Um amor Silencioso! escrita por Will o Construtor de Sonhos


Capítulo 15
Desculpas


Notas iniciais do capítulo

Olá... Primeiro queria pedir mil perdoes eu acabei perdendo meus óculos e devido a dezenas de problemas demorei pra fazer outro e sem eles e quase uma lastima escrever! Me aceitem de volta =D



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Eu acordei no dia seguinte exausto, durante a tarde e à noite eu passei por uma bateria de exames e não pude receber mais visitas! Minha boca estava seca de novo e eu procurei o copo e agua ao lado da cama! Tomo a agua com calma como o médico havia me orientado para não me afogar e matar a sede sem esvaziar de uma única vez.

Minha vista ainda está turva, minha saliva está grossa e espeça mais a sensação de secura passou. Quando me acostuma a claridade olho ao redor e vejo que estou sozinho! Não vejo nem a enfermeira nem o Victor em lugar nenhum! A porta se abre em seguida e vejo meus pais entrando com um médico. Ainda estou fraco e não posso fazer muito esforço.

— Filho... _ minha mãe me abraça e começa a chorar como o Victor havia feito ela não diz mais nada!

Meu pai se junta a ela no abraço do outro lado da cama! Eles me ajudaram a ficar sentado para isso. O médico fala rápido e explica para eles o quadro geral da minha atual situação eu presto pouca atenção minha mãe está sentada ao meu lado e estou recostado no ombro dela. Meu pai ocupa a cadeira! Eles ouvem com atenção e fazem várias perguntas.

Depois de longos 20 mim uma enfermeira traz um carrinho com uma refeição a primeira que comerei depois de semanas em coma! O que se torna uma decepção pois não passa de uma sopa rala e com aparência estranha. Alguns legumes boiam debilmente na superfície aquosa!

O médico e a enfermeira se retiram e minha mãe me ajuda com a sopa. Não ela não me ajuda a tomar aquilo ela serve colheradas na minha boca e me sinto uma criança que não sabe se alimentar sozinha. De qualquer maneira estou fraco e não tomaria a sopa sozinho de nenhuma maneira. Meus pais perguntam como me sinto e do que eu me lembro. Conto a eles o que lembro e como me sinto e eles ficam a tarde toda comigo.

Victor não apareceu e me pergunto se tudo não passou de um sonho quando acordei. Por que ele estaria ali se não estávamos nos falando. Meus pais vão quando a tarde cai e a enfermeira me traz mais uma sopa no começo da noite.

— Olá mocinho como está se sentindo? _ Ela deixa o carrinho ao lado e me ajuda a se sentar o que me faz me sentir mais patético ainda!

— Bem _ respondo meio amargo.

— Não quer conversar? _ Ela faz um beicinho como se tivesse ficado triste.

— Não e isso. _ Digo meio sem jeito e ela sorri.

— Não precisa se desculpar sei o quanto deve ser estranho pra você passar por tudo isso!

— Você nem imagina.

— Não se preocupa logo você estará de novo na sua rotina e vai ter uma vida normal.

— Sim. _ Tenho vontade de perguntar pra ela sobre visitas mais a colher de sopa já está a caminho.

Me sinto desconfortável, minha mãe me alimentar era uma coisa, ser alimentado por uma estranha era diferente. Me senti desconfortável durante toda a refeição. No fim ela me desejou uma boa noite me ajeitou e saiu.

A TV estava ligada e eu vaguei por vários canais até o sono chegar o que não demorou muito. No dia seguinte já me sentia com um pouco mais de força e consigo me sentar sozinho. Quando a enfermeira me traz a refeição da manhã que identifico como um mingau com aparência ainda pior que a sopa depressiva.

— Bom dia já está acordado.

— Sim _ contenho um riso para não responder agressivamente a pergunta retorica e ser mal educado.

— Pronto pra comer?

— Sim quando vão me trazer comida de verdade?

— Quando seu médico liberar, agora abra a boca.

Não tem como eu fugir o mingau não tem sabor nenhum, mais me alimenta e fico grato por isso.

— Satisfeito? Que mais?

— Não obrigado! _ mesmo que eu ainda sentisse fome seria não.

— Okay, precisa de mais alguma coisa?

— Estou proibido de receber visitas?

— Definitivamente não, alguns amigos seus vieram nas últimas semanas.

— Amigos? Sabe dizer quem?

— Não sei não marquei os nomes muito bem.

— Tudo bem.

— Te vejo no almoço. _ Ela sai sorrindo e levando o prato do mingau.

O dia se arrasta e é um completo tedio, ainda não posso me levantar sozinho e preciso chamar a enfermeira pra ela me levar ao banheiro o que e deprimente em todos os aspectos. De tarde ela anuncia uma visita e meu coração fica acelerado. Minutos depois Pedro entra no quarto com um sorriso muito forçado.

— E ai Andersom, Como você está?

— O que você está fazendo aqui? _ Não sou nada receptivo e minha cara é muito feia!

 _ Que isso amiguinho só vim ver como você está! _ Ele ainda tem um sorriso forçado no rosto e eu cedo. Não tenho raiva dele!

— Como pode ver estou na mesma ainda, vou ficar em observação mais alguns dias!

— Muito ruim isso, mais você está em boas mãos, ele vai cuidar bem de você ele esteve aqui todos os dias nas últimas semanas até mesmo perdeu várias aulas!

— Ele? De quem você está falado?

— Você teve amnésia também?

— Claro que não _ Olho com uma cara feia pra ele!

— Bom não posso me demorar, posso te dar um abraço de despedida?

— Sim _ Apesar de parecer dramático de mais o termo se despedir.

Ele vai até a minha cama e me abraça forte de mais o que me deixa sem ar por estar fraco.

— Mesmo com essa cicatriz você tem um rostinho bonito _ Ele se afasta e sorri. _ Bom nos vemos por ai até.

Depois disso sai do quarto sem esperar uma resposta, fico ali sentado sem entender muito aquela visita e fico pensando no que ele disse.  Então ele tinha mesmo estado ali quando acordei mas porque não tinha vindo me ver de novo?

Depois da sopa do almoço a tarde se arrasta com a programação horrível da TV e recebo mais uma visita! Gustavo estava com uma aparência péssima, seus olhos estavam vermelhos e inchados e ele parecia ter chorado a poucos minutos.

— O que você veio fazer aqui? _ Eu despejei logo que ele entrou.

— Isso não são modos de falar com um amigo que veio todos os dias te visitar _ ele retruca com um meio sorriso forçado.

— Diga logo o que você quer? _ Eu ainda tinha raiva dele, depois do que ele fez aquela noite eu me afastei do Victor e tudo ficou uma bagunça.

— Vim ver como você está _ ele baixa a cabeça e sinto seu tom de voz mudar. _ E me desculpar...

Ele para de falar, ele ainda está na soleira da porta e faço sinal para ele entrar e fechar. Ele olha para o corredor e apenas a encosta depois anda até a cama e se senta no meus pés

— Bom _ estou desconfortável ele está chorando em silencio e eu não sei bem o que fazer. – O que está acontecendo?

Ele fica mais alguns minutos em sua própria tristeza, respira fundo e se controla, ele tem o rosto coberto de lagrimas e em seus rosto a face da tristeza.

— Andersom, queria que você me perdoasse por tudo que eu fiz pra você, o beijo, as mentiras e os joguinhos para separar vocês... _ ele está começando a perder o controle de novo.

— Tudo bem, já passou. Não tem porque se desculpar.

— Tem sim, eu tinha inveja de vocês, do que vocês tinham.

— Eu imagino o que você passou você gostava dele e nunca manteve em segredo e ele... bem ele nunca te viu da mesma maneira, deve ter doido muito.

— Sim doeu, mas eu não deveria ter feito o que fiz. Quando eu soube do acidente eu só conseguia pensar em uma coisa....

— Que o caminho estava livre? _ Foi grosseiro de minha parte mas saiu sem querer! Ele ficou com um olhar triste e distante. _ Desculpe não quis dizer isso!

— Não se preocupe, sei o que sente em relação a mim. Mas em nenhum momento passou pela minha cabeça que eu poderia conquistar ele com a sua morte. _ Ele soa amargo e sinto a dor em suas palavras.

— Desculpe. _ Não sei o que dizer eu me sinto mal por não ter pensado nas palavras.

— A única coisa que eu pensava era “não morra, não morra por favor”!

— E por que você pensava isso? _ Por um momento lembrei que ele havia se declarado antes de me beijar, e lembro do Pedro falando que ele havia vindo me visitar todos os dias. Meus estomago se apertou em um nó.

— Porque eu me sentia culpado.

— Culpado? _ Solto um suspiro de alivio disfarçado.

— Culpado por ter separado vocês. Eu achei que assim ele poderia me notar, mas não foi assim ele foi muito educado em me dispensar como ele fez, mesmo eu não merecendo. Depois de ver ele se consumindo pela tristeza por ter te perdido foi que vi o tamanho da besteira que eu fiz e então você sofreu o acidente e tudo o que eu senti foi culpa.

Ele soluça alto mas manteve o controle da voz.

— Se você tivesse morrido ele nunca iria se recuperar da separação e da perda. E nunca iria me perdoar pelo que fiz! Então eu vim te ver todos os dias e ficava olhando pra você dormindo e pedindo pra você não morrer.

— E ele te perdoou? _ pergunto olhando pra ele. Os olhos dele estão cheios de lagrimas e ele olha profundamente nos meus olhos.

— Ele disse que não tem magoas e não preciso pedir perdão pelo que fiz. Disse que e normal a gente lutar pelo que a gente quer e mesmo que eu tenha feito isso da forma erada ele não guardava magoas.

— Isso e bem a cara dele.

— Como vocês estão? _ Ele me pergunta parecendo cansado.

— Não estamos, ele ainda não veio me ver nenhuma vez.

— Não? Como assim ele esteve internado aqui no mesmo tempo e saiu a poucas semanas, depois disso ele veio aqui todos os dias passando até noites ao seu lado!

Minha cabeça da voltas! Internado? Lembro de uma conversa que tive com o irmão dele antes de voltar do litoral, então ele esteve mesmo ali!

— Você está bem? Quer que eu chame alguém?

— Não, não precisa.

— Então é isso! _ ele fica olhando para os pés dele de cabeça baixa.

Deixamos o silêncio fazer a parte dele na conversa e depois de refletir um momento digo.

— Gustavo, eu te perdoo por tudo que você fez, apesar de achar que realmente você não precisa pedir perdão por isso! Isso já está no passado, eu estou vivo assunto encerrado.

Ele muda de lugar e me abraça e chora, fico sem reação e retribuo o abraço, deixo ele chorar o que precisa.

— Eu errei com você, errei com o Victor, com a Cindy e até mesmo com o Pedro. Agora todos se foram perdi todos vocês porque sou egoísta.

— Bom você ainda está aqui e eu não chamei o segurança então não me perdeu. _ Digo tentando acalmar ele em um tom de brincadeira. Toda a raiva que eu estava sentindo se foi. _ E quanto aos outros eles vão te perdoar.

— Você não entende eles se foram. O Pedro saiu da cidade com a família hoje o pai dele recebeu uma proposta no trabalho e eles se mudaram. A Cindy estava com um colega de infância mesmo estando comigo e ela engravidou dele e acabou indo morar com ele na cidade vizinha.

— Uau.

— Como eu disse perdi todos, você e o Victor tem esse discurso de paz mais sei que ainda tem magos do que eu fiz e pode ser que eu leve anos pra concertar tudo isso!

— Gustavo Olha aqui. _ Afasto ele e faço ele olhar nos meus olhos.  _ Errar é humano, persistir no erro é que é burrice, você não pode mudar o que fez isso é verdade mas você pode fazer a diferença com outras pessoas!

Ele me fita por alguns segundos e faz uma afirmação com a cabeça.

— Obrigado _ Então me abraça gentilmente e se levanta. _ Agora tenho que ir, já esta tarde.

— Vai lá nos vemos por ai _ Dou um sorriso e ele sai.

A noite se alonga tomo minha sopa com legumes que boiam pateticamente num caldo verde e durmo uma hora depois. Meus sonos são perturbadores e acordo no meio da madrugada suando frio. O quarto está escuro mais não completamente há luz entrando pela janela a porta está encostada também, meus olhos levam alguns minutos pra se adaptarem a pouca luz.

Me sento na cama e fico encostado na cabeceira como sempre, cogito ligar a TV e ver o que está passando mas descarto a ideia de imediato porque as enfermeiras viram ver o que estou fazendo! Esquadrinho o quarto sem motivo aparente e me assusto ao notar que tem alguém sentado na poltrona no escuro. Como a poltrona está muito no canto não posso ver ele mesmo com a fraca luz que tem no quarto.

Levanto silenciosamente e como não estou ligado em nenhuma máquina posso me mover livre mente, sinto o peso do corpo nas minhas pernas mas consigo andar mesmo devagar. Dou uma passo de cada vez e isso consome minhas energias. Quando estou quase na poltrona vejo que é o Victor que está ali dormindo!

Vou até ele e toco em seu rosto. Ele tem um ar sereno e calmo enquanto dorme. A poltrona e espaçosa e ele está encolhido no canto então me sento ao lado dele e ficamos exprimidos ali. A respiração dele e calma e compassada e eu me recosto nele e fico sentindo seu coração bater suave.

— O que está fazendo fora da cama? _ ele pergunta com a voz mole e me envolvendo em um abraço.

— Você não deveria dormir assim sentado, faz mal. _ A voz dele e calma e harmônica, fico deitado nele mesmo exprimido ali! Se ele fica desconfortável não reclama.

— Não tenho muita opção para dormir aqui, o hospital não quis me dar uma cama.

— Usa a minha. _ Me levanto e puxo ele pelas mãos, ele me acompanha no meu passo de tartaruga, mas com ele ali não faço esforço parece que só de estar segurando a mão dele tenho minhas forças de novo.

Apesar da cama ser de solteiro nos deitamos os dois de lado um olhando para o outro. Ele passa a mão em meu rosto e sorri, então me puxa para um abraço e ficamos deitados e abraços como se estivéssemos em outro lugar.

— Tive tanto medo, achei que iria te perder. _ Sinto seu tom de voz e sei que ele irá chorar se eu não fizer algo.

— Eu também. _ Busco seu olhos e os encontro cheios de lagrimas.

Ele me puxa para mais perto e me beija ternamente, então afasta seu rosto e me olha com olhos tristes.

— Me perdoa por não ter dado ouvidos aquele dia.

— Não precisa pedir desculpas.

— Sim eu preciso, diferente do Gustavo eu deveria ter dado uma chance de você se explicar, quase te perdi. Quase te perdi pra sempre e eu não me perdoaria nunca se algo pior tivesse acontecido algo pior.

Eu seguro seu rosto e o beijo de novo, então me afasto

—Você nunca vai me perder, nem a morte vai nos separar.

Ele me puxa novamente e nos beijamos e então ficamos abraçados e eu acabo caindo no sono!


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Notas finais do capítulo

Obrigado por esperar mais de um mês pelo meu retorno, obrigado por ler minha ficc e obrigado por me fazer mais feliz. Espero que tenha tido uma ótima leitura! Quer interagir deixe seu comentário...

PS: Não revisado



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