Liz Kaled

No finalzinho da sexta – feira recebi um SMS no meu celular de um número que eu não fazia ideia de quem fosse, talvez engano não sei. Primeira coisa que pensei foi em apagar mais me lembrei do anônimo e resolvi abrir. Sorrio a ler a mensagem.

‘’ Queria poder te ver! Aceita jantar comigo amanhã? – Anônimo. ‘’

Fiquei olhando igual uma boba pra tela do celular. Eu deveria responder? E se respondesse o que poderia dizer? Eu deveria ir? Afinal eu não o conhecia e ele podia bem ser um maníaco ou coisa pior. Mais tomo uma boa dose de coragem e respondo:

‘’ Eu também queria poder te conhecer! – Liz. ‘’

Continuei olhando para a tela do celular esperando uma resposta rápida e precisa, mais ela demorou cerca de cinco minutos para chegar o que não é muito, mais para mim que estava ansiosa por aquilo parecia uma eternidade.

‘’ Então aceite jantar comigo amanhã que você poderá me conhecer. – Anônimo. ‘’

Não sei e se ele tentasse algo que não era certo. Não acho que não, porque primeiramente ele deveria me conhecer, e se me conhece não sei porque fazia esse chame todo, ninguém nunca tinha ido com minha cara por eu ser na minha. Respondo meio insegura:

‘’ Ah não sei... – Liz. ‘’

A resposta veio de imediato.

‘’ Confia em mim. Eu não quero seu mal e nem sou um maníaco como você deve está pensando nesse momento. – Anônimo. ‘’

Coro. Sem ter ninguém por perto fico cheia de vergonha, aquilo era estranho mesmo sem o conhecer eu já sentia algo diferente por ele. Respondo:

‘’ Pode ser, eu topo. Onde nos vemos? – Liz. ‘’

Fico esperando uma resposta que demora bastante dessa vez, tanto que deu até deu para fazer um lanchinho na cozinha e voltar.

‘’ Você escolhe. Algum lugar que goste e se sinta bem! – Anônimo. ‘’

‘’ Na praça principal? – Liz. ‘’

Respondo meio receosa pois ele tinha me convidado para jantar e não para ir à praça. Mais eu não ia um lugar fechado e sim a um público porque se ele fosse algum maníaco eu poderia me salvar fácil.

‘’ Claro onde você preferir. Te encontro as 17 horas pode ser? – Anônimo. ‘’

‘’ Pode ser! – Liz. ‘’

Trocamos mais alguns SMS e depois eu fui dormir, ou melhor tentar dormir. Mais não deu muito certo porque assim que deitei a cabeça no travesseiro fiquei pensando em como seria o anônimo e se eu ia gostar dele quando o visse tanto quanto gosto agora enquanto não o conheço.

Virei de um lado para cama quase que a noite toda sem conseguir dormir. A ansiedade tomava conta de mim e eu não conseguia a conter. Era de madrugada quando eu finalmente consegui dormi.

***

Na manhã seguinte acordei assustada com celular tocando era minha mãe avisado que ia precisar viajar por causa do trabalho junto com a mãe da Lena. Meu irmão não estava em casa também o que me deixava sozinha em casa o dia toda. Já se passavam da sonza da manhã precisava almoçar e me preparar para ver o anônimo.

Me levantei fui ao banheiro fiz minhas higienes pessoais básicas e depois desci para almoçar de uma vez já estava quase na hora do almoço mesmo. Almocei o de sempre arroz, strogonofe e batata frita, não sei como eu não enjoava.

Depois lavei a louça dei uma ajeitada na casa e fui tomar um banho o tempo passou voando e já eram quase quatro horas da tarde. O nervosismo e a ansiedade cresciam cada vez mais e eu ficava apreensiva com isso.

Terminei meu banho, sequei meus cabelos deixando as laves pontas claras onduladas e sorri para mim mesma, estava indo ao meu primeiro encontro com um cara que eu nem fazia ideia de quem era. Fiz uma maquiagem leve por ainda ser de dia e fui para meu quarto.

Abri o armário e fiquei alguns segundos olhando para o mesmo, eu não tinha nada novo e nem ousado, na verdade eu não era nada ousada. Então óbito por um vestido soltinho e florido e uma sandália rasteira. Me olho pela última vez no espelho e sorrio eu estava linda por incrível que pareça.

Peguei minha bolsa e meu celular e sai. Andando devagar não estava atrasada e nem adiantada de mais estava na hora certa. Quando avistei a praça meu coração quase saiu pela boca e meu estomago dava cambalhotas.

Andei mais devagar ainda até chegar na praça estava muito ansiosa mais do que o normal, tinha até medo de cair dura bem quando o anônimo parasse na minha frente. Assim que cheguei a praça comprei uma água e me sentei em um banquinho para esperar.

Fiquei lá esperando ainda não eram 17 horas então ainda estava no prazo e valendo. Se ele se atrasasse eu ia embora com certeza, sem pensar duas vezes.

— Liz.

Escuto uma voz exatamente as 17 horas, falando meu nome. Mais não era uma voz desconhecida muito pelo contrário era uma voz da qual eu conhecia muito bem, até bem demais pudesse dizer. Me lantei num impulso e dei de cara com ninguém mais ninguém menos do Victório Ritcheli. Poderia ser engano claro, podia mais eu tinha as minhas dúvidas.

— Victório, você por aqui? – Sorrio sem gentil.

— É, sim! – Ele sorri.

O olho nos olhos. Sim, só podia ser ele. Até porque quem mais gostava de ferrar com os sentimentos das garotas. Isso era ele querendo brincar com a única que ele ainda não tinha conseguido ter.

— Não vai me dizer que é você esse tempo todo? – Digo baixinho.

— Sim Liz. E antes que você diga alguma coisa eu quero te dizer que tudo isso é real, eu nunca quis brincar com você! Eu gosto de você de verdade! – ele diz e pela primeira vez com sinceridade.

Fico confusa e volto a me sentar. Aquilo era sério o Victório gostava de mim. Logo de mim a garota mais sem sal do colégio a que ninguém nota, meu Deus porque eu? Ele era um dos mais lindos e galinhas do colégio querendo a nerd, parecia até filme.

— Liz acredita em mim por favor! – ele se senta ao meu lado e segura minhas mãos.

— Eu não sei. Porque você fez isso? Porque não disse logo desde o início? – O encaro.

— Porque eu tive medo você é tão linda e especial, diferente das outras por isso eu quis fazer e ser diferente com você. Tanto é que eu estou tentando mudar acho até que vou conseguir passar sem recuperação. – Ele sorri.

— Tudo isso por minha causa? – Torno a olhar mais dessa vez nos olhos dele.

— Sim, tudo para que você veja o quanto eu gosto de você e que realmente preciso que você me dê uma chance, por favor Liz. – Ele torna com sinceridade.

— Eu não sei Vic, eu estou muito confusa. Foi uma surpresa saber que o anônimo é você. Eu preciso pensar, eu preciso ir... – Me levanto apressada.

— Tudo bem. Eu entendo e espero que você me responda logo.

Aceno para ele e saio dali o mais rápido possível aquilo não podia ter acontecido. Ele não podia ser o anônimo, logo agora que estava começando a gostar. Fui andando mais rápido para casa, não para minha e sim para da Ellena precisava dela naquele momento.