Hellcife — SC

Estádio Oscar Ribeiro

Era noite de jogo. Dois times de futebol de Hellcife iriam se enfrentar naquela noite.  Os diabos vermelhos, e os Sereianos.  Um vento frio preenchia o lugar  ao invés do calor intenso que costumava fazer naquela cidade.

As pessoas sentadas na arquibancada vestiam roupas normais como bermudas e camisetas.  Elas pareciam não se importar com o frio.

Em meio aos torcedores,  encontramos dois torcedores sentados em meio a divisão que separava as duas torcidas.  Hector  Santos, um rapaz alto de cabelos pretos e curtos, olhos azuis,  de 17 anos, que vestia uma camiseta vermelha de seu time, os diabos vermelhos, uma calça preta, e calçando tênis preto com detalhes em vermelho,  e Juliana Lopes. Ela tinha cabelos pretos e compridos, olhos castanhos,  usava um gorro azul claro da cor de seu time, vestia uma blusa de moletom com capuz da mesma cor do time, calça jeans, e tênis branco.

Hector e Juliana estavam sentados bem próximos um do outro.  Aquilo  poderia ser visto como uma ofensa já que os torcedores dos 2 times não se bicavam, diferente dos jogadores.

Hector  virou para o lado e resolveu puxar papo com Juliana. Ele tocou levemente no ombro dela, fazendo-a virar.

— Ei, o seu time vai perder esse jogo — Hector a provocou.

— Não, não vai. É o seu time que vai perder — Juliana exclamou confiante.

— Vai sim, espere e verá — Hector  exclamou.

Então os dois  se calaram e assistiram o jogo daquela noite.

[...]

Foi então que um homem vestindo uma camisa polo cinza, uma calça preta, e sapatos marrom passou pela arquibancada vendendo pipoca, refrigerante,  cachorro - quente, batata frita,  e salgadinhos. Ele foi passando de fileira em fileira vendendo os aperitivos para quem quisesse comprar.

— Pipoca! Salgadinho! Cachorro - quente! Refrigerante! — O vendedor anunciou.

Quando o vendedor chegou na fileira de Hector e Juliana,  Juliana comprou um cachorro-quente do vendedor para si com o dinheiro que seus pais haviam lhe dado que tirara do bolso da calça e pagara o homem.

— Aqui, moço — Juliana disse entregando o dinheiro.

— Obrigado — O vendedor agradeceu e pegou o dinheiro.

O vendedor passou por Hector e parou para vender os aperitivos.

— O que vai querer,  senhor? — O vendedor perguntou.

— Obrigado. Mas, eu acho que não vou querer nada.

— Tudo bem.

O vendedor se retirou dali e Hector resolveu dar uma de esperto.  Ele viu que Juliana estava comendo o seu cachorro  - quente e resolveu pedir um pedaço.

— Ei, você pode me dar uma mordida do seu cachorro - quente?

— Espertão, por que você não comprou o seu quando o vendedor passou aqui? — Juliana disse indignada.

— Porque eu não estava com vontade, mas ai eu vi você comendo o seu cachorro - quente e pensei em pedir uma mordida — Hector se explicou.

— Folgado....— Juliana suspirou— Tá bom, mas é só uma mordida.

Juliana ofereceu o cachorro - quente para Hector  e ele deu uma mordida.

Hector mastigou e depois mandou a comida para dentro.

— Nossa! Isso está muito gostoso.

Juliana pegou de volta o cachorro - quente e voltou a comer.

Hector tocou no ombro de Juliana a chamando.  Ela colocou o cachorro - quente no colo e mesmo com a boca cheia voltou o olhar para ele.

— Me dá um beijo? — Hector pediu.

—Não — Juliana falou de boca cheia.

Juliana mastigou e engoliu a comida.

— Só um beijo — Hector insistiu.

— Não! — Juliana relutou.

Hector então segurou a cabeça de Juliana e a fez beijá-lo.  Ela acabou  trocando beijos com ele mas depois se afastou.

— Garoto, quem é você?

— Desculpa, o meu nome é Hector — Hector se apresentou.

— Hector, você é muito vacilão. Sabia?  Deus! Parece que todo torcedor dos diabos vermelhos são assim — Juliana praguejou.

— Desculpa. E eu não sou como os outros torcedores...olha,  me dá mais um beijo? — Hector falou puxando Juliana.

Juliana o afastou de cima.

— Sai! Fica longe de mim! — Juliana exclamou.

— Escuta, qual é o seu nome? — Hector quis saber.

— Juliana — Juliana permitiu que Hector ficasse apenas com o nome dela.

— Me desculpa,Juliana — Hector se desculpou com uma cara de arrependido.

Juliana acabou se remoendo toda.  Resolveu perdoar Hector.

— Tudo bem. Desculpas aceitas.

— Então,  você namoraria comigo?

—Bem, apesar de você ter agido feito um babaca comigo...eu vou te dar uma chance — Juliana retrucou.

— Então...você quer namorar comigo? — Hector insistiu.

— Sim.  Eu acho que vai ser legal. Só não aja feito um babaca de novo que eu juro que eu te mato! — Juliana esclareceu.

— Tudo bem, Ju. Posso te chamar de Ju? Se você quiser me matar,  eu deixo.  Eu acho que eu mereço isso.

— Você,  sofre de amor? — Hector a questionou.

— Sofrer de amor? Não,  eu nunca amei ninguém antes.

Hector sorriu para Juliana.

—Falando sério agora,  me beija?

— Quê? Mas eu já te beijei.

— Mas agora eu quero um beijo seu pra oficializar o nosso namoro.

— Ai, tá bom!

Juliana beijou Hector na boca. O coração dela começou a palpitar lepidamente, quase saltou para fora da boca dela.  Ela estava apaixonada por Hector.

— Ju, eu prometo que eu vou ser gentil com você .  E eu vou cuidar muito bem de você — Hector jurou.

— Vai mesmo? Não faça promessas que não pode cumprir.

— Sim, eu vou — Hector começou a fazer um agrado na cabeça de Juliana para demonstrar que ele a amava de verdade.

— Nossa!  Seu cabelo é sedoso e brilhante — Hector percebeu.

— Você é meu cabeleireiro ou meu namorado?

— Bem,  nós ainda não oficializamos a nossa relação. Então, eu posso ser o seu cabeleireiro — Hector brincou.

Hector e Juliana se beijaram mais uma vez e a imagem deles beijando na arquibancada foi projetada no telão do estádio por uma câmera.  Em um letreiro digital apareceu as saudações.

"FELICIDADES AO CASAL! JULIANA E HECTOR!"

Quando o casal voltou sua atenção para o telão do estádio eles ficaram pasmos. Juliana e Hector estavam brancos como lençóis.

Os torcedores de ambos os times começaram a aplaudir o casal. 

— O que está acontecendo? — Hector exclamou.

— Meu Deus! — Juliana exclamou.

[...]

Então dois jogadores, um do time de Juliana e outro do time de Hector foram até a arquibancada, na fileira onde estavam Juliana e Hector levando um ticket nas mãos e entregaram ao casal.

— Aqui — O Jogador dos diabos vermelhos entregou o seu ticket  para Hector— Venham assistir a gente no próximo jogo.

O Jogador dos Sereianos entregou o seu ticket para Juliana.

— Aqui. Venha nos ver jogar — O mesmo disse.

Hector e Juliana pegaram os tickets e olharam para os dados impressos neles,  dia, mês, hora, os times que iriam jogar, etc.

Eles ficaram perplexos, mas tentaram se acalmar. Era muita emoção para eles suportarem.

Então eles mostraram os tickets para todos na arquibancada e os jogadores dos dois times aplaudiram o casal junto com todas as pessoas na arquibancada.

[...]

Algum tempo depois,  Juliana e Hector compraram sua aliança de compromisso e começaram a namorar.