a respiração mais descompensada. — Tá chovendo.
Paro um instante e consigo ouvir o barulho da chuva.
— Isso é bom. __ digo. — Vai cobrir o rastro do carro.
Ela não responde e começa a andar. O som dos passos dela na terra molhada junto com o barulho da chuva forte se misturam aos soluços. E eu me calo, por que se ousar falar alguma, vou perder o controle também.
— Tô cansada, Ogro. __ Ela diz, depois de alguns minutos em silêncio.
— Falta muito? __ Pergunto.
— Não... __Ela para por um instante. — Tô quase lá...
— Você vai conseguir. __ Não sei mais o que dizer.
— Não é uma fábrica... __ Ela tosse.
— Então o que é?
— Uma usina... __ A respiração dela acelera. — Não tem ninguém Gustavo, tá desativada.
— Calma. __ Digo. — Ai deve ter uma placa ou algo que diga o nome.
— Usina duas irmãs. __ Ela diz.
— Presta atenção __ Respiro fundo. — Você precisa se esconder
— Tem uma caixa... __ A voz dela está ainda mais baixa. — Eu vou... vou entrar.
— Isso Gatinha.
Ouço ela abrir uma porta e fechar logo em seguida.
— Alice, eu vou buscar você. Não saia daí de jeito nenhum.
— Ogro... tô com sono...
Ela não pode dormir.
Está machucada, molhada e com certeza lá está frio. O risco de ter uma crise de hipotermia é muito alto e se ela dormir, pode não acordar.
— Você precisa ficar acordada. __ Digo firme.
— Tá tudo bem agora... __ Ela diz fraca. — Você vem me buscar.
— Eu vou amor, eu vou. Mas preciso que você fique acordada. Tá bem?
Ela não respondeu.
— Alice? __ silêncio.
Quando olho para meu celular vejo que a ligação caiu. Retorno e ouço chamar uma, duas, três vezes e logo em seguida cair na caixa postal.
— Merda.
— O que aconteceu? __ A pirralha pergunta.
Pego a chave do carro e corro até a garagem.
— Gustavo o que aconteceu? __ Eles vem atrás de mim.
— Ela tá escondida e provavelmente desacordada.
— E você sabe onde é? __David perguntou.
— Numa Usina, na cidade vizinha. Sei onde é, por que morei lá perto antes de me mudar e morar com vocês.
— Eu vou com você. __ Felipe disse.
— Não. __ Digo, parando perto do carro. — Se você for, se qualquer um de vocês for, eu vou me preocupar com vocês. E se eu me preocupar com vocês, não vou conseguir protege-la. Então, ninguém aqui vai. Eu vou sozinho e vou trazê-la de volta.
Não esperei resposta. Entrei no carro e dei partida.
Não tirei o pé do acelerador em momento algum. A cidade fica a uns 30 minutos da usina, mas nós não temos tanto tempo assim. Demorei 15 minutos para chegar e assim que entrei na cidade não vi ninguém nas ruas. Quando olho relógio, vejo que são exatamente 02:45 da manhã. Acelero mais ainda e consigo atravessar a cidade e chegar na estrada que da na usina. Reduzi a velocidade e sem tirar os olhos da estrada abro o porta luvas do carro, encontro minha arma e prendo na cós da minha calça. Avisto a usina de longe e pego uma estradinha que leva ao fundo da construção. Estaciono o carro e desço em seguida, deixando a chuva me molhar. Dou a volta seguindo o muro e não vejo ninguém. Assim que chego na frente da usina vejo a placa com o nome da construção.
Foi aqui que ela viu o nome.
Giro no meu próprio eixo e tento localizar a caixa em que ela se escondeu, mas não tem caixa nenhuma.
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O Gustavo está tão perto quanto aparenta da Alice. Só precisamos saber se ele vai conseguir tirá-la de la em segurança.
Espero conseguir atualizar em breve.
Aguardo os comentários de vocês.
Beijos da tia ♥