A Vila do Medo escrita por Gewkordeiro Silva


Capítulo 1
Um Mendigo em Apuros


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é um fragmento de uma história terrível de terror, suspense, mistério e violência inapropriada para leitores sensíveis que não tem o costume de ler temas tenebrosos. Essa mesma história está publicada completa no Amazon.com.br.



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Uma noite antes dos mergulhadores começarem a empreitada, já era tarde, quando os vigias deram o sinal com muito barulho que a criatura tinha aparecido e estava à solta e que todos deveriam ficar trancafiados em suas casas para não serem vítimas do monstro marinho. Os vigias ficaram em cima das torres com lanternas e armas esperando a fera que podia surgir a qualquer momento. O clima era muito tenso. Ela já tinha passado furtivamente pelas torres e estava andando entre as casas novamente. A fera se aproximava das casas e forçava as portas para tentar atacar alguém, quando ela via alguma luz de candeeiro, se aproximava e olhava pelas frestas dos barracos olhando para dentro das casas.

Seus olhos terríveis brilhavam tenebrosamente. Os moradores sabiam que a qualquer momento ela atacaria qualquer um que se aventurasse em sair de sua casa, estavam todos acordados, mas em silêncio em suas residências, de certa forma, estariam seguros dentro de suas moradias, convinha apagar todo e qualquer luz que chamasse a atenção da criatura que estava ávida por carne humana. Ela esbarrava nas portas sentindo o cheiro de gente acumulada dentro das casas, por sorte, as pessoas trataram de reforçar suas portas. O pavor, o desespero e o suspense tomavam conta de todos. A criatura subia nos telhados, mas não tinha como pegar alguém, pois as pessoas reforçaram também até os telhados para evitar que o animal tentasse por cima das casas, como realmente aconteceu, essa situação já demorava muito mexendo com os nervos de todos. A noite ia ser comprida, somente próximo do amanhecer é que ela poderia ir embora e deixar todos em paz.

Ela tinha que levar alguém custasse o que custasse, suas investidas eram terríveis, as crianças começaram  a chorar com medo do bicho, o pânico estava se instalando aos poucos. De repente ouviram-se uns gritos de pavor pedindo por socorro:

— Socorro! Alguém me ajude! Deixe-me entrar! Eu não quero morrer pela fera das águas!  Ajudem-me! - Era um mendigo que dormia sempre nas ruas e a fera o tinha encontrado e ele corria desesperado de um lado para o outro procurando onde se esconder da fera marinha. Foi quando um morador sensibilizado com a situação do mendigo, abriu a porta e ele entrou,  porém no momento que ele estava fechando a porta, dois tentáculos apareceram entre a porta entreaberta e o batente, o morador gritou:

 - Anda rápido me ajuda a segurar a porta para a fera não entrar, senão ela vai pegar todos da casa!

Os dois homens estavam desesperados segurando a porta, mas os tentáculos impediam de fechá-la e passar o ferrolho. Os potentes tentáculos vasculhavam a procura de algo para poder pegar e os dois homens tentavam se livrar desses tentáculos, que teimosamente, insistia nessa procura desesperada. A mulher do morador levou as crianças, que choravam muito em desespero, para a cozinha. De repente a fera tirou os tentáculos e os homens conseguiram finalmente, encostar a porta e pensavam que ela havia ido embora e ficaram em silencio esperando que fera não mais perturbasse, no entanto, no memento que o morador ia fechar o ferrolho da porta, a criatura deu uma investida violenta contra a porta tão forte que os dois homens caíram no chão. Por sorte, devido essa porta ser estreita menor que a criatura, ela não pode entrar ficando seu corpo fora, mas seus tentáculos estavam dentro de casa, um tentáculo pegava o mendigo pelo braço e o outro tentáculo pegava a perna do morador que segurava desesperado na quina de uma parede de maneira que ele ficava suspenso do chão. Ele estava desesperado para não ser levado pela fera que urrava fora da casa.

Outros tentáculos menores faziam barulho batendo nos móveis simples da sala. Nesse momento a mulher voltou da cozinha com um enorme facão na mão, aproximou-se rapidamente e deu um golpe no tentáculo que segurava o seu marido, a fera sentindo dor deu um urro e soltou o homem que desmaiou diante de tanto horror.

A mulher arrastou seu marido sem sentido pela perna para distante da fera. O golpe do facão não foi suficiente para cortar o tentáculo, porém o feriu a ponto de expelir, não um sangue comum vermelho, mas uma espécie de líquido arroxeado e fedorento, provavelmente o ferimento causado pelo facão fecharia curando-se em seguida. Ela ainda correu para socorrer o mendigo com mais um golpe de facão, porém não houve mais tempo, a fera arrastou o homem para fora da casa e sumiu em direção ao lago, o pobre homem gritava desesperado e ninguém podia fazer nada para socorrê-lo, a fera não o tinha atingido com o espinho paralisante, e quem ousaria enfrentar esse monstro horrendo para salvar um mendigo? 

Essa criatura se locomovia muito rápido, como se flutuasse em cima de tantos tentáculos, em poucos minutos atravessou a vila e já se encontrava na orla a procura de um espaço entre as torres para se jogar no lago levando o mendigo como se fosse um troféu, prêmio ou coisa parecida. Os vigias estavam atentos, pois tinham ouvido o alarido lá para as bandas da casa do morador e esperavam a qualquer momento, a criatura aparecer por qualquer lugar. Finalmente, a fera apareceu não dava para ver muito coisa somente o barulho do rastejar e o mendigo aos gritos pedindo por socorro. Nesse momento os vigias das torres mais próximas direcionaram as lanternas em direção à fera. Ela ficou atordoada, pois como uma criatura das profundezas tinha aversão à luz. Um dos vigias direcionou uma espécie de fuzil para acertá-la, mas a criatura liberou do seu corpo uma poeira muito escura dificultando a mira do vigia, a poeira funcionou como uma cortina de fumaça ficando difícil acertá-la. E além do mais, de noite enxergar fica sempre mais difícil. Quando essa poeira dissipou-se, a criatura não foi mais vista, escutando apenas o barulho do mergulho da fera já dentro do lago, infelizmente, a fera mais uma vez sumiu na escuridão das águas do lago levando consigo um inocente que não parava de gritar sendo silenciado pelas águas do lago.

A noite foi longa e tenebrosa. Ninguém dormiu um minuto se quer. O dia amanheceu com as pessoas nas ruas, umas querendo saber o motivo de tanta barulheira e outras contando o que acontecera. Foi como se todos tivessem tido um pesadelo coletivo.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham chegado vivos até aqui. Se esse fragmento foi assim, imaginem o restante. Sinceramente, fiquei assustado quando estava escrevendo tamanha tenebrosidade. Espero que tenham gostado apesar dos assombros! Xau galera!



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